Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 32
Querido Deus


Notas iniciais do capítulo

VERGONHA de reviews do cap passado hein, fiquei chateada. :/
Whatever
Vamos nos apaixonar mais um pouco pelo pigmeu *_*
Boa leitura ;D



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TRINTA E DOIS

Lizzy cruzou os braços, encostando-se a parede gelada de sua cozinha. Arqueou as sobrancelhas perfeitamente desenhadas, vendo Johnny cochichar algo fora de sua sabedoria no ouvido de Nick, que sorriu abertamente logo após, também a encarando.

– Ótimo, mais um. – praguejou já irritada, dirigindo-se novamente a sala, onde se jogou no sofá sem pensar duas vezes. Aliás, seu corpo pedia por aquilo há algumas horas, desde que chegara da viagem de Los Angeles, ontem pela tarde. Não tivera tempo o suficiente para que aquilo acontecesse.

A viagem havia sido realmente longa, como profetizada por Matt. Brincadeiras masculinas de um lado, uma pobre garota indefesa no meio, morrendo de vontade de fazer suas necessidades fisiológicas – Lizzy Marie ainda estava se recuperando deste novo trauma.

– Izzynha, não fica assim. – Johnny se aproximou, sentando-se ao lado da garota, que involuntariamente revirou seus olhos. – Não estamos falando de você. - disse aos risos, estes debochados que fizeram o efeito da irritação rapidamente em Lizzy.

– Não me chama de Izzynha. – respondeu ríspida, fazendo com que os garotos próximos a si rissem ainda mais alto. – E é claro que estão falando de mim. - ela bufou violentamente, levantando-se num impulso. No mesmo instante ela pode sentir a mão de Johnny agarrar seu braço, puxando-a de volta para o lugar.

– Estou cansada, porque se você não sabe, tive que fazer uma viagem de carro com os seus amigos, o que significa que não foi tão agradável assim. – continuou ao tom distinto do que sempre usava, estressando-se com a face risonha do amigo mais a frente, assim como a do próprio namorado ao lado. Definitivamente não estava entendendo aqueles cochichos infantis entre eles, e já fazia um tempo que estava tendo que aturar.

– Quer saber? Acho que deveríamos dar uma volta na praia. – Johnny propôs então, colocando-a em pé junto a ele numa fração de segundos.

– Johnny se você olhar no dicionário, cansaço quer dizer...

– Eu sei o que é Lizzy, mas não quero que sinta agora. Vamos Nick, dar uma volta com a gente?

– Claro.

Não havia mais alternativas, suas mãos haviam grudado as dela mais rápido do que qualquer outra coisa, e sem prestar atenção nos próprios passos, ou nas roupas desleixadas que estava vestindo, deparara que já estava com seus pés sobre a areia morna da praia. Não fazia muito tempo que havia saído dum banho, pelo menos seu cheiro era de frutas vermelhas.

– Para onde estamos indo?

– Noan não te deu feliz aniversário.

– Mas ele está trabalhando... Quando chegar, eu sei que ele dará. Mas, por favor, Johnny, vamos voltar. Ainda estou cansada da viagem de ontem.

– Velhice precoce é um caso sério. – Nick intrometera-se, rindo fraco da piada não muito popular. Johnny o acompanhou, talvez achando mais graça da careta insatisfeita de sua namorada.

Aos poucos o sobrado amarelo fora sumindo da vista dos três, que caminhavam tranquilamente pela extensa praia - dando sensação a Lizzy de que, definitivamente, não poderia voltar atrás, desfrutar de seu tão desejável descanso. O silencio entre ela e os rapazes fora constante, mas somente entre ela e eles, porque, aliás, Johnny e Nick não paravam de conversar entre si nem por um segundo. O assunto variava de futebol até a viagem de Los Angeles, desagradável, como Lizzy respondera para os amigos assim que chegara na tarde passada. A briga entre Johnny e Michael não fora um segredo para eles, e chocados com a atitude do amigo que não viam há tanto tempo, não viram demais alternativas ao não ser consolarem Lizzy. Eles sabiam que apesar dos sorrisos abertos entre aqueles lábios rosados da garota, estava extremamente chateada ainda. Era fato, esperara tanto pelo momento que iria trocar uma palavra que fosse com o irmão, e quando finalmente acontecera, aquilo também havia se dado vez. Era chateação misturada à raiva, talvez. Agora ela podia constar.

– Lizzy?! – Mal percebera que Johnny a chamava ao seu lado, e ao se despertar do transe, ou melhor, das lembranças que lhe invadira, Lizzy voltara sua atenção para eles, percebendo que o caminho não era mais o mesmo.

– Oi? – grunhiu fracamente.

– Onde estava? Em Marte? – perguntou franzindo o cenho, vendo-a dar de ombros.

Johnny preferiu não retrucar também, já adivinhando o motivo da distração de Lizzy. Ele a pegava em meio a esses tipos de devaneios freqüentemente agora, e às vezes, se sentia culpado por não conseguir fazer nada para reverter àquela situação. Mas minutos depois via que definitivamente não podia fazer nada a respeito, então a puxava para um abraço urgente, inesperado. Aquilo era bom, apesar de parecer que o efeito tinha a validade curta. Ela também superaria, ele sabia disso. Aquela garota era forte demais para se deixar levar por aquela atitude fútil de seu irmão. Quando ele parava para pensar na vida da namorada desde quando havia conhecido-a, quando nem sonhara que ela tinha um irmão gêmeo, ele conseguia ter esta absoluta certeza. Lizzy Marie não era qualquer garota, ela era a garota.

Christ também despertara de seu transe quando sentiu o cutucão sutil de Nick em seu braço. Olhou o restaurante logo à frente e sorriu pra si, agarrando as mãos da namorada enquanto a guiava até ele, do outro lado da rua. Lizzy franziu o cenho, enxergando o destino que a queriam levar: O restaurante simples, porém fino, e que continha a placa de “reservado” pregada à porta. Ao mesmo instante fora possível sentir o frio congelar sua barriga, e suas pernas tremerem de nervosismo, se não apenas ansiedade. Encarou os dois ao seu lado, estes que já sorriam abertamente para ela. Era uma festa surpresa.

Constara assim que Johnny abrira a porta, revelando uma dúzia de pessoas ali dentro, todos com chapeuzinho as cabeças, sorrindo abertamente para a surfista. Lizzy colocara as mãos na boca no mesmo instante, não agüentando a surpresa que a dominava. Olhou para cada face ali existente, todas conhecidas, algumas não, mas não se importou... Apenas uma coisa destacou sobre seus olhos.

Avenged Sevenfold já estava em sua posição sobre aquele pequeno palco a um canto do restaurante, prontos para começarem a música, apenas a espera do baixista, que enfim desgrudou das mãos de sua namorada para tomar seu lugar junto a eles. Os acordes conhecidos daquela música melódica foram dados, e Lizzy havia perdido totalmente a noção de sua realidade. Aquilo não era real. Aquelas novas pessoas especiais de sua vida tocando justamente para ela, em um gesto carinhoso de afeto no dia de seu aniversário. Afinal, todos estavam ali, Noan, Joseph, Valary – aliás, todas as meninas, inclusive Leana!

Deixando enfim de lado os detalhes, Lizzy preferiu prestar atenção à letra da música. Esta... Esta que estava começando a significar tanto em sua vida. Dear God. A voz rouca de Matt ao microfone, as batidas delicadas de Jimmy a bateria, assim como os acordes melódicos de Zacky e Syn a guitarra e violão. Mas diante de todo esse feito, havia aqueles olhares carismáticos vindo de seu namorado, que dedilhava seu baixo ao modo automático. Não conseguia desgrudar os olhos de sua garota nem por um segundo.

O transe fora involuntário, ela estava fora de órbita, apenas encarando Ele. Os olhares se intensificavam cada vez mais, e ela não estava se importando com os assovios que começaram a infectar o ambiente. Haviam percebido a conexão entre eles, e não perderiam a oportunidade, mas ela realmente não se preocupava. Era como se tivesse sendo hipnotizada, por assim dizer. E teve absoluta certeza disso, quando se deu conta de que ficara daquele modo durante todos os minutos daquela música. Ela havia terminado, e logo após Matt começara a cantar “Happy Birthday” ao microfone, sendo acompanhado por um som improvisado dos demais instrumentos.

Valary fora a primeira a abraçar Lizzy, sendo vez logo após da sorridente Michelle, assim como a tímida Gena, e a estranha Leana. A surfista sorriu especialmente a essa, imaginando que, finalmente, ela e Jimmy estavam bem um com outro. Os abraços apertados que ela sentira de seus amigos foram confortantes, assim como o dos garotos que saíram de seu palco às pressas. Brian a girara no ar, assim como Zacky havia feito com que seus pés se elevassem pela sua força.

– Feliz aniversário! – desejou apertando-a. – Tudo de bom pra você sua pentelha!

– Meu deus Zacky, você vai me matar! – grunhiu, procurando por ar. – Você é gordinho, mas esses seus braços são fortes!

– Eu sei, gata. – desgrudou-se então, apontando para os bíceps enquanto piscava maroto para a garota.

Jimmy a agarrara meio segundo depois, mal dando tempo para que ela se recuperasse dos abraços anteriores. Ao contrário deles, ele a pendurara em seus ombros, e começara a girar com ela.

– Jimmy seu filho da puta, eu vou vomitar em você! – gritou em defesa, vendo tudo em sua volta girar, assim como seus ouvidos detectou as risadas alheias.

– Ta bom, ta bom, você vai matar a menina, Rev. – a voz grossa e sempre matura de Matt a salvou então. James colocou-a ao chão finalmente, segurando seus ombros logo após, para que a menina tonta não caísse. Matt riu, acompanhado de muitos outros.

– Minha vez. – Johnny se aproximou lentamente, com as mãos no bolso. O sorriso que se estendia em sua boca era distinto do que qualquer outro que Lizzy já pudera ver. Era inexplicável tal sentimento que ela sentia naquele momento... Talvez a mistura de muitos, acrescentado a mais outros que ela ainda não conhecia.

O namorado a abraçara gentilmente então, soprando em seu ouvido enquanto ela escondia seu rosto em seu pescoço:

– Querido Deus... Cuide dela pra mim quando eu não estiver por aqui.


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