Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 34
Eu procurei a vida inteira sem saber bem pelo que


Notas iniciais do capítulo

Hey everybody!
Me desculpem pela demora! Ta meio foda por aqui, mas prometo que nunca abandonarei a fic, por mais que demore, ok?!
Fiz um tumblr para vocês, perguntem o que quiserem lá e sempre que der falarei mais sobre a fic, com minha visão pessoal, oque acham? Cliquem no meu nome e se divirtam (embora ainda esteja meio cru por lá. )
Espero que curtam, e boa leitura! ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/204739/chapter/34

TRINTA E QUATRO


– Posso me sentar com você? – Lizzy escutou aquela voz familiar logo ao seu lado, materializando-se como mágica ali mesmo.

A garota havia perdido a noção do tempo, sentada a beira da praia. Tentava se esquecer do beijo proibido, dos sentimentos temerosos, das palavras secas, mas aquelas ondas não pareciam mais fazer efeito em si. Aquela paz que ela sempre sentia quando estava por perto, era inexistente naquele momento.

– Oi Jimmy. – disse vagamente, sentindo os braços de o capaz laçá-la em um abraço amigável.

– Johnny sumiu.

– Eu também.

– Ai que drama, credo. O que aconteceu? – perguntou fazendo uma careta, enquanto empurrava-a de leve para longe. – Nós ficamos preocupados com vocês saindo daquele jeito do restaurante.

Lizzy engoliu em seco, sentindo pontadas na cabeça. Não sabia o que responder a Jimmy, se quer queria lembrar-se do ocorrido mais cedo. O vento era gelado e batia com vagarosidade sobre sua pele, e ela ainda estava na beira da praia, encarando o breu que se transformara o fundo do mar. A madrugada já havia se dado vez há algum tempo, e nem por isso ela quis se mover para dentro de seu sobrado amarelo outra vez. Só precisava ficar ali mesmo, sentindo a dor corroer seu interior como há tempos não fazia.

Era exagero de sua parte? Lizzy não sabia de mais nada naquela altura do campeonato. Eram muitos sentimentos envolvidos enquanto toda a situação. Ela estava sentindo saudade de Anthony; Estava sentindo falta de seu irmão; Lizzy estava sentindo falta antecipada de todos aqueles garotos, e ela teve certeza disso nesse mesmo momento, em que Jimmy estava acariciando seu braço gentilmente num gesto atencioso de sua parte. Ela estava sentindo falta de Johnny mesmo não tendo motivo. Ela o perdeu, em sua cabeça era isso que se repetia. Johnny iria para a turnê mundial dali três semanas e, de fato, nunca mais se veriam depois desses três meses em que ele estaria por aí.

Drama? Tragédia? Romance. Sempre acaba assim, a esmo, às vezes. Lizzy não conseguia perder tantas pessoas em sua vida. O verão tinha mesmo que acabar? Como havia começado, feito filme de colegial, estava acabando.

– Me promete uma coisa? – descontraiu-se, assustando Jimmy com sua súbita pergunta.

– Senta que lá vem história, mas mande.

– Pelo menos você, não irá perder contato.

– O que está dizendo Lizzy? Olhe, eu realmente não sei o que aconteceu entre você e o Johnny, mas seja o que for isso vai se resolver! Qual é!

– Jimmy, eu encontrei ele com a Lacey.

– Johnny nunca te trairia, Lizzy.

– Mas o fez, e eu sinceramente não consigo pensar do mesmo modo que você, Rev. – disse então, levantando-se enfim daquela areia que já estava começando a fazê-la tremer de frio. Lizzy colocou os cabelos que tampavam sua face atrás da orelha e abraçou o corpo, tentando se aquecer. Jimmy não se mexeu, no entanto, e ficou ali mesmo, encarando-a em silêncio. Queria dizer muito, mas ainda seria pouco.

Os olhos verdes cristais de Lizzy, subitamente, começaram a arder. A garota queria se enganar, dizer que era apenas alguns grãos de areia que haviam entrado por acidente, porém não era tão fácil assim mentir para si mesma. Se fosse, estaria atrás de Johnny, insistindo em que o verão não havia acabado para eles. Mas naquele momento ela só conseguia dar atenção para o que achava que era certo; o que sua consciência impunha para si. E o caminho que deveria tomar, estava visível diante de seus olhos agora.

A garota, antes de tomar seu rumo pela extensão de volta para sua casa, ajoelhou-se em frente ao amigo dos olhos azuis voltados a si, e beijou sua testa por alguns segundos.

– Boa noite Jimmy. – falou sincera, sem encará-lo.

Os seus passos depois disso foram apressados, por um momento ela pensou que iria tropeçar aos próprios e sairia rolando por aquela areia, que agora parecia úmida pelo orvalho da noite. Sua casa nem se destacava sobre seus olhos, e a agonia tomava aos poucos. Lizzy queria se enfiar debaixo dos seus cobertores depois de uma boa dose de analgésicos. Só iria acordar na manhã seguinte com os raios solares batendo contra seu rosto, como sempre. E então, ela enterraria a prancha branca de adesivos cor-de-rosa em cima do seu guarda-roupa, e voltaria usar aquela que ganhara de seu amigo. Não via a hora de estar sobre ela, ao mar, em plena sete horas da manhã. Entre esses tantos, definitivamente, nada seria desse modo.

Mais a frente à luz da varanda de seu sobrado reluziu feito diamantes sobre seus olhos, e naquele degrau que o elevava da areia, estava seus amigos sentados, com a prancha azul bebê do lado. Mas não fora isso que destacara, e sim aquela pessoa que também se aproximava cambaleante.

Os pés descalços, as mãos no bolso. O rosto morto de emoções. A roupa amarrotada. Johnny Christ mesmo. Lizzy respirou fundo ao mesmo instante, sentindo os batimentos cardíacos acelerarem, apenas ao pensar que logo uma nova discussão começaria entre eles dois novamente. Era fato, civilizadamente eles não conversariam, ainda mais quando se tratava de Lizzy Marie. Aquela garota matura, porém muito insegura.

Nick, Noan e Joseph não demoraram muito para perceber a bolha de tensão que estava se formando logo ali, a frente deles. Se levantaram quase que sincronicamente, engolindo em seco ao ver o olhar duro de Lizzy sobre eles.

– Preciso falar com você. – Johnny se pronunciou rapidamente, dando como visão para Lizzy olhos vermelhos.

– Não com você desse jeito, vai embora pra casa Johnny.

– Não. Não tenho muito tempo com essa ladainha...

– Você está bêbado! – o cortou raivosamente – Porque acha que te escutarei desse modo?

– Porque você não quer me perder, eu sei disso Lizzy. – ele dizia assim, embaralhando suas palavras com a própria língua. A quantidade de álcool que o rapaz havia ingerido não fora segredo pra ninguém naquele momento.

– Eu não posso ir viajar sem ao menos dizer que... Que eu não te traí.

Lizzy se silenciou, mordendo os lábios como se, de fato, aquilo pudesse diminuir sua raiva. Apertando a barra do short que vestia, ela encarou seus amigos logo ao lado.

– Ele não pode ir embora sozinho... Está muito mal. – disse então, vendo-os assentirem em compreensão.

– Não! Eu não vou embora até você dizer que está tudo bem.

– Está tudo bem, Johnny. – mentiu, encostando-se ao muro de sua casa. Suas pernas estavam vacilando, e quanto mais aquele cheiro de álcool ia invadindo suas narinas, mais parecia que ela iria desmaiar ali mesmo, sem apoio algum.

– Você está... Está mentindo pra mim. – gaguejou, vendo Noan e Nick colocarem seus braços a cima de seus ombros.

– Fica quieto, Johnny, a gente vai te levar embora. – Nick sussurrou, fazendo-o engolir em seco.

Era difícil, mas Lizzy tentava não se comover com aqueles olhos penetrantes de Christ sobre si. A garota apenas preferiu cruzar seus braços, e desviar seu olhar para o portão de sua casa. Segundos depois ela entrou, ignorando as palavras de Johnny. O rapaz estava bêbado, mas era como se seu subconsciente houvesse achado alguma janela de escape, pois ele sabia o que dizia, ou pelo menos sentia e não percebia. E por este fato, ela decidira ignorar absolutamente tudo.

– Amanhã eu volto, eu não vou deixar ficar assim. – e com isso ela bateu a porta de entrada do sobrado, subindo rapidamente os degraus, onde não demorou muito para entrar em seu quarto e se afundar no meio de sua cama desorganizada.



...

– Senta ai Johnny! – Noan disse autoritário, soltando os braços do rapaz, que se jogou simplesmente a beira da calçada. Não demorou muito para que ele se curvasse e colasse para fora tudo que incomodava seu estômago. A bebida não foi muita, mas contando com o nada que o sustentava, a raiva e o medo, ele só precisava se livrar daquelas energias negativas, como se de fato fossem elas aquele líquido.

– Vocês vão me bater? Porque eu estou ficando com medo da cara de vocês... – disse cauteloso, encarando as faces sérias dos três amigos de Lizzy.

– A minha vontade é bem essa, mas não irei fazer isso, seria meio que falta de senso, já que está nesse estado. – Joseph começou rispidamente, trincando o maxilar, tomando sua pose matura.

– Eu não fiz nada... – tentou explicar, mas fora terrivelmente cortado pela voz de Jimmy o chamando logo ao fundo.

– Por onde esteve? Bebendo é claro, olha só a minha pergunta! – James se aproximou então, encarando o amigo em estado deplorável na sarjeta. Ao contrário de todas as vezes que ele estava presente, sua face era séria. Jimmy sabia melhor do que todos o que estava acontecendo, ainda mais pela conversa que teve com Lizzy há alguns instantes atrás. As palavras duras e já de despedida da garota não saiam de sua mente, e por conta disso, ele estava se sentindo atormentado.

– Levanta seu imundo! – praguejou, dando leves chutes em sua perna. – Anda, Johnny!

– Não conta para os caras, eles vão me zoar.

– Cala a merda da boca, Christ e só segue reto esta avenida, ta vendo? – James apontava para a rua extensa logo à frente. – Sua casa é uma azul.

– Eu não vou embora, eu quero falar com a Lizzy! Ela precisa saber que...

– Escuta! ela não quer te ver nem pintado de ouro, então é melhor começar a superar isso.

– Mas eu...

– Não tem mais. – Noan se manifestou, arrancando a atenção de todos. – Eu não sei o que você fez, mas para ela estar daquele jeito tenho certeza de que não foi qualquer bobeira, e ao julgar pelo seu estado também, como seu amigo ai te disse, ela não vai querer te ver nem pintado de ouro. Eu sabia que no final você ia machucar ela, incrível! – Noan desabafou ali mesmo, silenciando até mesmo os cachorros de rua. – Não quero que você chegue mais perto dela, e pra falar a verdade... Nós não queremos.

E ao terminar Joseph e Nick assentiram também, decididos enquanto as palavras duras de seu amigo. Jimmy deu passos hesitantes para trás, soltando os braços de Johnny, já em pé. O rapaz se paralisara, em choque, apenas absorvendo aqueles dizeres. Foi como se todo aquele álcool ingerido tivesse sumido de suas veias num piscar de olhos. A dor em seu peito começara a aparecer, e sã consciente ele já podia sentir. Agora sua ficha estava caindo, ele havia agido tão impulsivamente, e o preço que estava pagando era ainda pior do que tudo que, definitivamente, não teve intenção de fazer.

– Se cuida, Johnny. – Nick disse então, girando os calcanhares junto aos outros.

A sombra dos três aos poucos fora sumindo, e aquele breu que era a noite fora se dissipando. O dia estava amanhecendo, o tempo estava passando e Lizzy não era mais sua. Sentindo a mão de Jimmy se apoiar em cima de seu ombro, ele deixou finalmente que o ar lhe passasse pela garganta, assim como seus olhos puderam piscar. Nunca havia passado por aquilo antes, e esta primeira vez não estava sendo prazerosa.

Numa fração de segundos ele não queria mais a agitação da turnê, nem as bebidas. Não queria ouvir as palavras solidárias de seu amigo, logo ali ao lado... Só queria ficar ali mesmo, lamentando-se pela ignorancia.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!