37 – Prescher, Baker e Sullivan Forever

POV Zacky

Meus olhos ardiam e meu cérebro não conseguia captar tantas informações. Há pouco tempo eu estava prestes a morrer e agora aqueles dois apareceram. Ana era uma agente do FBI e estava com aquele cara que... Era parecidíssimo comigo?

- Você... Você está morto! Não pode ser! – Flávio gritava

- Vocês achavam que eu estava morto, afinal era o que eu queria! Mas agora eu voltei para tentar reparar meus erros e... – ele parou por um instante e me olhou – Sabe quem eu sou? – Eu parecia uma criança encolhida no seu canto, o sangue manchou boa parte da minha calça e minha perna latejava. – Eu sou Alexandre Prescher... E sei quem você é Zachary – ele se aproximou de mim estendendo a mão. Ana ainda estava com Flávio na mira, a arma levantada pronta para o disparo.

- Pai? – ele sorriu sem jeito

- Sim... – Alexandre me encarava, talvez estivesse tão surpreso quanto eu – Zacky é um prazer lhe conhecer filho! Você é lindo! – ele sorria e algumas lágrimas escaparam por seu rosto.

- Ah parem com isso! Você não passa de um...

- O que Flávio? Contou á ele o motivo do meu sumiço? – olhei confuso para meu tio. Naquele exato momento meus amigos apareceram correndo.

- Zacky você está ferido! – Rosana correra até mim – Eu vou matar esse desgraçado e... – ela olhou para Alex e depois pra mim – É ele? Seu pai? – assenti.

- Nada que você tem é seu de direito Flávio! Tudo foi roubado! Roubado de mim e de meus filhos! – minha cabeça girava e a cada palavra uma confusão maior se formara dentro de mim. – Você é rico Zachary! Você Chiara e o pequeno Thiago.

- O Zacky é rico? Ainda bem que somos melhores amigos né? – Brian piscara pra mim

- Tudo está comprovado, eu fiz um testamento caso algo me acontecesse, onde eu deixava tudo para vocês e sua mãe. – Olhei pra ela. Clara não acreditava que estava vendo o amor de sua vida novamente

- Que lindo... A família vai se reunir! Sabe quando vocês terão paz? Nunca, afinal eu sempre ganho! – Flávio fez um movimento rápido. Meu pai estava de costas para ele, foi quando vi uma lâmina atingir as costas de Alex. Gritei. Ele caiu no chão enquanto Flávio correu. Mais um disparo foi feito. Ana atirara contra ele.

- Pai! – me rastejei até ele – Por favor, fala comigo! – Minha mãe viera junto de mim, os hematomas e cortes já não lhe causavam tanta dor. Meu pai agonizava no chão, pude ouvir alguns últimos sussurros.

- Filho eu... Me perdoe por tudo, mas eu precisava ficar longe para proteger vocês! – sua voz ia sumindo a cada palavra – Clara eu... Eu te amo e me perdoe por favor!

- Sempre te amei meu amor – ela beijou seus lábios. Lágrimas caiam por seu rosto. Pela primeira vez eu estava junto de meus pais verdadeiros e eu sabia que seria a última também.

- Morra seu desgraçado! Vamos para o inferno juntos! – Flávio gritava, estava caído próximo a nós sob a mira de Ana. O tiro atingira seu peito, mas isso não o impedia de sorrir – Estou vendo a morte Alex! Ela vem nos pegar... Morra, morra! – talvez ele estivesse delirando, disse mais alguma coisa que não compreendi e caiu de vez no chão.

- Sua piranha, você matou meu homem! – Leana gritara do outro lado – Agora quem morre é você! – ela pegara uma arma no chão e estava pronta para o disparo até que alguém a segurara por trás e rapidamente derrubou Leana no chão.

- Ele veio... – meu pai sussurrou feliz

- Você está presa Leana Silver! – Ana a segurara pelos pulsos enquanto colocava as algemas em seu braço – Obrigada pela ajuda Sullivan!

- Eu odeio você... Espero que morra e quando isso acontecer, eu vou estar lá pra assistir e rir na sua cara, seu verme! – Leana se sacudia, mas Ana a conduzia até a viatura.

- Eu mal posso esperar para esse dia chegar Lea! – Jimmy sorriu

- Rev! – Brian correra e o abraçava, Diego e Leticya também gritavam felizes e correram pra ele. – Você está aqui! Nem acredito seu puto que saudade! – Diante de toda euforia, meu pai ainda estava sofrendo e sabíamos que ele não resistira, mas ele ainda tinha forças para dizer algo á Jimmy.

- Obrigado rapaz... Agora está feito! Flávio está morto e todo seu esquema descoberto. Sem sua denúncia eu jamais saberia que você era da família que... – tomou fôlego - Adotou meu pequeno e... – ele estava ofegante, desviou o olhar de Jimmy e o depositou em mim – Zachary Baker Prescher... Sullivan? – ele riu - Aproveite filho, agora sua vida mudará e pra melhor! Utilize com sabedoria a herança e faça o bem! Eu amo vocês e... – Alex se contraiu e rapidamente sua cabeça pendeu para o lado. Estava feito. Meu pai partira.

POV Jimmy

Fechei os olhos de Alex e me levantei. Agora a história estava terminada, eu cumprira com minha palavra.

- Vamos! Vocês precisam ir para o hospital e depois temos que resolver toda a papelada de registro e herança.

- Como assim? – Zacky perguntou com lágrimas nos olhos.

- Agora você será Zachary Baker Prescher e assim receberá a parte que lhe cabe! Por isso precisamos fazer um novo registro, mas vemos isso depois! - Ana fechara a viatura enquanto chamava a equipe para retirar o corpo de Flávio e Alexandre.

 Parei para observar todos. Meus amigos estavam malucos para gritarem e falarem comigo, assim como eu estava, mas eu sabia que não teria o perdão deles tão fácil.

- Que bom que voltou James – Clara me deu um meio abraço.

- Vamos pessoal! – Ana chamou e todos obedeceram e apenas Zacky e Bia ficaram

- É bom te ver vareta! – ele sorriu e me abraçou

- Senti sua falta gordo, me desculpe e sinto muito por seu pai...

- Cala a boca Sullivan! Falamos sobre isso depois e quanto á ele... – Zacky apontara para o corpo de Alex já coberto por uma manta preta. – Ele está livre agora, sei que encontrou um lugar melhor! Quem sabe ele não encontre Matt certo? – Zacky enxugara as lágrimas e foi conduzido para a viatura. Sua perna estava terrível, mas mesmo assim ele conseguia sorrir. Um sorriso torto, triste, porém satisfeito. Resolvemos tudo e agora teríamos paz.

 Mas eu ainda tinha um assunto pendente.

- Bia... – cheguei perto dela e nossa! Estava coberta de hematomas. Mesmo com ansiedade em vê-la e contar tudo que passou por minha cabeça, Bia não olhava nos meus olhos e me evitava – Eu entendo que esteja brava, mas você tem que...  – ela me interrompeu

- Eu sinto muito! – saiu correndo sem olhar para mim. Foi em direção aos chamados histéricos de Ana e nem ao menos olhou pra trás.