Melanie’s P.O.V.

Um mês depois...

Já perdi as contas de quantas vezes fui ao banheiro. E já perdi a conta de quantas vezes tentei conversar com o Justin e ele fingiu me ouvir.

Eu não queria ter dito aquilo. É só que, ultimamente ando tão estressada, todas as minhas emoções estão duas vezes maiores. Se eu fico nervosa, fico muito mais nervosa do que deveria. Se eu fico triste, fico muito mais triste do que deveria, até chorar. E é o que está acontecendo comigo todas as noites. Eu estou chorando silenciosamente enquanto Justin dorme ao meu lado.

Pattie diz ser melhor para mim, se eu estiver ao lado de alguém quando acidentalmente a bolsa estourar, por isso comecei a dormir ao lado do Justin agora que os bebês estão perto de nascerem.

O quarto está escuro, e eu consigo ouvir a respiração do Justin próxima ao meu ouvido. Faz mais de uma hora que ele caiu no sono, enquanto eu fico limpando meu rosto molhado a cada dez minutos.

Até que eu sinto algo molhado em minhas pernas.Droga, devo ter feito xixi na minha camisola super larga.

Comecei a me levantar devagar para não acordar o Justin, até que sinto uma pontada na barriga e volto a deitar. Então, novamente veio outra pontada.

— Não, não, não. — Murmurei já sabendo o que estava acontecendo comigo.

Olhei para o lado e mesmo estando escuro, consegui enxergar o rosto do Justin. Cutuquei ele para ver se ele acordava e nada.

— Justin. — O chamei e ainda nada. — JUSTIN! — Gritei quando senti uma pontada mais forte que a primeira.

— O que foi? — Perguntou ele assustado e se sentando rapidamente na cama.

— A bolsa estourou. — Disse.

Ele se levantou rapidamente e acendeu a luz do quarto, quase me deixando cega.

— Espera... Vou chamar a minha mãe e o Kenny. — Disse saindo correndo do quarto e tropeçando em sua própria calça de moletom.

Respirei fundo, tentando tirar todas as coisas ruins que a minha imaginação fértil me fazia pensar no que ia acontecer a seguir. Estiquei meu braço em direção ao criado mudo ao lado da cama e peguei meu celular. Não consegui escrever uma mensagem de texto, então usei a tecla de atalho de discagem e esperei até o terceiro toque.

— Melanie? — Ouvi a voz dela meio sonolenta do outro lado da linha.

— Vai nascer. — Disse.

— Ai meu Deus! Fique calma. Você já avisou alguém?

— Eu falei para o Justin e ele foi chamar a Pattie e o Kenny.

— Certo. Respire fundo e solte o ar bem devagar. Não fique nervosa, e nem faça movimentos bruscos. Eu... Eu vou tentar chegar ai, provavelmente você já vai estar no hospital, espero conseguir chegar antes dos gêmeos nascerem.

— Selena, acho que você também precisa respirar fundo. — Disse e ela riu.

— Você que está grávida e eu que estou nervosa. Ai meu Deus. Estou em Geórgia, só que um pouquinho longe de Atlanta, mas eu vou conseguir chegar ai no mínimo em uma hora.

— Eu vou tentar te esperar.

— Não! Não se preocupe comigo. — Disse ela e então o Justin entrou no quarto agitado e atrás dele estava a Pattie e o Kenny.

— Vou desligar.

— Boa sorte. — Desejou ela antes que eu desligasse.

Kenny veio em minha direção e me pegou no colo com cuidado enquanto Pattie tagarelava.

— Cuidado. Levanta ela devagar. Não, assim não, passe o braço pelas pernas dela e o outro braço pelas costas. Isso, agora me siga até a porta com cuidado e quando estivermos nas escadas vai descendo bem devagar por causa dos degraus.

— Pattie, eu estou morrendo de dor. Quero que o Kenny corra o mais rápido que puder. — Disse e senti outra pontada fazendo-me gemer de dor.

— Isso é normal? — Perguntou Justin a sua mãe.

— É... É normal... A bolsa estourou... Nem acredito.

— Kenny, ande o mais rápido que puder. — Sussurrei para ele enquanto Pattie estava distraída tentando acalmar o Justin.

Kenny sorriu e desceu as escadas rapidamente e Pattie quase o xingou quando ele me colocou no banco traseiro do carro. Ela e o Justin entraram rapidamente e o Kenny tirou o carro da garagem cantando pneu até o hospital.

Justin segurou minha mão e a apertou enquanto ficava dizendo a mesma coisa que a Selena me disse na ligação. Respire fundo e solte o ar bem devagar.

Não sei se aquele era o momento certo, mas eu tinha que tentar. Era agora ou nunca.

— Justin, me desculpe... — Respirei fundo e soltei o ar devagar. — Não queria ter dito aquelas coisas — Novamente respirei fundo e soltei o ar devagar. — Fui uma idiota, eu amo você e amo nossos filhos. — Fiz novamente o gesto e completei. — Me perdoa?

Ele olhou para mim e com certeza deve ter pensado “Essa não é a hora certa pra isso”. Só que para a minha surpresa, ele sorriu e pegou a minha outra mão entrelaçando nossos dedos.

— Eu sempre vou te perdoar.

Sorri para ele, mas o momento perfeito foi interrompido pelo meu grito por sentir uma pontada mais forte do que as outras. Justin parou de sorrir e me olhou preocupado.

— Você...

— Estou be... — E gritei mais uma vez.

Kenny acelerou o carro e além de sentir medo de ser cortada ou algo do tipo, eu também comecei a sentir medo de o carro bater em algum poste por conta da velocidade.

Assim que chegamos ao hospital, enfermeiros vieram em minha direção e me colocaram em uma cadeira de rodas enquanto Justin e Pattie me seguiam com o Kenny logo atrás.

Se eu não estivesse sentindo pontadas cada vez mais fortes, eu ia rir muito das roupas que eles estavam usando. Justin estava com uma calça de moletom e uma regata branca que deixava seus braços nus, sem contar o cabelo que estava todo bagunçado. Pattie estava com um xale de seda por cima da sua camisola, e parece nem notar isso. E o Kenny... O Kenny está com uma calça com estampa de patinhos. E eu com a camisola folgada branca que toda vez que me mexia a alça do lado direito caia.

Os enfermeiros guiaram a cadeira de rodas até uma porta enorme, onde Justin, Pattie e Kenny foram barrados.

E foi ai que eu comecei a ficar nervosa.

Justin’s P.O.V.

— O quê? — Perguntei impaciente para o garoto moreno que parecia ser mais velho do que apenas dois anos. Com certeza acabou de concluir a faculdade de medicina.

— Vocês não vão poder passar por aqui. Só pessoas autorizadas. — Repetiu ele.

— Mas eu sou o pai.

Ele piscou para mim duas vezes e deu um sorriso forçado.

— Vou ver o que posso fazer. Espere um minuto.

Ele passou pela porta e eu fiquei andando de um lado para o outro.

É agora. Daqui a poucas horas eu vou segurar meus filhos no braço. Eu vou ser pai oficialmente. Eu...

— Justin, pare de fazer isso. Está me irritando ver você de um lado para o outro. — Disse Kenny e minha mãe concordou.

— Tá. É que eu estou nervoso. Não vejo a hora de ver os rostinhos dos meus filhos.

Então, parei de andar e olhei para o Kenny. Na verdade, olhei para a calça dele com estampa de patinhos e comecei a rir.

— Agora ele está ficando louco. — Disse Kenny.

— Patinhos. Hahaha. Quem usa calça com estampa de patinhos? — Disse rindo.

Kenny olhou para a sua calça e percebeu o motivo da minha risada. E me fuzilou com os olhos.

— Está tudo bem? — Ouvi uma voz conhecida perguntar.

Olhei para o lado e vi a Selena me encarando, depois encarou minha mãe e por ultimo o Kenny.

— Meu Deus, vocês estavam mais agoniados do que eu. — Com certeza estava se referindo ao jeito que estávamos vestidos num hospital às 2 horas da manhã.

— Como soube...

— Melanie me ligou. — Disse ela interrompendo minha pergunta.

Ainda me sentia intrigado com essa amizade delas duas. É muito estranho sua ex-namorada virar amiga da sua namorada depois de tanto ódio. E quando eu olho para a Selena, me sinto culpado pelo que fiz ela passar, eu jurei que ela não ia perder o bebê e... E ela perdeu. Eu também perdi, mas acabei ganhando mais dois. O que a deixa em desvantagem depois de tudo que aconteceu.

O estagiário moreno apareceu novamente e sorriu para mim.

— Se o parto dela for normal, você poderá ficar ao lado dela.

— E quando vou saber que o parto vai ser normal? — Perguntei impaciente.

— Tem um médico com ela, ele vai ver se tem possibilidades de ser um parto normal e vai perguntar a ela qual parto ela prefere.

— Isso vai demorar? — Insisti.

— Não sei. Isso depende da paciente. Tem casos de que a mulher teve que ficar sete horas esperando até entrar em trabalho de parto.

— Então você está me dizendo que ela pode ficar sete horas sentindo dores, enquanto eu vou ter que esperar aqui?

Sua expressão mudou de sorridente para triste, ele assentiu como se lamentasse e eu me controlei muito para não acertá-lo no rosto. É claro que ele não sentia muito, ele estava fingindo.

— Ah... Justin e Selena... Vocês não vão poder sair desse hospital tão cedo. — Falou Kenny apoiado na janela do corredor do hospital.

— Fotógrafos e repórteres? — Perguntou Selena e ele assentiu.

Fui em direção a janela e vi um monte pessoas na entrada do hospital. Minha sorte foi que a janela não era muito grande e por isso me camuflava no meio de tantas outras daquele hospital.

— Ótimo. — Disse olhando para a roupa que estava vestindo e xingando mentalmente por não ter me trocado antes de sair.

Nós quatro fomos avisados de que a sala de espera não era segura, então tivemos que ficar no corredor, e como estávamos exaustos por estar acordados às 3 horas da manhã nos sentamos no chão até recebermos alguma noticia sobre o estado da Melanie.

Depois de um longo tempo, um homem mais velho que o estagiário de antes, veio em nossa direção.

— Selena Gomez.

— Disse.

— Sim? — Perguntou a Selena se levantando do chão.

— A paciente deseja que você acompanhe o parto.

— Espera — Disse me levantando do chão também. — E eu?

— O senhor também. — Ele olhou para o papel que estava em sua mão e suspirou. — Abri uma exceção para vocês, pois só uma pessoa pode acompanhar o parto. Espero não me arrepender. Acompanhe-me.

Minha mãe me abraçou sussurrando palavras incentivadoras e o Kenny sorriu antes que eu acompanhasse o médico.

Eu e a Selena fomos obrigados a usar um jaleco, uma toca e uma máscara antes de entrar na sala. Melanie estava deitada com as pernas curvadas, estava com uma roupa hospitalar e uma touca igual a minha e a da Selena na cabeça. Ela estava suando enquanto gritava de dor. Me aproximei rapidamente dela e segurei sua mão. Ela olhou para mim e sorriu, depois seu olhar foi até a Selena que estava do outro lado da cama segurando sua outra mão.

— Ela escolheu o parto normal — Disse o mesmo médico que foi nos buscar no corredor. Sua voz saiu abafada por causa da mascara, mas dava pra entender perfeitamente o que ele dizia. — Vai ser um processo complicado e doloroso. Então, eu peço a vocês para acalmar a paciente até o final. Achamos que com pessoas conhecidas, as pacientes conseguem ficar mais relaxadas durante todo o procedimento.

— Tudo bem. — Disse eu e Selena juntos.

Na sala, entrou mais três médicos e um deles era uma mulher, que entregou um par de luvas de látex para mim e para a Selena. Então todos os médicos começaram a se preparar, enquanto um levantava a camisola hospitalar que a Melanie estava usando.

Tentei não pensar muito que aquele cara estava vendo a Melanie nua, pois ele é um médico, está acostumado com isso. Eu é que não estou acostumado a ver outros homens vendo-a nua.

— Ela já entrou em trabalho de parto! — Disse ele.

A médica se aproximou e segurou as pernas da Melanie.

Melanie gritou mais uma vez e eu estava agoniado em vê-la naquele estado e não poder fazer nada. Passei minha mão em seu rosto e olhei para ela tentando transmitir confia, de que isso ia passar logo.

— Vamos conversar. — Disse a médica piscando para mim e para a Selena. — Qual o seu nome linda? — Perguntou a Melanie.

— Melanie. — Respondeu ela ofegante.

— E o garoto bonitinho ao seu lado é o seu namorado? — Perguntou e Melanie assentiu sorrindo. E eu sorri também, mas foi uma pena a mascara tampar isso. — E a garota sua irmã?

— Amiga. — Respondeu Melanie sorrindo para a Selena.

Talvez a médica saiba que eu sou o Justin Bieber e que a garota do lado é a Selena Gomez, mas estava tentando acalmar a Melanie. E ela era boa nisso.

— Vou pedir para você respirar em ritmo lento. — Ela fez o gesto e Melanie repetiu. — Isso. E quando eu mandar você fazer força, você irá dá o seu máximo para isso, ok?

Melanie assentiu e eu apertei a sua mão. Olhei para o lado e vi um dos médicos esterilizar uma tesoura e aquilo me deu um arrepio. Nunca fui muito fã de hospital.

— Vou pedir para vocês ajudarem. — Ela disse olhando para mim e para a Selena.

Então ficou ao meu lado e passou a mão pela barriga da Melanie. Um dos médicos ficou segurando as pernas da Melanie e fez um sinal positivo para a médica.

— Faça força. — Pediu ela a Melanie.

Melanie fechou os olhos e fez tanta força que eu senti sua mão tremer. A médica agora apertava a barriga da Melanie enquanto pedia para ela fazer força.

Fiquei mais angustiado ainda quando vi aquela mulher colocar o braço por cima da barriga da Melanie e jogar todo o seu peso para impulsionar.

— Vamos Mel, falta pouco. Força. — Disse Selena.

Melanie já estava suada e com o rosto vermelho de tanto fazer força. Até que um barulho fez todos nós nos silenciarmos.

O médico que segurava as pernas da Melanie fez um gesto para um dos outros que trouxe a tesoura. O médico segurou o bebê e cortou o cordão umbilical. Ele era tão pequeno e fazia tanto barulho.

Sorri para a Melanie e ela sorriu para mim, como se adivinhasse que por baixo daquela mascara eu estava eufórico.

O médico entregou o bebê para o mesmo que lhe deu a tesoura e voltou a segurar as pernas da Melanie. Ainda não tinha acabado.

— Mais uma vez. — Disse a médica a Melanie.

Ela começou a fazer força novamente e eu apertei sua mão. Ia começar tudo de novo. Todo aquele processo que o médico avisou ser dolorido.

Olhei para o lado e vi que o primeiro a nascer foi o nosso garotinho. E então me aproximei da Melanie e falei:

— Agora é a vez da nossa garotinha. Vamos. Você consegue.

Ela sorriu para mim e gritou mais uma vez fazendo força enquanto a médica pressionava sua barriga. Dessa vez, o processo não demorou muito e pouco depois já podíamos ouvir o choro do outro bebê.

O médico cortou o cordão umbilical e entregou ao outro médico que levou-a na mesma direção que levaram o nosso garoto.

— Você conseguiu. — Disse emocionado enquanto passava a mão em sua testa para tirar o suor.

— Eu quero ver eles. — Pediu ela ofegante.

Não tinha percebido que a Selena não estava mais ao lado da Melanie, mas ela chegou trazendo um dos bebês no colo. Deduzi que era o nosso menino por causa do macacão azul.

— Olha ele aqui, bem limpinho. — Disse Selena enquanto o entregava a Melanie.

Ela o pegou no colo e assim como eu, estava com um sorriso bobo na cara. Meus olhos estavam deixando minha visão embaçada de tanta lágrima que saía. Mas eu consegui ver o rostinho dele. O jeito que ele parou de chorar quando ficou no colo da Melanie.

— Aqui está a garotinha. — Disse a médica trazendo o outro bebê de macacão rosa e me entregando.

Meus braços começaram a tremer e eu nunca pensei que fosse ficar tão nervoso em segurar um bebê no colo. Sempre segurei Jaxon e Jazmyn, mas agora era diferente. Era a minha filha que estava em meus braços.

Melanie sorriu ao ver o rostinho dos dois bebês e então dois médicos vieram em nossa direção e pegaram o bebê do meu colo e do colo da Melanie.

— Vocês vão ter que sair agora. — Pediu a médica olhando para mim e para a Selena. — A garota vai ficar bem e os bebês também.

–

— Já pensou nos nomes? — Perguntou minha mãe enquanto eu, ela, o Kenny e a Selena estávamos com as caras grudadas no vidro da sala que me separava dos meus filhos.

Os dois estavam em incubadoras, ambos dormindo.

— Não conversei com a Melanie sobre isso. — Disse me lembrando de que tínhamos brigado e eu a ignorei quando ela vinha falar comigo. Fui um idiota.

— Nossa, não tem como negar que são seus filhos. — Disse o Kenny. — São a cara do pai cagados e cuspidos.

— Ei, veja como fala dos meus netos. — Falou minha mãe repreendendo o Kenny.

— Tudo bem. — Disse. — Vindo do Kenny, isso é um ótimo elogio.

— Obrigado, JB. — Falou ele sínico e a Selena riu.

— Foi a cena mais impressionante que eu já vi. — Disse Selena. — Melanie foi tão dedicada. E quando eles nasceram... Eu não sei descrever o que eu senti naquele momento. Foi muito mais do que felicidade.

— Você também vai passar por isso. — Disse minha mãe passando o braço pelo ombro dela. — Tenho certeza que você terá outro filho, você é nova e tem muito tempo pela frente.

Ela sorriu e apoiou sua cabeça no ombro da minha mãe enquanto fitávamos meus filhos dormindo.

–

Depois de duas horas, as visitas foram autorizadas. Até porque já era mais de sete horas da manhã. Quase oito.

Fui o primeiro a entrar no quarto. E quando entrei, me deparei com a cena mais bonita que já vi em toda a minha vida.

Melanie estava sentada na cama hospitalar com a nossa garotinha nos braços, dando-lhe mama pela primeira vez. Ela dirigiu seu olhar na minha direção e sorriu. Me aproximei da cama e me sentei numa cadeira que tinha ao lado.

— Gulosa que nem o pai. — Comentou Melanie sorrindo.

— E linda que nem a mãe. — Disse com um sorriso bobo no rosto.

Então, do outro lado do quarto, ouvi um barulho conhecido e dei uma breve risada. Meu garotão estava chorando. Com certeza, deve estar faminto como a irmã.

Fui em direção ao pequeno berço e o peguei no colo, tentando acalmá-lo.

— Me entrega ele e pega ela. — Pediu Melanie e eu fiz o que ela mandou.

Agora eu estava com a minha garotinha nos braços, enquanto Melanie amamentava o nosso garotão.

— Minha mãe perguntou sobre os nomes deles. — Disse enquanto balançava minha garotinha suavemente em meus braços, enquanto ela dormia serenamente.

— Você não disse Justina e Mello, né? — Perguntou ela rindo.

— Não. Eu pensei que não falamos sobre isso, porque estávamos... Brigados. Desculpe. — Me aproximei dela e me sentei na cadeira novamente. — Fui um idiota de ter te ignorado.

— Eu que fui uma idiota de ter dito aquelas coisas.

— Mas eu deveria ter entendido que você não fez por querer. Que era apenas uma das consequências da gravidez.

— Tudo bem, eu aceito suas desculpas. — Falou ela rindo. — Então, você pensou em algum nome?

— Infelizmente não. — Disse cabisbaixo.

— Estava pensando em Maeve e William. — Falou ela e eu a olhei surpreso.

— Você conversou com a Selena sobre isso?

— Não, por quê? — Perguntou intrigada pelo meu espanto.

— Porque esses foram os nomes que ela disse para mim quando estava grávida. — Falei me lembrando e repeti suas palavras. — “Se for menina, eu estava pensando em Maeve. E se for menino, estava pensando em William”. E eu perguntei: “Como William Shakespeare?”. Me lembro como se fosse ontem — Olhei para a Melanie e sorri. — Porque foi nesse dia que você deu um encontrão no garçom no restaurante.

Ela sorriu para mim e olhou para o rosto de cada um dos nossos filhos.

— Parece que o destino quer que seus filhos se chamem assim. Então vão se chamar Maeve e William. — Melanie falou sorrindo e eu me inclinei com cuidado em direção ao seu rosto e encostei nossos lábios, e quando ia aprofundar o beijo, o bebê no meu colo começou a chorar, por causa da posição desconfortável.

— Parece que ela não quer testemunhar seus pais trocando saliva. — Disse rindo enquanto me levantava da cadeira e a balançava suavemente, fazendo-a dormir novamente.

Não sei explicar o que estava sentindo naquele momento. Só sei dizer que vou me lembrar de cada detalhe desse dia, para o resto da minha vida.