Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 33
Algo pequeno não deveria ser sentido desse jeito


Notas iniciais do capítulo

Hey everybody!
Demorou, mas saiu (:
Queria dizer que ando muito sem tempo, e que por isso não estou respondendo aos reviews, então já lhes digo que leio todos, ok? Nenhum passa por despercebido ali. Eu também queria agradecer por acompanharem, e em especial a Little Jordison e a Carol Bertozzi que se afastaram, mas que conseguiram retomar a fic, e melhor ainda! Comentando todos os caps *-* Li todos, ok?
É isso aí.
Façam uma boa leitura de uma outra fase de Showme' (:
beijos :*



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TRINTA E TRÊS

- Porque ele não para de falar no celular? – Lizzy perguntou baixinho para as meninas ao seu redor, vendo algumas se remexerem impacientes na cadeira. A surfista franziu seu cenho, não entendendo muito a reação de ambas, e preferiu manter seus olhos sobre Johnny mais além. Ele falava em seu celular, enquanto andava de um lado para o outro. Surpreendeu-se depois, em questão de segundos, com o olhar de o rapaz dirigir-se a ela também. Antes de Lizzy desviar sua atenção, pode ver aquele sorriso em seu rosto desmanchar ainda mais rápido que todos aqueles olhares intensos, que apenas se aprofundaram quando ambos se atingiram. O frio na barriga foi inevitável e totalmente perceptível.

- Deve ser algum cara da equipe... Estão todos ansiosos pra turnê. – Michelle contou, vendo a irmã fuzilá-la com os olhos no mesmo momento. - O quê? – perguntou confusa. Lizzy paralisou-se, assim como a irmã gêmea morena mais a frente – ela ainda não sabia.

- Era para o Johnny te contar, desculpa Lizzy. – Valary se apressou a explicar, sentindo-se culpada pelos arrepios involuntários que surgiram por toda a extensão da espinha de Lizzy, que se estremeceu ali.

  - Tudo bem. – respondeu simplesmente, esforçando-se num sorriso.

Mas fora inevitável aqueles choques que a pegaram de surpresa, naquele mesmo instante em que vira todas desviarem suas atenções para os garotos que dançavam mais além, divertindo-se e sem preocupações. Ela quis sorrir também, mas não conseguia. Ao contrário de todos eles, ela estava preocupada.  A idéia de que logo menos estariam longe apertava seu peito, não imaginava como era a estrada lá fora e a habilidade para lidar com essa situação parecia dificultosa demais para aprender de um dia para o outro, simplesmente.

Lizzy mordeu os lábios, praguejando para si mesma. Johnny deveria ter lhe dito assim que soubera das datas, talvez desse modo ela pudesse se preparar melhor. A insegurança sempre lhe atingia com vigor quando via que de nada muito a oferecer ela tinha. Era fato que Lizzy tinha medo do que poderia vir a seguir, era só uma garota de recém vinte e quatro anos de idade... O que poderia fazer quando, na verdade, o namorado estaria do outro lado do mundo, podendo ter todas as mulheres que quisesse, com apenas um estralar de dedos? Não era infantilidade, era apenas um receio clichê que era involuntário sentir. Ela não queria, mas, de fato, era inevitável.

- Lizzy? – ela descontraiu-se de seus devaneios ao escutar a voz do próprio, sentado ao seu lado agora. – O que aconteceu? Chamei você duas vezes, parece um robô.

- Desculpa, acho que estava pensando demais.

- É também acho. – respondeu simplesmente, arqueando suas sobrancelhas. – Alguma coisa que eu possa saber?

- Não. – deu de ombros, esforçando-se, mais uma vez, em um sorriso, que definitivamente não enganou Johnny. – Quer dizer, nada demais.

- Conta outra. Você não sabe mentir, sabia?

- Não estou mentin...

- Izzy, vem, nós temos um presente pra você! – Noan a puxou então, cortando-a com Johnny. O rapaz apesar de se incomodar não se importou, no entanto, e continuou sentado em seu lugar, apenas observando a movimentação mais intensa a metros distantes. Um olhar significativo de Brian ele recebeu enquanto se esforçava para decifrar o que ele dizia entre os lábios: “Vem logo pra cá, seu viado!” Talvez realmente fosse isso; Não estava participando das entregas dos presentes da própria namorada e fora motivo para que estranhassem, com certeza. Entretanto, nem este pensamento que, para os outros era um incomodo, foi o suficiente para Johnny se mover de seu lugar.

 Havia alguma coisa errada com Lizzy, e ele só teve certeza quando a viu limitar-se em seus sorrisos, estes que saiam forçados praticamente. Ela não costumava ser assim. Ele a conhecia.

 “Se ela está pensando que pode me enganar, ai sim ela errou feio.”

- Mikey está de volta! – Nick praticamente gritou, estendendo a ela a prancha azul bebê. Lizzy deixou de lado, por um segundo, todas as frustrações e pontadas que lhe atormentavam a cabeça, e por fim deixou-se levar por uma pouco de emoção.

 Aquele fora um dos presentes mais importantes que ela ganhara de Anthony - antes de sua morte - e, de fato, ter ele de volta era uma sensação de bem estar que rastreava quase todas as partes de seu consciente. Era como se uma parte dele estivesse com ela ainda.

- Meu deus! – foi o que conseguiu dizer apenas, enquanto tratava-se de pegar a placa de fibra dos braços de seu amigo, esse que conseguia sorrir ainda mais intensamente. Joseph, encostado num canto, apenas a olhava com os braços cruzados, e não demorou muito para que Lizzy se virasse, deixando a prancha pender ao seu lado.

- Isso tem cheiro de Jose. – grunhiu, ainda o encarando com os olhos brilhando. Seus lábios se estenderam de orelha a orelha ao ver o dele então, do mesmo modo. Não demorou muito para que os dois se grudassem em um abraço intenso.

Johnny, afastado, comia as próprias unhas, sentindo-se profundamente irritado. Só queria que aquela festa acabasse logo, e enfim ele pudesse estar dentro de quatro paredes com a namorada. Lizzy precisava saber que eles partiriam de Huntington Beach depois do casamento de Valary e Shadows. E aconteceria dali três semanas.

... 

- Vamos embora?

- Mas porque Johnny? Estão todos aqui ain...

- Eu quero ir embora. – cortou-a rispidamente, encolhendo-se de arrependimento no mesmo segundo.  Lizzy arqueou suas sobrancelhas, surpresa com o tom de voz do namorado.

- Tem alguma coisa que queira me contar, Jonathan? – perguntou então, sem pudor algum. Ela não precisava dele naquele momento, definitivamente. Johnny desde que houvera sido interrompido por Noan, não tinha mais se levantado daquela cadeira, não havia trocado uma palavra a mais com Lizzy, e muito menos respondido com má educação aos apelidos que os amigos insistiam em criar para ele. Não era só este o fato que a fizera ter certeza de que Christ não estava bem, e sim o dele ter praticamente gritado com ela, no meio daquele restaurante. Os olhares curiosos haviam se dirigido a eles rapidamente.

Dando-se vez, ele arqueou suas sobrancelhas, também se sentindo surpreso com a insinuação de Lizzy. E então não teve mais alternativa, estava, definitivamente, dentro de uma rua sem saída. Ela sabia da turnê, e não fora ele quem contara. Aquilo o efervesceu. 

- Quem te contou?

- Contou o que Johnny? – ela fingiu incompreensão.

- É claro que você já está sabendo da turnê, ou você acha que eu sou trouxa o suficiente para não perceber essa inquietação dentro da sua cabeça? – disse de uma vez, fazendo-a piscar duro ainda por uns instantes.

- Porque está falando desse jeito comigo? A culpa não é minha se você decidiu que iria contar pra mim sobre a viagem quando já tivesse com as malas prontas.

- O quê? Eu não ia fazer isso, eu só não queria contar assim, simplesmente... Você tem noção do que é passar três meses dentro de um ônibus, Lizzy? Porque eu acho que não.

- É eu realmente não sei... E quer saber, eu não sei também o que você irá fazer por aí, nesses malditos três meses!

Eles permaneceram ao tom alto de voz, arrancando a atenção de todos ali, que se silenciaram involuntariamente - voltados para o casal sentado naquela mesa vazia. Johnny apontava para si mesmo, com as mãos ao peito, encarando Lizzy como se pudesse sugar sua alma com os olhos. Ela não fugia muito daquilo, se não fosse pelo fato de que naquela altura, seus olhos de verdes cristais já estavam vermelhos, irritados pelas lágrimas que queriam se libertar a qualquer momento.

- Você não confia em mim? – ele perguntou alterado, sem deixar seu tom incrédulo. – Anda Lizzy, me diga! Você não confia em mim?!

- O que você quer que eu responda?! Que eu confio plenamente em meu namorado rockstar que comia todas antes de me conhecer?!

Ao dizer isso foi possível escutar alguns grunhidos alheios, e aquilo, definitivamente, não foi o suficiente para que eles parassem de discutir. Em um impulso Johnny se levantou da cadeira, empurrando-a para longe, assustando-os.

- Eu esperava tudo de você, menos isso. – E dito isso ele saiu pela porta da frente do restaurante feito furacão, sem ao menos olhar as faces incrédulas que ficaram para trás de si.

Lizzy limitou-se a liberar aquele nó em sua garganta, e se pôs em pé também, respirando fundo. Ignorou as perguntas de que se estava bem, e apertou seus passos até a porta, grunhindo um “Obrigado pela festa” para seus amigos. A cabeça se mantivera baixa.

O píer não estava longe quando Johnny chegou até a Beach Boulevard, e em seu modo automático ele caminhou até lá, sentindo a brisa leve de a noite bater em seu rosto.  Não se sentia errado por não ter contado a ela, no entanto, e antes que se afundasse em melancolia enquanto aquilo, tratou de girar com os calcanhares, mudando seu percurso bruscamente.

- Olha por onde anda... – grunhiu para quem quer que tenha esbarrado a ele.

- Educação é bom. – a moça respondeu, prendendo a atenção do rapaz a si.

- Lacey?

Surpreso ele a encarou de cima a baixo, surpreendendo-se com o que via. Ela havia mudado tão... Intensamente. Seus cabelos de castanhos estavam iluminados por alguns fios loiros, deixando seus olhos mel destacados. A maquiagem perfeita só contribuía com as roupas de grife que a mulher vestia.

- Você está...ér..

- Bonita?

- Eu ia dizer diferente, mas já que a mudança foi positiva, pode ser. – disse então, sem maneirar em seus olhares, o que só contribuiu para os sorrisos satisfeitos da moça.

- E como está com a namoradinha surfistinha? – não perdeu a oportunidade de lhe perguntar. – Até que ela é bonitinha.

Johnny torceu os lábios, incomodado. Coçou a nuca em sinal de nervosismo, reorganizando sua mente.

- A gente meio que brigou...

- Sério?! – ela perguntou empolgada, sem deixar tempo para que ele terminasse. Johnny se assustou, mas sabia que, além de tudo, reação de Lacey não seria outra. Analisando os fatos, eles haviam ficado bastante tempo juntos, apesar de nunca ter ocorrido nada de tão sério.  – O que você acha da gente dar uma volta, assim você conversa melhor comigo... Quem sabe se sente melhor.

- Eu estou be...

- Que nada! Vem, vamos comer alguma coisa! – mais uma vez o cortou, desta puxando-o pelos braços até o quiosque mais próximo.

Christ sentiu vontade de rebater, soltar seus braços e dizer que não precisava conversar com ela, mas algo, que era denominado mais forte, dentro de si o impedia de realizar tão ação defensiva. Ele realmente precisava conversar com alguém, e se fora ela quem aparecera talvez pudesse confiar, porque, aliás, Lacey não fora a pior mulher que já passara em sua vida.

A quem ele estava enganando?! Era a psicopata obsessiva quem estava segurando seus braços! Se há meses atrás topasse com ela na rua, sairia correndo simplesmente. Isso era a prova viva de que a confusão em seu interior estava dominando boa parte de sua consciência. Sempre acontecia quando ele e Lizzy se desentendiam.

- Olha Lacey, eu acho que preciso ficar sozinho para poder pens...

E foi o suficiente para que ela o atacasse. Seus lábios colidiram aos dele rapidamente, violentamente, sentindo-os latejar no mesmo instante. Johnny relutou contra os braços fortes da moça que o segurava contra ela, com tanta ambição. O gosto que lhe invadia sem permissão não era de seu agrado, e naquele momento ele não queria lembrar-se de mais nada ao não ser o rosto de Lizzy, brava consigo mais cedo. Apesar disto, ele não conseguia deixar de achá-la a mesma garota frágil que tinha os sorrisos mais meigos que já vira.

- Não Lacey! Para, eu não posso fazer isso... Eu gosto dela.

- É mesmo? Porque ultimamente eu não ando muito certa disso. – ele escutou aquela voz doce se materializar logo atrás de si, firme como nunca. A petrificação de seu corpo fora imediata, assim como os batimentos cardíacos não precisaram de muito tempo para acelerar. Ela estava logo ali, com os braços inertes de cada lado e com os olhos tão mortos quanto suas expressões. Johnny girou com os calcanhares, se aproximando num gesto impulsivo, mas a garota dera seus passos para trás no mesmo instante, distanciando-se rapidamente.

- Lizzy, não é nada disso que você está pensando.

- Ah Johnny, não venha com esses discursos ensaiados, ok? É sempre “ Não é nada disso que você está pensando” Não é como no filme  em que as mulheres vão acreditar, ou sair chorando, ok? Eu sabia que estava sendo bom demais pra ser verdade. – e dito aquilo ela saiu andando então, sem expressar qualquer emoção em seu rosto pálido.

Johnny não correu atrás, no entanto, como algumas horas antes, se manteve intacto, apenas em choque. A sua mente gritava para que suas pernas se movessem, mas era como se seu cérebro tivesse falecido por alguns segundos.

- Johnny... – escutou Lacey lhe chamar então. Ele a encarou, com os olhos transbordando ódio. Ela nunca houvera trazido coisas boas para ele, e agora tinha certeza.

- Não quero te ouvir, não quero saber, não quero te ver nunca mais Lacey!

E então fora a única vez naquele dia em que Johnny se movera. Ele correu, talvez para qualquer lugar que seu pé quisesse o levar. 



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