Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 22
Capítulo 22




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Corte do Sol, Silvermoon.

                Hrodi trançava uma caminha de gato entre as mãos. Sorena estava atenta aos movimentos dos dedos do pai adotivo. Quando ele parou com as linhas, ela tentou puxar uma linha para ver se solucionava o jogo. A linha não saiu do lugar.

 - Sabe, eu poderia queimar essa porcaria de linha e terminar o jogo...

 - Se você ousar fazer isso, eu vou te dar umas palmadas bem dadas... – respondeu o pai indicando uma linha qualquer. Sorena puxou e seu dedo ficou preso.

 - Hey! Você trapaceou!

 - Quem mandou confiar num velhote astuto?

 - Você virou um velhote astuto desde quando?

 - Desde que você saiu de casa... – Sorena o encarou com o cenho franzido.

 - Não vamos começar, vamos?

 - Você poderia ter deixado uma carta ou um bilhete...

 - Eu tive medo...

 - De eu ter um enfarto?

 - Não, do senhor não querer ler mais carta alguma depois... Parar de ler, sabe? – Hrodi voltou a movimentar os dedos e montar uma nova caminha de gato.

 - Você parece bem... triste...

 - Por dentro parece que tem milhares de carpas nadando no meu suco digestivo...

 - Interessante... No meu também... – mostrando a caminha de gato para ela resolver. Sorena tentou puxar um fio, mas pensou bem depois.

 - Será que se eu espirrar sai um grandão do meu nariz? – o velho paladino riu, mas começou a tossir rudemente. Sorena o ajudou com a tosse dando-lhe água e levantando seu braço esquerdo.

 - Saiu algum? – foi a vez dela rir e tossir um pouco.

 - Não... Mas me deu uma fome! Vocês ainda fazem a Espinhada? – o velho concordou.

 - Se Oxkhar estiver cuidando bem da Taverna...

 - Você o deixou cuidar da Taverna do Sol...? Estamos falidos...!

 - Não havia muita opção... – silêncio entre os dois.

 - Não estou triste. Só cansada.

 - Ahn?

 - Senhor disse que eu estava triste. Não estou.

 - Sorena, te conheço como a palma de minha mão...

 - Estou cansada! Essa correria toda aqui cansa e aprender as coisas! Aprender também cansa, sabe?

 - Ainda acho que alguém deve ter dito algo ruim pra você ficar assim...

 - As pessoas aqui não costumam me tratar tão bem assim... Caso se lembre, nobre papai querido, mas somos da Aliança de tabela.

 - Não pertenço mais aquele povo mesquinho... Reneguei meus votos da Ordem. O que vi em Mão de Tyr foi o cúmulo das crueldades.

 - Ruim assim?

 - Inocentes. A terra foi devastada em menos de uma noite. Se aqueles elfos não estivessem lá, eu não teria nem conseguido sair da pilha de cadáveres.

 - Isso parece ruim mesmo. – puxando um fio e sorrindo por ele não prender seu dedo.

 - Você cortou os cabelos...

 - Muito calor na estrada. E gosto dele assim.

 - E o rapaz que você gosta...?

 - Ahn?

 - Você disse antes de sair de casa que não estava apaxoinada, mas devotada a alguma coisa... Seria a algum rapaz?

 - Não pai!

 - Então por que está triste?

 - Mas que cisma hein? – tirando uma linha e verificando uma outra para solucionar o problema. – Não há nenhum rapaz. Sou só eu e eu sozinha.

 - E amigos? – a elfa o olhou com impaciência.

 - Tenho cara de quem arranja amigos?

 - Tem... Não te criei para viver como uma ermitã...

 - Conheci um em Undercity. O nome era Jeremiah.

 - Ermitão?

 - É... – tirando a linha e errando a combinação. – Parece que ele deixou a família morrer e pegou algo da irmã mais velha dele.

 - Deve ser uma vida atormentada...

 - Ele está morto.

 - Então como você conseguiu falar com ele?!

 - Ele fica debaixo de uma ponte lá em Undercity, quietinho e conversando com baratas. Ele está meio-vivo ou meio-morto? Sei lá, ele ainda “vive” – ela fez as aspas com os dedos. O pai ajeitou a caminha de gato e mostrou para ela novamente.

 - Isso é uma coisa que eu nunca vi... - e suspirando quando Sorena perdeu a rodada novmente. – Quem é a moça zangada? – Hrodi indicou Vereesa com a cabeça. Ela estava conversando com Rhonin em Thalassiano.

 - Vereesa Windrunner... Minha tia, acho... Não gosta de Elfos do sangue...

 - Elfos do quê?

 - A minha raça, pai... Sin’dorei em nosso idioma... – o velho balançou a cabeça concordando. – Pelo que já me contaram éramos primos dos kaldorei... Elfos da noite?

 - Orelhudos arroxeados que nos incomodavam na fronteira de Westfall?

 - É, esses mesmo... Sabia que eles chegam a quase 3 mil anos de idade e ainda continuam envelhecendo sem ninguém perceber?

 - 3 mil anos é muito... – se impressionou o pai.

 - Quantos anos o senhor tem agora, pai?

 - Ahn... 73 anos, minha filha...

 - Está indo bem hein, velhote? – ela riu dando um tapinha no ombro dele.

 - E logo estarei morto...

 - Não fale isso! A minha... ahn... tia... vai dar um jeito nisso... Vai te curar. Ouvi dizer que aonde ela vive é o Centro das ciências dos elfos... Quer dizer dos elfos dela, não sei dizer bem a diferença entre a gente aqui e ela lá.

 - Os olhos dela são azulados...

 - É, eu percebi nisso... – disse Sorena soando óbvia. - Bem, ela vai cuidar de você e você vai ficar bem e vai envelhecer em um lugar incrível... Dizem que lá tem Mestres em montarias voadoras. – o rosto de Hrodi se iluminou em um sorriso enrugado.

 - Será que têm grifos? Eu adoraria ver um grifo antes de morrer, filhota! Você sabe o quanto nós da Ordem queríamos um grifo?

 - Eu não saberia dizer e não tenho muita vontade em perguntar...

 - Oh sim... – Sorena puxou uma linha e novamente seu palpite fez seu dedo ser preso entre as linhas. – Nhaaaaa!! – ela exclamou nervosamente, Hrodi ria.

 - Olha só para os dois... – comentou Rhonin, Vereesa não quis olhar para Sorena. – Parecem se dar bem...

 - Que seja... – ela suspirou impaciente.

 - Querida... Toda essa rudeza é porque não quer se afeiçoar a menina ou ciúmes por ela estar completamente devotada aos propósitos de sua irmã?

 - Alleria acharia isso o fim do mundo... Nossa família virou um antro de feiticeiros, malfeitores e... e... ladinos... Vergonhoso!

 - Ainda acho que estás com medo de se afeiçoar demais a menina de Sylvos... Ela tem um potencial incrível se quer saber minha opinião...

 - Ela revira túmulos e conversa com os mortos. Que potencial vê nessa profanação? – gargalhadas fizeram os dois olharem para pai e filha entretidos na vez de Sorena de movimentar as linhas.

 - Ganha dessa agora, velhote!

 - Você tenha respeito comigo, menina...


Undercity.

                Quando Yondil sentiu o elevador se mover, pareceu que suas entranhas iam escorregar de sua barriga para sua cabeça. Os outros soldados também se sentiram da mesma maneira. Para a segurança deles, um mensageiro havia sido enviado antes para o Embaixador Sunsorrow, para que depois ele viesse e acompanhasse os Farstriders. Halduron Brightwing não parecia estar tão nervoso, muito menos seu irmão mais velho Myrokos Silentform. Quem estava terrivelmente angustiado com o lugar era Andrus, o ladino.

 - Hey camarada... – cutucou Yondil. – Você está bem?

 - Esse lugar me dá arrepios...

 - Eu que o diga...

 - Verão que a hospitalidade da Dama Sombria aos nossos é admirável... – o cheiro insuportável veio com a abertura da câmara do elevador. Duas abominações esperavam os Farstriders escolhidos do lado de fora. Todos tentaram ao máximo não perceberem o cheiro de podridão dos guardas de elite, mas logo a primeira impressão de Undercity foi tomada por surpresa pelos 13 vigias. Um lugar iluminado por tochas, lamparinas e muito movimento. Vendedores ambulantes, Abandonados carregando caixas, elfos do sangue como ele percorrendo as plataformas circulares que a Quadra Principal de Undercity estava construída.

 - Olá Yondil! – exclamou alguém que subia as escadas. Era seu velho amigo Barens. Estava desaparecido há muito tempo. – Como vai? – apertando sua mão efusivamente.

 - Barens... Você está desaparecido há 4 anos...

 - Oh isso! Tudo bem, eu vim aqui para aprender...

 - Aprender o quê? – o amigo deu tapinhas nas costas do Farstrider.

 - Olha ao seu redor, camarada. Todo mundo pensa que aqui é feito de morte, sabe? Mal sabem que a vida é mais colorida aqui do que lá em Silvermoon.

 - Eu gosto do colorido de Silvermoon... – comentou um soldado-vigia dando uma olhadela em uma Abandonada que praguejava contra um aventureiro.

 - Boa estada, rapazes! E que a Dama Sombria te guie! – o grupo de soldados-vigia desceram com o Embaixador Sunsorrow sem darem um pio. Andrus respirava sofregamente e ameaçava desmaiar.

 - Andrus, você tá bem mesmo...?

 - E-ela... ela está me fazendo ver coisas... – ele balbuciou antes de vomitar ao chão. Alguns soldados o colocaram em um lugar para sentar.

 - N-não podemos continuar sem ele, Embaixador... – disse Yondil preocupado com a palidez do ladino.

 - Faz ela parar...? Faz ela parar... de...

 - De o quê camarada? – questionou um soldado-vigia.

 - Irei com o Embaixador. Vocês fiquem aqui. – Halduron sentenciou e seguiu com Sunsorrow seguido por dois soldados-vigia. Os outros restantes se prostraram em volta de Yondil, preparados para qualquer coisa que houvesse.

 - Andrus, você está me ouvindo?

 - Ela está... dentro da minha cabeça, Yondil... Pede pra ela parar... – pedia Andrus fracamente. Logo seu corpo foi içado por forças desconhecidas e ele teve um ataque de pânico repentino. – Faz ela parar!! Faz a maldita parar de me fazer ver essas coisas!! – os soldados-vigias o seguraram, mas Andrus desferia socos e chutes, acertando companheiros e a si mesmo. Ele gritou tão alto que todos ouviram um estalo vir de sua garganta, assim como o acudiram quando ele vomitou sangue ao chão e pedaços de algo que seriam suas cordas vocais. Os soldados-vigias se entreolharam apavorados, Andrus tocava sua garganta em terror. As suas veias pulsando na testa e pescoço. Tentou falar, mas uma expressão de dor o tomou por inteiro. Caiu ao chão sem forças.

 - Mas o que...? – um soldado-vigia tremia apontando para Andrus. – O que aconteceu aqui?!


Passo dos Elderes, Silvermoon.

                Artemísia verificava os feridos remanescentes de Mão de Tyr. Levantou-se com as mãos no quadril e cansada pelo dia. A noite estava estrelada lá fora e ela resolveu da um passeio pela sua cidade natal antes de dormir. Não se lembrava bem de quais prédios eram dos serviços públicos, mas aqueles ali na frente eram dos magos. Deveria haver uma biblioteca ali dentro, sua melhor amiga Vereesa amava os livros de Silvermoon, agora a Vereesa Windrunner a olhava com desprezo. Suspirou desanimadamente e sentou-se em um banco para esticar as pernas. Tudo mudara, não importava o que fizesse para resgatar sua vida passada. Vereesa não era mais sua amiga, Theridion não era mais o zeloso sogro que tanto a ajudou durante a Guerra. E Sylvos estava morto. E vivia em Undercity. A notícia a chocara por completo quando Theridion disse a ela. Sua ex-amiga concordava com o pai, mas mostrava o seu desagrado completo. O velho devolveu o anel que algum dia pertencera ao filho, agora a aliança de casados de Sylvos estava em sua outra mão como um adorno qualquer.

                E sua filha, Myrtae, infectada pela Nova Praga. Por isso não conseguira descobrir como curá-la no Vilarejo Fairbreeze. Era uma mãe inútil e uma péssima viúva. Durante esses anos todos sequer prestou homenagens a Sylvos, e nunca acreditou mesmo que ele voltaria para casa.

 - Foi mal aê, tio! Mas valeu pelo livro! – a voz chamou sua atenção, era Sorena saindo da biblioteca com uma pilha de livros. Pelo relato diário do serviçal do prédio dos Windrunner, a menina acabara de acordar de uma crise forte. O rosto cadavérico e pálido demonstrava isso. As veias escuras tomando conta do pescoço e braços. Sorena estava condenada a morrer aos poucos. – Hey você! – a menina elfa disse gentilmente para ela e desabando no banco com os livros. – De todos os lugares que pensei, aqui seria o último que eu imaginei te encontrar clériga Artemísia!

 - Então lembrou que eu existo?

 - Mas é claro! – apertando a mão da clériga. Artemísia espiou o titulo dos livros.

 - São muitos livros de contos para uma pessoa só...

 - São para meu pai Hrodi... O velho humano, como vocês chamam? Ele parou de ler faz um tempão, queremos praticar. E como ele gostou de nosso povo, bem...

 - Oh sim, paladino humano? – Sorena concordou com um sorriso.

 - Achei esses aqui por acaso. São poucos os livros em língua comum...

 - Realmente... – fazendo carinho nas madeixas avermelhadas de Sorena. – Como você está?

 - Vou indo... E a senhora clériga?

 - Vou bem...

 - Conheci uma de vocês lá em Undercity! Imladris era o nome! Ela não parava de falar...

 - Foi minha aluna quando mais jovem... – Sorena riu.

 - Oh mundo pequeno! Quando mais circulo por aí, mais tudo se encaixa! Immie vai gostar de saber que a senhora está aqui...

 - Você é uma moça muito gentil, Sorena... – comentou Artemísia, seus olhos marejando de lágrimas.

 - A senhora não vai chorar, vai? – Artemísia limpou a lágrima que escorreu teimosa. – Tudo isso é saudades da Immie?

 - Sim, sim... – disfarçou a clériga.

 - Oh sim! E a minha florzinha?

 - Serenath está bem... Cresceu esse inverno e deu sementes. Plantamos em volta da vila e em volta das pedras arcanas.

 - Isso é bom! – silêncio entre as duas. – Eu fico feliz de saber que a minha florzinha está se dando bem...

 - Por que a batizou com esse nome? – Sorena levantou-se com os livros e grunhiu em resposta.

 - Era o nome de minha mãe... – a mais nova fez uma cara sonhadora. – É bom saber que as sementes dela serão produtivas...

 - É sim...

 - Tenho que ir. Ficando tarde, blá-blá-blá, feiticeira andando por aí de noite, não há cemitérios aqui perto há? Todas essas coisas... – pontuou Sorena para a senhora, Artemísia apenas sorriu tristemente e a encarou bem na noite. Com um exame mais apurado de seus ouvidos, o coração de Sorena estava lento demais para alguém vivo ainda estar de pé e conversando animadamente.

 - Você sabe que irá te acontecer jovem feiticeira? – Sorena parou de andar e se virou lentamente com a pilha de livros.

 - N-não...?

 - Você será a esperança de Quel’Thalas... – Sorena abriu um sorriso exagerado e franziu o nariz para expressar sua timidez.

 - A senhora clériga ficou meiguinha! Não era a senhora que me xingava lá no vilarejo? – riu-se e deu as costas, carregando os livros para o prédio dos Windrunner.


Fronteira entre Stratholme e Quel’Thalas.

 - O que eles discutem tanto? – perguntou Oxkhar verificando a rachadura em seu escudo. Era preocupante.

 - Duas opções, pegue uma... Ou querem fazer algo bem tenebroso com sua carcaça humana por invadir o território deles, ou querem fazer algo mais tenebroso comigo por ser algo que eles não admitem no território deles.

 - Você consegue ser tão complicado quando quer... – opinou Oxkhar verificando agora a sua braçadeira. Inutilizada pela flecha. – Como eles conseguem fazer isso?! – apontando seu escudo danificado.

 - Flechas serrilhadas e com mágica... Deveria ter algo explosivo aí, mas você deu sorte...

 - Explosivo?! Eles iam explodir o meu braço?

 - A flecha era para mim, mas já que você perguntou... Sim. E eu adoraria ver isso acontecer... – disse Derris tediosamente. Imladris estava um pouco afastada, cochichando intensamente com o líder dos Farstriders, mostrando a mensagem toda vez que ele falava, às vezes abria seu livro de magias e apontava alguma linha ou página.

 - O que ela está fazendo? – indicando Imladris com a cabeça.

 - Tentando convencer os Farstriders a irem a Undercity com ela...

 - Mas o senhor disse que não iria voltar até lá.

 - E não irei. Vou para o Norte, avisar Silvermoon. – e com uma pausa longa virou-se para Oxkhar. – Sinto-me na escuridão como você, rapaz. Sempre o último a ser avisado sobre a catástrofe eminente.

 - Eles o traíram? – Derris fez um barulho com a garganta decomposta.

 - Os interesses deles não são paz nem manter a paz... Quanto mais morrerem nas Ruínas de Lordaeron, mais material de pesquisa o maldito Faranell terá...

 - A Nova Praga...

 - Injetaram isso na Sorena... – Oxkhar ficou vermelho bruscamente. – Não sei o que eles querem, rapaz, mas não confio mais naqueles que me acolheram. E sabe-se lá onde ela está agora, se é que os sintomas já não manifestaram, se ela já não virou algo pior que aquelas malditas carcaças do Flagelo que eu e você conhecemos bem...

 - Não é possível...

 - Possível é. Sylvanas faria de tudo para conseguir o que tanto quer... – Oxkhar iria perguntar, mas Derris respondeu antes. – Um exército de Abandonados feito com os cadáveres das forças militares de Stormwind, Darnassus e Khaz-Modan.

 - Mas para que tudo isso?

 - Eu lá vou saber... Talvez subir pelo continente, pegar o rei Lich desprevenido em seu trono gelado, humilhá-lo até a exaustão e depois decepá-lo.

 - Mas isso traria a própria destruição dela! Ela não está ligada a essência do maldito? – Derris deu de ombros.

 - Minha astuta irmã sempre teve um leve comportamento suicida quando mais jovem...


Anos atrás na Vila dos Windrunner nas Terras Fantasmas.

 - Sylvanas, por favor... – pedia Vereesa para a irmã do meio. – Saia desse parapeito! – Sylvanas fez pose e sorriu com um piscar de olhos para a irmã.

 - Vee... Você é tão medrosa!

 - D-desça já daí! Sylvos, faça alguma coisa? – o jovem estava do outro lado da amurada que dava para a praia, tentando manter o equilíbrio e se assegurar que qualquer passo de sua irmã-gêmea não iria fugir do estreito parapeito.

 - Vocês todos são iguais! Que medo de morrer... – dando pulinhos perigosos no parapeito e alongando os braços.

 - Papai e mamãe vão ficar bravos com sua atitude! – ameaçou Vereesa saindo para a porta do último andar da Casa dos Windrunner. Sylvanas fez uma dancinha provocativa para a irmã.

 - Aproveite e avise a Alleria, a grande arqueira de Azeroth! Ela salva as pessoas certo? Que venha me salvar! – exclamou ela rindo. Sylvos engolia em seco, não gostava de alturas.

 - S-sylvanas... Será que... por gentileza... sair daí...? Será que pode...? Parapeito... alto demais... Dá para descer por Elune!! – ela fez uma acrobacia apoiando o corpo apenas com as mãos e as pernas para o ar. Com um pulo espetacular ela pousou suavemente no chão do último andar. Sylvos tremia por inteiro.

 - Sylvos, meu querido maninho... Venha aqui... – pegando o irmão pelas mãos e o colocando na parte segura do andar. – Você está pálido! – rindo da expressão de espanto dele. – Como quer ser um Farstrider se tem medo do parapeito de nossa casa? Nem vai conseguir subir em árvores durante a vigília! – Sylvos respirava devagar e com dificuldade.

 - Não faça mais isso!

 - Tudo bem, não farei... – concordou Sylvanas um pouco preocupada com a reação do irmão. – O que houve? Eu só estava brincando... – ela riu tentando fazê-lo rir. Uma pontada em seu coração-gêmeo a fez engolir as palavras e se arrepender da brincadeira. – S-sylvos...? Irmão...?

 - N-não é nada... – ele saiu tonteando pelo andar e indo para o corredor de escadas, Sylvanas o seguiu e o ajudou a descer.



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Notas finais do capítulo

Estou editando as partes 1 e 2 e muita coisa ainda precisa ser explicada e acrescentada, logo mudanças virão
Agradecendo a todos os reviews dos players, vcs são ótimos e me dão uma força na hora de escrever.
Agradecimento especial a minha Momz "Immie" Driel que me ajuda pacas aqui na apresentação do Lore.



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