Dois meses depois...

Melanie’s P.O.V.

Todo dia quando me olho no espelho depois de tirar a roupa, fico fitando a minha barriga. Ela está enorme e olha que eu só estou com três meses de gravidez. Ontem conversei com a minha mãe e ela concordou comigo que já dava pra perceber o quanto eu estava barriguda (tentei não levar isso pro lado pessoal). Não estou com uma barriga muito grande, só que dá pra perceber que estou grávida se qualquer pessoa me fitar durante uns dois minutos de ângulos diferentes, pois eu sou magra e minha barriga está desproporcional ao meu corpo, o que significa que não estou ficando gorda. Se bem que eu estou comendo o dobro das coisas, e finalmente os enjoos começaram a ficar menos frequentes, mas em compensação, às vezes sinto cólicas mesmo não menstruando mais. E acredita que eu estou com os sentimentos super altos? Tipo, quando eu fico chateada começo a chorar, quando fico nervosa começo a gritar que nem louca e quando fico contente não paro de rir.

— Acho que os seus seios estão maiores. — Comentou Ashley olhando minha imagem no espelho usando apenas lingerie.

— Sério? — Perguntei olhando para eles no meu reflexo do espelho. — E você não acha que a minha barriga está muito grande pra três meses?

— É normal em algumas mulheres. Minha mãe disse que quando ficou grávida de mim, pensava que ia ter gêmeos de tão grande que a sua barriga ficou, mas ai nasceu uma menina pesando mais de três quilos e que agora tenta não passar dos sessenta quilos.

Ashley voltou a falar comigo quando descobriu que eu contei a verdade para o Erik e para o Justin. Na verdade, acho que ela ficou mais contente por eu ter rompido meu casamento com o Erik, ela meio que tem uma queda por ele (percebi isso quando ele veio aqui duas semanas atrás para trazer algumas coisas que a minha avó queria que ficasse comigo e com a minha mãe).

— E você não acha que o meu bumbum está estranho? Será que já está começando aparecer estrias? — Perguntei virando de costas pro espelho e apoiando minha cabeça no ombro para poder olhar melhor o meu reflexo.

— Você está perfeita, Mel. Vai ser a grávida mais bonita desse mundo.

— Tem certeza? Eu já estou desesperada por não conseguir ver o meu joelho quando olho pra baixo.

— Sorte você ainda conseguir ver o seu pé e conseguir se abaixar. Daqui a alguns meses você nem vai conseguir dormir direto na cama. — Ashley disse rindo.

— Nossa, obrigada. — Disse irônica.

— Melanie, ele chegou! — Gritou minha mãe lá de baixo.

— Rápido Mel. — Ashley disse jogando um vestido florido na minha direção. — Usa isso.

— Não, se não o médico vai ter que levantar todo o meu vestido e eu não quero mostrar minha calcinha pra ele.

— Querida, mostrar sua calcinha para um médico é a ultima coisa que você se deve se preocupar quando se está grávida, já que quando for para ter o bebê os médicos vão ver tudo que o Justin já viu.

— Idiota. — Falei jogando um travesseiro na cara dela e corri pra pegar uma blusa folgada e um short jeans.

Depois de me vestir rapidamente, eu e a Ash descemos as escadas correndo e eu pulei na direção do garoto que sorria para mim no final das escadas.

— Opa, quase caímos. — Disse ele rindo enquanto tentava se equilibrar comigo grudada no seu pescoço.

— Estava com saudades. — Falei sorrindo e avançando para beijá-lo, mas ele virou o rosto e eu acabei beijando a sua bochecha. — O que acont... — Então percebi para onde ele olhava.

Scooter e Kenny estavam sentados no sofá da sala olhando para nós dois. Kenny sorriu acenando, enquanto Scooter continuava sério.

— Não esqueça do óculos escuro na hora de entrar no carro. — Scooter disse saindo da casa e entrando num carro preto.

— Liga não, ele tem TPM. — Kenny disse baixinho enquanto o seguia.

Minha mãe foi até a garagem com a Ashley para tirar o carro da garagem, deixando eu e o Justin sozinhos na sala. Foi então que ele me beijou.

Depois de meses esperando ele terminar a turnê nacional pelo país, hoje ele veio para cá só para ir na ultra som. E amanhã de manhã, nós dois estaremos num avião com destino a Atlanta. Scooter ainda é meio contra ao nosso relacionamento por causa da carreira do Justin, mas agora tudo está indo muito bem, até porque o que não falta é fofocas e mais fofocas sobre o Justin, e tudo que esse povo gosta é de fofocas. Justin vai esperar mais um mês para oficializar nosso namoro para a impressa, pois fazia apenas um mês e meio que ele contou ter voltado com a Selena porque ela estava grávida e a mesma disse que agora eles eram apenas amigos e ainda brincou na entrevista que eles deram dizendo que “achava” que sabia quem era a garota que roubou o coração do Justin Bieber. Então, agora que eu e o Justin vamos passar um tempo juntos na casa dele, o Scooter está rezando para não sermos flagrados, pois eu serei a suspeita numero um (atualmente, sou a numero dois por causa da Beyoncé).

— Vou no carro com o Scooter e o Kenny. — Disse ele partindo o beijo. — Você vai com a sua mãe, assim não corremos muito risco.

— Claro. — Falei revirando os olhos.

— Não liga pro Scooter, ele é muito focado na vida profissional dele.

— Tudo bem.

— Estou torcendo para ser uma menina. — Justin disse passando a mão na minha barriga.

— Selena me disse da sua aposta com o Chris. — Falei rindo.

— Como? — Perguntou surpreso.

— Você é tão desligado que ela pegou o seu celular quando você ia visitá-la no hospital e acabou roubando alguns números da sua agenda, como o meu. E a gente trocou algumas mensagens e ela pediu para avisar quando seria a ultra som e eu mandei uma mensagem pra ela hoje de manhã e ela revelou a sua aposta. – Dei um sorriso sapeca e completei: — Vai ser menino.

— Você quer que eu perca? — Perguntou ele indignado enquanto me conduzia em direção a porta.

— Claro. — Disse abaixando o óculos escuro que estava no topo da sua cabeça. — Você seduz muito quando está nu.

Ele balançou a cabeça negativamente enquanto seguia em direção ao carro preto onde Kenny o aguardava para dar partida. Segui em direção ao carro da minha mãe e tive que ficar o caminho inteiro ouvindo os comentários maliciosos da Ashley e minha mãe a ponto de chorar só de imaginar como seria ver o seu neto ou neta numa tela.

Quando chegamos ao hospital, eu, minha mãe e a Ashley fomos na frete e depois apenas minha mãe me acompanhou até a sala onde seria feita a ultra som.

— Você deve ser a Melanie Walker. — Disse um cara novo com a aparecia de ter uns vinte quatro anos sorrindo para mim. Ele era um gato. Moreno dos olhos verdes.

— Sou sim. — Falei tentando parecer calma. Mas a verdade é que eu estava pensando se na hora que eu tiver o bebê, será médicos como ele que fará o parto, pois é ai que eu ficarei mais envergonhada do que nunca. Já pensou um cara super lindo ficar olhando para você com as pernas abertas mostrando tudo?

— Pode se deitar ali. — Disse ele apontando para uma cama de hospital ao lado de uma tela enorme e alguns aparelhos.

Minha mãe sorriu para mim para tentar passar confiança e eu me deitei na cama. O médico se aproximou de mim e começou a mexer no aparelho ao lado.

— Fique calma, não dói nada e vai passar mais rápido que do que você gostaria. — Ele se virou para mim e sorriu. — Posso? — Perguntou apontando para a minha blusa e eu assenti. Ele levantou a minha blusa até altura dos meus seios e começou a passar um gel na minha barriga. Senti cócegas no começo, mas depois fui me acostumando. Então ele pegou uma aparelho pequeno ligado a tela ao lado e posicionou na minha barriga.

— Espera. — Falei e ele parou me olhando.

— Está tudo bem? — Perguntou preocupado.

— Temos que esperar uma pessoa. O meu namorado, ele já está vindo. — Disse.

— Vou ver se ele já está a caminho. — Falou minha mãe saindo do quarto.

O médico colou o pequeno aparelho de volta no lugar e me fitou.

— Quantos anos você tem?

— Dezessete.

— E já vai ser mãe?

— É. — Disse como se fosse óbvio.

— Desculpe, eu não quero te julgar, até porque já vieram pacientes com menos de quinze hoje. Eu só estou falando isso, porque você não parece ser aquelas garotas que pretendem engravidar cedo.

— E eu não pretendia. Na verdade, pra mim filhos só viriam a partir dos trinta ou até mais. — Disse e ele riu. — Mas pra dar uma lição em mim por eu não gostar de anticoncepcional, a camisinha meio que deu errado.

— Pronto, cheguei. — Falou o Justin entrando na sala com a minha mãe logo atrás. Ele tirou o óculos escuro e o pendurou na gola da blusa.

O médico olhou para ele e depois para mim e novamente olhou para ele.

— Ele é o pai da criança? — Perguntou surpreso.

— Posso te dar um grande quantia em troca do seu silencio. — Justin disse mexendo no bolso da calça.

— Não precisa. — Disse o médico indignado. — Eu não vou contar nada pra ninguém.

— Obrigado. — Justin sorriu para ele e veio em minha direção. — Vai ser menina.

— Menino. — Disse.

— Menina. — Falou ele.

— Vocês já pensaram no nome? — Perguntou o médico pegando o pequeno aparelho novamente.

— Se for menina vai ser chamar Justina e se for menino vai se chamar Mello. — Disse o Justin.

— Credo, na hora da certidão eu vou sozinha. — Falei e o médico riu.

Ele colocou o parelho na minha barriga e começou a desliza-lo por ela enquanto fitava a grande tela ao lado. O foco daquela sala agora era a tela.

Eu via a imagem um pouco embaçada e fui deduzindo mentalmente que parte do bebê era. Então o médico arregalou os olhos e o Justin ficou tenso.

— Tem algo de errado? — Perguntou Justin.

— Não. — Ele olhou para mim e depois para o Justin sorrindo. — vocês vão ser pais de gêmeos.