Espiando O Futuro escrita por Juliana


Capítulo 13
Capítulo Treze


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!
Como prometido, uma semana para o post! *-*
E espero que gostem do que vão ler porque eu me dediquei muito para esse capítulo!
Boa Leitura! ;)



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Ta bem. Agora Wally não sabia mais o que dizer a respeito de nada.

Ele estava cego, só ele não sabia dizer se era de raiva, de decepção, de espanto ou de medo.

Assim que ela gritou as tais palavras, um chute acertou a face mascarada de Mestre dos Esportes e ele voou para trás, batendo as costas contra a quina da mesa. Mesmo que Wally quisesse se mexer para segurar aquele assassino para que Ártemis o enchesse de hematomas roxos e arranhões profundos, ele não conseguia. A mulher de verde puxou de algum lugar de sua roupa, Wally não sabia como algo poderia ser escondido na malha, uma Best armada com a pequena flecha comportada para o tamanho da arma.

Mirando o objeto pontudo na direção do mascarado, Kid Flash despertou de seu transe e resolveu entrar em ação – antes tarde do que nunca -, parando ao lado da Arqueira Verde e relaxando o braço tenso que ameaçava o homem – seu pai, Wally cismava em lembrar...

Entretanto, ao tocar levemente a luva dela, Ártemis recuou e empurrou o rapaz com a mão livre para longe dela, sem nem piscar um de seus olhos tempestuosos em sua direção. Com um dedo indicador lhe apontado e uma distância de dois metros entre os dois, ela continuou a falar, a voz trêmula enquanto ela tentava dar um jeito de segurar as lágrimas insistentes:

-Já mandei você ficar fora disso, moleque. Eu não to pra brincadeiras hoje.

Wally engoliu em seco, segurando revolta, e passando seus olhos verdes entre Ártemis e o vilão mascarado rugindo no chão. Kid Flash sabia bem que se Mestre dos Esportes quisesse dar um jeito e fugir ele já teria tentado, mas a quietude dele estava importunando o ruivo.

  Apesar de toda a postura de durona, os cantos dos olhos de Ártemis enchiam-se de lágrimas com o passar dos segundos e Wally queria perguntar tantas coisas para ela, queria colocar ela numa parede e terminar de jogar a merda no ventilador. Queria perguntar-lhe porque nunca havia dito a ninguém que era filha de quem era ou se quem era o X-9 da Equipe era ela. Queria saber se ela havia se divertido muito com todos, se foi legal ficar no lugar do Roy jogando sujo com seus amigos, se ela alguma vez tentou machucar qualquer um que fosse daquela Equipe.

Entretanto, ao mesmo tempo em que essas perguntas de raiva, de medo surgiam em sua mente, Wally também queria perguntar por que ela não confiava nos seus colegas o suficiente pra dizer algo como isso, pra dividir um fardo tão grande. Queria perguntar a razão de ela ser tão querida pela Equipa agora quando nunca mencionara sua família.

Queria saber se seu Eu mais velho sabia, se aquilo tudo o que ela havia contado para ele não era mentira. Se todo esse amor que um sente pelo outro era realmente verdade...

Até que as palavras de Barbara vieram a sua mente e ele resolveu deixar tais perguntas para trás:

-O Wally de vinte e cinco anos conhece a Ártemis há mais tempo, dividiu segredos com ela e a ama!

E dividiu segredos comigo... Ele pensou quieto e espantado, não sabendo bem como seus sentimentos reagiam a tudo aquilo. Foi tão depressa que ele nem tivera tempo de dizer nada, de sua impulsão tomar conta de se.

Pela primeira vez Wally West, o garoto mais rápido vivo, não estava com pressa de saber a respeito.

Um sentimento de culpa, então, surgiu dentro dele. Sentimento a respeito de tudo o que ele havia dito de ruim para ela, sobre dizer que ela era uma péssima pessoa; sobre dizer que ele a odiava, sobre sua certeza de não querer que o futuro em que ele e Ártemis estivessem juntos existisse; sobre as perguntas maldosas questionando a lealdade dela a ele e a Equipe.

-Desculpa. – e saiu de sua boca antes que ele pudesse prever.

Quando os orbes de avelã de Ártemis encararam o moleque, esbugalhados, a mulher não sabia mais o que fazer.

Claramente que conversar a respeito do que havia acontecido naquele momento não era certo, não quando Comissário Gordon pudesse aparecer a qualquer instante e prestar atenção na conversa, ou seu pai resolver parar de brincar com ela e dar um jeito de ela nunca mais se aproximar do Flash.

Ártemis tinha que conter a pressa de saber o porquê das desculpas. Ela era grandinha! Tinha que se controlar.

-Eu fui um idiota e falei coisas que não são reais, Ártemis. – mas Wally continuou e a única coisa que a Arqueira Verde fez foi fingir que ele não estava falando com ela e selar seus olhos nos interessados orbes castanhos de Lawrence Crock, seu pai, encarando Kid Flash como se fosse uma presa.

-Agora não. – ela disse entre dentes, vendo o pai mirá-la assim que permitiu as palavras deixaram seus lábios – Não na frente dele.

-Oras, por que esconder coisas de mim, Ártemis? – ele fingiu estar insultado, colocando as mãos sobre o peito esquerdo – Assim você magoa o papai.

-Não tem como magoar uma pessoa sem coração. – ela cuspiu as últimas palavras, relaxando um pouco a visão tensa – Não há como.

-Coração não é nada prático querida. – ele continuou, um tom provocativo em sua voz – Quando menos esperamos ele nos trai, e aí não tem volta. Não ter um é o que me mantém vivo.

-Você presta atenção ao que diz?!

Orbes escuros viraram-se espantados para Kid Flash, que encarava pai e filha chocados. Suas íris esmeraldas mostrando clara decepção na direção do homem mascarado e tentando entender seus motivos.

-Ela é a sua filha! – Wally disse indignado e Ártemis arregalou os olhos, chocada por ele estar defendendo-a e não sendo inútil o tempo inteiro, apenas estando ali parado e apreciando o show – Seja qual for o motivo, não que não seja óbvio, claro, que ela tenha mágoas por você, tinha que dar um jeito de isso parar de existir! Ela devia ser a razão por você estar vivo e não a sua falta de coração!

Até Wally em si ficou chocado com suas palavras, mas elas já haviam saído e ele já estava numa pose de defensiva preparado pra quebrar a cara do infeliz que havia ferido os sentimentos de Ártemis. Ele ia pagar por ter feito a dama de ferro chorar, por ter feito a “rainha gelada”, “deusa da simpatia” amargurar por algo...

Ele fez ela chorar, porra! Ninguém faz minha Ártemis chorar!

-E quem você pensa que é pra me dizer o que fazer, Flash Boy? – o homem perguntou secamente, parecendo nem ter ligado para as palavras que ele havia dito.

Ta. Aquilo o fez ferver de raiva.

Ele podia ser o diabo a quatro, o pai de Ártemis e tudo o que há de mal nessa terra que viria atrás dele no futuro, mas ele não deixaria alguém como aquele psicopata barato, infeliz, não ouvir o que ele disse. Não depois de sua grande descoberta!

E em menos de dois segundos, Wally se pegou apagando o Mestre dos Esportes com um soco no diafragma, voltando para o seu lugar antes que Ártemis puxasse o gatilho da besta sem querer.

Após reabrir os olhos Ártemis pegou seu pai desacordado e olhou para um Wally de braços cruzados e beiço, não encarando a mulher em verde. Ela tinha de admitir que aquilo fora infantil, mas não iria dizer nada a respeito.

Obrigada. Foi o que ela pensou, mas não pronunciou. Antes que eles pudessem voltar a conversar o Comissário Gordon já estava adentrando a sala e algemando Lawrence Crock, Mestre dos Esportes, levando-o para sua delegacia com certeza.

Arqueira Verde e Kid Flash já haviam saído dali antes dos repórteres pegarem-nos e haviam feito um trajeto silencioso, e, nos pensamentos de Wally, muito acrobático para o gosto de velocista. Eles só pararam quando estavam em outro telhado de Gotham, não muito alto, talvez uns cinco andares, vendo a avenida movimentada não permitir que o silencioso desconfortável entre eles o fizesse corar ainda mais.

Depois de realizar que ele não queria nunca mais ver a Ártemis chorando, ver sua Ártemis chorando, a única reação que ele tinha agora era dar um jeito em seu coração palpitante todas as vezes que cruzava seus orbes esmeraldas com os da mulher de vinte e cinco anos, ou sua mão suar extremamente quando ela estava muito perto dele, ou quando ele se pegava encarando os cabelos longos trançados ou os lábios rosados macios ou outras partes do seu corpo que se favoreciam no uniforme...

E aquela brincadeira toda havia tomado um grande tempo deles...

-x-

Minha cabeça vai explodir! – Wally choramingou abrindo seus orbes esmeraldas para a claridade que seu quarto na casa de seus pais em Central City se encontrava.

Sua cabeça latejava e ele sentia veias formando-se em sua testa enquanto ele procurava se descobrir para levantar da cama. Aparentemente, depois de tomar algum tempo para se acostumar com a dor e realizar onde estava, começou a notar o estado cujo qual seu dormitório estava:

Suas roupas todas jogadas no chão, algumas partes vomitadas e com suspeitas manchas de sangue. Wally já estava pensando que havia matado alguém na noite passada; a porta de seu banheiro escancarada com todas as luzes ligadas e som de chuveiro ligado, gastando a água potável do mundo; sua cortina empurrada para um canto só dá janela aberta, claramente mostrando ao velocista que ele havia destruído a persiana que sua mãe havia recentemente comprado.

Bom... Pelo o que o super-herói podia notar, ou o que seu raciocínio permitia, ou ele foi largado por alguém em sua casa ou ele fugiu e entrou no seu quarto pela janela – aí está a explicação da persiana destruída.

Que seja, pelo menos ele havia conseguido chegar em casa e, aparentemente, dando umas boas checadas em seu corpo sarado e sardento, ele estava em um estado apresentável para o casamento...

-O CASAMENTO! – ele pulou da cama esquecendo-se da cabeça e sentindo tudo girar, voltando a se sentar na cama – Argh... – Wally resmungou contando até vinte, coisa que ele não fazia para nada, para poder levantar.

Ao esperar o tempo passar, encarou o despertador de cabeça para baixo na sua cômoda completamente desorganizada e resolveu que era bom ele ler algo para colocar seus neurônios para funcionar antes da hora da cerimônia.

Isso foi uma boa idéia até ele encarar o horário que se encontrava:

-15:30?! NÃO PODE SER! – ele ergueu-se da cama, esquecendo-se do porre e saltando de um lado para o outro, sem saber por onde começar para sair dali e encontrar com seus padrinhos.

-AH CARA!

Enquanto ficava sem saber, o velocista esqueceu-se de que sua janela dava exatamente para a janela do outro quarto dos vizinhos que tinham gêmeas adolescentes apaixonadas pelo Flash (ele sabia bem porque já vira um pôster dele na parede cor de rosa delas). E esqueceu-se também que estava completamente nu!

Quando virou-se para ver se alguém havia o pegado pelado, arrependeu-se e se jogou no chão esticando-se para pegar o lençol de sua cama e se enrolar nele antes de fechar a janela.

Por um incrível acaso do destino maldoso as gêmeas estavam dando uma festinha no quarto delas, cheia de meninas adolescentes em choque dando risadinhas maliciosas sem tirar os olhos de Wallace pela janela escancarada.

O rapaz de vinte e cinco anos corou e pensou que seria preso por isso. Bom... Se assédio sexual inconsciente fosse levá-lo a prisão...

Suas bochechas ardiam tanto e a vergonha daquilo havia ajudado-o a livrar-se um pouco da manguaça, mas ele tinha de fechar a janela antes de fazer qualquer coisa. Prendeu o lençol na cintura e respirou fundo, sentindo vontade de sair correndo de tamanho embaraço que lhe estava acontecendo.

Levantou-se rapidamente, limpando a garganta e passando a mão pelo cabelo, tentando dar um jeito naquele ninho de rato. Abriu os olhos verdes e todos aqueles pares de olhinhos continuavam a se divertir com sua desgraça.

Malditos adolescentes... Ele resmungou sobre um suspiro e sorriu sem jeito, caminhando na direção da janela.

-Erm... Olá... – ele disse completamente sem jeito e as garotas explodiram em gargalhada, fazendo com que suas sardas misturassem-se com o restante da cor vermelha por todo o seu corpo adulto.

-Oi! – várias vozes fininhas ecoaram e Wally podia ouvir um “Ui! Sedução!” perdido ali no meio, depois mais risadas e as gêmeas se manifestaram naquele mar de garotas de quinze anos, sorrindo maliciosas pra ele.

-Dia lindo, né? – ele balbuciou enquanto chegava na janela e as voltaram a rir novamente.

-Então isso tudo foi em homenagem ao sol? – uma delas, claramente atrevida, soltou e mais uma sessão de gargalhadas encheu o espaço.

Nem te conto em que homenagem isso foi, garotinha. Wally pensou maldosamente, mas resolveu ficar calado. Elas podiam falar para os pais das gêmeas e isso não ia dar nada bem se ele não conseguisse chegar em seu casamento.

-Wally. – uma das gêmeas chamou-o e seus orbes verdes viajaram até encontraram com os castanhos da adolescente que estava com um sorriso mais inocente no rosto, comparando-se com os outros restantes sorrisos – Você não tinha que estar se arrumando pro casamento?

Claro que elas deviam saber por causa de sua mãe fofoqueira ou orgulhosa por seu único filho estar se casando. E Wally lembrou-se do fato que ele ia se casar mais tarde e que ele estava muito atrasado.

-Muito obrigado por me lembrar. – ele respondeu numa voz engraçada e finalmente já estava na janela dando um jeito nas persianas – Nós vemos na festa! Não contem pros seus pais a respeito disso, ta? – ele implorou e as garotas caíram na gargalhada.

Se elas iriam contar ou não, seja lá o que responderam depois, Wally não sabia porque ele havia fechado a janela e estava voltando para sua cama, pegando seu comunicador e ligando para que Dick fosse buscá-lo em sua casa. Ele não queria dar de cara com sua mãe numa situação dessas.

Até ele achar o trequinho que ficava em seu ouvido enquanto ele dava uma de herói, Wally resolveu ligar a televisão e divertir-se com as declarações de sua tia Iris no programa de noticias.

-... E parabéns para meu sobrinho Wally e sua noiva, Ártemis, que vão se casar hoje mais tarde. Espero que esse dia seja memorável pra vocês! – ele ouviu e sorriu simpático, suspirando em seguida ao procurar o comunicador embaixo da cama.

É, tia. Isso foi memorável... Ele corou lembrando-se das adolescentes histéricas na casa vizinha.

-Agora as notícias. – sua voz ficou séria e aquela musica tema de jornal soou de fundo. Finalmente ele havia encontrado o maldito comunicador e estava colocando no ouvido, mas antes de ligar queria prestar atenção no noticiário mais um pouquinho. Não ia matá-lo dois minutos a mais ou a menos, certo? – Mestre dos Esportes destruiu uma das paredes do banco Central de Gotham City junto de seus capangas e rendeu os guardas, fazendo reféns. – ouvindo o codinome do sogro, o velocista prestou mais atenção aquilo tudo – Felizmente, quando seus capangas menos esperavam, Kid Flash já havia nocauteado metade de seus homens, segundo testemunhas, e Arqueira Verde surgiu para dar apoio na prisão de um dos criminosos mais perigosos de Gotham.

-COMO É QUE É?! – Wally gritou levantando-se da cama em choque quando ouviu o nome dos heróis.

Durante seu surto a televisão mostrou Cat Grant com o pai de Barbara, Comissário Gordon, no local do crime fazendo algumas perguntas a respeito de todo o acontecimento.

-Arqueira Verde e Kid Flash entraram antes de nós no banco, renderam alguns dos homens de Mestre dos Esportes e o renderam depois. – ele dizia com a voz aliviada e um tanto empolgado – Foi bárbaro.

-Infelizmente, todas as imagens que conseguimos dos heróis veio de uma fonte amadora que estava prestando atenção em todo o tumulto e eles partiram da cena do crime sem uma palavra sequer conosco.

Wally esbugalhou os orbes esmeraldas quando ele avistou o seu eu adolescente e sua noiva, com as roupas sujas de pó de concreto e escombros, pulando alguns telhados até sumirem do alcance da câmera.

Uma explosão de raiva tomou conta dele mesmo e ele não sabia mais o que fazer. A única coisa que lhe veio à mente foi encontrar Wally e Ártemis e dar um jeito no seu eu adolescente.

Ligou o comunicador e a voz de Dick respondeu, aliviada e perturbada pelo Wally adulto esta ligando.

-Quero a exata localização de Ártemis. Agora. – ele disse entre dentes.


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Notas finais do capítulo

OoO
hasuhasuhaus'
Eu sei que vocês querem saber o que vai rolar no próximo capítulo mas eu não posso contar, gente. Eu não posso e entendam que tá difícil de relacionar essa fic com o meu cronograma da faculdade, mas vamos dar um jeito nisso! ;)
Pelo menos eu dou certeza que está na reta final.
Obrigada pelos reviews carinhosos de todos que se dedicam tanto quanto eu pra ler essa fic. É uma questão de honra eu escrevê-la e eu só escrevo para que vocês tenham orgulho de mim. Somente pra vocês, leitores!
Uma declaraçãozinha pra vocês e acho que estou pensando em criar um capítulo especial para o próximo capítulo da fic. ;)
Que acham?! Algo a respeito do Wally e da Ártemis mais velhos fazendo alguma coisa. ^_^
Beijinhos e Até o Próximo Capítulo!



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