A Destination Funny - Segunda Temporada escrita por ItsCupcake


Capítulo 33
I Was Not Good Enough.




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Melanie’s P.O.V.

O pônei parou exatamente no local onde eu e o Erik pintávamos de noite às escondidas. Todos os quadros ainda estavam lá, até alguns que eu aprendi a pintar também estavam. Não entendi ao certo porque ele me trouxe até aqui, pois dei um tapinha de leve como um sinal para ele continuar andando, mas ele insistiu em ficar. Então eu desci de suas costas e observei os quadros. Até que ele avançou o focinho no quadro da maçã, o primeiro quadro que eu tinha feito e foi ai que eu percebi. Ele estava com fome.

De longe consegui reconhecer uma macieira e então sai correndo até a árvore e a escalei com facilidade. Passei três meses fazendo isso, e acho que ainda tenho a manha. Peguei duas maçãs e voltei ao encontro do pônei. Ele comeu rapidamente, enquanto eu ainda estava na quarta mordida.

— Uau, você é rápido. — Disse sorrindo.

Então ele começou a ficar agitado.

— Ei, calma. — Falei passando a mão por suas costas, mas ele ficou mais agitado ainda.

Então, de um jeito estranho, quando toquei seu focinho eu soube o que ele queria no momento. E foi o que fiz. Montei de volta em suas costas e ele saiu em disparada pelo mesmo caminho que entramos pela floresta. Dessa vez ele estava correndo mais rápido e por pouco eu não caí. Agarrei em sua crina com força enquanto era levada em direção à casa da minha avó. Vi o Erik na varanda e assim que me viu ele desceu as escadas para me ajudar a descer do pônei.

— Aconteceu alguma coisa pra você vir tão rápido? — Perguntou Erik.

— Eu não sei, ele ficou agitado e me trouxe até aqui. — Falei.

E então ele voltou a ficar agitado novamente, e dessa vez trotava em círculos em baixo da janela do quarto da minha avó.

Imediatamente entrei dentro da casa e subi as escadas correndo. Assim que cheguei no quarto, ela estava tossindo constantemente. Erik me seguiu e quando viu o que estava acontecendo, correu ao lado da cama e a ajudou a se sentar, para aliviar a tosse. Só que não estava dando certo.

— O que está acontecendo? — Perguntei preocupada.

— Não sei. — Respondeu Erik.

— EU vou chamar... — Fui interrompida.

— Não chame. — Disse minha avó entre tosses.  — Fique aqui.

E novamente eu fiquei naquela situação sem saída.

— Mas você está...

— É a minha hora.

E então as tosses foram diminuindo, e o Erik a deitou na cama.

— Não, não é. — Disse começando a chorar. — Eu vou chamar um médico e você vai ficar bem.

— Não adianta. Você tem que parar de ser teimosa.

— A Melanie tem razão. Temos que chamar um médico imediatamente. — Disse Erik se levantando.

— Seus tolos, nenhum médico vai chegar a tempo. E eu não quero mais sofrer. É a minha hora.

— Ela deve estar delirando. — Disse para o Erik e minha avó segurou meu braço com força.

— É você que está delirando.                                                       

Erik se levantou rapidamente e sai do quarto. Com certeza, ignorando o pedido da minha avó.

— Você não vai agora, né?  — Perguntei.

— Porque não consegue acreditar na verdade?

— Mas você não pode.

— Claro que posso. Já vivi muito nessa vida. E não vem com esse papo que sou nova ou que ainda está cedo para morrer. Quando a morte te escolhe, idade e nem nada vai atrapalhar sua decisão.

E eu sabia disso. O bebê da Selena foi escolhido pela morte antes mesmo de vir ao mundo. Meu pai se foi quando estava no ápice da sua carreira. E essas duas mortes foram cedo, muito cedo.

Segurei firme a mão da minha avó e fiquei chorando ao lado dela na cama. Na verdade, só eu chorava. Ela parecia aceitar a ideia de que estava prestes a morrer.

(...)

Ela se foi. Se foi para sempre e eu não pude fazer nada. Ela escolheu ir e eu não iria tirar isso d sua cabeça.

Todos da família ficamos reunidos na sala enquanto o corpo era levado para o enterro que seria amanhã.

Estava com o rosto enterrado no peito do Erik. Nós dois chorávamos. Na verdade, todos choravam, mas eu parecia ser a mais desesperada. Eu não passei o tempo que queria passar ao lado da minha avó. Eu não fui uma boa neta e isso é o que mais me magoa.

— Melanie, se acalma ou você vai desmaiar. — Erik sussurrou.

Não. Desmaiar está fora de cogitação. Não queria ir para um hospital, não queria perder o enterro. Não queria perder mais nada.

Aos poucos, consegui me acalmar, mas não me soltei do Erik em momento algum. Ele me dava confiança e entendia mais ou menos o que eu estava passando. Só que a diferença, é que ele foi o neto perfeito e eu nem cheguei aos seus pés.

Justin’s P.O.V.

Foi meu ultimo show em Nova York. Amanhã de tarde já estaria na Califórnia. Até que não foi tão ruim assim quanto eu esperava. Minhas fãs foram melhor do que toda a quantidade de aspirina que eu tomei para melhorar minha dor de cabeça. Elas sempre me revigoram, como se eu tivesse nascido de novo. Isso é bom quando se passa por tudo que passei a poucas horas. Não consegui acompanhar os passos dos dançarinos, mas consegui cantar e é isso que importa.

Assim que o show acabou, Kenny ficou ao meu lado o tempo todo. Como um aviso de “Não chegue perto dele ou você morre”. Scooter mandou ele ficar ao meu lado, para que ninguém ficasse perguntando sobre tudo que aconteceu. Quanto menos pressão eu sofrer, melhor será.

— Então, como foi? — Perguntou ele quando entramos no meu camarim.

— Foi bom. — Respondi tirando o microfone e logo em seguida minha camiseta.

— Você não dançou. — Afirmou ele.

— Não consegui. — Entrei no banheiro e ele ainda continuou com o interrogatório.

— Você vai ao hospital hoje de novo?

— Vou, ela só vai receber alta amanhã de manhã. Então eu quero vê-la, até porque vamos seguir rumos diferentes depois. Vou para Califórnia e ela para Atlanta.

— Acha que ela vai continuar na sua casa?

— Acho que não. Mas eu não queria que ela fosse.

Eu não queria que meu filho fosse embora. Mas ele se foi.

Kenny não falou mais nada e eu também não.

Depois de tomar um banho bem demorado, fui para o hospital. Mandy não saiu de lá por muito tempo, apenas para descansar no hotel e só.

— Como ela está? — Perguntei assim que a vi.

— Ela está se contentando. É difícil aceitar, mas ela já está bem melhor.

Fui em direção ao quarto e a vi deitada assistindo uma pequena televisão na parede.

— Como foi o show? — Perguntou ela.

— Foi bom. — Disse.

— Você já falou com a Melanie?

— Não, ela teve que ir para o Texas.

— Texas? — Perguntou ela surpresa se sentando na cama.

— A avó dela está doente e ela foi pra lá com o Erik.

— Ah, o primo dela. — Selena disse divertida. — Não está com ciúmes, está?

— Não. — Disse e ela começou a rir. — Qual é a graça?

— Só agora percebi que quando você mente, pisca o olho esquerdo.

— Eu não menti.

— Claro que não. — Disse ela irônica. — Você ama mesmo a Melanie, né? — Perguntou séria.

— Amo. — Respondi e sentando numa cadeira ao lado da cama.

— Me desculpe por tudo que eu fiz para vocês dois. Eu fui uma idiota.

— Ainda bem que você sabe. — Disse rindo e ela me deu um tapa no ombro e começou a rir também.

Passei o resto da minha noite assistindo um filme de ação e acabei dormindo com a cabeça no ombro dela.


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