Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 19
Me mostre o que estou procurando


Notas iniciais do capítulo

AHHH eu levei tiro na cara literalmente!
Que vergonha de reviews! Estou até entrando em depressão. i.i
O que teceu? enjoaram da Lizzy?
Não gostam da minha fic mais? D: [aaaaaaaa]
Me digam!



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DEZENOVE.

Sua boca estava seca, salgada. Os dedos já estavam enrugados e a pele branca e frágil já ardia. A prancha flutuava e era levada para onde quer que o mar fosse. Não sabia que horas era, mas ao julgar o sol já a meio fio do céu, talvez fosse meio-dia. A barriga começara a roncar, não tinha comido nada desde o dia anterior. Em sua saliva ainda tinha o gosto dos remédios que tomara para tentar aliviar aquela dor de cabeça, que já estava beirando a atormentadora. Vozes era isso que ela escutava, a sua própria. Repreendendo-a mais uma vez em sua vida.


– Então quer dizer que você está disposta a destruir tudo?! Você não é assim Marie! – Michael a repreendia, mais uma vez em menos de uma semana. – Eu entendo que esteja magoada com tudo que vem acontecendo, mas como pode ser tão egoísta Marie?

– Não me chama de Marie, Mike, eu odeio. – disse calmamente, fazendo o rapaz a sua frente ficar ainda mais possesso de raiva.

– Eu pensei que você tivesse crescido, mas pelo que vejo continua uma criança. – disse enfim, batendo a porta em seguida.

– Lizzy?

– Lizzy. – escutou seu nome que antes ecoava em sua mente se tornar real, bem ao seu lado. Johnny estava sobre uma prancha também, esta branca igual daquela vez que estivera se afogando mais a frente. Surpresa ao vê-lo, queimou todas aquelas lembranças que vinham à tona em sua memória - com mais freqüência agora-, e se endireitou na placa para encará-lo melhor.

– Hey.

– Veja só como evolui, vim de lá até aqui e não me afoguei. – contou sorrindo, sem jeito. Lizzy vendo seu rosto dourado pelos raios solares a pouca distancia, não conseguiu evitar lhe escapar um risinho, por mais que este ainda fosse culpado. Como havia conseguido ser tão rude consigo mesma ao pensar que tinha direito de tratá-lo da forma que havia feito na noite anterior? Apesar de todas suas bipolaridades constantes, ele havia alugado mais uma vez uma prancha, para ir vê-la ao mar.

– Isso é ótimo. Acho que estava distraída demais caso você se afogasse...

– É... Eu ia me dar mal.

– Ou talvez eu chegasse a tempo... – disse simplesmente. Naquele momento as palavras tinham saído no modo automático, e ela mal teve tempo para analisar se devia mesmo dizer aquilo.

– Se você pudesse voltar no tempo... Naquele dia em que nos conhecemos especificamente... Lizzy, você me deixaria te acompanhar até a sua casa de novo?

Ela ficou cabisbaixa por um tempo, analisando o que tinha acabado de ouvir. Havia tantas coisas que mudaria se pudesse voltar no tempo, mas naquele dia que ele citara, não mudaria absolutamente nada. E ao se deparar com esse fato, ela o encarara, este que já estava ficando apreensivo com a demora da resposta que queria.

– Não. – respondeu enfim, vendo-o sorrir de lado e voltar a olhar o mar a sua frente com os olhos semicerrados. – Porque veio?

– Porque eu vim?

– É Johnny... Depois de todo o meu ataque neurótico de ontem, pensei que nunca mais iria te ver.

– Era isso que você queria?

– Pra ser sincera com você e comigo mesma...

– Não. – ele adiantou, fazendo-a arquear as sobrancelhas.

– Ah é, me esqueci do seu botão super ego.

– Eu não sei o que te abala Lizzy... Mas eu não estou disposto a te deixar em paz tão cedo. – falou meio ao riso, vendo-a o encarar surpresa. – Seja o que for que te impede de ser feliz... Eu te ajudarei a superar. Eu sei que você gosta de mim...

– Eu não acredito que seu botão travou de novo!

– Izzy... Analise os fatos: Você aceitou ir a um encontro comigo, a conhecer meus amigos, sabendo que eles são os piores do mundo! Eu sei como você me olha, como você sorri radiante quando me vê e... – ele parou para encará-la. – Ué, não me cortou por quê?

– Você já é caso perdido, acabei de ter certeza. – falou entediada, enquanto Christ ria nasalado.

– Falando sério agora Izzy... Não se afaste de mim.

Aquele pedido ecoou por sua cabeça feito palavras gritadas, acordando-a de tudo que a mantinha afastada dos princípios, dos princípios de sua vida. Ela tinha um, vários, como todos nós temos, mas todos diante de seus olhos pareciam perdidos, vagos, não havia interesse ambicioso sobre seu próprio caminho; Não havia mais sonhos. A única coisa que ainda lhe despertava o interior era aquele mar, a cidade, seus melhores amigos/irmãos. Entretanto, ela precisava, ela tinha que perceber que não somos nós quem fazemos nosso destino, e por conta deste fato, ela conhecera Johnny. Ele era uma de seus princípios agora, e talvez nem ele pudesse mudar mais isso. Se for parar pra perceber em todos os detalhes de sua vida, tudo vai se encaixando perfeitamente com o tempo, como se cada acontecimento, de cada segundo, fosse uma peça do quebra-cabeça.

– Sabe... Um dia antes de te conhecer eu fui fazer uns testes para um circuito novo daqui... Mas quando cheguei para me inscrever, eu fiquei sabendo que na verdade ele não era daqui, era do Brasil. Adivinha, eu passei. Uma semana depois de te conhecer... A gente já tinha saído algumas vezes, eu recebi meu teste aprovado.

– O quê? – a feição de Johnny se preocupou e Lizzy sorriu ao vê-lo desse modo. – Como assim?

– Bom, eu tenho três meses até pegar minha passagem de ida para lá.

– Lizzy!

– Espera Johnny, eu ainda não terminei. – disse rindo, vendo-o engolir em seco. – Eu sei que ainda tem três meses, mas eu já fiz a minha escolha. Eu não vou. Cancelei tudo.

– Não?

– Você apareceu Johnny... Não ta fazendo sentindo isso, mas sei lá, não há mais nada que possa ser discutido.

– Amém!

– Johnny! – ela o repreendeu, vendo-o rir.

– Então quer dizer que a senhorita deixará de ser complicação?

– Vou tentar, ok?

– Vai tentar nada sua coisa, nunca mais vou te deixar em paz. É bom que saiba!

– Acho que consigo me acostumar com isso.

– É claro que consegue, eu sou o Johnny Fucking Christ! – disse já aos risos, recebendo um tapa de Lizzy, este que não foi acertado com sucesso já que ele conseguira segurar seu pulso. E com a proximidade que desejava, e sem se importar com as pranchas que naquele momento cambaleava sobre a água, ele a puxou para perto de si, lhe atacando os lábios com delicadeza. Mas o beijo não durara e a prancha já não havia encontrado mais equilíbrio sobre a água. Os dois caíram ao fundo, emergindo aos risos.

– Me promete uma coisa Izzy?

– O quê?

– Que vai tentar deixar de ser tão misteriosa assim, isso me excita.



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