A Vampira escrita por Júlia Calasans


Capítulo 4
Inconsequente


Notas iniciais do capítulo

Hello! Voltando com mais um capítulo. Não deu tempo de responder os reviews, então eu o farei quando der.
Eu perguntei quais os casais que seriam de preferência de vocês, e como tive respostas diversas, decidi assim: vamos ter um pouco de cada!
Ou seja, teremos Hitsugaya para Karin, Rangiku e Hinamori. Teremos Hinamori para Aizen, Ichimaru para Rangiku também. No final, eu decido quem termina com quem, ok?
E, avisando desde já, eu tenho costume de refletir meus gostos em minhas histórias, ou seja, referências à bandas de rock e músicas que curto serão bem frequentes.
Por fim, esse capítulo vai apresentar mais personagens e outras situações que serão de vital importância para a história.
De resto... Espero que gostem!



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A garota mantinha o ligeiro sorriso nos lábios e seus olhos azuis claros ainda se mantinham cravados nos dele, esperando por alguma resposta, e ele começou a se sentir ligeiramente tonto.

_Você deve estar me confundindo com alguém._ disse ele, lutando para manter a voz estável. _Não conheço nenhum Shiba Kaien._

Ela desviou os olhos, decepcionada, e a tontura passou. Os olhos dele vasculharam a pista, procurando por Orihime, e foi com grande pesar que ele viu o beijo com o homem, que a garota chamara de Ulquiorra, ficar cada vez mais intenso e carnal. Ichigo, embora fosse um determinado nato, tinha de admitir que havia perdido daquela vez. Perdido Orihime para seu amor virgem e bobo.

_Dá para parar de secar o Ulquiorra?_ insistiu a menina novamente, a voz levemente debochada. _Chega a ser sinistro ver você secando ele desse jeito._

_Não estou secando seu Ulquiorra, menina._ retrucou ele, chamando a atendente feliz com o dedo e deslizando mais uma nota pelo balcão. _Mas, vamos lá, uma garota como você não deveria estar aqui._

_Meu nome não é garota, ou menina. Meu nome é Rukia._ ela encarou Ulquiorra e Orihime por um segundo. _Ah, entendi, seu alvo é a garota... Já sei! Você tomou um pé na bunda e está aqui para curar a dor de cotovelo? Se embebedar com copinhos de licor não é a melhor alternativa._

Ele fuzilou-a com os olhos.

_Vá pro inferno, Rukia. Não tomei um pé na bunda. Não tenho nada com ela..._ ele pegou o copo terceiro copo de licor que a atendente lhe estendia. _Não fique fazendo suposições de pessoas que não conhece. Vai arranjar problemas._

_Bem, se você não tomou um pé na bunda..._ começou ela, parecendo ignorar as últimas frases que ele dissera. _Já sei! Ela te pôs um belo par de chifres na cabeça... O corno traído... Bem eu lamento por você não ter sido suficientemente competente para que ela não te trair._

O copo vazio bateu com violência no balcão, se quebrando nas mãos do Kurosaki, que, ignorando o mero vestígio da dor, apertava os punhos para não pular em cima da garota. Já ela parecia estar achando tudo aquilo hilariante, desde a expressão furiosa no rosto do ruivo até as mãos apertadas em volta do caco de vidro, o sangue escorrendo deliciosamente pelo balcão. Rukia inspirou profundamente, tentando se controlar. Havia acabado de drenar um homem e se sentia satisfeita, pelo menos na teoria. Mas ele emanava um cheiro...

_O que você está insinuando?_ perguntou ele, entre dentes. _O que você está tentando dizer?_

_Bem..._ disse ela, uma expressão mordaz. _As pessoas costumam trair por vários motivos. Ou ela não te amava, ou você não era suficientemente bom para deixá-la satisfeita. Vendo o modo idiota como você a encara, deduzo que seja a segunda opção._

Ichigo perdeu definitivamente a paciência. Largou os cacos em cima do balcão e deslizou uma modesta gorjeta para a garçonete. Sabia que estava ficando bêbado, pelo modo torpe como suas palavras soaram ao agradecê-la, mas não importava. Ele só queria provar à estranha o quão competente era—uma questão de puro orgulho, de provar o quanto era capaz. Ichigo não se conformaria em receber ofensas gratuitas de uma mulher que acabara de conhecer, principalmente aquelas, que feriram profundamente sua masculinidade.

Em meio ao torpor do álcool, a névoa de gelo seco da boate e a ira que se apossava de sua cabeça, Ichigo tomou uma decisão que nunca tomaria se estivesse realmente sóbrio: sem se importar em manchar o rosto da garota com o sangue que escorria de sua mão, agarrou seu rosto com as duas mãos e beijou-a com violência, os lábios gelados dela lhe oferecendo uma resistência simbólica antes de ela retribuir o beijo, de modo exigente.

A primeira coisa que a mente de Ichigo percebeu, em meio ao extasiante beijo que tinha gosto de sangue e licor, era que Rukia beijava definitivamente bem. Enquanto Orihime ficara lá, esperando para ser conduzida, Rukia exigia cada vez mais dele, levando-os à uma dança entorpecente que deixava a mente dele cada vez mais tonto. Sem perceber, os dois deslizaram para a pista, sem se separarem um minuto, e buscando fôlego de onde eles não compreendiam. Mas Ichigo queria mais e mais, e pela primeira vez em meses, um desejo carnal e luxurioso se apossou dele.

Estava perdido.

Eles se separaram por míseros segundos, e batida nunca soando tão sensual. Ela lhe ofereceu alguma coisa, e ele ingeriu, sem se importar, voltando ao beijo logo depois, com mais fome do que nunca. Rukia deslizava a mão por debaixo da camisa, as unhas compridas arranhando levemente, enquanto as dele desciam e subiam pelas costas dela, causando uma sensação agradável, uma trilha de calor que contrastava com o gelo da pele da mulher.

De algum modo que ele não entendeu, os ombros dela se encontravam desnudos, assim como os braços. Ela era tão fria, mas capaz de atiçá-lo tanto a ponto de deixá-lo fervendo. Ela não fazia nada mais que pressioná-lo sem parar, e com pequenos gestos, deixá-lo cada vez mais excitado. As mãos dela esquadrinharam-no de cima a baixo, bagunçando seus cabelos, arranhando seu rosto, descendo pelo tórax e subindo de novo, deixando-o quase louco.

À esta altura, as coisas estavam se tornando cada vez mais carnais. Até as pessoas que dançavam em volta pararam para olhar aquela dança erótica e sensual,  daquelas duas pessoas que pareciam estar dentro de sua própria redoma de vidro, aonde existiam apenas ele, ela e aquele beijo que estavam compartilhando. De repente, Ichigo queria mais.

Ichigo sorriu para ela, lhe estendendo a mão. Naquele momento, tudo lhe parecia tão colorido, o mundo parecia tão fácil, Rukia parecia tão linda e tudo parecia tão brilhante—a felicidade corria por ele, veloz, trazendo novas sensações de alegria ao cérebro, um êxtase desconhecido tomando conta dele. E, se beijando sem parar, os dois saíram da boate, numa indecência que Ichigo não suportaria se estivesse sóbrio.

Mas ele não estava. E quando ela se jogou sobre ele, se livrando de todo o excesso de roupa que os separava, ele só podia pensar no quanto queria aquilo, aquele corpo pequeno debruçando-se sobre ele, ter a pele fria dele roçando na dele, sem  realmente se importar com o que o amanhã reservaria para ele.

_***_

No quarto de madeira rústica, sob uma noite nublada, o homem levantou-se com preocupação. Seus olhos voavam longe, além do manto e das montanhas distantes que separavam a cidadela da civilização. Eles expressavam uma preocupação muda que deixava seu rosto ainda mais tenso e melancólico, os sentimentos que ele sentia se agitarem dentro de si. Como Kuchiki Byakuya tinha uma alma tão fria como a pele gelada que o recobria, sua preocupação jamais se expressaria em palavras, e pouquíssimos saberiam que ela existia.

Yoruichi Shihouin, sentada confortavelmente na grossa viga de madeira que sustentava o teto, sabia sim o quanto ele estava preocupado. E os dois tendo uma longa amizade—marcada unicamente por brigas, mas ainda sim, uma amizade—ela sabia muito bem que o andar frenético do Kuchiki de um lado para o outro no quarto era um claro sinal de seu desespero interno e mudo. Seus olhos amarelos seguiam seu olhar pelo quarto, impacientes—ela estava claramente entediada com tudo aquilo.

_Para de andar de um lado para o outro, Byakuya!_ rosnou ela, andando pela viga. _Vai cavar um buraco no chão daqui a pouco. Pare de bancar o sofredor calado e fala o que está te preocupando, porra! Você me chamou aqui faz quase uma hora e tudo o que você fez foi ficar calado._

_Não me aborreça, Shihouin._ rosnou ele de volta, parando de andar, finalmente. _Aquela menina irresponsável! Fugiu sem dar notícias, adolescente aborrecida, menina idiota, burra! Maldito seja o dia em que fiz aquela promessa à Hisana!_

O cenho dela se franziu.

_Não precisava ofender tanto assim a garota._ ela se coçou. _Você não pode culpá-la. Que eu me lembre, você era um adolescente muito rebelde, também._

_Mas nunca fugi de casa!_

_Só porque estava sempre sendo vigiado. Você fugiria se tivesse tido alguma oportunidade. Além do mais, a culpa também é sua. Não a vigiou o suficiente. Se adolescentes humanos já precisam ser constantemente vigiados, imagine os adolescentes vampiros!_ Yoruichi sorriu, debochada. _Byakuya, você já foi irresponsável o suficiente para deixar que ela fosse transformada com apenas treze anos. Deveria, no mínimo, ter conseguido alguma escolta para vigiá-la._

_Vai jogar a culpa para cima de mim, agora?_ ele parecia quase indignado. _Foi ela que fugiu, porque você está dando sermão em mim?_

_Você está se comportando como uma criança mimada. Isso quer dizer que você sabe que eu tenho razão._ ela gargalhou, se divertindo com a derrota nos olhos dele. _Muito bem, está muito bom humilhar você, mas temos que pensar em termos lógicos. Ela fugiu faz duas noites. O manto deve ter drenado mais ou menos oitenta porcento dos poderes, mas ela ainda sim é uma vampira e vai ter sede de sangue... Com certeza, Rukia foi para uma das cidades mais próximas, onde poderia conseguir sangue. Agora, vamos filtrar: temos três cidades que ficam bem próximas daqui. Qual delas teria alguma coisa, qualquer coisa, que levaria Rukia à escolhê-la? Algum conhecido, lendas..._

_Os Shiba._ disse Byakuya, mirando algum ponto além dela. _Ela era muito amiga do filho mais novo deles, Kaien._

_Muito bem, eu sabia que, se você se esforçasse, poderia pensar em alguma coisa._ ele fuzilou-a com os olhos e Shihouin levantou as patas para cima, em sinal de rendição. _Desculpa, desculpa, saiu no automático. Bem... Se ela era muito amiga dos Kaien, presume-se que está com eles. Em qual das três cidades eles estão?_

_Karakura, eu acho. Mas, Shihouin, eles não vão querer nos ajudar. Eles nos odeiam, principalmente a mim. Kukkaku me odeia tanto quanto eu a odeio. Não vamos conseguir a ajuda deles... Em compensação, eu conheço alguém que pode me ajudar. Alguém que mora em Karakura._

_Ah é. Você tem uma espécie de informante por lá, não é mesmo?_ Yoruichi deu um pulo ágil, pousando silenciosamente na cama coberta por lençóis de seda. _Vou chamar Soi Fon, ela tem papel e caneta especiais._

O gato preto—ou Yoruichi Shihouin—sentou-se na cama, fechando os olhos amarelados, e murmurou uma espécie de mantra, em palavras rápidas e baixas. Em um segundo, numa reação ao que fora dito, o quarto escuro estava sendo iluminado por cálidos raios de luz acizentada, que giravam numa espiral em volta do gato, espiral que ia ficando cada vez mais rápida e forte. Enfim, os raios de luz chegarama o ápice de sua força, obrigando Byakuya a fechar os olhos para não ferí-los. Quando ele os abriu novamente, havia uma mulher nua sentada na cama, encarando-o com deboche.

O Kuchiki deu as costas, desconfortável.

_Dói avisar que vai se transformar antes, Shihouin? Você me pouparia de todo esse constrangimento._

Yoruichi riu.

_Os homens da cidadela são tão absurdamente puritanos._ disse ela, se levantando. _Homens mundanos se sentiriam no paraíso ao ver um corpo tão bonito como o meu. Afinal, tenho membros delicados e graciosos._ ela puxou algumas roupas da primeira gaveta do criado mudo e vestiu-as, calmamente. _Agora, vamos chamar Soi Fon._

_Você poderia muito bem tê-la chamado como gato._ cobrou ele, virando-se a tempo de vê-la prender os cabelos roxos escuros para trás. _Qual é mesmo a diferença, Shihouin?_

_A diferença, seu anta, é que a única pessoa que sabe que posso me transformar em gato é você. Como você acha que eu sei de tudo o que está acontecendo na cidadela? As pessoas não desconfiam daquele gatinho adorável que está lá, lambendo a patinha._

_Gatinho que não tem nada de adorável._

_Só aos seus olhos, Byakuya._ ela deu um sorriso. _Vou chamar Soi Fon._

Ela saiu do quarto, rápida como um raio, os pés mal tocando o chão, e voltou segundos depois, trazendo uma mulher com ela, que trazia em mãos papel, caneta e um pássaro pousado calmamente no ombro.

_Senhor Kuchiki?_disse Soi Fon, respeitosamente se curvando. _Estou pronta para escrever sua carta._

Byakuya olhou para cima, pensando nos melhores termos, e começou a ditar. Queria algo bem objetivo, para que ele não tivesse dúvidas do que teria de fazer. Talvez mandasse uma carta para Sally, dizendo-a que garantisse o cumprimento da missão por seu filho, mas, pelos cálculos dele, o garoto já devia ter mais de dezoito anos, o que significaria que ela não teria mais tanto controle sobre ele quanto antes.

Não importava. Sabia que tinha alguma autoridade sobre o garoto e tinha total certeza de que ele obedeceria suas ordens.

_Senhor... Qual o destinatário?_ perguntou Soi Fon, fechando cuidadosamente o envelope.

_Abarai Renji._ respondeu ele, os olhos distantes. _Não sei do endereço, eles estão sempre se mudando de casa._

_Isso será um problema._ Soi Fon deixou o envelope em cima de cama e fez uma reverência. _Com licença, senhor, vou chegar os registros e tentar encontrar alguma coisa que nos ajude._

Soi  Fon saiu da sala, deixando Yoruichi e Byakuya sozinhos novamente. Shihouin se espremeu ao lado dele na janela, tendo a vista da noite que começava a se tornar dia. Em pouco tempo o sol nasceria, e as pessoas voltariam à seus afazeres normais,a vida voltando a correr na movimentada cidadela.

_Vou entregar a carta._ disse Shihouin, algum tempo depois. _Vou entregá-la pessoalmente._

_Só com a minha permissão._ corrigiu ele, não gostando do tom dela. _Você não pode sair a não ser que eu permita._

_Na verdade, eu conheço as falhas do manto. Posso sair a hora que bem entender._ ela deu um sorriso de canto, provocativo. _Eu não estou pedindo sua permissão, Byakuya, estou dizendo que vou  para Karakura e vou achar o tal garoto. E vou ficar por lá, também._

_Vai procurar por Rukia, também?_

_Não._ ela soltou os cabelos. _O que tem haver com Rukia não é exatamente de meu interesse. Eu quero encontrar Urahara. Tenho assuntos pendentes à conversar com ele._

_Será considerada uma traidora se for._ disse Byakuya, sério. _Urahara escolheu o próprio destino no momento em que quis ficar lá. Depois que a conspiração de Ichimaru foi descoberta, ele ganhou uma chance e a desperdiçou. Se você for por causa dele, não precisa voltar._

Shihouin olhou para ele, sem se abalar.

_Eu voltou quando eu quiser, Byakuya. Eu conheço o manto como a palma da minha mão, porque eu ajudei a construí-lo.
Além do mais, você sabe que eu sou mais necessária aqui do que qualquer outra pessoa. Eu vou entregar a carta e ficar em Karakura.  Se procurar Urahara não é um motivo bom o suficiente  para você, digo que tenho cinco meses de férias para tirar, e vou tirá-los agora. Caso eu encontre Rukia, tento mandá-la de volta._

_Tento? Traga-a à força!_

_Você não pode obrigá-la, Byakuya. Rukia tem vinte e três anos, embora diga para todos que tem dezessete. Ela é já é maior de idade, tanto na legislação mundana quanto na da cidadela. A única coisa que posso fazer é conversar com ela. Mas, se encontrá-la, faço esse favor para você._

Ele olhou para ela, os olhos frios do Kuchiki enfrentando o olhar cheio de vida dela. Shihouin sempre ganhara naquelas brigas silenciosas, e daquela vez, não seria diferente. Depois de algum tempo, Byakuya suspirou e desviou os olhos, dando sua permissão muda. Yoruichi sorriu.

_Estou indo._ ela se despiu, sem se envergonhar, fazendo um leve rubor surgir no rosto pálido de Byakuya, quase invisível. _Avise Soi Fon que fui eu mesma entregar a carta e que tirei minhas férias acumuladas._

_Avisarei._

_Então, até daqui cinco meses, Byakuya._ disse ela, dando-lhe um selinho demorado nos lábios antes da espiral de luzes voltar, desta vez transformando-a em gato novamente. _Vê se faz essa joça funcionar enquanto eu não estiver aqui, tudo bem? Não quero chegar e encontrar uma cidadela desmembrada._

_Você nunca foi assim tão necessária._

Yoruichi sentou-se na janela, enquanto Byakuya amarrava a carta em seu pelo negro e lustroso.

_Vamos ver isso quando eu voltar. Adeus!_

Ela deu um pulso ágil e desapareceu num mergulho de doze metros antes de pousar silenciosamente no telhado da casa mais próxima e começar a correr, pulando de telhado em telhado. Os olhos frios de Byakuya a seguiram com os olhos até qu e ela sumisse, um pontinho preto que diminuiu tanto até sumir.

Yoruichi Shihouin era realmente maluca, e ele sabia que ela não pretendia voltar nunca mais. Também, ele não gostava tanto dela assim, e a achava desagradável o suficiente para querer que ela não voltasse para lhe importunar a cabeça.

Mas, se caso ela voltasse, ele ainda a mataria por aquele beijo. Que raios fora aquilo?

_****_

Naquela cabana fétida, cercada de floresta por todos os lados, o homem esperava seu visitante. Estava impaciente, pois havia combinado de encontrar o informante meia hora antes, e ele estava definitivamente atrasado. Aizen Sousuke odiava atrasos, e mataria o informante se ele não fosse de importância tão vital. Quem mais teria tantos contatos e conheceria tantas pessoas em Karakura? Aizen tinha muito interesse naquela cidade, e nos seres que nela moravam, para deixar que sua cólera o dominasse.

_Senhor Aizen?_ disse a garota atrás dele, parecendo frágil no quimono preto. _Devo ir procurá-lo? Talvez tenha sido pego..._

_Não se preocupe, Momo._ respondeu ele, sorrindo docemente para ela. _Ele chegará em breve. Eu sei._

_Estou me sentindo um pouco preocupada, senhor._

_Não se sinta. Ele está perto... Finalmente chegou! Vou recebê-lo. Vá para trás, Momo, e não diga nada!_

Hinamori se afastou, recuando para as sombras, silenciosamente, e Aizen sorriu, perverso. Momo era tão divertidamente inocente e tão deliciosamente manipulável... Era a única pessoa que ele permitia ficar por perto o tempo inteiro, além de ter permissão para chamá-lo pelo nome, apesar de prefirir não fazê-lo. Além do mais, ele adorava usá-la para satisfazer-se, sabendo que, por mais que a maltratasse, ela sempre voltaria, como um cachorrinho.

Ouviram-se quatro batidas na porta, em quatro diferentes pontos, e Aizen abriu, reconhecendo o código. Encarou o rosto do homem, iluminado pelo luar, e deu passagem.

_Você se atrasou..._

_Trinta e quatro minutos e cinquenta e oito segundos._ respondeu o outro, sistematicamente. _Não estou para brincadeiras, Aizen. Não marquei essa reunião à toa. Tenho notícias interessantes._

_Pois bem. Diga-as._

_A princesinha Kuchiki fugiu. Está em Karakura._

_A notícia é verídica?_ perguntou Aizen, não acreditando que estivesse com tamanha sorte. _Você confirmou tudo direitinho?_

_Vi a garota com meus próprios olhos. Meu amigo, Abarai Renji, tem uma espécie de vínculo com a Soul Society, e desconfia que Byakuya vai cotá-lo para encontrá-la. Mas, como Abarai odeia a o vampiro, o plano é fazer de tudo para que ela fique e se encante pela cidade, e nós prometemos ajudá-lo neste plano._

Aizen riu, deliciado.

_Isto é perfeito! Eu nunca acreditei que poderia ter tanta sorte. A princesinha Kuchiki completamente exposta para um sequestro. Tendo fugido, o manto deve ter barrado seus poderes, o que significa que ela estará ainda mais vulnerável._

_Quer que eu a traga?_

_Não. Vamos esperar. Me deixe informado sobre qualquer correspondência de Byakuya que chegar às mãos do Abarai... Convença-o a fazer a menina se enturmar... Vou enviar uma espiã minha para Karakura, para ficar de olho em tudo._ Aizen bateu nas costas o espião. _Você vai ser muito bem remunerado por esta informação e por quaisquer outras que você me conseguir... Finalmente eu terei a arma perfeita para atacar a cidadela._

_Sabia que você ia gostar dessa notícia._ ele manteve a voz baixa. _Tenho que ir. Estão todos numa boate, e eu preciso voltar logo, antes que Renji ou os outros sintam minha falta._ o informante recuou. _Em breve trago mais notícias, Aizen._

Ele sumiu logo em seguida, e Aizen ouviu o farfalhar de seus passos pela floresta. Havia um sorriso gigante em seus lábios—finalmente as coisas estavam começando a dar certo. Nem mesmo a tola Hinamori com suas preocupações bobas e inocência poderia deixá-lo realmente irritado, naquele momento. E falando em Hinamori...

_Momo?_ chamou ele.

_Sim, senhor._

_Vamos voltar para casa. Lá, eu quero que você se arrume para viajar. Você vai morar em Karakura, agora... Quero que você encontre Kuchiki Rukia e trate de se tornar sua amiga._

_Sim, senhor._

_Ótimo._ ele se aproximou e a beijou levemente nos lábios. _As coisas finalmente vão começar a dar certo, Momo. Finalmente Byakuya Kuchiki vai se render à mim, e eu terei minha vingança. Ele não perde por esperar..._


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Notas finais do capítulo

Não me culpem por ter parado o amasso do Ichigo e da Rukia logo aí... O resto fica na imaginação de vocês. O hentai propriamente dito só virá mais para frente.
Embora eu tenha colocado uma leve referência à Yoruichi e Byakuya, aviso desde já que sou Urahara/Yoruichi até o fim, e vamos ver amassos deles mais para a frente.
Quem será o informante de Aizen? Toushirou? Gin? Ulquiorra? Grimmjow? Isso ninguém sabe... Aceito apostas!
E, no próximo capítulo... Dia de sábado de Rukia com Renji, e, talvez, quem sabe, alguns beijinhos entre os dois (quem sabe...), Urahara dá as caras e outras coisinhas.
Até o próximo. Beijos!