A Destination Funny - Segunda Temporada escrita por ItsCupcake


Capítulo 40
The End


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para postar o último capitulo, é que eu estava sem ideias para finalizar a fic. Não achei um final muito legal, mas foi o máximo que consegui extrair da minha mente. Quero a opinião de vocês.



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Melanie’s P.O.V.

15 anos depois

Tam, tam, tam...

— Bom dia à todos os moradores de Atlanta! Hoje para deixar sua manhã mais animada com um toque de romantismo, vamos acordar vocês ao som do nosso cantor favorito, Justin Bieber. — Disse o locutor da rádio com uma voz super animada.

Tateei minha mão pelo criado mudo, com a cara ainda no travessei e bati com força no pequeno rádio despertador. Contei até três e me virei na cama. Novamente contei até três e abri meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a claridade que vinha da sacada do quarto. Contei até três novamente e me sentei na cama, inclinando meu pescoço para todos os lados, talvez aquela pequena dor por ter dormido de mal jeito sumisse depois de movimentá-lo. Olhei para o lado o sorri. Justin estava quase pra cair da cama, o edredom não o cobria como na noite anterior. Olhei para as minhas mãos que seguravam o edredom para cobrir meu corpo completamente nu.

Me inclinei sobre a cama e fiz uma trilha com os dedos pela suas costas até chegar em seu pescoço, onde comecei a fazer cócegas.

— Tudo bem, já acordei. — Disse ele meio sonolento e se virando na cama para me olhar.

Olhei para ele e sorri ao ver novamente o quanto o tempo estava sendo ótimo com ele. Ontem, ele chegou de mais uma das maratonas de shows, dois meses afastado. Quando chegou ontem, aproveitamos a noite da melhor maneira possível. E quando o vi, não pude deixar de notar o quanto ficava atraente e sexy com aquela barba mal feita.

— Por que está com esse sorriso bobo? — Perguntou ele rindo. — Está gostando da visão? — Disse se referindo ao seu corpo nu descoberto.

— Eu só estou pensando o quanto você fica sexy com essa barba mal feita.

— E você com esse cabelo bagunçado.

Levantei-me da cama arrastando o edredom comigo, fui até o banheiro e me olhei no espelho. Meu cabelo estava muito bagunçando, longe de parecer sexy. Justin entrou e ficou por trás de mim enquanto me encarava no espelho sorrindo.

— Está com paranoia sobre a sua beleza de novo? — Perguntou sorrindo maliciosamente.

— Não. Não estou grávida de novo. — Falei revirando os olhos. — William e Maeve são os únicos filhos que pretendo ter nessa vida.

— Você não sente falta de ter um bebê em casa? — Perguntou me abraçando mais forte.

— Você fala isso porque não tinha coragem de trocar as fraldas deles. Dois bebes a mesmo tempo me fez ter pavor.

Ele riu e então começou a beijar o meu ombro e mordeu o lóbulo da minha orelha.

— Vamos tomar banho. Te desafio a um segundo round. — Disse ele tirando o edredom do meu corpo.

— Desafio aceito. — Falei rindo enquanto jogava o edredom para fora do banheiro e corria para os seus braços fortes que me seguraram em seu colo, encaixando nossos corpos perfeitamente.

Ele voltou a distribuir beijos pelo meu ombro e eu senti sua barba roçar em minha pele, dando um arrepio maravilhoso. Passei minha mão pelo seu cabelo e puxei seu rosto em minha direção para beijá-lo. Suas mãos nunca deixaram de serem bobas, mas eu sempre amei isso. Sua língua percorria minha boca de um jeito feroz, e eu acompanha o ritmo enquanto descia e subia minhas mãos por suas costas.

— Mãe! Pai! — Ouvimos a voz da Maeve abafada pelas batidas fortes na porta do quarto.

— William. — Disse eu e o Justin juntos.

Nós dois sabíamos o quanto um implicava com o outro. Mesmo sendo gêmeos, os dois sempre arranjam um motivo para chatear. Maeve já trocou o xampu do William por tinta de cabelo e ele ficou com o cabelo verde durante uma semana até a cor sair. William já sabotou o teste da Maeve para entrar no grupo de teatro da escola mostrando um vídeo dela de roupas intimas no quarto cantando Moves Like Jagger.

— Você fica aqui e liga o chuveiro. Você está tomando banho e eu estou me trocando. — Disse para o Justin que bufou.

— Só não mato eles por serem os meus filhos.

— A noite tem mais. — Sussurrei e ele sorriu dando um tapa na minha bunda antes de sair do banheiro.

Corri até o closet e tirei uma peça de roupa, vestindo rapidamente minhas roupas intimas.

— Mãe, Pai... Vocês estão ai? — Maeve perguntou impaciente e batendo mais na porta.

— Já vou abrir. Estou me trocando. — Disse e ouvi o barulho do chuveiro no banheiro.

Terminei de me vestir e abri a porta. Maeve entrou no quarto soltando fumaça pelo nariz. Ela se sentou na cama bagunçada e olhou para mim.

— Posso saber o motivo de você quase derrubar a porta do quarto? — Perguntei.

— Você não vai acreditar no que o William fez. — Disse ela e eu dei uma breve risada.

— Como sempre, né? Bom, me conta. — Falei me sentando no seu lado.

— Papai está no banho, né? — Perguntou baixo e eu assenti. — Melhor assim. — Ela suspirou e me olhou novamente. Os mesmos olhos do pai. — Tem um garoto. Eu gosto dele há muito tempo, e ele aceitou sair comigo uma semana atrás...

— Como você não me contou isso? — Disse surpresa e ao mesmo tempo indignada. Pensei que soubesse de todos os encontros dos meus filhos.

— Estou contando agora... Então, voltado de onde eu parei. Ele saiu comigo uma semana atrás e nós nos beijamos, e todos os dias, durante o intervalo nos encontramos em baixo da arquibancada para... Você sabe, nos beijar.

— Eu não sei. — Disse séria. — Maeve, ele tentou alguma coisa com você?

— Não. Só mãos bobas e nada mais. Ele é muito carinhoso e a maioria das mãos bobas sou eu que começo. — Olhei chocada para ela e então eu comecei a perceber que a minha garota já tinha quinze anos, isso ia acontecer, e eu tenho apenas que dar conselhos. — Então, ontem eu pedi para ele vir aqui em casa de noite, para passarmos mais tempo juntos.

— Você não pretendia...

— Não, mãe. Eu sei que ainda não é a hora certa.

— Ah ta. — Disse aliviada por ela pensar assim.

— Então, continuando... — Disse ela com repreensão por eu ter interrompido ela uma duas vezes. — Ele conseguiu pular o muro e passar pelos seguranças do Kenny no jardim. — Falou revirando os olhos. Ela odeia os seguranças do Kenny. — Então, quando ele estava na janela do meu quarto, William apareceu junto com o Josh e os dois começaram a atacar bexigas de água nele. Mãe, ele saiu daqui todo molhado e eu nem sei se ele vai querer olhar para a minha cara depois disso.

— Fica calma. Se ele gosta mesmo de você, ele vai voltar a olhar para você. E tenha paciência com o William, ele só estava tentando proteger você.

— Sei... — Falou ela entediada.

— O que as duas mulheres da minha vida estavam conversando? — Perguntou Justin saindo do banheiro sorrindo e enrolado com uma toalha na cintura.

— Pai! — Maeve disse tampando os olhos. Justin riu e seguiu até o closet para pegar uma roupa enquanto eu guiava Maeve até a porta em direção a cozinha.

Chegando lá, Majore estava colocando waffles na mesa e William já estava sentado devorando uma panqueca com melado.

— Bom dia! — Disse.

— Bom dia. — Respondeu William de boa cheia e eu o olhei com repreensão. — Desculpa. — Disse depois de mastigar.

Maeve e eu nos sentamos e alguns minutos depois, Justin apareceu. Todos conversávamos animadamente sobre os planos para a viajem que faríamos nas férias escolares dos dois, quando William tocou em um assunto delicado.

— Sabia pai que a Maeve está namorando um garoto lá da escola. — Disse ele maliciosamente e Justin se engasgou com sua panqueca.

— Namorando? — Perguntou olhando para a Maeve.

Maeve pegou um pedaço do seu waffle e atacou no William, ele ia fazer o mesmo, mas eu coloquei a mão impedindo.

— Nada de bagunça na hora do café. — Falei.

— Quem é ele? — Justin perguntou sério.

— John Nance. — Respondeu Maeve receosa.

— Quantos anos ele tem?

— Ele está no segundo ano, pai. — Respondeu William e Maeve o fuzilou com os olhos.

— Um ano mais velho que você? Não, não. Não quero ver você com ele.

— Justin! — Disse o repreendendo e ele olhou para mim confuso. — Vamos fazer o seguinte. Maeve, convida ele para vir jantar aqui em casa amanhã, diz que queremos conhecê-lo.

— O quê? — Justin e William perguntaram ao mesmo tempo.

— É isso que vocês ouviram. E nada de aprontar, mocinho. — Disse apontando para o William. — E você vai ser gentil com ele. — Disse apontando para o Justin.

— Vou pensar no seu caso. — Resmungou o Justin voltando a comer sua panqueca.

— Pai, por favor. — Pediu Maeve fazendo bico.

— Tá, eu vou tentar ser gentil com esse garoto.

— John, o chame de John. — Insistiu Maeve.

— John, o chame de John. — Imitou William afinando a voz. — Ai John, você é tão bonito. Seus cabelos... Ah John.

— Cala a boca. — Maeve disse atacando novamente waffles nele e os dois começaram sua típica guerrinha de comida que acontece na maioria das refeições.

— Eu desisto. — Disse me levantando e vi Majore ri.

Deixei meu prato na pia e segui em direção ao quarto para me trocar. Hoje, Selena estaria me esperando no Starbucks, e Ashley chega ás 14 horas de Nova York. Ela e o Erik estão casados há três anos e ela vem para a exposição dele que será aqui em Atlanta. Erik está hospedado em um hotel aqui perto e prometeu aparecer no aeroporto para vir jantar com todo mundo hoje aqui em casa.

Selena, ela é minha amiga e madrinha dos gêmeos (Obrigadamelissabieber13 ) e Chris acabou sendo o padrinho (escolha do Justin), atualmente ela está mais focada na carreira de atriz, mas as vezes grava uma música para alguma trilha sonora. Ela mora na terceira casa da rua do lado direito, e eu moro na ultima. Ir ao Starbucks nos finais de semana é um jeito de nos encontrarmos para termos mais privacidade em nossas conversas, já que em casa Maeve e William sempre estão fazendo algo que eu tenho que resolver no final.

Depois de vestir uma roupa bem casual, desci as escadas e me despedi de todos indo ao meu encontro com a Selena.

(...)

— É ótimo ter vocês aqui. — Falei enquanto ajudava a Majore a servir a mesa.

Erik sorriu e pegou na mão da Ashley que sorriu. Selena estava conversando com a Maeve e Justin estava brigando com o William sobre qual era o melhor chocolate, o preto ou o branco.

— Temos uma coisa para contar à vocês. — Disse Ashley sorrindo.

— Você vai para o Texas com a gente? — Perguntou Maeve esperançosa.

— Não, vou estar ocupada com o trabalho.

— Você vai comprar aquela maquina de escrever antiga que eu vi naquela loja de antiguidade para mim? — Perguntou William. Ele adora colecionar coisas do século Xiii até o século XX.

— Não.

— Ah. — Disse ele decepcionado e eu dei um tapa em seu ombro.

— Vamos, nos conte. — Disse.

— Eu estou grávida. — Falou ela sorrindo e Erik a abraçou de lado.

— Então vamos fazer um brinde a essa nova vida que está por vir. — Justin disse erguendo sua taça que já estava cheia de vinho. — E você Ashley, vai ficar no suquinho como Maeve e William.

Fizemos um brinde e então começamos a comer o frango assado que Majore fez. Todos conversavam animadamente, mas eu percebi que a Selena não estava como antes. Ela não parecia muito bem.

Então, quando todos terminaram de comer e foram até a sala, puxei ela para um canto da cozinha.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei.

— Não, estou bem.

Então eu percebi o porquê dela estar assim.

— Selena, calma. Você ainda vai ter um filho. — Disse.

— Quando? Eu já estou velha.

— Ei, já vi muitas mulheres terem filhos com trinta e cinco anos. E o Taylor não se incomoda com isso. Você deveria parar de se preocupar.

— Você diz isso porque já tem dois filhos.

— Não é isso. Eu só estou tentando dizer a você que tenha paciência.

— Mais do que eu já tive todos esses anos?

— Isso, mais do que você já teve todos esses anos.

Ela olhou para mim e deu um sorriso forçado. Não era ruim, mas também não era lá essas coisas.

(...)

— Mãe, fique de olho no papai. E fique de olho no William, sinto que os dois vão aprontar essa noite. — Pediu Maeve.

— Pode deixar. — Falei enquanto a admirava num vestido preto que caia perfeitamente em seu corpo esbelto. Nem acredito que a minha garotinha já era uma adolescente. Ela está tão bonita.

— Ele vai chegar daqui dez minutos. — Vou esperá-lo no portão. E você já falou com o Kenny?

— Já. Nada de enquadrar. — Disse sorrindo. — Nada de perguntas, e nada de detector de metais.

— Obrigada, mãe. — Falou ela me dando um beijo da bochecha e saindo animadamente do quarto.

Ajeitei meu cabelo e sai do seu quarto. No corredor, pude ouvir risadas do quarto do William. Me esgueirei pela porta e vi o Justin segurar um balde de tinta.

— Bonito, hein. — Disse os pegando no flagrante.

Justin quase deixou o balde de tinta cair, e William ficou tão assustado que tropeçou caindo sentando em sua cama.

— M-mãe. — Disse William. — Não é nada disso que você está pensando.

— Claro que é. E não adianta esconder esse balde atrás das costas. — Falei para o Justin. — Você ia jogar tinta no namorado da sua filha? — Perguntei incrédula.

— Foi ideia dele. — Justin apontou para o William que o olhou incrédulo.

— Espero que não façam nada essa noite, pois se alguma coisa der errado, eu vou deixar você sem vídeo game. — Disse apontando para o William. — E você vai dormir no quarto de hospedes. — Apontei para o Justin.

Os dois bufaram insatisfeitos, mas se livraram de tudo que estavam planejando fazer para acabar com o jantar.

Desci as escadas e dei uma certificada na mesa para ver se não estava faltando nada. Justin e William desceram alguns minutos depois e se sentaram na mesa. William já estava com a mão esticada para pegar uma cereja da sobremesa e eu dei um tapa na mão dele.

— Não é pra comer agora. — Disse.

Minutos depois, ouvimos passos e Maeve entrou com o John Nance, seu suposto namorado. Ele tinha o cabelo curto meio arrepiado, seus olhos eram um verde puxados para o mel e o que mais chamou a minha atenção, foi o seu tamanho. Ele não parecia estar no segundo ano. O corpo dele era musculoso e ele tinha um sorriso que fazia covinhas em suas bochechas. É claro que ele era lindo, mas tinha cara de ser mais velho.

— Olá, John. — Disse sorrindo sem deixar transparecer o meu incomodo por ele ser mais alto do que eu. — Maeve falou muito sobre você.

— Sério? Nossa, é um prazer conhecer a senhora.

— Ah não. Nada de senhora. — Falei. — Me chame de Melanie. Me sinto velha quando alguém me chama de senhora.

— Tudo bem, Melanie. — Disse ele sorrindo e Maeve sorriu para mim enquanto entrelaçava sua mão na dele.

— Aquele você já conhece. — Maeve disse apontando pro irmão. — E aquele é o meu pai.

— Justin Bieber. — John disse animado e foi apertar a mão do Justin. — Minha mãe adora as suas músicas. Na verdade, toda as mulheres da minha família adoram suas musicas. Uma vez consegui ir para a Disney com a minha mãe porque você ia se apresentar lá.

— Hum. Que legal. — Falou Justin dando de ombros e eu o olhei com repreensão.

John ficou tenso e então recolheu sua mão que o Justin fez questão de não apertar. Nos sentamos na mesa e eu comecei a puxar papo com ele.

— Então John, Maeve disse que você está no segundo ano. Bom, falta pouco para a faculdade. O que pretende fazer?

— Ainda não estou pensando muito na faculdade. Creio que o meu desempenho no basquete me garantirá uma bolsa. Estou contando com isso.

— Hum. Interessante. — Justin murmurou.

— Me conte sobre sua família, já sei que sua mãe é fã do meu marido. Poderia trazer ela algum dia.

— Ela ia adorar. — Disse ele sorrindo. — Bom, não tenho muito para contar sobre a minha família, minha mãe viaja muito por causa do trabalho e quando era pequeno, ficava com uma tia minha que era nossa vizinha, mas ela morreu faz dois anos. Então, estou ficando sozinho em casa quando ela viaja. Meu pai, não sei dele. Na verdade, nunca o conheci.

— E você pretende conhecê-lo?

— Acho que não. Ele me abandonou e não merece o meu esforço para procurá-lo.

— Deve ser chato não dar presente ao seu pai. — Disse William com um sorriso maldoso.

— John dá presente para o faxineiro da escola, Will. Aquele que você e seus amigos ficam explorando, jogando bolinhas de papel nos corredores para ele limpar. — Falou Maeve e John sorriu sem graça enquanto Wiliam parecia querer matar Maeve. E eu queria matar ele.

— Isso é verdade? — Perguntei.

— Mãe, é só uma brincadeira.

— Brincadeira? Vou na escola, a partir de segunda, você vai fazer um serviço comunitário. Quero ter certeza que isso não vai se repetir.

— O quê? — William perguntou se levantando da mesa inconformado. — Você não pode fazer isso!

— Eu posso. Sou sua mãe.

— Argh, você sempre fica do lado da Maeve. — Ele pegou o seu prato e antes de sair da cozinha disse: — Eu te odeio.

.

— Você acha que o William falou sério? — Perguntei depois de me deitar na cama ao lado do Justin.

Deixei a luz acesa, porque queria conversar com ele.

— Sobre odiar você? — Perguntou e eu assenti. — Não, ele só estava nervoso por causa do serviço comunitário.

— Ele sabe que eu o amo do mesmo jeito que amo a Maeve, né? — Disse deitando minha cabeça em sei peito desnudo.

— É claro que sabe.

— Sabe, nunca pensei que ser mãe fosse tão complicado. — Falei olhando-o nos olhos.

— Você é uma ótima mãe. — Justin disse passando o braço em volta do meu corpo.

— E você seria um ótimo pai, se não contribuísse com as artimanhas do seu filho para estragar o namoro da irmã.

— Ah qual é? Você viu como aquele garoto é? Não me simpatizei com ele.

— Eu gostei da parte dele dar presentes do dia dos pais para o faxineiro. Isso é muito generoso da parte dele.

— Pra mim, a Maeve disse aquilo para contar vantagem.

— Justin, você está falando tudo isso porque não gosta de ver a sua filha namorando. Aposto que fosse o garoto mais legal do mundo, você também ficaria com essa cara de que comeu e não gostou.

— É que parece ser bem mais fácil ver o William com uma namorada do que a Maeve com um namorado.

—Agora você sabe como os pais das suas ex namoradas se sentiam. — Disse rindo.

— Ei. — Exclamou ofendido.

1 ano depois...

Cachorro é o melhor amigo do homem. Bem, essa frase não está errada. Mas deveria ser: Cachorro é o melhor amigo da mulher.

Justin inventou de comprar um cachorro, e como estamos passando nossas férias aqui no Texas, ele comprou o cachorro aqui. E bem, eu prefiro o pônei Brad, do que o cachorro Bobby. Pois o pônei já está cansado e velho, mas é o meu melhor amigo. Mas o cachorro Bobby, me faz correr os cinco quilômetros que eu não consigo no Central Park.

— Bobby, volta aqui! — Disse correndo atrás dele pela fazenda.

Ele correu em direção ao celeiro e começou a latir para as galinhas que ficaram agitadas.

— Bobby! — Disse arfando. — Seu danado. Justin devia ter pegado um cachorro bem velho para adotar.

Peguei o filhote nos braços e com muito esforço para não deixá-lo cair dos meus braços, acabei ficando toda arranhada e com certeza desgrenhada.

— Justin! — O chamei assim que entrei na casa.

Desde que minha avó morreu, a casa dela ficou para mim, na verdade toda a fazenda, e como eu não tenho tempo de cuidar de tudo, Erik que cuida, mas agora ele anda muito ocupado com tantos eventos em Nova York, Atlanta, Hollywood e em um monte de lugares por causa de seus quadros. Ashley está morando aqui, na verdade na fazenda que o Erik comprou com o dinheiro que ganha nos leilões dos seus quadros (uma fortuna), então ela vem de vez em quando com a Molly, sua filhinha gordinha e loira. William e Maeve adoram ficar com a Molly. Selena adotou uma garotinha e disse vir para cá assim que desse, afinal de contas Molly adora brincar com a Lucy, a filha adotiva da Selena.

— Justin! — Chamei novamente e ele apareceu nas escadas. — Cuide do Bobby, não aguento mais tirá-lo do celeiro.

— Você não gosta de cachorros? Eles são tão fofinhos. — Justin disse pegando Bobby do meu colo e fazendo cócegas em sua barriga.

— Prefiro o Brad, ele é melhor que qualquer cachorro desse mundo.

— Você sabe que ele já está velho né?

— Eu sei e nem quero pensar no dia em que ele será sacrificado. Erik disse que não vai demorar muito.

— É por isso que o Bobby está aqui. — Justin disse animado e colocando o cachorro no meu rosto. Ele lambeu o meu nariz e eu me afastei com nojo.

— Eca, Bobby. Eca, baba de cachorro. — Disse limpando.

— Boca de cachorro é mais limpa do que a de um humano.

— É por que você não viu ele cheirando a bunda do outro cachorro da fazenda ao lado e não o viu lambendo o chão onde as galinhas fazem suas necessidades.

— Mãe, Pai! — Disse Maeve e William ao mesmo tempo assim que entraram na casa.

Isso é típico deles. Coisa de gêmeos, que eu acho muito fofo e o Justin irritante.

— Mello e Justina! — Disse Justin e a animação da Maeve se foi.

— Credo, pai. Já disse para não me chamar assim. É horrível ser chamada de Justina. Não faça isso de maneira alguma na frente do Josh.

Josh, é o novo namorado da Maeve. Parece que as coisas não deu muito certo com o John. E o William gosta do Josh, pois os dois são melhores amigos. Ele é o garoto que molhou o John no dia que a Maeve o chamou para ir lá em casa escondido.

— Mello é engraçado. Gosto disso. — William disse rindo. — E o Josh vai adorar saber que você tem um nome secreto.

— Você não vai contar...

— Ei, parem de brigar. — Disse. — Então, o que queriam dizer quando chegaram aqui?

— Brad encontrou isso. — Maeve e William disseram juntos enquanto estendiam uma carta.

Estava empoeirada, sinal de que estava enterrada, mas o que me chamou atenção foi o que estava escrito no envelope: Para Melanie.

Eu sabia que era algo velho, porque hoje em dia as pessoas não mandam mais cartas. E pela letra caprichada, eu pude ver que era de uma pessoa com bons anos praticando caligrafia.

— Alguém escreveu isso para mim. — Disse. — Será que foi a minha avó antes de morrer?

— Não sei. — Disse Justin. — Por que não lê para nós?

Nos sentamos no sofá e eu abri com cuidado o envelope com medo de rasgar a folha que tinha dentro. E ao ler as primeiras palavras, eu soube que não era da minha avó.

E quando você pensa que o destino já cansou de te surpreender, ele te prega uma peça. E essa, é uma das grandes.

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Minha querida netinha,

Lembra quando eu a encontrei pela primeira vez? Talvez não, nem eu mesmo sabia quem você era.

Uma adolescente perdida numa ilha, rezando todos os dias para ser encontrada. Até que um velho estranho a ver dormindo, ao lado do namorado, e os tira daquela prisão. Daquela península.

Sabe esse velho? Ele teve uma breve história há muito tempo atrás com uma garota bonita que fugiu com outro homem. Ele não sabia que ela estava grávida, na verdade, não sabia que a garota bonita tinha fugido para o Texas. Na verdade, ele a esqueceu para continuar vivendo com seu novo amor, foi muito difícil no começo, mas ele conseguiu. Deixou a vida de médico para se dedicar ao surf, a pescaria e tudo aquilo que o deixava mais próximo do seu novo amor. Lembra da lancha com utensílios de pesca? Ele a usava para ir e voltar da ilha com sua namorada. Lembra da casa da árvore? Ele a construiu para sua amada. E foi assim até ela ficar grávida de um garotinho. Ele cresceu e acabou se tornando o instrutor do acampamento onde sua sobrinha estava. E esse velho homem viu sua neta e mesmo assim não conseguiu ver quem ela era de verdade. Talvez fosse a idade.

Mas agora eu sei, eu sei da morte recente da sua avó, sei o quanto deve ser difícil. Espero poder falar com você antes que a minha vez chegue também, pois descobri que estou com câncer e que posso ter menos de um ano de vida. Desculpe não ter tido mais tempo com você, desculpe não ter percebido que você estava ligada a mim.

Espero que você e sua mãe entrem em contado. Seria bom vê-la novamente e ver minha filha pela primeira vez.

Com amor,

Seu avô, David.

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Lágrimas, por que vocês insistem em sair?

Destino, por que você sempre está a um passo na minha frente do que deveria estar?

E vó, por que escondeu essa carta de mim? Por que não quis que eu conhecesse o meu avô?

Dezesseis anos e meio. Ele não está mais aqui. Ele se foi. Um ano de vida por causa do câncer, quais as chances de ele ainda estar vivo? NENHUMA.

O tempo todo eu fiquei me perguntando quem era o tal médico misterioso, e mal sabia eu que ele na verdade era o velho com bermuda florida que tinha me salvado do esquecimento. Salvado eu e o Justin.

— Mel, tudo bem? — Perguntou Justin passando o braço pelo meu ombro.

— Não. — Disse o abraçando.

Maeve e William vieram me abraçar também. E ficamos assim durante muito tempo.

É claro que Maeve e William sabiam quem era o velho da ilha. E eles estavam em choque. Justin também. E eu? Não sei, mas foi uma coisa que eu ainda tento achar uma explicação. Minha avó não podia ter feito isso. Não comigo, não com a minha mãe. Principalmente a minha mãe.

E o que me fez superar esse choque todo, foi a grande dádiva da minha vida: minha família. Eles me deram toda a força que eu precisava em um só abraço.

A partir de hoje, eu aprendi o verdadeiro significado da palavra família. E quanto ela é essencial na vida de uma pessoa. Até mesmo aqueles que passam despercebidos, os que não são parentes de sangue e os que você nem sabia que tinha.


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