Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 30
Bem vinda à selva, baby


Notas iniciais do capítulo

hey everybody - cap até que saiu rapido dessa vez, né? rs
Agradecimentos especiais a foREVverSullivan pela recomendação simplesmente foda que ela fez pra Showme...
Muito obrigada linda, eu ameeeei demais! Li e reli umas sete vezes sepá. kkk
Whatever
Boa leitura à todas vocês. :B



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TRINTA.

O que conseguia ver eram apenas garrafas de vidro jogadas pelo chão, e através de borrões milhares de pessoas a sua volta. A música alta que lhe infectava os ouvidos, tão fortemente, a fazia colocar as mãos sobre eles involuntariamente, numa tentativa nula de camuflá-los. Naquela altura, Lizzy nem sabia mais o que estava fazendo.

Era o certo? Era certo causar tanta preocupação aos pais, que acabara de se reconciliar, ou era ainda mais injusto com o próprio namorado, que deveria estar à beira do desespero em algum lugar, atrás dela. Pensando em todas as horas que já estava naquela casa desconhecida, naquela rua que mal fazia idéia donde ficava em Los Angeles, Lizzy sentiu o estômago revirar, e não era só pela bebida em excesso que havia ingerido. Ela precisava sair dali. Marie se levantou cambaleante, tentando achar o caminho do banheiro. Mas aquelas pessoas dançantes e bêbadas em sua volta não a ajudavam enquanto aquilo, tragicamente. A garota, já entrando em estado de agonia, agarrou seus fios de cabelo, antes presos, agora soltos – nervosa. Não tinha condições de sequer achar o celular que havia deixado em qualquer lugar fora de sua sabedoria, e que agora, definitivamente, não conseguia se lembrar.

Michael havia ferido mais uma vez seus sentimentos, e como da ultima vez, ela não conseguira lidar muito bem com a situação.

– Oras onde estão as suas forças Lizzy Marie? – resmungou para si mesma, agarrando o corrimão por onde subia, quase que automaticamente, até o segundo andar da casa super movimentada.

A porta do banheiro pareceu reluzir diante de seus olhos vermelhos, e antes mesmo que alguém pudesse o ocupar por horas novamente, Lizzy correu até lá, trancando-a em seguida – pelo menos tentando achar coordenação motora o suficiente pra aquilo. A vista ficava cada vez mais turva, que ao enfim fechá-la, ela se jogara no chão para evitar demais desastres.

– O que eu estou fazendo aqui, meu deus? – dizia sozinha, tentando se lembrar de alguma face que houvera a arrastado até aquela pocilga. Entretanto, lembrava-se apenas de sair correndo do restaurante, e o motivo tão claro diante de seus olhos, como se ainda tivesse presenciando a cena de seu irmão a abandonando mais uma vez. Depois os sentimentos de tristeza que lhe corroíam até as entranhas também viam a tona, como se jamais pudesse se livrar deles. Havia o feito uma vez e porque não agora?

– É hora de aceitar o fato de que seu irmão odeia você, Lizzy. – e ela ainda resmungava para si mesma.

Mas e Johnny? Com ele não era justo, e de fato, este era o único motivo que a fazia, tão obcecadamente, querer sair daquele buraco em que fora se enfiar. E pensando nele fora que ela criara forças pra se levantar daquele chão imundo, enfim se colocando decentemente em pé. Lizzy se apoiou a pia de vidro transparente, encarando seu reflexo ao espelho. Fazia tanto tempo que não bebia exageradamente, que de fato, apenas um gole da bebida quente fora o suficiente para que fizesse aquele estrago a ela. A maquiagem de cílios escorrida pouco abaixo dos olhos, e os cabelos totalmente desgrenhados.

A vontade de lhe estapear o próprio rosto comichou bem no meio de suas mãos, mas Lizzy se conteve apenas com um soco sobre o vidro, lhe causando dor em seguida. Afinal, as conseqüências que viriam a seguir, quando finalmente reencontrasse com seu namorado, fazia-a sentir arrepios, como aqueles quando estamos dentro de um pesadelo. Aquela pequena latejação as juntas dos dedos não seria nada.

– Johnny, Johnny, Johnny! – disse freneticamente, agarrando os cabelos, antes de girar com os calcanhares para abrir a porta em apenas um movimento.

– Estava procurando a gatinha da festa... – um rapaz, com as mãos ocupadas de dois copos, parara em frente à Lizzy, sorrindo maliciosamente, que talvez, de fato, ela pensara em voltar ao banheiro, vomitar.

– Como eu faço para ir embora? – tentou perguntar da melhor maneira possível, sem transparecer sua desordem mental.

– Mas por quê? A festa ainda nem começou.

– Me desculpa, mas eu nem quero a ver começar, quanto muito menos terminar. Preciso ir embora, por favor, pode me dizer como faço para chegar até Hollywood? – dizia firme, sem encará-lo.

– Só se a gatinha beber pelo menos esse drink comigo... Fui eu mesmo quem fiz.

– Olha só o meu estado? Porque você me arrastou até aqui?! – Mas a sua serenidade falsa não demorara muito para desaparecer. O nervoso que sentia dentro de si não conseguia mais ser reprimido, principalmente a cada palavra proliferada por aquele rapaz, que agora reconhecera ser quem a levara para o caminho errado naquela noite.

O homem a sua frente desfez o sorriso no mesmo instante, assentindo vagamente. Deixando os copos em cima de uma mesa qualquer daquele corredor espesso, repleto de portas, fez sinal para que ela o acompanhasse.

– Eu levo você até lá. – disse então.

Lizzy o seguiu até o andar debaixo, onde o viu cochichar com alguma pessoa e receber uma chave de carro. A garota não precisou de muito mais para se estremecer por completo, ainda mais, se é que fosse possível.

– Espera, não podemos ir a pé? – perguntou aflita, escutando-o rir enquanto saia para o lado de fora, já se dirigindo até um carro prata.

– Não podemos ir de carro? – rebateu sarcástico, procurando a chave ideal para abrir enfim o veículo luxuoso.

– Não, acho que bebemos demais pra isso.

– Querida... – a chamou, passando o dedo indicador levemente pelo queixo dela. – Você bebeu demais. Só me segue. – piscou então, fazendo, mais uma vez, o estômago de Lizzy revirar.

Ela engoliu em seco, ignorando tais pensamentos ruins que a pegaram de jeito a partir daquele momento. O que demais poderia acontecer a ela? Já estava se sentindo no fundo do poço pelo simples fato de ter saído de perto do seu porto seguro.

Lizzy adentrou o carro enfim, sentando-se desconfortavelmente ao lado do passageiro. O rapaz deu partida no mesmo instante, abrindo os vidros, o que causou calafrios em Lizzy.

– Está com frio? Acho que tem uma blusa minha atrás. – disse solidário, vendo-a recuar. – Relaxa, é só uma blusa, gata.

Lizzy decidiu por pegar a blusa, colocando-a em si. Pelo contrário do que estava sentindo dele naquele momento, o cheiro que emanava dela era bom, talvez um perfume amadeirado. No entanto, aquilo não fora confortador como ela queria que fosse. A fragrância a fizera se lembrar, mais uma vez, no mesmo instante de seu namorado... E de seu celular. Que fosse. Ela não iria voltar para procurá-lo, definitivamente.

Ao ver o carro virar a esquina então, Lizzy fora cegada pelas luzes coloridas que almejava a enorme avenida, esta famosa que ela nunca deveria ter saído, ou pelo menos ter se livrado ao lado de Johnny. Entretanto desses arrependimentos, fora inevitável sentir o ar lhe passar sonoramente pela boca, o sentimento de alivio enfim a fez se sentir confortável com aquela brisa fria lhe batendo o rosto.

– Onde quer que eu te deixe, gata? – o rapaz perguntou, encarando-a.

– Pode ser aqui mesmo.

Assentindo ele procurou qualquer lugar que não estivesse ocupado da grande avenida, e parou o carro, mal tendo tempo de desligá-lo para ver a mulher ao seu lado pular para fora. Lizzy deu a volta cautelosamente, tirando o moletom que lhe vinha até as coxas descobertas. O rapaz também desceu do carro, analisando-as descaradamente enquanto abria o zíper.

– Aqui está a sua blusa... Obrigada. – agradeceu amigável, vendo-o encostar-se ao carro, puxando-a levemente pelo braço. – O que está fazendo? – perguntou alterada novamente, arqueando as sobrancelhas.

– Um beijo, é claro... Ou você acha que não estou esperando muito mais do que um simples “obrigado”.

– Me solta, eu tenho namorado.

– Ah, tem? E porque estava sozinha andando pelas ruas, a essas horas?

– Porque ela se perdeu de mim. – Lizzy escutou a voz conhecida logo atrás de si, e como se fosse uma injeção de segurança, ela se soltou dos braços do homem. Lizzy deu passos para trás, encarando a face rígida de Johnny. – Obrigado por trazê-la de volta. – continuou falando ao mesmo tom, com o maxilar trincado. O rapaz ergueu as mãos em rendição, adentrando novamente seu carro, qual se arrancou ferozmente logo após.

– Amor! – Lizzy praticamente gritou, chorosa, pulando ao pescoço do namorado, mas seus braços foram brutalmente retirado por ele, que franziu o cenho ao sentir o odor da namorada.

– Você bebeu? – perguntou com cara de nojo, fazendo-a fechar as feições no mesmo instante.

– Desculpa, eu...

– Você foi irresponsável, eu sei. – repreendeu, começando a caminhar novamente pela avenida. – Você tem noção do quanto eu andei atrás de você? Já era a quarta vez que eu passava por essa maldita avenida.

– Johnny, eu só precisava tomar um ar, e acabei me perdendo...

– Isso não justifica... A gente poderia ter saído para algum lugar juntos, eu te dava o tempo que fosse pra poder pensar...

– Eu sei, mas, por favor, não pense nada de mim...

– E o quê você quer que eu pense? Vi a minha namorada sair de um carro com um cara, está bêbada... E ainda por cima não atendia o celular faz horas... Anda Lizzy, o quê quer que eu pense? – agora fora a vez de Johnny se alterar; e ele não se importou com os olhares que eram lançados a cada vez que alguém passava por eles. Lizzy, no entanto, não fez mais do que engolir em seco.

Vendo logo após o namorado caminhar até a beira da calçada, ele acenou para um taxi, com as expressões mortas ao rosto. Lizzy estava se sentindo um monstro naquele momento, e por pouco não o disse simplesmente.

Enxergando o carro amarelo parar frente a eles, Lizzy escutou a porta se fechar assim que colocara o corpo para dentro, sem ao menos ver o namorado parado perto de si.

– O que está fazendo? – perguntou assustada, vendo-o ignorá-la e entregar algumas notas de dólares para o motorista, enquanto dava as coordenadas da casa de seus pais.

– Quando chegar lá tome um banho e analgésicos. Não conte nada para os seus pais, creio que eles não ficaram muito felizes. – instruiu, apoiando-se a janela.

– Porque está fazendo isso?

– Agora é a minha vez de pensar um pouco... Não se preocupe, não demoro muito. – disse enfim, batendo ao capo do carro para que ele finalmente partisse, e fora o que acontecera, com Lizzy ainda encarando o namorado que ficava cada vez mais pra trás. Não demorou muito para desabar, finalmente, em lágrimas.



...

O sol adentrou o cômodo ferozmente, causando tonturas tanto quanto na garota que acabara de acordar. Lizzy encarou seu quarto lilás em trezentos e sessentas graus, com apenas um intuito, este que fora falho. Dormira sem ao menos ver Johnny chegar, e aquele sentimento que ela mal sabia explicar o significado, se impôs novamente dentro de seu peito. Parecia que ele estava sendo rasgado, brutalmente. Não suportava ver os outros chateados consigo, e ver o namorado, talvez, seria ainda pior que qualquer outra pessoa... Estava sendo ainda pior do que as imagens da noite passada, ainda, inocentemente, naquele restaurante.

– Bom dia... – mas suspirou aliviada, ao escutar aquela voz atrás de si, quando adentrou o banheiro para fazer sua higiene muito mais do que matinal.

– Amo...

–Liguei para os meninos, estão vindo me buscar... Se você quiser ir também arrume suas coisas. – ele a cortou, dirigindo-se a sua mala. Lizzy se escorou a porta de seu banheiro, encarando-o perplexa.

– A gente não vai nem conversar? E o nosso vôo, não era pra amanhã? – dizia se aproximando, mas assustando-se logo em seguida, ao enxergar então o canto do lábio de Johnny machucado. – O que é isso?! – perguntou exasperada, vendo-o se desvencilhar ao mesmo instante.

– Eu e seu irmão brigamos. – contou cautelosamente. Lizzy agarrou o rosto do rapaz, fazendo-o virar pra si a força. – Me solta Lizzy!

– Não até você conversar decentemente comigo... Anda Johnny! Conta-me, o que está acontecendo... O que aconteceu? Porque vocês brigaram?

– Porque você acha? Estou indo esperar eles na rodoviária, vai vir comigo? – perguntou rude.

Lizzy recuou pra trás, a passos lentos, com as mãos inertes de cada lado enquanto tentava controlar aquelas lágrimas que queriam sair de seus olhos. Aquele não era Johnny, e aquilo não era uma simples dor no peito... Era um buraco que havia se instalado dentro de si.

Ele assentiu, ainda com o maxilar tenso, e saiu de seu quarto afobado. Ela se mantera paralisada, ainda encarando a fumaça de seu namorado como se um vento fosse capaz de simplesmente derrubar seus cacos ao chão. Aquela viagem, de fato, desde o inicio não a cedera uma sensação boa, e agora ela estava tendo certeza disso.



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