Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 4
Rota 23




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/202741/chapter/4

Naquele mesmo dia, Josh dirigia pela rota 23, aos 180 km por hora, enquanto, falava no celular com sua namorada, Hayley.


– Eu não acredito que a gente marcou um encontro e eu acabei “levando um cano”! – Josh disse a Hayley, que estava no outro lado da linha. De repente o rádio do carro ligou e Josh parou de falar. – Hayley, depois a gente se fala!- E rapidamente desligou o telefone, colocando no bolso direto de sua calça. Ao aumentar o volume da rádio 0.81, ouviu voz feminina anunciando uma notícia.


“A modelo e sobrevivente do acidente da “Revista de Moda Rivers”, Jennifer Gilmore, morreu esta manhã, ao saltar de Bunguee Jumping.Testemunhas disseram que ao pular da ponte, a corda elástica que estava amarrada sobre seus pés, enroscou em seu pescoço e a matou instantaneamente. Só que o mais estranho é que quando a corda que causou sua morte, se soltou, fez com que o corpo caísse no rio e fosse devorado por crocodilos, que aparentemente viviam lá. Mas pesquisadores foram até o local, junto com mergulhadores, e não encontraram sequer, nenhum crocodilo por todo o rio. Será que esse estranho caso tem alguma ligação com acidente da empresa “Rivers”?(...)”


E antes que a locutora pudesse terminar a notícia, Josh desligou o rádio e voltou a prestar atenção na estrada, enquanto suas mãos seguravam firmemente o volante. Nesse mesmo momento, um caminhão de cerveja da marca “Hice Pale Ale Diet”, passava ao seu lado. Josh não percebeu, mas a letra “T” da palavra “diet” estava meio descascada, dando a impressão de que a palavra fosse “die”, que em português significa “morrer”.

A frente do carro de Josh, havia uma caminhonete cinza, que transportava canos, e um caminhão de gasolina. E enquanto Josh pensava no que acabara ouvir no rádio, um cervo invade a estrada, fazendo com que o motorista do caminhão de gasolina desviasse e batesse em um poste, tombando e derrubando fios de energia. Sem tempo de frear, o motorista da caminhonete bate no caminhão, causando vazamento de gasolina. Josh, que estava atrás dos dois veículos conseguiu frear, fazendo com que seu corpo fosse para frente e voltasse para trás, encostando agressivamente as costas no banco do carro. Ao ver que o automóvel havia parado, percebeu que não podia voltar, pois tinham outros veículos atrás do dele. Então, rapidamente tirou o cinto de segurança, abriu a porta e saiu correndo. Mas os fios de alta tensão que se soltaram, começaram a sair faíscas e encostaram-se à gasolina, causando uma explosão. Josh continuou correndo até parar e sentir algo atravessando seu peito. Ao olhar de vagar para saber o que o empalou, viu um cano pontudo cravado em seu tórax - Com aquela explosão, um dos canos da caminhonete o havia atingido. - Josh se ajoelhou lentamente, e começou a cuspir sangue que transbordava de sua boca, até cair morto naquele asfalto quente da rota 23.


Do outro lado da cidade, Sarah foi á empresa “Rivers”, para buscar suas coisas. Ao passar pela fachada do prédio, quase entrando, viu um guindaste amarelo levantando barras de ferro, para reconstruir o 13° andar. Ao entrar no edifício, Sarah se encontrou com Richard, que parecia muito chocado.


– Oi, Richard! – Sarah o cumprimentou – O que aconteceu?

– Você não soube? – Ele perguntou. – Jennifer morreu essa manhã, em um acidente. Olhe. – Richard disse, mostrando á Sarah um jornal com a notícia.

– Oh, meu Deus!- Ela disse, colocando a mão sobre a boca, após ter lido. – Eu senti que alguma coisa ia acontecer. Como eu não pude fazer nada a respeito?! Eu simplesmente ignorei.

– Sarah, a culpa não é sua! – Richard disse, segurando seus ombros e olhando fixamente em seus olhos.

– Não. Eu tenho que fazer alguma coisa! – Sarah disse saindo do prédio.

– Hey! Espere – Richard gritou, correndo atrás de dela. – Aonde você vai?!

– Ao necrotério, procurar respostas! – Sarah disse, e se virou.

– Eu vou junto. – Richard disse, segurando seu pulso.

– Você não precisa fazer isso. – Sarah disse á Richard.

– Mas eu quero te ajudar!- Ele respondeu.

– Tudo bem!- Ela concordou, balançando a cabeça.


Então os dois entraram no carro, que estava estacionado em frente á empresa, e partiram.


– O que foi? – Richard perguntou, tentando descobrir o que tanto Sarah pensava.

– Você não acha estranho? - Ela perguntou - Como uma pessoa é devorada por crocodilos que não foram encontrados, ou que supostamente nunca estiveram no rio?

– Sarah, foi só um acidente. – Ele tentou convencê-la.

– Não. Foi mais que um acidente. E eu vou descobrir, mesmo estando sozinha.

– Você não está sozinha. – Richard disse, colocando a mão direita sobre a dela.

– Obrigado! Você é um ótimo... Amigo. – Sarah agradeceu.


De repente a conversa entre os dois terminou quando vários carros á frente deles começaram a diminuir a velocidade.


– O que aconteceu? – Sarah perguntou.

– Eu não sei. – Ele respondeu – Mas eu vou dar uma olhada. – Ao diminuir a velocidade, Richard parou o carro, tirou a cinto de segurança, abriu a porta e saiu, levantando sua cabeça para ver o que tinha acontecido lá na frente. Haviam postes de energia caídos, ferros retorcidos, e uma fumaça negra que nascia das chamas, que queimava alguns veículos. Tudo estava cercado por faixas amarelas, escritas com letras pretas “Linha da Polícia Não Atrevesse”. Vários bombeiros tentavam controlar a situação, mas o fogo parecia que dançava diante dos olhos deles. Richard olhava hipnoticamente sem ter qualquer reação.

– Richard, o que foi? – Sarah perguntou.

– Aconteceu um acidente. Vamos! – Ele disse correndo em direção ao fogo e os bombeiros. Sarah rapidamente tirou o cinto de segurança, abriu a porta e o seguiu.


Ao se aproximarem, viram uma ambulância, algumas viaturas da polícia e um carro funerário. Perto deste carro, havia um homem branco, que usava uma jaqueta cinza, escrito “Médico Legista”.


– Por favor, o que aconteceu? – Sarah perguntou, enquanto se aproximava do legista.

– Um caminhão de gasolina e uma caminhonete explodiram, matando os motoristas, e um homem empalado por um cano. – Ele explicou.

– Por acaso você sabe quem era esse homem? – Richard perguntou.

– Acho que ele se chamava Josh Wilcox. – O rapaz disse, abrindo as portas traseiras do carro, enquanto dois legistas levavam um carrinho com um corpo ensacado para dentro do veículo.

Ao descobrir que Josh havia morrido, Sarah abraçou Richard e encostou a cabeça sobre o ombro dele, desejando que aquilo não fosse verdade. Mas os dois sabiam que aquele corpo que passava diante deles era de Josh.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curiosidade: Há uma morte alternativa de Josh em que quando o caminhão tomba e a caminhonete bate, ele está sem o cinto de segurança. Então o carro que está atrás dele bate em sua traseira com tanta força que ele voa do carro, quebrando o vidro e indo em direção á uma cerca de arame farpado que o decapita.