RESURRECCIÓN - La Experiencia escrita por ConstançaAconstante


Capítulo 10
Capítulo Quatro e Meio - Cafunés Levianos


Notas iniciais do capítulo

- É isso aeee... Cap. novo postado. FINALMENTEEE!
Obrigada a todos que continuam acompanhando a fanfiction, sei que é um saco ficar esperando as minhas atualizações raríssimas... -.-'
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- Prestando mais atenção nas Notas de outros ficwriters, percebi que eles costumas também agradecer às suas recomendações também nas notas finais. Eu agradecia a todos por MP também, mas acho que pondo isso mais "oficialmente" aqui fica muito melhor, não?
Imensos agradecimentos a Nay Takumi sz, Jenix e Hollow por terem recomendado a fic, ela teria muito menos leitores se não fosse por vocês, acreditem! ;D
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- Pode-se dizer agora que esse capítulo encerra a "primeira parte" da história, ou seja, das férias deles. Coloque situações de suma importância não só do futuro relacionamento UlquixHime, mas também dos "mistérios".
Próximo cap. é que começa o romance de verdade!
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- Obrigada também à leitora SnowKaire! Sem você pra me "encher o saco" pedindo continuação, eu não teria terminado a cap. hoje! XD
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Aproveitem!



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Três Semanas antes do começo das aulas.


Ulquiorra colocou uma travessa fumegante na mesa da cozinha, em frente à ruiva sentada a esta mesma. — Nossa! Ulquiorra-kun... Você fez tudo isso sozinho?! Parece deliciosa a lasanha! — e parecia mesmo. O aroma da comida chegava a suas narinas como a melhor fragrância que já havia experimentado. As colorações amarelada da cobertura – queijo – e avermelhada do recheio lhe apeteciam como nada o havia feito.


O outro se juntou a ela, sentando-se à mesa também. — Prove, Mulher. — e foi isso mesmo o que ela fez, serviu-se de um bom pedaço, logo levando uma garfada do conteúdo à boca.


O sabor...


O sabor era...


Simplesmente horrível.


Levantou-se desesperada até a pia, e lá quase que regurgita a coisa que, no final, apenas se parecia com uma lasanha. Encheu um copo de água e engoliu tudo numa golada só — Me desculpa, Ulquiorra-kun! Sério, perdão, mas... mas está... muito ruim isso aí!


Em resposta: nenhuma palavra. Ele, que deveria estar ofendido, simplesmente se levantou com a travessa em mãos e derramou todo o conteúdo no lixo de orgânicos.


— N-Não! A lasanha! Custou caro os ingredientes, sabia? Carne é cara! — mas claro que já era tarde demais, não é como se pudessem puxar toda a comida do lixo.


— E o que iria fazer daquilo, Mulher...? Comer? — a outra se aquietou, olhando para o chão, resignando-se.


Bem... Não... Ela não queria comer aquilo de novo, mas...


— Aqui neste mundo de humanos, Mulher, a habilidade adquire-se com a prática, da qual vocês tanto falam nos filmes e livros.


Ele...


Ele realmente havia dito aquilo?


Parecia estranho... O jeito com o qual falava, a forma com a qual mirava...


Parecia que viviam há anos juntos. Como se algo semelhante àquela situação já houvesse ocorrido antes. Como se aquela conversa fosse casual...


Deus. Ela era casual.


Ulquiorra falava... levianamente.


Falava de uma forma mais... humana?


— Si-... Sim, não é? A prática leva à perfeição!


No dia seguinte, tentaram sopa.


Horrível.


No seguinte, sukiyaki.


Horrível.


Então, veio um Yakisoba mais simplificado.


Horrível.


E foram tentando, todo dia.


Quando um dia... Quando ele decidira fazer omelete de arroz pela primeira vez...


Estava delicioso.


Muito.


Agora ele nem podia mais reclamar de sua comida. Já que cozinhava melhor que ela mesma...


_-_-_-_-_


Orihime Inoue distraía-se com idiotices na TV enquanto que Ulquiorra, a seu lado no sofá, lia um livro que ela mesma lhe recomendara – e ela geralmente lia histórias sobre romance. Haviam se acostumado com essa quase rotina. Ela lhe dava sempre coisas para ler e assistir, visado maior entendimento do mundo humano.


A colegial nem se importava na realidade com o que se passava na tela, apenas... “brisava”. Até que sentiu um arrepio na nuca. Sentia-se observada.


Virou a cabeça lentamente em direção ao moreno a seu lado, somente para flagrá-lo mirando-a fixamente.  Espera... Não exatamente para si, e sim para seu... cabelo?


— Ulquiorra-kun... O que está olhando...?


Ele desviou os olhos então para o livro. Orihime pensou que a tinha ignorado, quando começou a citar — “Então ele gentilmente apossou-se de suas melenas, acariciando-lhe a cabeça. Sentia a seda dos fios, sentia os ombros apoiados em si relaxarem, sentia a tenra respiração... Amava fazer aquilo. O carinho fazia-a sentir-se bem também, confortada e segura. Era um dos melhores toques, amava-o”.


O rubor subiu um pouco às faces, ouvir o Schiffer falando algo assim com tanta naturalidade era meio que vergonhoso... Afinal, era uma cena de amor e carinho entre os protagonistas...


Ele realmente lia aquilo no momento?


— Ué... E o que tem iss-?


— Isso não faz sentido, Mulher. Qual a relação entre o cabelo e a sensação de conforto e seguridade?


— B-Bem... Não é exatamente o cabelo... É a cabeça... Sabe? Tipo o... Um cafuné*, apenas. Sa-Sabe...? — ele fez que não. Droga, como explicaria a ele o quão bom era um cafuné? Lembrava-se de quando nas noites em que tinha pesadelos e chamava seu irmão, por medo, que lhe fazia o tal afago na cabeça até que adormecesse novamente.


De tão absorta no passado, não percebeu quando o ex-arrankar aproximou-se mais de si no sofá. Ele simplesmente, como se nada, puxou-a para perto de si, recostando sua cabeça em se peito. — Ul-Ulquiorra-kun... O que v-você está... fazendo...?


— Fique quieta, Mulher. Quero comprovar se o que você disse é verdade.


— Como assi-? — sentiu uma mecha de seu cabelo ser suspendido entre os pálidos e finos dedos do outro. Eram mais macios do que esperava. Com os habilidosos dedos, acariciava sua cabeça, passando os dedos entre as melenas, bagunçando-as levemente. No entanto, ainda não compreendia as frases no livro.


Por outro lado, como Orihime sentia-se bem...


Ninguém lhe fazia isso desde que seu irmão morrera...


Há tanto... tanto tempo...


— Não durma, Mulher. Ainda é dia. — Interessante... A Mulher realmente parecia comprazer-se daquilo.


Forçou-se a abrir os olhos, mesmo que estivesse se sentindo confortada e segura.

Mas não iria mesmo dormir no colo de Ulquiorra... Iria?


Claro que não!


Que vergonhoso...


“Pense mais em seus atos, Orihime!”


Afastou-se vagarosamente dele e ajeitou-se no sofá novamente, as pálpebras ainda querendo cerrar.


— Ulquiorra-kun... Encoste a cabeça no meu colo, por favor. — Era um ato feito por impulso. Ou melhor, um ato feito sem pensar. Como se... não tivesse pensado nada quando pedira aquilo.


— Posso estar em um Gigai, Mulher, mas não sou humano. Eu não-


— Apenas, faça, por favor. — Ulquiorra não pôde* reconhecer a tom de voz da mulher. Ela falava mais lenta e calmamente, como se ainda estivesse sob os efeitos do tal “cafuné”. Apesar disso, descansou a cabeça sob seu colo.


Sentia seus dedos deslizarem por entre as madeixas negras, ocasionalmente puxando-os imperceptivelmente. Sentia a delicadeza da mão gelada contra o couro cabeludo


Não era... Ruim.


Ele...


— Viu, Ulquiorra-kun? — começou Inoue, quando conferiu que a ligeira tensão em seus ombros se relaxava, e sua respiração ficava cada vez mais baixa. — Não tem nada a ver ser ou não ser humano, todo mundo gosta de um-... Ulquiorra-kun...? — curvou-se um pouco, procurando checar seu rosto. — Ulquiorra-kun! Ele dormiu!


Humpf!


Jogou a cabeça no sofá, olhando o teto.


Indignada.


Por que ele podia dormir no meio do dia e ela não?


_-_-_-_-_


— Ei... Ulquiorra-kun... Você não acha isso estranho?


O Schiffer desviou os olhos de seu livro, fitando-a. Neste momento, lia um que antes era de seu irmão, mesmo que ela não soubesse qual era. Ele parecia desfrutar mais da leitura do que dos filmes que ela o fazia ver. — O que, Mulher?


— Não acha isso estranho? Kurosaki-kun ligou há um par de horas atrás e disse que viria ele e os outros em visita, mas não chegaram ainda... E olha que ele disse que chegariam em meia-hora...


— Estas são preocupações mundanas que apenas humanos inúteis como você têm, Mulher. Se vierem, vieram, se não...


Um leve vermelho de raiva coloria as bochechas de Orihime, enquanto ela enchia-as de ar e fazia biquinho. — Você não tem que ser tão grosso...


Ele apenas voltou o foco às letras impressas, ignorando-a. Por isso, a outra se levantou, querendo não se irritar extremamente com aquilo. Iria preparar as coisas para a chegada de seus amigos, como bolinho, chá...


Contudo, eles não apareceram aquele dia, nem no seguinte, nem no seguinte, nem no seguinte. E por aí vai.


Orihime ficou um pouco chateada. Ela nunca visitava casa de ninguém sem ser convidada. E tinha vergonha de simplesmente chamar os outros para sair, vai ver que os estava atrapalhando. Ou seja, se a iniciativa não partisse de cada um de seus amigos, não se veriam durante as férias.


Mas o principal motivo de estar chateada, era que talvez estivessem se comportando estranho por causa de Ulquiorra.


Talvez Kurosaki-kun, Chado-kun, Ishida-kun e Rukia-chan fossem mais contra a presença de Ulquiorra-kun do que tivesse pensado.


_-_-_-_-_


Yoruichi debruçou-se sobre a janela. A brisa fria da noite batia contra seu corpo totalmente nu, mas não é como se isso a incomodasse. Sustentava os orbes erguidos ao céu negro pouco estrelado, pensando, consciente de que era fitada por Urahara, há alguns metros distante, sob as cobertas.


— Em que está pensando?


— Por que você impediu Ichigo e os outros de irem visitar a casa da Inoue? E ainda nem lhes deu nenhuma satisfação. — ela ouviu o roçar das cobertas umas nas outras, talvez ele estivesse se mexendo. Inusitadamente, não mantinha aquele conhecido sorriso irônico no rosto. Yoruichi adorava quando o rosto do loiro estava assim, era uma feição dele que pouquíssimas vezes fazia-se presente. Pelo menos, naquele tipo de situação.


— Estou tendo um bom ângulo da sua bunda daqui, Yoruichi-san.


A gata virou então, o enfado dominando seu rosto. Aquela cena, embora, era eroticamente bela. A pela morena, os olhos felinos eram banhados pela luz da lua, agraciando a pele completamente nua — Você não perde uma, não? Faz piadinhas, mas sei que não está sorrindo ironicamente. Não fuja da pergunta, Kisuke. Por que impediu Ichigo de ir até Orihime?


— Ulquiorra não está reagindo como eu esperava.


— Hã?! Para mim ele está agindo exatamente como o esperado. Estranha tudo, e ocasionalmente tem um piripaque frente a algo extremamente novo. Não se lembra do negócio das estrelas caden-?


— Esse é o problema. — O loiro inteligente levantou-se, deixando a mostra seu colo nu. Mirava-a significantemente — Não é como se ele estivesse descobrindo coisas novas, e sim as reconhecendo. Ele deveria negar tudo pelo que passa incessantemente. Deveria negar qualquer coisa que o deixe mais humano. Mas não. Creio que seu consciente rejeita-as, como deveria ser. Mas seu subconsciente quase que aceita-as, como se fosse superior a todas essas sensações humanas.


— E importa isso na verdade? Por um caminho ou por outro, o final será o mesmo. Em um determinado momento, toda sua existência denegará a humanidade crescente em si, e então, ele enlouquecer-.


— Esse é o problema! Se tudo tivesse ocorrido como eu planejei, saberia quando, mas agora... Ulquiorra Schiffer é uma experiência. Porém, se a experiência não se encontra sob o controle de seu cientista, o que poderia ocorrer?

A mulher revirou os olhos, ela sabia quase tão bem de todos esses fatores quanto Urahara, contudo deixá-lo-ia falar. Era o único jeito de fazê-lo sentir-se melhor.

— Yoruichi, escute. Há apenas três pessoas capazes de despertarem uma reação de Ulquiorra diferente da usual. A primeira: Aizen, a reação da obediência. A segunda: Kurosaki Ichigo, a reação da... inimizade por si só, mais provavelmente. E terceira: Inoue Orihime, a reação do... a reação do que pode ser... Bem, você sabe o que quero dizer.


—Sim, eu sei. E muito bem.


O silêncio então pairou no ar, dando um gostinho de conversa não findada. Mas também, ela realmente não havia o sido. — A confusão dele sobre a estrela cadente também... — A este ponto Urahara voltara a se deitar horizontalmente, e olhava o teto pensativamente.


— Já conversamos sobre isso, Kisuke...


— Memórias que não pertencem a Ulquiorra Schiffer...


— ... Mas que na verdade, pertencem a ele sim.


— Isso.


E o silêncio entrou de penetra de novo, como se não quisesse que a conversa terminasse de uma vez só. Fazia sentido, conversas densas tinha a necessidade de uma maior ingestão de informação.


Os passos felinos da morena fizeram-se ouvir, ela resolvera juntar-se a seu amante sob as cobertas. Recostou-se então, em seu ombro. — Por falar nisso, como mesmo você conseguiu o olho de Ulquiorra?


Urahara Kisuke suspirou, sentindo algo que há muito tempo não sentia: inquietude. Sabia que a mulher na verdade conhecia a natureza daquele olho e perguntara apenas para provoca-lo com uma ignorância desnecessária. Riu um pouco por dentro e virou-se para aconchegar-se mais a ela. No final, apenas por capricho, quis responder — Tenho-o desde que sou uma criança.


_-_-_-_-_



*Cafuné: bem, não sei se na região de vocês (que às vezes pode ser diferente da minha, que é SP) o nome do “cafuné” é realmente “cafuné”, que é tipo um afago/carinho a cabeça, sabe...? Tipo aquele que as mães fazem nos filhos e os namorados fazem nas namoradas...?

Olha, não sei vocês, mas eu AMO cafuné. Não podem colocar a mão na minha cabeça (e mexer no meu cabelo) que eu já capoto. E até onde eu sei, nunca conheci nenhuma pessoa que não gostasse.

.

*pôde: É... Não está de acordo com a nova norma padrão... MAS EU SIMPLESMENTE NÃO CONSIGO ESCREVER “pode”. u.u





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Notas finais do capítulo

O capítulo está semi-revisado. Se acharem erros gritantes, por favor, me chinguem com tudo que têm! XD
Obrigada por terem lido
e se acharem que mereça, comentem!
Ja Ne!
XD