Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 18
Mente aberta para uma concepção diferente


Notas iniciais do capítulo

Olá amoras..
Queria pedir uma coisa pra vocês hoje em relação a esse capítulo... Lêem ele levando a sério o título.
Quero saber de suas teorias depois haha
Façam uma boa leitura. :B



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DEZOITO.


– O que você fez Lizzy?! – Michael gritava do outro lado da linha, fazendo-a aumentar a intensidade de seu choro, este que já estava beirando a desesperado.

– Me desculpa!

– Onde ele está?!

– Ele... Ele não resistiu Mike.

Ela podia sentir aquele sufoco que se transformou seu pulmão; A dor que cada segundo a fazia pensar que seus órgãos estavam sendo esmagados dentro de si, lhe dando a intensa sensação de que iria cuspir sangue a qualquer momento. Aqueles ferimentos em volta de seu corpo não eram nada comparados aqueles que se instalaram em seu interior.

Era cruel ter a consciência pesada, era cruel ter o coração se despedaçando. Talvez seus pedaços nunca mais se reconstituíssem perfeitamente.


Lizzy acordou num impulso, sentindo as gotas de suor descer por sua testa, e os seus longos e finos fios de cabelo grudar por seu pescoço. A dor que sentia no sonho podia ser sentida vagamente naquele momento, como se tivesse ainda nele. Não tinha pesadelos com aquele dia já há algum tempo, e estava se sentindo incomodada com a possível idéia deles terem voltado.Mas era fato de que no fundo, bem no fundo de si ela soubesse o motivo. Era aquele defeito, seu maior defeito. Seu coração imperfeito, pulsando como deveria, mas não pelas coisas que realmente importam.

Não podia simplesmente se martirizar daquele jeito, martirizar os outros. Mas havia algo nomeado a correntes que prendia aquelas batidas sufocantes da paixão de serem livres como deveria. Não era trauma por ter sido falha a tentativa de uma vida amorosa no passado, não era tão fraca assim, mas só ela sabia como era amar depois de tudo, de tudo o que passou quando ainda era nova demais para entender a vida como ela realmente é. Insensata muitas das vezes.

Olhou através daquela porta de vidro o sol raiando lá fora. Queria ser como os dias; Todo amanhecer uma nova página, se distanciando cada vez mais do passado, esquecendo-se de tudo que fora ocorrido anteriormente. Mas Lizzy ainda estava deitada naquele sofá, encarando seu teto a procura de respostas do porque daquela rejeição tão fria que fizera na noite anterior. Sempre parada na mesma linha, na mesma linha daquele caderno com folhas desgastadas de velhas. A quem ela estava enganando? Tinha enterrado sua passagem aérea com destino ao Brasil! Uma hora teria que simplesmente se libertar daquelas correntes, e tinha se dado a essa oportunidade quando decidira fazer aquilo. Isso era simplesmente o maior fato da sua existência. Estava viva! Isso bastava para que criasse coragem o suficiente para viver, não apenas existir.

– Lizzy, to entrando! – escutou a voz conhecida de Noan. Ela se assustou ao vê-lo já a sua sala, encarando-a com o cenho franzido. – Menina você ta danada de horrível! O que aconteceu? – perguntou, sentando aos seus pés.

– Pensei que me odiasse...

– Você tem vinte e três ou três anos? – perguntou tedioso, revirando os olhos.

– Não fui eu quem teve uma crise de adepto a atenção na minha cozinha esses dias, foi?

– É eu sei e reconheço, por isso aproveitei meu maravilhoso dia de folga para vim te pedir desculpas, ok? – ela o encarou com um meio sorriso no canto dos lábios, deixando aquele saco de gelo que ainda estava sobre sua testa de lado. Levantou-se então, ajeitando-se para logo o atacar num abraço. Esse que transmitiu mais do que aceitação de desculpas e sim pedidos de ajuda.

– O que você tem Lizzy? Faz tanto tempo que eu não te via pra baixo desse jeito.

– Problemas com mais problemas e eu fui uma idiota com o Johnny!

– Como assim?

– Idiota, completamente idiota! Como sempre fui com os outros...

– Lizzy? – a chamou, fazendo-a parar de gesticular para encará-lo. - Se acalma mulher! Fala primeiro o que aconteceu.

– Ontem ele veio todo lindo me dizer que estava apaixonado, mas eu simplesmente travei! Você sabe o que acontece, não é? Odeio ser problemática!

– Eu não acredito que você o dispensou...

– Não é que eu dispensei. Droga Noan, você sabe como sou! – terminou aos suspiros, pedindo por fôlego. Enterrou o rosto no meio das mãos, tentando engolir aquele nó que se formara em sua garganta.

– Lizzy... Você sabe que uma hora vai ter que deixar esse coração ai respirar, não é mesmo? Muita magoa demais para uma mulher de vinte e três anos! Olha em sua volta, embora eu seja um idiota às vezes, sempre estarei ao seu lado... Nick e Joseph também! Mas você tem que perceber que não daremos o que você precisa. Aconchego numa tarde nublada, palavras ternas... Você precisa de alguém Lizzy. Você gosta dele, eu sei que sim. Todos nós superamos isso, já passou à hora da sua vez.

– É mais complicado do que você imagina.

– Complicado? Lizzy, o que é complicado? Se apaixonar? Se libertar? Pode até ser, mas se você quiser. É tão natural... Tão rápido que não dá tempo nem da gente escolher.

– Você não consegue entender? Eu simplesmente tenho um bloqueio, Noan.

– Você mesma criou essas barreiras em volta de si. Não percebe que você gosta dele? Se não gostasse não estaria se martirizando desse jeito.

– Não da mais, eu já disse que não queria e ele foi embora.

– Marie, você merece prêmio de melancolia e drama do ano! Vá atrás dele!

Era o certo? Lizzy tinha absoluta certeza que se não o fizesse iria se arrepender mais tarde. O ar lhe faltava e o peito apertava, era um sinal? Era sinal de que sentira falta naquela manhã de estar no alto mar, distraída ao perceber que Johnny estava logo à margem, observando-a atentamente... Todas as manhãs desde que adormeceram ao falar sobre Ramones naquele terraço. Ela também estava terrivelmente apaixonada por Johnny Christ afinal.

– Bom pensa na vida, Marie. Corra atrás do que quer ser seu, que o passado, sinceramente, não é o melhor romance.

E foram com essas palavras complexas que Noan saiu de sua casa, passando pela porta ainda encarando a amiga, essa cabisbaixa que cutucava o canto das unhas.

Ele sabia que era difícil, e sabia também que era ainda mais complicado com suas palavras duras; mas não havia outro caminho, não queria vê-la privada de ter uma vida por ocorridos que, sendo sincero consigo mesmo, já era para terem sido esquecidos há muito tempo. Portanto, pela primeira vez depois de anos, ele decidiu tomar uma atitude. Sim, ele precisava mudar toda aquela situação... O pouco de paciência que precisava para simplesmente aturar vê-la daquele modo havia se esgotado. Mesmo ainda com o fato de ter implicado com a moça mais cedo, ele sabia que Johnny era uma boa pessoa e que estava realmente apaixonado por sua amiga. Havia sido apenas aquela certa insegurança comichando dentro de si, fazia tanto tempo que não via sua pequena com alguém. Este era um dos fatos que o fazia reagir daquele modo, impulsivo com suas próprias palavras. Não queria mais um Tyler na vida de Izzy.


...

– O que está fazendo aqui? – Nick perguntou assim que viu Noan o interromper de seu serviço, no Johnny’s Bar. – Não posso ficar atoa, você sabe.

– Eu sei... Mas eu preciso da sua ajuda.

– O que é?

– Você sabe onde esse Johnny mora, ou aonde eu posso encontrar ele?

– Claro que não, a sua amiga que é namorada dele. E porque está querendo saber, o que aconteceu?

– Lizzy e ele se desentenderam... Aqueles problemas de sempre. Preciso fazer com que eles se arrumem logo!

– Aquele problema com...

– Nick vai trabalhar, você ainda está no horário de expediente!

– Como se isso fosse um serviço de gente... – Noan deixou escapar meio aos risos, levando um soco de Nick em seguida.

– Já vou!- gritou de volta.

– Enfim, o que eu faço?

– Procura o Joseph, ele sempre consegue resolver os problemas.

– Inútil mesmo. Ok. Te vejo mais tarde.

Bufando ele se desencostou do balcão, tentando sair daquele breu do bar que já estava o deixando sem ar por este simples fato. Ao andar pelas pessoas - essas generosas já pela tarde -, sentiu algo gelado ser derramado sobre sua barriga. Não precisou olhar para saber o quê era, o cheiro da bebida já se exalava até suas narinas.

– Mas que merda! – gritou estressado, levantando as mãos para o ar.

– Desculpa cara, eu não te vi. – escutou a voz conhecida. No mesmo instante ele ergueu sua cabeça para confirmar sua teoria de quem quer que fosse aquele idiota desastrado que manchara sua camiseta que estava usando pela primeira vez, e estendeu as mãos para o céu. Talvez seu dia não estivesse tão contra assim.

– Brian, não é? – ele se lembrava vagamente de sua face quando Lizzy mostrara uma de suas fotos que tirara com eles, no dia em que fora na casa do tal de Shadows.

– Sim, e você...?

– Noan. Sou amigo da Lizzy...

– Ah sim! Se for amigo da Lizzy é amigo da gente também! – disse elétrico, passando as mãos pelo ombro do outro ao seu lado. Só então fora enxergar que havia o segundo rapaz ali, e que se não lhe falhasse a memória o nome do mesmo seria Zacky, ou algo do tipo.

– Será que vocês podem me ajudar com algo?

– Mas também não quer dizer que sejamos melhores amigos... – frisou bem as duas ultimas palavras, rindo nasalado. – Brincadeira! Manda aí, o que podemos fazer por você?

– Preciso falar com o Johnny.

– Por quê? Ta querendo destruir o namoro deles, ou ta querendo se declarar antes que a coisa fique séria? – O segundo disse, cruzando os braços na altura de seu peito. Noan não se simpatizara, mas apenas ignorou; Por mais que fosse irritante escutar aquilo, sabia que aquelas garrafas de cervejas sobre suas mãos não eram as primeiras, e ele precisava poupar tempo com desentendimentos no meio de um bar, cujo estava bastante lotado.

– Depois eu dou risada dessa piada pra vocês... Mas falando sério agora, eu preciso falar com ele.

– Ok, ok. Se o bagulho é sério a gente ajuda, vou levar você até a casa do anão... Mas com uma condição! – o de cabelos negros aos ombros praticamente gritou, erguendo um de seus dedos indicadores.

– O que é?

– Tem que prometer que amanhã não terá o endereço dele numa cartolina colada no ponto de ônibus escolar... Promete?

– E o que eu ia ganhar com isso?

– Promete de dedinho? – eles pediram em couro, lhe estendendo o dedo mindinho com cara de pidões. Noan pediria para dirigir, com certeza.

Revirando os olhos e não acreditando no que estava fazendo, laçou seu dedo aos deles, que se deram por satisfeitos finalmente. Só queria resolver aquele problema o mais rápido possível.

Depois, às pressas, Noan os acompanhou. Vendo o carro deslizar veloz pelas ruas e cada esquina que ele dobrava, seu nervosismo parecia aumentar. Não tinha nada em mente para dizer a Johnny ainda, só sabia que tinha que o fazer, mas simplesmente esse conceito não o confortava muito como queria.

– Zacky pega meu celular ai do lado, por favor?

Assentindo ele o fez, entregando para o rapaz em seguida, que discou alguns números rapidamente.

– Matt? Cara... Escute, vaza com o Jimmy daí da casa do Johnny, ok? O bagulho vai fica feio pro lado dele... Não, eu to brincando. Mas sério agora, sai daí depois a gente fica sabendo do porque, ok? Não seu filho da puta, eu não vou estuprar o anão, e se por acaso eu fizesse isso não precisaria de privacidade, teria a ajuda de vocês. Estou chegando com uma pessoa ai, mas não diga nada a ele. Falou.



...

– Nossa senhora, quem peidou aqui?! – Matt perguntou, apertando as narinas para reprimir o cheiro imaginário enquanto guardava o celular no bolso.

– Ta ficando louco, Shadows? – Johnny perguntou, franzindo o cenho como o alto ao seu lado.

– Rev 'vamo embora que esse cheiro ta foda!

– Mas que merd... – Jimmy não terminou de repreender o amigo ao receber do mesmo um olhar significativo. Confuso, mas entendendo se juntou ao outro. – Mas que merda você come, Christ?! Puta que o pariu. To indo embora também! – Jimmy se levantou saindo da casa acompanhado do outro, que não conseguia segurar os risos debochados.

– É, isso mesmo! Sumam da minha casa e aproveitem para dar uma parada num hospício, tão tudo retardado! - Johnny praguejou os amigos assim que os viram sumir pela porta enfim. Não se importando com a desculpa esfarrapada de fugirem do ensaio semanal, se conformou; Brian e Zacky não tinham voltado com as cervejas, então não haveria nenhum tipo de produtividade aquele dia, era fato – ainda mais sabendo que naquela altura, todos estavam bêbados.

Johnny foi até a cozinha tomar sua segunda aspirina. A dor de cabeça era grande desde a noite passada. Não imaginaria tanta frieza na menina de sorriso meigo, essa que apesar de ser chamada desse modo aparentava ser uma mulher forte, pelo simples fato de sobreviver sozinha numa casa beirando o mar.

Distraído nos pensamentos quase deixou o copo cair ao se assustar com o som de sua campainha sendo tocada, firmemente.

– Noan?- perguntou ao se deparar com o rapaz paralisado ali, mordendo o dedo, aparentando estar nervoso. – O que está fazendo aqui?

– Oi Johnny, preciso conversar com você cara, será que da?

– Ér... Tudo bem, entra aí.

Sem esperar mais um segundo que fosse ele adentrou a casa de Johnny. Ainda confuso com a vinda do rapaz, ele se aproximou franzindo o cenho e enterrando suas mãos dentro do bolso da sua bermuda.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou enfim.

– Fiquei sabendo o que rolou entre você e a Lizzy ontem... Johnny, ela também gosta de você.

– O quê? Não foi isso que eu escutei ontem...

– Vou direto ao ponto: a Lizzy é o tipo de garota que precisa de alguém que mostre para ela que está errada, e diante dessa situação eu não vejo pessoa melhor do que você próprio, Christ. Ela também está apaixonada por você, mas Lizzy com todo esse tempo que passou sozinha deixou de acreditar nessas coisas, consegue entender? Você não pode deixar que ela pense que está certa. – Noan desatou a falar, impressionado consigo mesmo diante daquelas palavras. Vendo o pequeno logo a frente piscar tenso algumas vezes, percebeu que ele tinha entendido o recado; Ou pelo menos parte dele. – Eu sei que faz pouco tempo que vocês se conhecem... Mas eu nunca vi Lizzy tão feliz quando ela esteve nessas ultimas semanas com você.

– Mas e se ela não quiser? Acho que não quero outro chute.

– Ela não vai te chutar, eu tenho certeza.

Johnny passou as mãos pelo cabelo por um instante, respirando fundo. Agora quem tinha insegurança era ele, mas não ia deixar que isso tomasse conta de si, no entanto. Ele não deixaria aquela menina por coisas banais, por mais que não soubesse realmente o quê a amedrontava tanto. Por mais que tivesse medo de ser rejeitado, outra vez.

– Vou falar com ela.



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