Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 2
Premonição




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Naquele dia Sarah acordou com o som irritante do despertador. Ela começou a tatear procurando o botão para desligá-lo. Quando o barulho parou, teve certeza de que apertou o botão certo. Ao se levantar, Sarah foi em direção do banheiro, se olhou no espelho e disse a si mesma “Eu irei sobreviver a mais um dia de trabalho”. Após se arrumar, pegou sua bolsa e colocou a alça sobre seu ombro. Depois agarrou rapidamente as chaves que estavam em cima de uma mesinha e saiu apressadamente.

Sarah estava saindo de seu apartamento, onde morava sozinha. Ela vivia lá desde que se formou. Seus pais não queriam viver longe dela, pois tinham medo de algo fosse acontecer. Eles pensavam assim, porque também tinham um filho que morreu há doze anos atrás. Sarah tinha oito anos quando seu irmão faleceu. E por isso, guardava poucas lembranças sobre ele. Mas ainda lembra de seu rosto, porque havia uma foto dele em um porta-retratos na sua estante.


Era um dia quente. E ao passar em frente ao Central Park, algumas pessoas faziam piquenique, levavam cães para passear, andavam de charrete, enquanto seus filhos pulavam e se molhavam ao redor da fonte. Sarah caminhava normalmente quando de repente uma série de acontecimentos passou rapidamente diante de seus olhos: Um skatista distraído com fones de ouvido, vinha em sua direção em alta velocidade. Por sorte o adolescente avistou-a e desviou, mas acabou caindo do skate, que continuou andando até espantar alguns pombos na praça, que voaram em direção á um garotinho que segurava um balão de helicóptero. Um dos pombos acabou bicando o balão, estourando-o. O garotinho começou a chorar enquanto o skatista continuava sentado no chão se recuperando. Sarah sentiu algo estranho.


Ela estava indo para o trabalho, a revista de moda “Rivers”, onde era secretária. Ela nem precisava ir táxi ou sequer de ônibus, pois a empresa ficava a poucas quadras dali. Enquanto andava pelas ruas de Nova York, pensava se iria conseguir o emprego de jornalista no “Jornal Diário Mckinley”, pois não agüentava mais trabalhar na revista de moda “Rivers” – Lá, as pessoas vivem te olhando de cima á baixo e tratam como se você não fosse absolutamente nada. Principalmente se você não está na moda, como Sarah, que não se veste mal, mas não tem dinheiro suficiente para usar roupas de grife. Ela era loira e usava para trabalhar um salto preto, da mesma cor de sua saia, que chegava até os joelhos. Ela também vestia uma camisa azul e por cima uma blusa de frio cinza.


Ao chegar na empresa, Sarah se encontrou com Richard – Seu melhor amigo desde o colégio, que também trabalha na empresa “Rivers” como fotografo. Richard era moreno, tinha barba, calçava um all star preto, usava um jeans skinny da mesma cor que o tênis e uma blusa xadrez, vermelha e preta. Richard sempre estava na moda. Tanto nas roupas quanto em penteados: Seu corte de cabelo atual era o Undercut.


– Oi, Sarah!- Richard disse, sorrindo.

– Oi. – Sarah disse meio desanimada.

– O que foi? – Richard perguntou.

– Eu estou esperando a resposta do “Jornal Mckinley”, tenho medo de não ser contratada. Eu não quero trabalhar aqui pelo resto da minha vida!

– Calma. Você vai conseguir! – Richard tentou animá-la.

– Obrigado! – Sarah agradeceu, parecendo um pouco otimista.

– Oi, Sarah! – Disse uma mulher de cabelos castanhos, que usava um casaco preto e acabara de entrar na empresa. Era Liza, sua colega de trabalho e recepcionista do 13° andar. Ela estava muito animada. – Então? Conseguiu o emprego no “Jornal Mckinley”? Eu até reservei três lugares no “Miro81” pra gente comemorar! A comida de lá parece que é francesa, ou algo do tipo!

– Não, eu não consegui ainda! – Sarah voltou a se desanimar.

– Que pena! – Liza lamentou.


Nesse momento, um homem de cabelos grisalhos que usava um terno preto com uma gravata de estampa azul, saiu de um carro luxuoso e entrou no empresa “Rivers”, falando no celular. O homem era Michael, o dono da Revista. E era tão arrogante que não falava com nenhum funcionário. Então Michael foi esperar o próximo elevador perto Jennifer, uma modelo de olhos verdes que estavam cobertos por um enorme óculos de sol. Seus cabelos eram escuros, e o vestido que usava era preto com grande decote nas costas.


– Oi, John! – Josh cumprimentou John (o segurança do prédio) ao entrar. – Oi, Gente!

– Oi, Josh! – Sarah, Richard e Liza disseram ao mesmo tempo.


Josh trabalhava como estilista na revista “Rivers”. Ele tinha cabelos castanhos, quase loiros que eram enrolados. Josh calçava um tênis, usava um jeans azul, uma blusa branca social e por cima um colete preto.


Então, quando o elevador abriu, Michael, Jennifer, Josh, Liza, Sarah e Richard entraram. O destino de quase todos era o 13° andar, menos de Michael que iria viajar em um helicóptero que estava no topo do prédio. Quando todos chegaram ao andar 13, começaram a trabalhar na edição de número 180 da revista. Havia várias pessoas andando de um lado para o outro, apressadas, segurando vários papéis.


– Eu odeio esse emprego! – Liza disse indo para trás do balcão da recepção. Mas na verdade Liza odiava qualquer emprego em que estivesse. Seu sonho era se casar com um homem rico para ser sustentada por ele e nunca mais trabalhar. Liza era muito gananciosa, além de fofoqueira. Tudo o que acontecia Sarah e os outros funcionários sabiam por ela – Talvez se eu transasse com Michael viraria uma grande modelo.

– Não seria mais fácil você procurar um novo emprego? – Sarah perguntou a Liza.

– Não seja boba, Sarah. Estou achando um jeito de seduzir Michael. Como ela conseguiu? – Liza referiu-se de Jennifer, que seduziu Michael e dormiu com ele. Depois disso, o chantageou, dizendo que iria contar o que aconteceu para a esposa dele se ela não se tornasse uma modelo. E mesmo Michael ter sido Chantageado, na maioria dos jantares em família ele dizia a sua mulher que tinha reuniões e ia para motéis luxuosos se encontrar com Jennifer.


Em seguida, Richard se aproximou de Sarah e mostrou pra ela a capa da revista daquele mês.


– Então Sarah, o que achou da capa?


Sarah olhou para capa. Nela havia imagem de uma mulher vestida de preto e uma frase escrito “Vestida para Matar”. Ela não sabia o porquê, mas aquela foto a intimidava.


– Elas estão ótimas – Era a única coisa que Sarah podia dizer. Ela não sabia nada sobre moda. Richard havia perguntado para a pessoa errada.

– Obrigado! - Richard agradeceu -Tenho que ir. A sessão de fotos vai começar.

– Uh, Ele gosta de você! – Liza disse provocando Sarah.

– Não é verdade! – Ela disse envergonhada.

– Se ele não gostasse de você nem iria pedir sua opinião sobre as fotos. Sarah, ele nem perguntou o que eu achei! Acho que ele nem me viu. – Liza apoiou a cabeça sobre o braço em cima do balcão.

– Deixe de ser boba e vamos trabalhar.


Então Jennifer e as outras modelos se posicionaram perto das janelas para tirar as fotos. Richard pegou a câmera fotográfica e começou a ajustar o zoom. Josh que ficou sentado longe das modelos, deu um impulso com seus pés, fazendo com que a cadeira de rodinhas em que ele estava se deslizasse para perto de Richard, podendo ver o ensaio fotográfico melhor. A cada flash seguido de um clique que Richard dava no botão de sua câmera as modelos faziam poses e expressões diferentes.



E no topo do prédio, Michael entrou no helicóptero que em poucos segundos decolou. De repente uma forte rajada de vento fez com que o helicóptero balançasse e começasse a perder altitude.

Enquanto isso no andar 13, Sarah estava indo para sua mesa, mas parou para dar uma rápida olhada na sessão de fotos. Então Richard olhou para trás e sorriu para Sarah. Ela retribuiu dando outro sorriso.


– Vadias esqueléticas! – Liza disse chegando inesperadamente atrás de Sarah e ficado ao seu lado – Elas são tão magras. Aposto que e só comem um grão de ervilha no almoço! – Liza odiava as modelos por serem ricas e mais bonitas que ela. E sempre tentava ficar tão magra quanto essas Top Models.


Então o helicóptero sofreu pane, bateu e quebrou a janela do 13° andar. Após quebrar a janela, o helicóptero invadiu o lugar, e a hélice traseira fatiou a cabeça de Jennifer em vários pedaços e derrubou as modelos do prédio. Todos os trabalhadores ficaram em pânico e começaram a se tumultuar, tentando entrar no elevador para sair do edifício. Mas com tantas pessoas dentro, as cordas se arrebentaram e o elevador caiu. Depois, o piso se inclinou, Josh e os outros funcionários caíram e morreram com a queda. Em seguida, John (que estava no térreo) saiu do prédio e foi ver o que estava acontecendo. Ao olhar para cima, uma mesa do andar 13 caiu e o esmagou. Então Sarah e Liza começaram a escorregar (por causa piso inclinado). Richard conseguiu segurar Sarah, mas Liza caiu em cima da hélice e morreu mutilada. Então os dois correram para a escada de emergência. Lá havia algumas pessoas mortas, que deviam ter caído e quebrado o pescoço. Ao sairem da empresa, um carro bateu em um hidrante, que voou e atingiu a traseira do helicóptero, fazendo com que ele caísse e explodisse, matando Michael, que estava lá dentro. Com aquela explosão, um destroço atingiu Richard e matou Sarah queimada.


– Eu até reservei três lugares no “Miro81” pra gente comemorar! – Sarah ouviu a voz de Liza. Aquela frase era familiar. Ao despertar de uma espécie de transe, a jovem percebeu que estava no térreo conversando com Liza e Richard, que pareciam estar bem. Sarah começou a tremer, mas seu corpo não conseguia mexer. Ela ficou parada enquanto revirava os olhos que observavam o lugar. Não havia acontececido nenhum acidente. Ela tinha certeza disso. Talvez o que tivesse acontecido fosse um sonho. Um sonho muito real. - A comida de lá parece que é francesa... – Sarah disse junto com Liza em um tom de voz baixo. – Como você sabe que a comida de lá é francesa?! – Liza perguntou para Sarah, que ficou assustada ao saber o que ela iria dizer exatamente aquilo.


Então ela percebeu que aquele possível “sonho” era uma premonição. A garota começou a ficar mais desesperada quando Michael entrou na empresa falando no celular, pois sua visão realmente estava acontecendo. Em seguida, Josh entrou no prédio cumprimentando John e os outros. Sarah rapidamente impediu que todos os presentes entrassem no elevador.


– Não! – Sarah disse, com os olhos azuis cheios de lágrimas, prestes a escorrem pelo seu rosto. – Vocês não podem entrar no elevador! O seu helicóptero vai causar um acidente! – disse a Michael - Todos vão morrer! – De repente quando o elevador se abriu, Sarah ficou na frente dele, impedindo que alguém passasse.

– O que você está dizendo?! – Michael ficou surpreso, pois nenhum funcionário ousa falar com ele. – Alguém, por favor, demita essa maluca!

– Sarah, o que foi? – Richard perguntou bem baixo, perto de seu ouvido.

– Vai acontecer um acidente e todos do 13° andar vão morrer! – Sarah disse chorando, com o rosto pálido.

– Olhe, eu não tenho tempo pra isso! Meus sócios estão me esperando para uma viajem de negócios, lá em cima! Se eu demorar, eles vão sem mim, entendeu! Agora, deixe-me passar!

– Vocês não entendem? – Sarah perguntou como se ninguém tivesse ouvido nenhuma palavra que tinha dito. – Vai acontecer um... – De repente eles ouviram um barulho de batida e saíram do prédio. Ao ver o helicóptero causando a morte de outras pessoas que estavam no 13° andar. Todos ficaram chocados como que estava acontecendo diante de seus olhos.


– Como você sabia que isso ia acontecer? – Michael perguntou a Sarah.



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Notas finais do capítulo

Curiosidade: Eu já tinha essa história em mente antes de Premonição 4, com um acidente em uma ponte em que vários carros passariam na hora em que ela desabaria. Com a notícia de Premonição 5 eu resolvi mudar o local do acidente para um prédio.