Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 29
[...] Desde o alvorecer dos tempos


Notas iniciais do capítulo

hey everybody
- Obrigada pelos reviews suas lindas, não tive tempo de responder, mas li todos *-*
Agradecimentos especiais hoje a Ally, que fez uma recomendação fodastica pra showme... Obrigado linda, ameeei. *.*
Whatever
Titulo original
"Uma lição aprendida na vida, conhecida desde o alvorecer dos tempos." - Walk - Pantera.
- Boa leitura a todas :B



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VINTE E NOVE.

– Oi Michael.


Os cabelos desgrenhados jogado levemente ao lado, castanhos avermelhados; Os olhos verdes cristais refletidos a luz solar que invadia sorrateiramente a cozinha. A semelhança entre os irmãos gêmeos continuava a mesma apesar de todos esses anos, e Lizzy não conseguira reprimir aquele meio sorriso que lhe pegou aos cantos dos lábios.

– Quando você me disse que eram gêmeos, eu não imaginava um clone masculino de você. – Johnny apareceu ao seu lado então, despertando-os do transe involuntário. – Você deve ser o Michael... Eu sou Johnny.

O garoto de olhos claros encarou as mãos estendidas do acompanhante de sua irmã ainda por um tempo, observando atentamente este. Talvez estivesse absorvendo as surpresas que lhe espantara... Lizzy estava acompanhada. Havia finalmente se livrado do ódio antigo, carregado por culpa de Tyler. Sorriria, se ao menos pudesse sentir o mínimo que fosse de seu orgulho esvair, mas, definitivamente, não havia conseguido manifestar o seu verdadeiro eu feliz pela irmã.

Marie, calada e já tensa tentava lhe transmitir alguma mensagem através de olhares significativos – esperava que ainda fosse possível. Estava ficando apreensiva com a mão de Johnny suspensa ao ar, vagamente.

– Sou eu mesmo... – mas suspirara sonoramente assim que enfim ele o cumprimentou, apertando as mãos de Christ formalmente. – O que estão fazendo aqui? – Perguntou logo após, tentando ao menos, não dizer em tom rude. Porém, Lizzy não sabia se era apenas impressão, ou se realmente as coisas estavam daquele jeito. Tudo que Michael fazia parecia do modo mais incomodado possível, e ela já estava começando a ficar assim.

Johnny cutucou-a discretamente, tentando dispersá-la daqueles devaneios, que não passaram despercebidos tanto pra ele quanto para o seu semelhante.

– Ah... ér, mamãe... Eu, quer dizer, nós... Viemos visitar eles. – ela disse enfim, enrolando-se. O rapaz franziu o cenho, pousando o copo de água sobre o mármore claro da mesa.

– Hm. Espero que gostem de Los Angeles. – falou então, se retirando da cozinha.

Lizzy manteve-se estática, ainda encarando a fumaça do irmão que sumira sem ao menos olhá-la nos olhos. Respirou fundo, levando alguns fios teimosos para trás. Não havia sido nada do que esperava, ou pelo menos, imaginava. Continuava tudo do mesmo modo, ao não ser pelo fato de que ele houvera se dirigido a ela para perguntar o motivo de estar ali, também à casa de seus pais. Agora lhe restava saber se era por incomodo ou surpresa, não conseguira decifrar nas feições tão parecidas. Entretanto, Marie decidiu ignorar este fato, talvez se, realmente, procurasse à resposta as coisas só piorassem. A empolgação dentro de si havia morrido brutalmente, naquele mesmo instante.

– Ah, pelo menos ele foi educado... – Johnny arriscou-se a se pronunciar, empurrando minimamente com o ombro, a namorada de lado, em gesto carinhoso, mas não dera muito certo. Lizzy bufou, encarando-o tediosamente. – Ok, ele foi um idiota.

A garota suspirou fundo girando com os calcanhares, já caminhando até a sala, onde seus pais se mantinham em silêncio. Também estavam desapontados.

– Eu vou arrumar minhas coisas lá no quarto... – Lizzy avisou simplesmente, seguindo pelo corredor com Johnny em seu encalço.

– Hm, quarto legal. – o mesmo descontraiu-a, observando atentamente o cômodo em que haviam acabado de adentrar. – Mas acho que seus pais esqueceram de que você tem vinte e três, não cinco anos. – comentou, apanhando de uma das prateleiras ali um urso de pelúcia, qual não demorara muito para jogar na face da namorada. Ela não riu, ou ao menos o xingou, como ele esperava; Se jogou na cama, afundando seu rosto em um dos travesseiros confortáveis que se encontravam espalhados pela cama estreita de solteiro.

– Ah qual é, Izzy... Não fica assim, você acabou de chegar, ainda tem muita bola pra jogar. – tentou animá-la, ajeitando-se ao seu lado. – Vamos, olhe pra mim. – tentou arrancar dela o travesseiro.

– Ótimo começo. – respondeu ríspida, sendo vencida pelo namorado, que jogou o objeto que lhe cobria a face longe. – Sério, nem quero saber o que vai acontecer com essa bola rolando desse jeito. – disse firme, encarando a face de Johnny, qual mesmo assim não deixava de sorrir.

– Você é dramática demais, Lizzy Marie.

– Não sou...

– E ranheta. – ela o encarou fulminantemente. – E mimada...

– Ok. Ok? Já entendi.

– Ótimo, porque é hora de parar com tudo isso e se levantar, tomar um banho e se arrumar. – instruiu já o fazendo num pulo.

– Estou com dor de cabeça ainda, se você não sabe.

– Nem vem... Porque se você não sabe, eu tenho o prazer em te lembrar que estamos em Los Angeles.

– E?

– E que se você ainda não entendeu, nós com certeza iremos explorá-la.

– Johnny, sério...

– Sério. – piscou enfim, saindo do quarto.


Johnny desceu as escadas a pulos, perguntando aos pais de Lizzy onde ficava o quarto de Michael. Ignorando os olhares confusos de ambos, se dirigiu rapidamente ao mesmo, já dando leves batidas a porta coberta de adesivos – muitos desses de surf. Sorriu pra si, imaginando como fora a época em que ele e Lizzy tinham paz em ambas as fronteiras. A influência que ela recebera dele e, com certeza, de seus outros amigos também, o deixava curioso, desejando que tivesse conhecido-a naquele tempo. Mas seus devaneios pessoais ao invés de se intensificarem, como estavam a ponto, apenas foram interrompidos com a porta sendo aberta bruscamente. Johnny colocou as mãos no bolso, encolhendo os ombros ao ver Michael encostar-se ao batente, com os braços cruzados na altura do peito.

– Oi... Estava pensando de você ir mostrar pra gente a cidade hoje à noite, o que acha? – perguntou amigável, sorrindo, por mais que fosse difícil ao ver aquela face morta a sua frente. Como conseguia ser tão antipático assim? Perguntou-se mentalmente.

O menino de olhos verdes coçou a nuca, olhando o chão como se tivesse algo grudado lá. Johnny se remexeu, incomodado, também coçando o meio das sobrancelhas. Como poderia pensar tanto assim para dar uma simples resposta? A própria irmã estava ali, disposta a fazer, definitivamente, as pazes. Apesar de Johnny estar contribuindo com as práticas enquanto aquilo, ele sabia que Lizzy queria ter o irmão de volta. Isto era o fato que fizera Johnny se ausentar por três dias do estúdio de sua banda, pedir aos seus amigos uma brecha para que pudesse ir até Los Angeles; e de fato, enquanto a isso, ele queria fazer o que estivesse ao seu alcance para que as coisas finalmente se acertassem.

– Tudo bem, acho que não vou ter nada para fazer mesmo... – disse enfim, olhando-o decentemente, finalmente. – Mas irei chamar a minha namorada, tudo bem pra vocês?

– Claro que sim. – piscou então, girando com os calcanhares.

Na cozinha, Erin e seu marido mantinham um sorriso de lado, satisfeitos com a atitude de Johnny. Ele os sinalizou com jóia, voltando ao quarto da namorada.

– Ai, que susto! – a menina esbravejou, assustando-se violentamente com a porta sendo aberta.

– Jesus. – respondeu se aproximando da namorada, que terminava de se arrumar. – Pra que tudo isso? E sua saia ta muito curta, só pra constar.

Lizzy o encarou com tédio, revirando os olhos. Não discutiu, no entanto, e preferiu terminar de fazer a trança embutida em seu cabelo.

– Seria mais interessante se uma vez na sua vida você servisse pra elogiar, ao invés de só criticar.

– Eu não estou criticando, só estou dizen...

– Dizendo que está curto demais e que estou exagerando... Você sempre me diz isso Johnny, já parou pra perceber?

– Não é nada pessoal... Só o que eu acho.

– Ok, então eu não quero saber o que você acha. – respondeu ríspida, voltando-se para frente do espelho.

– Ficou com raiva, não é? – perguntou sem jeito enquanto se dirigia ao banheiro, já tirando sua camiseta.

– Não sou criança.

– Não mesmo... Corpão hein. – disse maliciosamente, tirando a bermuda e virando-se para Lizzy, que riu abafado ao ver o reflexo do namorado nu, atrás de si. Ele fez – pelo menos tentou – manter uma expressão “sexy” em seu rosto, enquanto fechava a porta.

– E a propósito, seu irmão junto com sua cunhada vão sair com a gente! – ela escutou abafada, a voz vinda do banheiro. Não pode evitar as cambalhotas no estômago, demonstrando nervosismo.



...

– A cidade costuma ser assim sempre? – Johnny perguntou, analisando o movimento da Hollywood Boulevard. Bêbados de um lado, estudantes “atrevidas” do outro. Rockeiros, rappers. Era uma mistura de tudo um pouco, e aquilo havia deixado Lizzy maravilhada. Para quem estava acostumada com as redondezas pacificas de Huntington Beach, não seria difícil se impressionar com a fervente Los Angeles.

– Depois da meia-noite fica pior. – Michael contou, sorrindo minimamente, enquanto passava os braços pelo ombro da namorada.

– Conheço um restaurante ótimo aqui, que tal irmos jantar? – a mesma propôs, encarando Lizzy especificamente, já que até aquele momento de caminhada, não pronunciara mais do que cinco palavras. Nunca se imaginara sentir-se assim, desconfortável, ao lado do irmão.

– Acho uma ótima idéia. – Johnny concordou, passando seus braços pela cintura de sua garota quando viu um rapaz passar por eles, analisando-a de cima embaixo. – Falei que essa saia estava curta. – sussurrou ao ouvido, vendo-a revirar os olhos.

Viram então o restaurante fino transbordado por pessoas, logo à frente, reluzente pelas luzes amarelas, dando um ar de sofisticação inconfundível ao lugar. Johnny engoliu em seco, já vendo alguns dos olhares se voltarem a si. Apertou a mão da namorada, indicando com a cabeça uma mesa ao canto. Foram seguidos por Michael e Alice, sentando-se enfim, por sorte, mais afastados de multidão exaltada que ocupava ali.

Ficaram encarando-se por um tempo, sem graça. Michael cochichou com a namorada ao lado, fazendo com que o outro casal ali se sentisse um tanto desorganizado.

– Posso anotar o pedido de vocês? – o garçom apareceu, elegante, sem tirar os olhos de Lizzy. A menina sorriu sem jeito, abaixando o olhar sobre a mesa impecável. Johnny percebera, e não demorara muito para torcer a cara em descontentação.

– Ainda estamos decidindo. – respondeu ríspido, incomodando-se cada vez mais com os olhares intensificados do homem. Descontraindo-se enfim, o garçom elegante assentiu, caminhando até a mesa mais próxima.

– Parece que seu fã clube está aumentando... – Johnny voltou a sussurrar para Lizzy, vendo-a franzir o cenho desta vez, confusa.

– Do que você está falando?

– Dos homens, é claro. – revirou os olhos, fingindo estar entediado.

– Nem acredito no que estou ouvindo. – rebateu, apoiando os cotovelos a mesa. – Você sabe que não tem nada haver, Johnny. Não precisa ficar incomodado com eles.

– O problema é quando você sorri de volta.

– Tudo bem... Já parei. – rebateu ao mesmo instante, erguendo as mãos em rendição.


As horas haviam passado lentamente desde então. Para desapontamento de Johnny, nenhum assunto houvera desenrolado entre Lizzy e o irmão, e não pode evitar se sentir fracassado enquanto aquilo. De fato, o propósito de tudo ao que estava fazendo era aquele, e ver o plano nulo não era lá muito confortador. Agora entendia as “choramingos” constantes de Zacky enquanto ao plano fracassado que criara para Jimmy e Leana.

– Eu vou ao banheiro. – Alice avisou, descontraindo-se dos cochichos com o namorado. Levantou-se então, lançando um olhar significativo a Michael.

– Então você ainda surfa? – perguntou a Izzy assim que a namorada se afastara, fazendo a irmã erguer a cabeça para olhá-lo com pressa.

– Sim, sim. – respondeu afobada, assentindo freneticamente. – E os meninos também.

– Estou com saudade deles.

– Continuam os mesmos.

– Imagino que sim. – respondia vagamente, olhando ao relógio. – Alice está demorando, vou ver o que está fazendo.

Sem deixar que eles respondessem, levantou-se, sumindo rapidamente pela multidão que invadia cada vez mais o restaurante. Johnny sorriu para Lizzy, que ainda se mantinha surpresa com a mínima “conversa” que tivera com o irmão. Talvez estivesse sentindo-se melhor agora, ao ver que ele ainda lembrava-se de seus hábitos... Bom, pelo menos este que fora ele próprio quem a influenciara.

– Viu... Eu disse que ia dar tudo certo. – Johnny comentou, satisfeito. Mas as expressões de Lizzy ao invés de se intensificarem, foram morrendo aos poucos, como se tivesse levado um choque. Johnny preocupou-se ao mesmo instante, tocando-a o ombro.

– O que foi amor? – perguntou, vendo-a franzir o cenho drasticamente, como jamais vira. Parecia que a garota estava sentindo dor. – Meu deus Lizzy, o que foi? Viu algum fantasma?

Ela apenas abaixou o olhar, engolindo o nó na garganta. Johnny encarou a direção que havia abalado tanto Lizzy, e vira então Michael acompanhado de sua namorada, saindo pela porta tumultuada. Christ arregalou os olhos, virando-se rapidamente para ela, que chorava silenciosamente.

– Amor, desculpa, eu... – ele a abraçou – Eu não sei o que dizer. – disse enfim. Marie levantou a cabeça no mesmo instante, limpando as lágrimas.

– Não precisa dizer nada. – respondeu ríspida, levantando-se e saindo apressada do restaurante. Johnny tentou correr atrás, mas fora barrado por um dos seguranças, dizendo que ele não poderia sair enquanto não pagasse a conta. Em desespero correu até o caixa, arrancando a atenção de muitas das pessoas que estavam ali, e não se importou, no entanto. Já estava ficando agoniado.

Quando finalmente conseguira se livrar daquele restaurante que já começara a o irritar, era tarde demais. Lizzy havia sumido pelas ruas movimentadas de Los Angeles, sozinha, abalada.

Johnny segurou os cabelos a meio fio da rua, nervoso.

– Pode me dar um autógrafo, Johnny Christ? – escutou alguma voz atrás de si.

– Me desculpa, mas não vai dar. – respondeu rapidamente, ignorando a face da garota contorcida em confusão. Correu pelas ruas, esbarrando nos outros, a procura de Lizzy.




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Notas finais do capítulo

https://www.fanfiction.com.br/historia/220238/Liberate_The_Apocalypse