RESURRECCIÓN - La Experiencia escrita por ConstançaAconstante


Capítulo 9
Capítulo Quatro - Resfriado, Tatsuki e Meteoritos


Notas iniciais do capítulo

É... Eu postei.
Desculpa, gente...
Não postei nada até novembro simplesmente por negligência minha, nesse período, eu também não sabia como escrever o meio do cap. Sabia o começo e o fim, mas não o meio. hehe...
Em dezembro... A !@#& DO MEU PC QUEBROU. E até agora está assim. Entrou um vírus nele e não funciona mais, ou seja, minha frequência em escrever diminuiu consideravelmente. Ainda estou por levá-lo pra consertar... -.-'. A minha irmãzinha linda é uma pessoa muito maneira então ela deixa eu usar o dela, desde que ela não o esteja usando (de manhã ou quando não tem nada no tumblr dela XD).
Enfim, eu pude terminar o cap. Espero que vocês me desculpem pela demora monumental.
Agora, sobre o cap... Eu estava adorando o começo dele... até relê-lo, mas não encontrei outra forma de começá-lo de outra forma. Melhora à medida dos parágrafos, ok?



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Orihime não acordou em sua cama como costumava naquela manhã. E isso devia-se a alguns fatores: (1) Estava com frio, ou seja, descoberta;(2) A luz do quarto estava ligada, ou seja, fechara os olhos sem nem mesmo planejar fazê-lo; (3) As dores no corpo existiam em todo lugar, ou seja, sua posição na cama lhe havia dado um mau jeito. E por quê? Bem, agora não sabia, porém no momento que se levantasse se lembraria de que pusera um ex-arrankar encolhido sob suas cobertas. Ou seja, dormira em cima de Ulquiorra essa noite. Literalmente em cima.


A primeira coisa que fez ao sair de cima do moreno foi alongar todos os seus músculos. Além de ter havido um corpo de baixo de si a noite inteira, a cama fora atravessada (por si mesma). Ulquiorra encolhido sob cobertas femininas, e uma menina numa posição nem um pouco elegante sobre ele.




Riu um pouco. “Ah, isso nem é tão estranho”, mas depois pensou melhor, “Claro, por que dormir em cima de um ex-arrankar resfriado é bem normal!”. Riu mais ainda. Ai ai... que bom que não tinha ninguém na casa para flagrá-la, como Matsumoto ou Tatsuki.





Terminada a atividade, incidiu sua atenção à Ulquiorra Shiffer, O Resfriado, que dormindo, não fazia nada além de ressonar baixinho – com a boca semi-aberta. Fora isso, notou outro fato que... bem, agradou-a até: por causa da recém adquirida doença, suas faces tornaram-se coradas, e juntando isso com os motivos citados anteriormente e seu rosto sereno, não poderia haver cena mais adorável. Não para Orihime. Era estranho pensar isso, as palavras “Ulquiorra” e “fofo” não combinavam, mas... Ele estava resfriado edormindo! E não dava pra negar a evidente beleza do maior; claro que a junção de tudo isso não seria uma visão desagradável.





Sentou-se à beirada da cama, mirando-o. Na noite anterior, recusara-se a pensar no quão estranho era Ulquiorra ficar doente tão fácil assim, decidira apenas curtir o momento de ver o pálido homem fungando sempre o nariz, meio lento e zonzo, intrigando-se com tudo aquilo.





É... como havia sido engraçado.





Logo após o pálido homem entrar e mostrar-se resfriado, uma pontinha de culpa nasceu no peito da garota. Levou-o para o seu quarto – já que o pouco de poeira remanescente do tempo de não uso do outro quarto poderia agravar a doença – e cobriu-o com suas cobertas rosa. Cuidou-o e naquilo...





Acabaram nisso.





O dono de seus pensamentos no momento torceu um pouco o nariz, desgostoso com os raios de sol que lhe eram projetados na cara. As pálpebras tremeram antes de abri-las completamente, e seus grandes e verdes olhos apareceram.





— Ah, Ulquiorra-kun, já está acordado?





Ele girou a cabeça para ela, mirando-lhe friamente. — Esto comb bome, Bulher. — disse desajeitadamente. O nariz estava entupido, então óbvio que a fala estaria fanha*. Era um pouco engraçado até.





Ela esgueirou-se à mesinha de cabeceira, e agarrou lá um recipiente de aparência curiosa. — Pegue, espirre isso no nariz, vai desentupi-lo* — Ele nem se mexeu, por que o faria? A Mulher simplesmente queria que ele enfiasse aquilo no... nariz. A contradita suspirou resignadamente — É uma medicina, Ulquiorra-kun. Você tem que aspirar o líquido, do contrário, vai continuar com a fala assim.





Embora não convencido, fez o que lhe foi indicado, e quase mata a menina de susto quando começa a tossir loucamente, jogando o remédio em um canto qualquer do chão. Ótimo, Ulquiorra não sabia usar Rinosoro*.





Bem, ela também não.





O desagradável medicamento afinal fez alguma melhora, e isso foi comprovado logo quando o moreno resolveu proferir algo mais — Mulher, vocês, humanos, são muito primitivos nas medicinas.





Ai, ai... “Ignore. Rinosoro é horrível de usar mesmo”. — É... Ulquiorra-kun, vou trazer-lhe uma sopa, sim? Vai melhorá-lo rapidinho!





— Mulher, se me trouxer mais uma daquelas gororobas intragáveis que vocês faz, eu-





— Sim, sim! — impediu Orihime, um pouco nervosa, embora não houvesse motivo nenhum para tal. Não conseguiriam imaginar como ele completaria a... ameaça (?), mas sabia que a deixaria envergonhada. Sinceramente, havia corado muito ultimamente, e se as coisas continuassem assim, poderia ficar como um pimentão para sempre!





Logo se apressou a descer as escadas e preparar uma comida “decente”, como falaria o moreno. Ah, Deus! Como faria uma sopa do gosto de Ulquiorra?




.



No quarto, um ex-arrankar resfriado esperava uma mulher ruiva lhe trazer um estrago para comer. “Eu não vou comer se ela trouxer algo rançoso como a última comida que fez.”.



E então, gelou. Não iria comer? E desde quando se importava com isso? Desde quando pensava esse tipo de coisas tão levianamente? O que importava a comida? O sabor do sorvete ou o comportamento da garçonete?



O que lhe importava tudo isso?




Não se comportava assim simplesmente porque era necessário. Ele... Ele ia...




Você vai perder, Ulquiorra... A voz densa de Aizen fez-se presente em sua mente, sem motivo aparente.




.





Às vezes, febres causam alucinações.



.



“Perder... O quê?”.





“Você vai perder... Vai perder a si próprio.”





O moreno espirrou, e logo então assoou o nariz. Havia apenas motivos ruins para se ser um humano, mas o pior deles, com certeza, era a... Coriza.




Apertou o lenço usado e dobrado em suas mãos, sentindo-se mais cansado do que antes. Humanos eram suscetíveis às situações.





Coloque um humano entre as pedras, e uma pedra ele será.

Coloque um humano entre os lobos, e em lobo se transformará.

Mas coloque um monstro entre os humanos...

O que será de tal criatura?


Soltou abruptamente o lenço inutilizável pela força com a qual o apertava. Arrankars serão sempre Arrankars.



Mudou seu foco para o controle remoto sobre a escrivaninha. Alcançou-o e ligou a TV, passou os canais até que encontrasse algo útil. Pôs-se então a ver o que era transmitido.




— Pronto, Ulquiorra-kun, terminei a sopa! Me esforcei para fazer algo que você goste! — Orihime apareceu na porta, trazendo uma bandeja na qual havia sopa, uma colher, chá e guardanapo. Depositou-a nas pernas do acamado, que mirou a comida sobriamente.





— Pensei ter dito que é para fazer algo tragável, Mulher.





— Mas está bom! Pode provar! — ele nem se mexeu — Ulquiorra-kun, não vou fazer outro! É isso ou... Isso! — completou; na verdade, não completou não, não sabia o que dizer.





O homem então levou uma colher carregada do tal... líquido à boca, constatando que estava- — Tragável, Mulher.





O silêncio entre os dois logo fez-se presente, não havia o que dizer no momento; os únicos sons eram os da colher ocasionalmente batendo na cumbuca e um burburinho vindo da TV, o qual era estranhamente familiar — Ulquiorra-kun, isso é um programa de culinária?!





— Se é isso que você chama programas de TV que ensinam a cozinhar, então é, Mulher.





— N-Ninguém vê isso, Ulquiorra-kun. Programas de Culinária são para mães, tias e... vovozinhas... — Orihime segurava-se para não rir, queria muito pegar sua filmadora para mostrar essa situação para... para... para quem quer que seja; só sabia que aquele momento era inusitado demais para que não fosse registrado.





— Alguém tem que aprender a cozinhar nessa casa, Mulher — deu uma pausa em tomar a sopa, que já estava quase findada; parecia querer terminar logo com aquilo — Vocês, humanos, são fracos e necessitados de alimento diariamente e em grande quantidade. Infortunadamente, fui colocado nesse corpo semelhante ao de vocês, logo, também necessito de alimento para a sobrevivência — Não que ele desse muita importância à vida, na verdade.





— Mas v-você cozinhando? — ele continuou a terminar a sopa, como se a resposta fosse dispensável. Seus olhos estavam concentrados nas mãos calejadas e mal pintadas da cozinheira na tela; ela cortava um pepino rápida e desordenadamente, sem receio, até que-





— Ai!





O que foi, Ai-sama? — perguntou a assistente da cozinheira, meio entediada.





Nada, nada... É que parece que acabei me cortando com a faca... — sorriu sem graça, logo dando uma risadinha mais em graça ainda.





— Humanos inúteis. Lixo. — expressou-se o ex-arankar. Humanos nunca sabiam seu lugar. Aquela mulher, embora ensinasse uma boa receita – que nem dela era –, não sabia nada sobre cozinha e achava que enganava. Se fosse coletora de bosta de cachorro seria de mais utilidade ao mundo.





Uma gota de suor descia pelo pescoço de Orihime. Mas o que diabos Ulquiorra fazia? Falava com a TV?





— Estou falando comigo mesmo, Mulher inútil — um suspiro de exclamação escapou dos carnudos lábios da mulher, mostrando o quanto se surpreendera com o que o moreno dissera. Ele achou melhor explicar, antes que a cabeça dela explodisse de tanto pensar. — Ficou claro que você não havia entendido o que e para quem eram minhas palavras. Se não me engano, Mulher, os humanos, quando querem dizer algo, dizem-no para alguém ou para si mesmos ou... mantêm-se calados. Não consegue usar do senso comum, Mulher?





Essa explicação não impediu que a outra suspirasse em exaltação exatamente como antes.





Droga. Até agora não sabia dizer se Ulquiorra Schiffer era perceptivo demais ou incompreensivo demais. Deuses! Ou ele entendia tudo errado ou entendia até o que não era para entender!





_-_-_-_-_





O dia passava mais comumente do que poder-se-ia esperar de um dia com Ulquiorra Schiffer. Ele ora assistia a filmes na TV, ora folheava os livros que a ruiva lhe dava; era assim que ela planejava que ele passasse as férias: aprendendo o máximo possível sobre o estilo de vida humano e seus ditos... sentimentos. Que melhor maneira de fazê-lo senão pela leitura e pela mídia? Seu irmão costumava ser um leitor ávido por livros dos mais variados gêneros, dos de filosofia aos de aventuras épicas, enquanto que Orihime tinha uma grande coleção de filmes em DVD, fruto de uma vida sozinha e entediada. Material para que alcançasse seu objetivo não era um problema.





O tempo passava rápido, e já eram quatro da tarde. Parecia ser um pouco mais além disso, afinal, era inverno, e tudo parece mais escuro nessa época. Porém, a neve não dava graças desde um pouco antes do natal, e não sinalizava que o faria mais.





— Ulquiorra-kun, por que não toma um banho? É bom fazer isso quando se está gripado. Pode tomá-lo no meu banheiro mesmo, ok? Vou pegar roupas novas lá no... seu quarto. — completou ainda, sem malícia alguma.





Findada a frase, a mulher logo se apressou a sair corada do quarto, quando viu que sem pestanejar ou dizer algo, Ulquiorra simplesmente se levantou da capa a pôs-se a tirar a o casaco de lã e a blusa juntos.





Fez exatamente o que havia dito que faria e, como não poderia ficar em seu quarto no momento, desceu as escadas para a cozinha. Faria um lanche para si e para... o homem nu em seu banheiro. Um misto quente apenas, não seria um jantar, nem era horário para tal. O jantar seria aquela sopa, e Ulquiorra comeria aquela sopa, nem que tivesse que enfiá-la goela a baixo do ex-arrankar.





Distraiu-se procurando o presunto e o queijo na geladeira, não pensando em mais nada além desses dois frios, coisa que foi interrompida pelo barulho de porta se abrindo, mais especificamente a porta da frente.





— Tadaima, Orihime-chan! — Ah... era Tatsuki.





— Okaeri, Tatsuki-chan!





A morena aproximou-se da cozinha para ver Orihime que nem tinha se movido de lá. Não era incomum ela aparecer em sua casa sem nenhum motivo aparente – já que esta era sua melhor amiga –, então não estranhara o acontecimento.





Tatsuki segurava umas sacolas cujo conteúdo era desconhecido pela ruiva, mas que importava? Ela sentara-se em uma das cadeiras da cozinha.





— Fazendo lanchinho da tarde, Hime-chan? Quero um também, ok? — jogaram conversa fora por mais uns segundos — Hime, vou subir por seu quarto colocar as suas roupas novas daquela loja perto da minha casa, ta?





— Sim — “Ah, então é por isso que ela veio...”, pensou a menina, ouvindo os paços da amiga na escada. Estranhamente, tinha a ligeira impressão de que se esquecia de alguma coi-





Largou subitamente tudo o que fazia e foi correndo atrás de Tatsuki na escada — Não sobe aí, não sobe aí, não sobe aí, Tatsu-!... ki... — Mas já era tarde demais, e a moça havia aparecido no pior momento possível. Sua face incrédula junta da nervosa de Orihime contemplavam Ulquiorra Schiffer sentado na cama dessa última todo molhado e fresco do banho, vestindo o roupão rosa que a morena lhe havia dado de presente de aniversário.





Ah... Mas que situação.





— Mulher, esqueceu de pegar-me uma outra toalha além desse seu roupão ridículo para que eu usasse. — “Não piore as coisas, Ulquiorra-kun! Fica quietinho, quietinho!”





— Ah... Ah... Ah... — a visita apontava como louca o homem, o queixo caído até o chão e o rosto em uma careta quase cômica. — Ele... U-... U-... Um-... ho-home-...m...!




Orihime olhava para os lados desesperada por uma solução. O que fazer? O que fazer? “Tente descontrair, Orihime! Assim como a Matsumoto-san faria!”





— Cl-... Cl-Claro que é um homem, Tatsuki-chan! Eu gosto de homens, você sabe! — Tatsuki quase grita. “Tá, agir como a Matsumoto-san não deu certo”.






Ele é... seu amante, Orihime?! — A indagada deixou pender os ombros, abobalhada, enquanto deixava a pergunta pairar no ar.




Quê...? Amante?




Amante?!





— Nã-nã! Não, não, claro que não! Não, não, não-não, sério... Não, Tatsuki-chan, ele não é meu amante. Eu nunca nem vi ele de cueca verd-.





Droga!





— Cueca verde?!





— N-não, não! Não é nada do que você ta pensando! Ele... — fez uso de sua visão periférica para saber qual era a reação de Ulquiorra em frente àquela situação. A verdade... Era que ele não pensava nada daquilo, pouco se importava. Tão pouco, que ignorava toda aquele conflito e... Vestia-se. O desespero da ruiva aumentou, assim como o rubor em suas faces. “Droga, Ulquiorra-kun, vista primeiro a calça ao invés da blusa pelo menos!”






— Ta-Tatsuki-chan, não olhe pro lado! — arrependeu-se de ter dito isso no segundo seguinte. Deus... Como era burra! Claro que ela olharia pro lado agora!






— Hã? Por qu-... — olhou para o lado, e então recuou alguns passos apoiou-se na parede, como se ferida — Uma... Uma cueca verde! Orihime!





— Atchim! Atchim! Atchim! Atchim! Atchim! — Ulquiorra estava tendo uma crise de espirros, o que cortou totalmente o clima de Casa da Mãe Joana.





— Ah...! Ulquiorra-kun! Seque o seu cabelo! E coloque umas meias pelo menos! — saiu apressada ao quarto do pálido homem, buscando pelas meias e pela toalha que havia esquecido, deixando, em fim, uma perdida Tatsuki, ora mirando Ulquiorra – que se sentava na cama, esperando –, ora mirando a porta pela qual sua distraída amiga tinha acabado de passar.





Suspirou alto, escorregando na parede e sentando-se. Teria de esperar, ela não era prioridade no presente momento.





_-_-_-_-_





— Então... Deixe-me ver se entendi... Ele é... Um conhecido do Urahara Kisuke... É isso? — Orihime assentiu, sorrindo amarelo — O dono da Urahara's Shop*, hein...? Aquela loja é bem suspeita...





— Ah! É... É! Urahara-san é uma boa pessoa, Tatsuki-chan, você sabe! Ulquiorra-kun é uma ótima pessoa ta-também! Hehehe... Vai adorar conhecê-lo!





— É... — “Não tenho certeza de que quero conhecer esse cara...", pensou, mirando Ulquiorra desconfiadamente; este último nem notara. Tatsuki se recostou mais na cadeira da cozinha, que é onde estavam os três. — E por que diabos é você que tem que hospedá-lo?





— B-Bem... Fu-Fui eu que pedi pra ele vir estudar... aqui.





— Por quê? — pressionou, alongando cada sílaba.





— P-Porque... Lá onde ele estudava, o colegial não era tão bom... Sabe? Pode até confirmar com o Kurosaki-kun! Ulquiorra-kun e ele são m-muito amigos, sabe?





— Tá bom, Orihime, eu acredito em você — Tatsuki levantou-se violentamente da cadeira, furiosa. — Eu já fiz tudo que tinha pra fazer aqui, então vou indo, ok? — sorriu, nada convincente.





— Não, Tatsuki-chan! Espera! Tatsu-! — se deteve, quando o baque na porta da frente sendo fechada a cortou. Ela sabia exatamente para onde Tatsuki tinha ido: a casa de Ichigo, confirmar o que ouvira.





Droga.





Droga.






Correu ao telefone, ruborizando um pouco em pensar que ligaria para a pessoa de quem gostava. Tentou abandonar esse pensamento, a situação era séria. Discou o número e ligou para o celular do morango, e ao escutá-lo, tentou ser o mais breve possível: Tatsuki era rápida. — Ku-Kurosaki-kun!





— Ori... Orihime? Está tudo bem aí? O Ulquiorra ainda-...




— Ichigo, se a Tatsuki aparecer aí, fala que o Ulquiorra-kun é um conhecido do Urahara-san! Ele veio aqui porque a escola onde ele estudava era ruim e eu ofereci hospedá-lo na minha casa, tá? Tchau e obrigada! — desligou, o peito um pouco apertado por não ter podido falar um pouco mais com ele.





Suspirou, meio aliviada. Voltaria a fazer os lanches para si e Ulquiorra. Sobraria um a mais, talvez. Por causa de Tatsuki.






Do outro lado da linha, Ichigo fitava o telefone celular. Não sabia o que pensar. Orihime. Ulquiorra. Tatsuki. Urahara.


Ele e os outros definitivamente iriam visitar a ruiva durante as férias. Ulquiorra era perigoso.




Toda aquela situação era perigos-.





Alguém bateu à sua porta. Era Izuzu. — Ichi-nii...? Tatsuki veio aqui e disse que quer falar com você... — descansou o celular na mesa de cabeceira.





Que merda Orihime havia aprontado com Tatsuki?





_-_-_-_-_





— Ulquiorra-kun, não é melhor você voltar pro seu quarto agora? Se você não dormir, a gripe não vai melhorar. — explicou Orihime um cansado Ulquiorra sentado na borda de sua cama. Suas faces estavam mais coradas que no começo do dia, o que significava que a febre voltara. Na penumbra do quarto – pois a ruiva já havia desligado a luz de teto do quarto e acendido o abajur --, a luz que restava refletia nos olhos verdes, mesmo que as pálpebras já quase os tivessem cobrindo.





A brisa fria bateu contra as costas de Orihime, que embora estivesse agasalhada, sentiu-a imediatamente. Virou-se para fechar a janela, e era o que teria feito, se não tivesse avistado uma — Estrela cadente! Ulquiorra-kun, olhe! Uma estrela cadente em pleno inverno! — o ex-arrankar prontamente abriu os olhos inteiramente, quase os arregalando. Mesmo que não soubesse, essas duas palavras o haviam induzido a um... Estranhamento, talvez. Ou talvez o contrário.





— Sabe... — começou a outra, debruçando-se na janela. — Quando eu era criança, meu irmão me dizia que uma estrela cadente era a alma de pessoas que em vida não puderam realizar seus sonhos, e que então sacrificavam seu espírito para realizar o sonho de alguém. Por isso, devemos fazer sempre um desejo às estrelas cadentes. Ulquiorra-kun, faça o seu. — completou, fechando os olhos.





A moça ouviu um sonoro suspiro — Não seja idiota, estúpida humana. Estrelas cadentes são... — ele olhou para um canto qualquer do quarto, parecendo querer que a verdadeira natureza das estrelas cadentes incidisse o mais rápido possível em sua mente — Elas são... São... — a ruiva peituda virou-se, intrigada pelo que via. Ulquiorra estava... confuso? De alguma maneira, achava que era algo além disso — Estrelas cadentes são alm-





— São meteoritos, Ulquiorra-kun — interrompeu-o, e logo em seguida arrependendo-se imensamente de tê-lo. Ele... Ele ia falar o que ela havia dito antes?! Almas...?





— Isso, Mulher, estrelas cadentes são... meteoritos que entram em órbita. — só então o moreno pareceu mais calmo novamente, com os olhos entreabertos e uma expressão febril.





‘Às vezes, febres causam alucinações’.





Ou não.





Orihime aproximou-se, não apenas mais intrigada do que antes, no entanto um pouco preocupada também. Empurrou os cabelos negros da testa alheia, e lá espalmou sua mão. — Sua febre piorou, Ulquiorra-kun, quer um remédio? — ela desceu a mão à face esquerda, para também medir a temperatura ali.





— Não, Mulher, apenas deixe-me dormir. Vocês, humanos... — e bocejou, comprovando o que dissera. Ele surpreendeu a mulher mais ainda quando, sem notar, deixou a cabeça pender para a esquerda, fazendo com que a pequena mão dela a apoiasse. Cerrou os olhos lentamente, e, uns segundos depois, começou a ressonar, a boca entreaberta.





Droga, ele dormiu na minha mão! O que eu faço?”. Hesitante, experimentou descer a mão até o travesseiro, e viu agradecida que ele a acompanhava. Feito isso, subiu suas pernas à cama e puxou as cobertas sobre ele.





Dirigiu-se à janela, para fechá-la. Enquanto o fazia, viu de esguelha em seu muro, numa fração de segundos, um rabo negro de gato aparecer e desaparecer.





Seus vizinhos mais próximos não tinham nenhum gato preto.





Saiu do quarto, iria fazer um chá para si antes de dormir. Amanhã de manhã, faria a matrícula de Ulquiorra em sua escola.





“Aquilo... Aquilo foi... Só a febre mesmo?”






Afinal, qualquer um sabia o que eram na verdade as estrelas cadentes.





_-_-_-_-_

*Fanho: voz de "gribe", de resfriado.

*Rinosoro: no Japão com certeza a marca é outra, mas optei por usar o nome aqui no Brasil mesmo. Tem gente que tem meio que um problema em usar Rinossoro, começa a tossir e tals... Eu tenho um pouco disso.

*Gente, não me lembrava se a Tatsuki conhecia o Urahara, em todo caso, tinha colocado que não. Felizmente, a leitora Gaby-chan me avisou e eu ja ajeitei no cap. Se houver mais alguma informação que deixei de colocar, ou algo em que errei, por favor, me avisem!



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Notas finais do capítulo

Bem, a partir dos próximos capítulos, a comédia vai diminuir um pouco. Eu resolvi focar um pouco mais no desenvolvimento dos sentimentos do Ulquiorra e tirar um pouco a comédia. Tudo gradativamente, claro.
Mas... Esperem ainda por muitos incidentes com roupas de baixo e maus-entendidos! XD
Enfim, obrigada por terem lido até aqui,
desculpas novamente e
Ja ne! ; D
M_Blue_Rose