RESURRECCIÓN - La Experiencia escrita por ConstançaAconstante


Capítulo 5
Capítulo Dois - Na Lanchonete... verdades


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Ulquiorra-san, poderia, por favor, segurar a ponta desta fita métrica com o pé? visto que ele não fez o que ela pedira, explicou É para confirmar o quanto você mede, pois, já que você usará as roupas de meu irmão... ele colocou o pé na pontinha da fita métrica, ela subiu até sua cabeça, tomou seu veredicto Huumm... um metro e oitenta e três.. e meio! Olhou para Ulquiorra, como se achasse que essa informação fosse fazer alguma diferença para o ex-arrankar. O ruim é quem eu irmão é mais baixo... Ah, já sei que roupas você pode usar! Espere aqui. subiu as escadas novamente, desta vez quase correndo. Por sorte, não caiu da escada.



O homem pôde ouvir lá de cima portas sendo abertas, gavetas sendo puxadas, coisas sendo jogadas em cima da cama mesmo o quarto do irmão mais velho dela ficando o mais longe possível da escada. Isso era satisfatório, seus sentidos ainda estavam aguçados, tal como um arrankar. Sua detecção de reiatsu ainda um pouco ruim, mas conseguia sentir a da Mulher, Yasutora Sado, Uryuu Ishida, do maldito Kurosaki... Havia também reiatsus que reconhecia, mas não sabia de quem era. Deveria procurar do que se tratava? "Não... o que acontece neste estúpido mundo não me diz respeito."



Orihime chegou sã e salva com um monte de roupas em mãos, para a total indiferença do moreno a sua frente Aqui, Ulquiorra-san, vista estas roupas. o fez e, enquanto a ruiva esperava corada – pois nunca antes vira um homem se trocar bem na sua frente – resolveu contar uma história Sabe, Ulquiorra-san, quando meus peitos começaram a crescer se Orihime fosse outra mulher, menos distraída talvez, não falaria dos próprios peitos para uma homem que acabava de se mudar para sua casa; e se Ulquiorra fosse outro homem, com algum sentimento pelo menos e uma mínima noção do que podia e não podia naquele mundo, talvez se envergonhasse do que a menina falava. Mas não, achava tudo perfeitamente... aceitável, por assim dizer  meu irmão disse que teria que ficar mais forte para proteger-me dos outros garotos, e comprou roupas maiores, dizendo que usaria-as quando as idas à academia surtissem efeito. Na verdade... ele nunca nem chegou perto de um peso de levantar... riu um pouco do passado. Havia uma pitada de saudade no que falava, não que o outro notasse isso, como todos nós sabemos, Ulquiorra nem chegava perto de humano, pelo menos, não em mente.


_-_-_-_-_


Neste momento estavam em frente a um estabelecimento que Orihime denominava lanchonete, e lá comia-se vários tipos de comidas gostosas: sanduíches, batata frita, milk-shakes...



Milk...- shakes?



Isso! Milk é leite em inglês, e shakes é-


Eu sei o que significa, Mulher. Descobri que tenho alguma noção básica de inglês, a língua universal, mas leite é o alimento dos recém-nascidos.


Orihime agora teve um pensamento típico seu, algo tão idiota que só ela poderia cogitar essa ideia: "É perfeito para o Ulquiorra, não? Ele acabou de nascer! Quer dizer, REnascer! Melhor não comentar isso..."


Quando se deu conta, já tinha puxado o rapaz para uma mesa e feito-o sentar-se à esta.


Então, silêncio – não estranho, mas oco , havia tanto a dizer – de ambas as partes – mas ninguém sabia como começar, ou apenas tinham-se esquecido.


A ruiva viu-se fitando a pessoa a sua frente, e descobriu que não era a única. Melancólicos orbes permaneciam fixados em si. Inoue não gostou, na verdade, odiou. Sentia-se despida, totalmente transparente. Ulquiorra não entendia o coração, até duvidava de que este existisse, porém ela sentia como se o tivesse em sua mão. Como se fosse apertá-lo, esmagá-lo, esfaqueá-lo


Mas ele não podia, não conseguia. Ela tinha certeza.


O Ex-Quarto Espada tinha suas crenças. O coração era humanamente inútil e fraco; para ele, pensou. Mas isso não duraria por muito tempo, pois ele conheceria os sentimentos – e não mediria esforços para que assim ocorresse –. Ele reconheceria a alegria, a surpresa a vontade, a euforia, a curiosidade, e até os maus sentimentos, como a tristeza, a inveja e a frustração. "Quem sabe um dia ele se apaixona!". E a primeira pessoa a quem ele contaria seria ela, como... como uma... mãe? Isso, talvez uma mãe. Ela lhe ensinaria a vida e seus valores, o protegeria. Finalmente... ela poderia proteger alguém... e quem diria? Seria útil justamente para Ulquiorra.


Voltou momentaneamente a águas mais rasas de sua consciência a fim de analisar a aparência daquele a sua frente. Suas lágrimas continuavam lá – esmeraldinas e tristes lágrimas , sua tez pálida, os melancólicos orbes verdes que sempre julgou lindos, e os cabelos tão negros quanto o céu do Hueco Mundo. "É... ele não mudou na- quêêê?!"


Mais rápida que o Flecha dos Incríveis, levou o braço até o outro lado da mesa a agarrou com uma força incalculada um tufo de cabelo do lado esquerdo da cabeça do moreno Cadê... cadê a sua máscara?! – estava incrédula, mais por não ter percebido do que pelo desaparecimento da máscara em si.


Só agora notou, Mulher? perguntou, uma pergunta totalmente retórica. Desceu a mão até a bochecha branca, e lá deu um belo de um beliscão, deixando a região machucada avermelhada E-e o seu hierro?!


– Não existe mais, Mulher.


Uma recente batida cardíaca lhe veio à tona. E Orihime desceu a mão mais ainda, em direção a gola da blusa petra. Foi afastando-a a medida que deslocava o lugar o qual sua mão se espalmava, até que esta mesma cobria parcialmente a cicatriz há pouco adquirida.


Mulher, vai estragar a roupa mas não adiantava, a dona dos acinzentados olhos nada ouvia. Quer dizer, ela ouvia alguma coisa; mas esta tal coisa era apenas as batidas do coração de Ulquiorra. A garota mal conseguia sustentar o próprio braço, era como se choques elétricos fossem mandados por toda a extensão deste, mas era só psicológico, tinha que ser, estava apenas com o corpo todo arrepiado. Aquele era o coração em um arrankar neste arrankar era inimaginável. Ela realmente havia colocado um coração naquele corpo?


"Não", pensou, "Este coração não está completo. Ainda".


Nem assim aquilo deixava de entorpecê-la ; deixava-a num estado de semi-inconsciência que a envolvia preguiçosamente em um espaço particular: sua mente.


Indiscutivelmente estava alienada às pessoas conversando, aos talheres e copos tilintando, ao cheiro de fritura. Só ela e aquelas batidas existiam, ou melhor, só ela existia naquelas batidas. Ela criara o coração de Ulquiorra, ela dera-lhe o tal sopro da vida. Como queria... como queria que ele fosse verdadeiro, completo. Ela definitivamente... definitivamente iria ensinar-lhe os senti-


Não me toque, Mulher.


Ah, ah! O quê?  acordou de seu sonho, confusa e sem noção de quanto tempo se passara.


Você é pervertida, Mulher.


P-p-pervertida, eu?! N-n-não sou eu que gosto de ficar tirando a cueca por aí!


São roupas desnecessárias. Não fazem sentido. respondeu, com total lógica.


Ulquio-


O que querem comer? a ruiva assustou-se com a inesperada interrompção, e quase como um reflexo olhou para a garçonete de pé frente à mesa. Esta, a garçonete, usava uma roupa justa demais para ser considerada decente, os cabelos loiros demais para serem considerados naturais, e com a boca mascando chiclete aberta demais para ser considerada uma pessoa com um mínimo de educação. Aquele era o esteriótipo de garçonete vagabunda.


— Ah! Hummm, vou querer um X-burguer duplo com... vaca preta, por favor! a garçonete girou os olhos, desinteressada, nem anotando o pedido da gentil Orihime. Ela apenas virou-se para Ulquiorra, colocou-lhe a mão no ombro, fazendo nele um carinho.


E você, garotão? O que quer hoje? Um... especial do dia? perguntou a mulher, descaradamente. Só então o moreno foi olhar para ela, e ainda foi de esguelha, não daria-se ao trabalho de olha-la com atenção.


Eu ordeno que você tire suas mão imundas com sêmen de outros de mim, e que desapareça de minha frente. Ulquiorra não era humano, Ulquiorra não possuia sentimentos, mas Ulquiorra não era virgem, e sabia o que aquela oferecida procurava. Que depois desta parecia estar prestes a retrucar quando:


Ele quer um X-burguer triplo, com milk-sake de morango e uma super-hiper-ultra-mega banana split! interrompeu Inoue, aflita para evitar uma comoção naquele estabelecimento. A garçonete, olhando com o canto do olho, suspirou conformadamente e assentiu, anotando o pedido. Logo, foi embora, indo atender (lê-se: dar em cima de) outras pessoas.


A menina debruçou-se na mesa, de cenhos franzidos Ulquiorra-san, o que foi aquilo? Trate melhor as pessoas! Ela só foi gentil! essa mulher não percebia nada mesmo.


Aquela pessoa era nojenta, Mulher. Este mundo inteiro é nojento. Não vou perder meu tempo. que já está sendo desperdiçado, aceitando as investidas de uma pessoa que se comporta como quem vende o próprio corpo.


Ué, como assim? não houve resposta, afinal, por que explicava isso para aquela forma de vida? Orihime ficou olhando o moreno a sua frente, esperando uma resposta, enquanto ele apenas mantinha sua visão para o que se mexia através da janela – já que sentaram-se em uma mesa perto desta.


Até que uma ruiva distraída puxou conversa Ei, Ulquiorra-san, o que os arrankars comem?


Eles... nós não comemos, Mulher, sobrevivemos da energia do Hueco Mundo. Nosso corpo a absorve.


Então eu gastei dinheiro à toa?


Isso não me interessa, Mulher.


O que te interessa, Ulquiorra-san?


Fitou-a, com olhos nebulosos. O que o interessava? Nada, simplesmente nada. O mundo não lhe era interessante, assim como qualquer outro mundo. Nada que existisse merecia sua atenção.


Não... havia uma coisa que merecia... uma pergunta para ser mais exato: por quê? Por que ele estava tomando milk-shakes e comendo hambúrgueres com Inoue Orihime? O que a levou a aceitar isso? Qual o motivo dele ter sido revivido?


_-_-_-_-_


Muito obrigado, senhores. Voltem sempre. de alguma forma o gerente do Fast-food descobrira sobre a pequena inconveniência causada pela garçonete, por isso, começou a tratar Ulquiorra e Orihime com muita cortesia, até demais. Agora, por quê ele não demitia a tal garçonete, não é difícil de imaginar.



Falando na dita cuja, ela também os acompanhou até a porta de saída e, abusada, mesmo depois de levar aquela dura do Schiffer, teve a coragem de entregar-lhe um papelzinho com um número de telefone escrito, para logo após "presenteá-lo" com uma piscadela.



Ser humano imundo, se você quer tanto assim fornicar, venda-se. Um dia, esse seu grotesco corpo terá o que merece. — Três pares de olhos mantinham-se sobre si, estáticos, sem acreditarem no que viam.


A garçonete começou a chorar, escondendo o rosto nas mãos, e o gerente tentou – em vão – acalmá-la, preocupado com o transtorno que causaria à seus clientes.


E a outra mulher olhando. "Ah, Deus, se eu tentar me desculpar a moça vai chorar mais ainda." . Com uma pontada de culpa, pegou a mão do ex-arrankar e gesticulou para que fossem embora.


Não havia mais nada para fazer ali, julgou o dono dos orbes esmeraldinos. Deixou-se ser levado.

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Com este episódio, Orihime aprendeu outra coisa sobre Ulquiorra: ele era secamente direto. Com Ulquiorra não havia "entrelinhas".


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Ulquiorra era tão direto que chegava a ser complicado.





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E complicação não era uma palavra que combinava com ele.






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Apesar de poucas, algumas pessoas ainda caminhavam pelas ruas geladas e cobertas de neve de Karakura. E uma destas poucas pessoas eram Schiffer e Inoue.



Andavam calmamente, lado a lado, sempre olhando pra frente. Desde o acontecimento da lanchonete que não trocavam uma palavra e estavam bem assim. Aquele silêncio não se transformou em um incômodo, que não passou despercebido por Orihime, a pesar de suas constantes distrações.



Sempre na companhia de alguém, não importava quem fosse, rachava a cabeça para manter uma conversa alegre e animada. Até com Tatsuki, até com seu irmão, até com Ichigo. No entanto, com Ulquiorra ela não precisava, ele era do tipo que rechaçaria uma conversa. Era como se com ela não precisasse ser sempre ela, engraçada e alienada ruivinha, ela poderia ser outra pessoa – não, ela poderia ser outro "eu"


Tristeza, desespero, decepção, raiva. Nunca hesitaria em mostrar esse seu lado ao ex-quarto espada.


Ulquiorra não tinha sentimentos, mas os sentimentos de Orihime valiam por dois.



Pelo menos, por enquanto, já que logo ele teria seus próprios.


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Estranhamente, a garota sentia que sua liberdade com relação a seus sentimentos na frente do moreno não mudaria.



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Por quê?!




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–– O-que-é-isso...?! indagou uma Orihime muito assustada quando, abrindo a porta da frente, se deparou com uma quantidade enorme de garrafas de sakê espalhadas pela sala inteira.







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Notas finais do capítulo

[ATUALIZAÇÃO: REVISADA]
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Bem, acho que já deu pra ver que houve uma mudança de sentimentos da Orihime por Ulquiorra, apesar de aida estar numa fase bem primária e bastante confusa.

O Ulquiorra já começa a despertar uma personalidade própria com características mais humanas. Não estou dizendo que antes ele não tinha uma personalidade, mas esta consistia muito pouco em traços humanos, como franqueza e teimosia. Na verdade, tudo que fiz foi adicionar mais algumas palavras a Ulquiorra-Schiffer-estóico-foda-lindo-perfeito. Ulquiorra sempre será Ulquiorra! XD

Ja ne =D