Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 3
Funeral


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo a Emmanuel14, por me inspirar a reescrever minha história.



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Após acidente, os sete sobreviventes do andar 13 foram á delegacia para prestar depoimento. Antes de serem interrogados, Sarah e os outros ficaram em uma sala, sentados ao redor de uma grande mesa de madeira. Todos estavam quietos, olhando para Sarah, como se ela tivesse causado o acidente.


– Você não respondeu minha pergunta. – Michael disse a Sarah. – Como sabia que ia acontecer um acidente?

– Eu tive uma premonição. – Sarah disse, olhando para baixo. – Todos nós iríamos morrer.


Após alguns segundos de silêncio, um homem entrou na sala, segurando alguns papéis e um copo de café na outra mão. Ele vestia uma blusa social branca. As mangas de sua blusa estavam arregaçadas e sua gravata frouxa. Seu cabelo era castanho e os olhos escuros.


– Olá. Eu sou o agente Adam Collins. – Ele disse, puxando uma cadeira e se sentando.

– Quando é que a gente vai poder ir embora. – Jennifer perguntou á ele. Nesse momento Liza olhou para Jennifer com um olhar de repulsa pensando: “Que vadia!”.

– Quando cada um for ouvido. Ok? – Ele disse, colocando o café sobre a mesa e olhando para os papéis - Bom, quando eu li esse caso e achei muito interessante. Aqui diz que vocês foram os únicos daquele andar que ficaram vivos. Não acham que é muita sorte? Ou talvez fosse sorte alguém ter uma visão de um acidente que realmente aconteceu.

– Foi só uma coincidência. – Josh disse.

– Em minha opinião, isso é mais que uma coincidência – Após Adam dizer isso, Sarah sentiu como se algo estivesse naquela sala - Alguém tem alguma pergunta? - ninguém respondeu - Ótimo. Agora vou ouvi-los, um por um. Posso começar por você? – Ele perguntou para Sarah, que foi levada para uma pequena sala com uma mesa no meio e duas cadeiras posicionadas em lados opostos. Adam entrou depois, fechando as portas e se sentado.


– A senhorita poderia me dizer o que aconteceu? – Adam arrastou a cadeira para frente, dando um pequeno impulso com seu corpo.

– Eu e os outros funcionários estávamos no térreo, prestes a entrar no elevador. Mas eu os impedi porque tive uma premonição sobre o acidente. – Sarah explicou.

– E o que a senhorita viu em sua premonição? – Adam ficou curioso.

– Nós entravamos no elevador e íamos para o décimo terceiro andar. Michael iria para o topo do prédio, viajar de helicóptero. De repente o helicóptero quebrou a janela e matou Jenifer. Josh caiu do prédio e John foi esmagado por uma mesa que havia caído. Liza caiu na hélice do helicóptero antes que ele explodisse e matasse Michael, Richard e Eu. – Sarah fechou os olhos tentando tirar aquelas imagens de sua cabeça.

– Tudo bem. A senhorita pode ir agora.


Após Sarah se retirar, os outros foram ouvidos. Todos disseram a mesma coisa. Adam tinha muito interesse por esse caso e não ia parar enquanto não descobrisse o que estava acontecendo.


Uma semana após o acidente na revista “Rivers”, os sobreviventes foram ao memorial para prestar seus pêsames aos trabalhadores que morreram naquele dia. Todos estavam lá, sentados, ouvindo as palavras de Michael, que era o orador. Ele estava em um palanque, perto dos retratos, das flores, das velas e da lista dos falecidos.

Richard, que estava na primeira fileira, perto do palanque, deixou de prestar atenção em Michael, e olhou para trás. Então viu Sarah sentada no fundo, no último banco. Seu olhar era de angústia, mostrava que algo não estava certo. Em seguida, Sarah se levantou e saiu de lá. Richard voltou a prestar atenção em Michael.

Após o final do memorial, Richard caminhava pelo cemitério, com as mãos no bolso de seu casaco preto. A leve brisa do vento esvoaçava seus cabelos escuros, e espalhava as folhas secas pela grama verde. Por alguns segundos, Richard fechou os olhos e sentiu vento gelado e seu rosto. Quando ele abriu os olhos, viu há alguns metros de distância, Sarah chorando e ajoelhada em frente á uma lápide. Richard começou a se aproximar, mas quando Sarah notou sua presença, rapidamente se levantou e enxugou as lágrimas.


– O que faz aqui? – Sarah perguntou, enquanto passava a mão sobre o rosto úmido.

– Nada. – Richard respondeu, olhando para a o túmulo em que Sarah estava ajoelhada. – Eu só estava caminhando e te vi aqui. E você? Por que saiu antes do memorial acabar? – Richard estava muito curioso.

– Vim visitar o túmulo do meu irmão. – Sarah disse, com a cabeça baixa.

– Nós nos conhecemos desde o ensino médio e você nunca me disse que tinha um irmão. – Richard ficou surpreso, pois sempre pensou que Sarah fosse filha única.

– É porque ele morreu quando eu tinha oito anos. Faz muito tempo... Mais ou menos doze anos. Eu não achei que isso tivesse alguma importância. – Sarah tentou não falar muito sobre seu irmão.

– Bom... Você pelo menos podia ter esperado o memorial acabar. – Richard disse.

– O quê?!Todos acham que eu sou maluca. Ninguém do 13° andar, além de você, fala comigo. Não era para eu estar naquela cerimônia. – Sarah respondeu.

– Mas é claro que você devia estar! Você salvou nossas vidas! Podíamos estar mortos, agora!

– Obrigada! Mas tenho que ir pra casa. – Sarah disse, enquanto revirava a bolsa, procurando as chaves de seu apartamento.

– Quer uma carona? – Richard perguntou, levantado suas sobrancelhas.

– Sim. - Sarah disse, depois de fechar a bolsa.


Então, os dois entraram no carro, fecharam as portas e em seguida, colocaram o cinto de segurança. Quando Richard colocou a chave na ignição, um bonequinho que estava pendurado em um barbante, no retrovisor interno do carro, se soltou e caiu, ligando o rádio. A música que estava tocando era “One Way Or Another”, da banda “Blodie”.


De um jeito ou de outro, eu vou te achar, vou te pegar, te pegar, te pegar, te pegar (...)”.


– Por favor, me diga que isso foi estranho! – Sarah disse assustada.


Richard concordou, balançando a cabeça, pois não conseguia falar. Então, lentamente ele aproximou a mão do rádio para desligá-lo, mas o rádio mudou de estação, e começou a tocar “In The Mournig”, da banda “Paramore”.


Você escapa como um trem desgovernado, fora das pistas (...) está batendo como um barco a vapor puxando todo o seu peso (...)”.


Sarah, rapidamente desligou o rádio.


– Vamos! – Ela disse séria.


Richard ligou o carro e começou a dirigir. De repente o porta-luvas se abriu e derrubou um CD.


– O que é isso? – Sarah perguntou, após pegar o CD, que estava escrito com letras azuis, “Final Destination”.

– “Final Destination” é nome da banda em que eu toco. Gravamos esse CD. – Richard explicou.

– Você nunca me disse que tinha uma banda. – Sarah ficou surpresa.

– “Eu achei que isso não tivesse alguma importância”-Richard sorriu.


E no meio daquela angústia e medo, Richard pode tirar um sorriso do rosto de Sarah. Mas esse sorriso não durou por muito tempo, pois ela voltou a ficar séria.


– O que foi? – Richard perguntou confuso.

– Eu acho que todos que escaparam do acidente estão correndo perigo. – Sarah disse, preocupada.

– Calma Sarah! Todos nós iremos ficar bem! Você só deve estar um pouco assustada com o que aconteceu naquele dia!

– Espero que você esteja certo!

– Bom, já chegamos! – Richard, disse parando o carro em frente á casa de Sarah.

– Obrigada! – Sarah agradeceu, saiu, fechou a porta do carro e se despediu acenado com a mão. – Até mais!


No dia seguinte, Jennifer tinha planos de saltar de Bungee Jumping, em uma ponte. Apesar de não parecer algo normal para muitos, para ela era. Jennifer era fã de esportes radicais. Já praticou Escalada, Pára-quedismo, Snowboard, Surf e etc. Naquele dia, Jennifer estava pronta. Mas apesar de ter saltado muitas vezes, por algum motivo ficou com certo medo.


– Quantos metros têm daqui até o rio? – Jennifer perguntou ao instrutor.

– Mais ou menos, a altura de um prédio de treze andares. – Ele respondeu


Então, com a corda amarrada sobre seus pés, Jennifer virou de costas e sentiu um calafrio. Por mais que seu medo estivesse aumentando, ela jurou a si mesma que não estava assustada, pensando “Eu não estou com medo! Ora, já fiz isso antes, por que não irei fazer isso de novo?!”. E querendo provar que podia saltar, Jennifer pulou de costas, com os braços abertos, sentindo um frio na barriga, seguido de uma sensação de medo.

Numa fração de segundos, seus dedos tocarem a água do rio. Mas seu corpo foi puxado para cima por causa da corda elástica, que se enroscou em seu pescoço. Jennifer levou suas mãos ao pescoço tentando se livrar da corda que o apertava cada vez com mais força. Sua respiração foi diminuindo até que as artérias de seu pescoço pararam de fornecer sangue para seu cérebro, que começou a inchar. O coração parou de bater. A traquéia comprimida começou a causar falta de oxigênio até Jeniffer perder a consciência e morrer sufocada. A corda que a sustentava se soltou, e a fez cair no rio, que poucos sabiam que havia crocodilos. Pelo menos o pior havia passado: A agonia. Jennifer estava morta e não ia sentir ser devorada. Seu corpo foi sendo dilacerado rapidamente pelos ferozes répteis. Eles rasgaram sua barriga com os dentes, expelindo seus órgãos para fora. O estomago foi aberto, começando a liberar um liquido escuro e pedaços de seu café da manhã que não foi digerido. Dois dos crocodilos brigavam, puxando o intestino grosso para lados opostos até ele romper e cada um pegar um pedaço. E com apenas uma mordida outro crocodilo quebrou suas costelas, fazendo com elas perfurassem seu pulmão. Os olhos saíram de suas órbitas e alguns ossos se desprenderam da carne. A bexiga foi retirada e rasgada, liberando urina que ainda havia. Seus restos como rim, fígado, vísceras, foram sendo levados pela correnteza do rio num rastro de sangue na água, até não restar mais nada.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade: Numa versão anterior Jennifer morria em um desfile de moda quando seu salto alto descolava e ela caía da passarela, quebrando o pescoço. Havia outra versão em que, quando Jennifer saltava de Bungee Jumping ela não caía no rio.