Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 21
[...] O peso do mundo não parece tão pesado


Notas iniciais do capítulo

Hey everybody
Título original no cap:
" Em volta dos braços tatuados o peso desse mundo não parece tão pesado."
- Er... Queria dizer que estou triste, triste, triste i.i
Sim, os reviews cairam mesmo... e estou ficando desanimada. Desanimação me causa falta de inspiração, então... Voltem pra mim. u.u -qq
- Mais uma coisinha... Queria agradeceeeeer imensamente a CatharinaRock, pela recomendação fodástica que fez pra Showme...
Obrigada linda. *o*
- WHATEVER
Façam boa leitura.



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VINTE E UM.

Lizzy segurava forte a mão de Joseph, este mais próximo a si. A outra tentava manter coordenação motora o suficiente para carregar aquele botão de rosa recém colido. Ainda podia sentir o cheiro do orvalho da manhã sobre ela. Noan e Nick vinham logo ao lado, cabisbaixos e com suas mãos aos bolsos da calça jeans surrada. Parecia que tudo havia sido esquematizado para aquele dia, este que amanhecera nublado e sem vida. Huntington Beach nunca era assim, nem mesmo no inverno, o que se era de estranhar no mesmo instante. Mas havia um motivo.

Os passos dos rapazes apertaram, mas algo dentro de Lizzy recuava a todo instante; Mesmo tendo aquela data uma vez por ano não conseguia coragem o suficiente de acompanhá-los até aquela lápide desgastada, sem que ao menos o ar lhe faltasse. Joseph a analisou de esgoela, vendo-a suspirar pesado a cada segundo que avançava pelo cemitério com a companhia deles. No fundo sabiam... Sabiam o que ela sentia dentro de si.

– Está tudo bem, meu amor? – perguntou doce, afagando seus fios que lhe cobriam a face pelo vento forte e frio que soprava por ali. Ela assentiu, pousando a cabeça em seu braço, ficando ainda mais perto dele. Precisava de alguém em quem se apoiar, sabia que se desse um passo em falso poderia desmaiar ali mesmo, sem avisos.

– Podemos voltar se você quiser... – Noan se manifestou, também solidário.

– Não, tudo bem... Faz tempo que não vínhamos aqui. – disse coçando o nariz, tentando engolir o nó que se formara em sua garganta.

Então mais alguns passos à frente e lá estava os quatro, parados para observar aquele nome que nunca se esqueceriam. Para observar aquele tumulo de quem jamais se esqueceriam. Lizzy principalmente, nunca se esqueceria do motivo dele estar ali. Ela ainda se sentia culpada, e depois de anos tentando esquecer esse sentimento torturante, estava tentando controlar o choro que queria sair aflito por sua garganta.

Desgrudando dos amigos que lhe fortaleciam naquele momento, se ajoelhou sobre o gramado baixo, pousando a rosa vermelha logo ao lado das letras reluzentes a cor dourada. Deixou algumas lágrimas escaparem, não podia evitar. Estaria completando 25 anos... Ainda tinha tanta coisa para viver, mas o destino havia sido cruel; Não só com aquela pessoa já sem vida, mas com todos que estavam ali ao redor também, seus melhores amigos.

Ao se levantar com a ajuda de um dos meninos, Lizzy viu Joseph se agachar também, tocando a pedra gelada de mármore com as pontas de seus dedos brancos. Fechou os olhos por um instante, fazendo suas preces. Aquilo foi capaz de cortar ainda mais as entranhas de Marie... Ele sempre fora o que mais havia sofrido, e talvez, de fato, nunca se sentisse perdoada por toda aquela dor.

Não havia nada mais que pudesse ser dito, nem sentimentos para serem expressados, de qualquer jeito, eles preferiam guardar no lugar mais fundo de suas almas, bem longe da realidade que era insistente. Eles ainda tinham que viver.

Os passarinhos voaram dos arbustos, e os raios solares começaram a brotar. O tempo de lamentação havia esgotado para todos eles, e a passos longos, unidos como sempre estiveram, caminharam em direção ao grande portão de aço do cemitério, prontos para irem embora. Era fato de que só voltariam a se lamentar tão dolorosamente daquele modo no ano seguinte, quando o começo de Julho chegasse novamente.

– O que acham da gente ir naquela lanchonete tomar café? – Nick propôs, tentando dispersar toda aquela tensão.

– Eu acho uma ótima idéia, não é Izzy? – Noan incentivou, apertando-a contra si. Ela deu um meio sorriso, tentando transparecer diferença enquanto o que havia acabado de presenciar, mas os amigos a conheciam muito bem para levar aquilo como um simples “Está tudo bem”. Talvez fosse, de fato, um “Eu vou ficar bem.”



...


– Oi Izzy! –Jimmy cumprimentou serelepe como sempre fazia, quando viu a garota adentrar a casa de Johnny, ainda cabisbaixa.

– Onde estava, amor? Te liguei mais cedo e você não atendeu... Virou coruja agora para acordar tão cedo assim? – Johnny disse divertido, vendo-a lhe entortar um poucos os lábios. Acenou normalmente para os demais, que a encararam com os cenhos franzidos.

– Vou até a cozinha beber uma água... – disse, se dirigindo as escadas da casa do rapaz.

– Amor... A cozinha é ali. – avisou franzindo o cenho, apontando para o cômodo logo ao lado. A garota não deixou nenhuma expressão transparecer e deu de ombros, enquanto continuava a subir pelos degraus. Havia tomado o modo automático desde que havia saído do café, ainda acompanhada dos demais.

Todos encararam Johnny assim que a viram sumir de suas vistas, tão confusos quanto ele.

– O que deu nela? – perguntaram preocupados.

Johnny ainda encarando a fumaça da garota sobre as escadas, pegou suas muletas apoiadas na mesa de centro e tentou subir as escadas sem que mais algum acidente acontecesse.

Ao chegar enfim, viu a porta de seu quarto aberta, e de lá já pode ver o corpo dela jogado sobre sua cama, com o rosto enterrado no meio dos travesseiros.

– Izzy? – chamou baixinho, caminhando até ela. A própria se assustou com a voz súbita de Christ, este que já havia largado as muletas e se deitado ao seu lado. Ficou a encará-la por alguns instantes, tendo a perfeita vista dos olhos cristais manchados por um tom avermelhado. Com seu polegar ele limpou uma pequena lágrima que começara a escorrer delicada por seu rosto pálido.

–O que aconteceu?

– Nada... Só fica aqui comigo. – pediu, enterrando seu rosto na curva do pescoço do rapaz.

– Estou ficando preocupado... Me diz o que foi.

– Daqui a pouco passa... – ignorou o resto das perguntas preocupadas de Johnny, logo ali, com o corpo colado ao seu. Ela só queria aqueles braços tatuados em volta de si, confortando-a.

– Que tal a gente ir a praia hein? Você precisa de ânimos.

– Mas e o seu gesso?

– Olha que ótimo, temos onde jogar velha! – disse divertido, arrancando-a risinhos também, havia sido inevitável.

Ao se constar que aquele efeito foi realmente dado por Johnny, num dia que ela nunca imaginara que iria ter se quer brilho em seus olhos, viu que agora não era mais sozinha, e que manter tantos segredos era injusto com ele... Uma hora precisava contar o que lhe maltratava tanto os sentimentos, e talvez, de fato, ela dissesse – quando estivesse pronta.



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