Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 5
O pior Dia das Bruxas




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A FESTA COMEÇOU LOGO DEPOIS dos outros alunos chegarem de Hogsmeade. O Salão Principal estava enfeitado com abóboras iluminadas, morcegos que voavam do meio do nada, e as paredes pareciam ter sido pintadas de um roxo bem escuro. Lá fora estava chovendo, dando o clima perfeito à festa. Haviam um show de fogos de artifício liderado por Roxy, pegadinhas acontecendo por todo o Salão graças e Fred, e risadas brotando constantemente. E, é claro, havia muita comida.

Alvo, Tiago, Mary, Hannah, Rosa e Michael desceram um pouco cabisbaixos para a festa. Porém, apesar de terem decidido continuar tentando deter o Caliginem – o que não é uma ideia muito agradável –, a festa varreu todas as preocupações de suas cabeças, como era esperado.

– Não sei o que as festas de Dia das Bruxas têm, mas sempre são incríveis – comentou Tiago, soltando um fogo de artifício perigosamente perto dos cabelos de Lola Martínez.

Estava sendo uma noite incrível. Rosa e Malfoy haviam brigado antes, mas Malfoy fugiu rapidamente, para muito zombaria dos grifinórios e grande implicância dos colegas sonserinos. Apesar de toda a diversão da noite, Malfoy parecia desconfortável – como em todos os outros dias.

Mas para o geral, tudo corria bem. Não havia razão para ter problemas ou preocupações durante o Dia das Bruxas. Até que Jacson Mason chegou correndo com aquela já velha expressão aterrorizada e balbuciando freneticamente.

– Ele... Está... Aqui... – dizia sem fôlego.

– Ele quem, Mason? – perguntou o Prof. Longbottom, levantando-se apreensivo da mesa dos professores.

– Ah, vocês sabem! – exclamou Jacson – Ele.

O Salão, que ficara completamente silencioso com a chegada do aluno, explodiu em murmúrios.

– O Caliginem está aqui? Dentro da escola? – perguntou novamente o professor, mais preocupado ainda.

– N-não – respondeu Jacson ainda sem fôlego – Eu o vi na Floresta Proibida.

Mais murmúrios.

– Que estava fazendo na Floresta Proibida? – perguntou a diretora alarmada.

– O Tal está vindo para cá – disse Jacson – E a senhora quer saber se eu estive na floresta?

Algumas risadas vindas de Fred e Roxy. Mesmo numa situação daquelas, não perdiam o senso de humor.

– Que ótimo! – disse Michael – Era justamente o que eu queria! Dar um bom pontapé naquele bruxo fantasiado de dementador.

– Por que isso está acontecendo? – exclamou Alvo, num misto de medo, surpresa e vontade de vomitar.

– “Tomem cuidado, pois ainda me vingarei de vocês” – murmurou Mary, seus instintos de detetive entrando em ação – Ele avisou...

Hannah enfurnou em um pensamento longo e silencioso. Rosa soltou um gritinho de medo. Tiago saiu sorrateiro do Salão e voltou com a sua Firebolt, deixando os outros meio confusos.

– O melhor jeito de derrotar o vilão – explicou, levantando a vassoura e com o sorriso maroto no rosto – é usando a sua maior qualidade.

– Nada mal – disse Hannah – Michael, vamos! Pega a sua Cleansweep. Eu vou pegar a Relâmpago.

Eles chegaram minutos depois com as vassouras e correram pra a Floresta. McGonagall lançou uma olhar torto ao ver Hannah montar a vassoura, e depois correu atrás do grupo.

– ESPEREM! – gritou McGonagall – Vocês não vão... Lutar com ele, ou o que quer que seja! Quem vocês pensam que são?

– Os filhos dos salvadores do mundo bruxo, caso a senhora não se lembre – respondeu Alvo, seguindo para fora com os outros cinco.

– Isso não é desculpa, Alvo Potter! – a diretora era firme – Seus pais nunca aprovariam esse comportamento! Fiquem aqui e deixem...

Mas a bronca era inútil. Tiago, Hannah e Michael já estavam lá fora, voando. Alvo saiu e avistou o Caliginem; ele andava lentamente, quase deslizando pelos jardins verde-escuros a luz do luar. Os raios que caiam na floresta davam à cena um clima assustador. A chuva forte encharcou-os imediatamente.

Tiago deu uma mergulhada em direção do bruxo das trevas, e, num movimento rápido, tirou a varinha das mãos do Caliginem. Voou para longe, sumindo na noite escura.

Aquela altura, todos os estudantes estavam observando, sem chegar perto demais. Os professores estavam armados com as varinhas, tentando acertar o Caliginem com diferentes feitiços. Mas, de alguma maneira, tudo se repelia.

– Um feitiço escudo – sussurrou Rosa para Mary e Alvo – E um poderoso. Quem quer que fez isso é um bruxo excepci...

Ela foi interrompida por uma visão repentina: um corpo e uma vassoura caindo, assim como uma varinha. Tiago se retorcia no ar, tentando se soltar de alguma coisa que não estava lá...

– O que é isso? – Mary perguntou aterrorizada.

– Alguma azaração...? – arriscou Rosa sem saber como reagir.

Então um feixe de luz acertou Tiago, e Alvo virou-se para ver que vinha do Prof. Longbottom, que murmurava algumas palavras numa contra-azaração. Não parecia fazer efeito, e o desespero de Alvo foi crescendo. O irmão não ia, não poderia morrer assim.

Mas no último momento, Tiago se “soltou” do que quer que o estava atacando, agarrou a vassoura e voltou para o alto. Ao fundo, ouviram-se aplausos – apesar da situação, Tiago tinha acabado de realizar uma finta perfeita e aquilo era bem admirável.

Pelo canto do olho, eles perceberam que o Tal catou a varinha que caía. Começou a correr, e Alvo podia vê-lo escapar, até que uma bola de fogo atingiu a capa do bruxo que se arrastava no chão. Virou-se e viu Mary Ann ao seu lado com um sorriso vitorioso e uma das mãos em chamas.

O Caliginem havia parado em pânico ao ver o fogo, que acabou não durando muito embaixo da forte chuva. Mas foi o bastante para distraí-lo.

Hannah desceu com a vassoura e empurrou o Caliginem no chão; depois, Michael mergulhou, e ainda na vassoura, roubou a varinha do bruxo. Jogou a varinha para Hannah, que já subia novamente, e esta a jogou para Rosa. Mas a ruiva era muito ruim em pegar coisas no ar. A varinha saiu rolando em direção aos alunos que observavam atrás deles; quase todos eles deram um passo para trás, como se esperassem que a varinha os atacaria.

Quem ficou na frente foi Escórpio Malfoy, que abaixou-se para pegar a varinha. Por um segundo, Alvo entrou em pânico. Mas então percebeu que o sonserino olhava diretamente para Alvo. Os dois trocaram um olhar rápido de compreensão, o que deixou o Potter aturdido; e o que aconteceu depois foi muito rápido.

O Caliginem apareceu por trás de Alvo, e este jogou um feitiço stupify nele; o bruxo foi lançado para trás, e nesse meio tempo, Malfoy correu para dentro do Hall de Entrada de Hogwarts com a varinha; os professores fizeram uma barreira na entrada, varinhas em mão. Logo, alguns alunos mais velhos também se juntaram a eles.

O Tal percebeu a derrota. Saiu correndo, sem dizer uma palavra e sem atacar uma pessoa. Rapidamente sumiu de vista, voltando para a Floresta Negra. McGonagall mandou alguns professores atrás dele.

– Covarde – cuspiu Michael desdenhoso – Da próxima vez, vou ficar o chamando de fujão.

– Acho que é melhor esperar que não haja uma próxima vez – ouviram uma voz séria ao fundo do grupo. Escórpio Malfoy retornara com a varinha, que entregou com cuidado à McGonagall – Metal. Essa... coisa é feita de metal – ele murmurou.

A inevitável onda de murmúrios surgiu.

– Metal? – perguntou Hannah, tombando a cabeça para o lado.

– Nenhuma pessoa faz varinhas de metal... Faz? – disse Alvo, indeciso.

– É possível uma varinha ser de metal, a coisa menos utilizada no mundo mágico? – falou Rosa.

O silêncio dominou a vida das crianças pela a quinquagésima terceira vez desde que chegaram a Hogwarts. Alguém perguntou:

– Por que metal?

– É lógico! – disse Mary – Não se pode quebrar metal. Assim, não poderíamos quebrar a varinha! Faz todo o sentido!

– Como você consegue reparar em cada detalhe mínimo? – retrucou Michael, com um olhar de incredulidade para Mary.

Mary deu um olhar que dizia “Você ainda irá aprender” para Michael e virou-se para ver a expressão dos professores. McGonagall tinha o mesmo olhar inexpressivo ao analisar a resolução de Mary Ann. Fazia sentido, afinal de contas. Era um bruxo das trevas que não usava só poder, mas também lógica. A maioria dos bruxos não pensa, não quando se tem em mão uma varinha. E o estranho era justamente isso. Por que o Caliginem era diferente?

Isso fez novos murmúrios nascerem. Por fim, McGonagall tomou a fala:

– Bem, tem razão, Srta. Duprée – Mary sorriu orgulhosa – Mas é algo muito inusitado. Ora, metal não é uma substância que contém magia por si só. Inquebrável? Sim. Mas com pouco poder, eu diria. Não podemos tomar conclusões agora – o sorriso de Mary murchou.

“Mas, bem. Crianças, se vocês se secarem, talvez possamos dar continuidade à festa. Neville, Septima, Filius, Horácio, acho que devemos ter uma reunião, não? A varinha fica comigo. Não, Weasley, você não pode pegá-la” acrescentou, ao ver Fred abrir a boca.

A diretora encarou Alvo, Hannah, Tiago, Rosa, Michael e Mary um por um. Olhou para Escórpio também. Franziu a sobrancelha e disse:

– Bem, acho que não poderia esperar menos de vocês, sendo filhos de quem são.

Não sabiam se era um elogio ou uma acusação. A professora simplesmente disse isso e saiu em direção ao castelo com os diretores das Casas, deixando as crianças ali, confusas e encharcadas.

Escórpio olhou para os seis grifinórios de soslaio. Todos olhavam desconfiados para ele, menos Alvo. O garoto olhou dentro dos olhos do Malfoy e percebeu que eles eram peculiares – um era castanho e o outro era azul acinzentado. Um pouco surpreso com aqueles olhos, Alvo disse:

– Hum, obrigado.

– É, hum, claro – o sonserino respondeu. Alvo percebeu que ele esfregava as mãos uma na outra, brincando com os dedos, nervoso.

Os outros cinco grifinórios olhavam de Alvo para Malfoy, como se você uma silenciosa e tensa partida de tênis.

– Ei, Escórpio! – ouviu-se uma voz agudinha. Alvo nem precisou se virar para saber que Patrícia vinha na direção deles – Que está fazendo com esses esquisitos?

Alvo observou enquanto Escórpio fez uma careta. Por um segundo, parecia tentado a ficar, mas murmurou:

– Eu tenho que ir – e saiu correndo, levando Patrícia longe antes que ela os alcançasse.

Os seis se encararam.

– Estranho... – cantarolou Tiago – O que foi aquilo?

E antes que eles pudessem começar a discussão, ouviram uma voz atrás deles.

– Ei, vocês! Potter, Davies, Sothern! – Scott Wood vinha correndo, também molhado pela chuva. Chegou a eles e tomou fôlego. Por fim disse: - Escutem, daqui a duas semanas vamos ter o primeiro jogo da temporada de quadribol, e eu sou o capitão – ele encarou Tiago, com uma expressão admirada e suplicante – Potter, eu estou desesperado por um apanhador, e não é qualquer um que conseguiria fazer o que você fez agora – Tiago sorriu com orgulho – Nem seus pais seriam tão bons, acho. Olha...

– Estou dentro, Scott! – interrompeu-o Tiago, ainda sorrindo.

– Ótimo! – comemorou Scott, e virou-se para Michael – Davies, precisamos de um artilheiro, e você também é bom. Eu já tinha selecionado um artilheiro para a equipe, mas ele amarelou... Acho que você substitui bem, se herdou algo do seu pai também.

Michael torceu de leve o nariz com a comparação, mas isso não fez a animação ficar menor.

– Claro que sim! – disse Michael, quase dando pulinhos.

Scott pareceu satisfeitíssimo, e virou-se para Hannah.

– Foi mal, Sothern, agora já tenho uma equipe completa. Mas pode ficar de reserva.

– Tudo bem – Hannah deu de ombros – Reserva está ok pra mim. Posso ficar e assistir a Michael levar um balaço!

Michael deu um sorriso debochado a ela.

– Então, espero vocês dois no campo de quadribol amanhã, às cinco e meia – Scott parecia realizado – Sério, vocês salvaram a minha vida! Imagine a vergonha, perder por falta de jogadores...

Scott saiu mais feliz do que um gato recebendo carinho, e todos foram para as salas comunais e aos banheiros para se secar.

– Acho que esse Caliginem tem esses ratinhos na cabeça – disse Alvo, enquanto Roxy abria uma bombinha mágica e vários ratos cinzentos saíam pulando e correndo – Vir aqui no dia de Dia das Bruxas, quando todos os alunos e professores estão no mesmo lugar?

– Realmente, não é algo muito inteligente – comentou Rosa.

– Não é algo muito inteligente? – repetiu Mary, incrédula – É estúpido, Rosa! Que tipo de bruxo quer fazer algo ilegal na frente de quase 300 testemunhas?

– Não é exatamente ilegal – retorquiu Rosa – O Ministério da Magia não relatou isso como ilegal.

– Ilegal ou não, é ruim – retrucou Tiago – Esse é o ponto, Ross.

A discussão teria continuado, mas McGonagall entrou no Salão naquele momento, com os diretores das casas a reboque, e o lugar ficou em silêncio completo, a não ser pelas bombinhas mágicas que Fred, Roxanne e a amiga deles, Violeta Jordan, abriram naquele instante.

Ela seguiu para a Mesa dos Professores sem falar absolutamente nada, sentou-se e olhou para os alunos com os olhos semicerrados e a testa muito franzida.

Os alunos olhavam para a diretora com uma expressão de curiosidade e medo. A situação estava pior do que imaginavam. Esperavam que ela levantasse e dissesse: “Bem, acho que a escola está alvo de ataques do Tal, então, é melhor voltarem para suas casas”, mas ela não fez menção de abrir a boca. Depois de longos minutos de olhares e expressões, a diretora levantou-se e começou:

– Nos últimos anos, Hogwarts teve que fazer muitas escolhas... Simples e complicadas – seu olhar permaneceu firme para os alunos, apesar de parecer distante, relembrando-se do passado – Mas dessa vez, eu não fiz nenhuma escolha, pois não tenho opções. Eu quero que vocês fiquem nessa escola, porque eu sei que é isso que querem; e eu farei tudo em meu poder para manter esse desejo dentro de vocês. Hogwarts é segura, asseguro-lhes disso – ela suspirou – Sei que os últimos tempos têm sido sombrios e não julgarei ninguém que quiser voltar para suas casas. Mas se aqui ficarem, quero que vivam normalmente; depositem suas preocupações em mim, e eu me assegurarei de que serão protegidos.

O clima no Salão Principal era solene. Enquanto os alunos absorviam as palavras de McGonagall, esta fez um aceno com a varinha e a sobremesa surgiu nas mesas. Ninguém estava com muito apetite.

– Viver normalmente? – sussurrou Tiago.

– Mas isso vai se meio complicado – comentou Michael, em voz alta e clara – Simplesmente não dá pra tratar o Tal como alguém que vem aqui todo dia pra nos ajudar com o dever de casa.

A mesa da Grifinória foi infestada de risadas de todos os tipos, e o clima melhorou. Eles pareceram esquecer o perigo que passaram momentos antes, e continuaram a festa até a meia-noite, quando Filch resolveu que os alunos estavam todos loucos de ficar até tão tarde no Salão Principal e de tão irritado, acabou desmaiando, e foi levado para a ala hospitalar.

– O Filch está muito velho – comentou Victoire, na sala comunal da Grifinória – Quando eu entrei nessa escola ele me perguntou se eu conhecia Harry Potter, eu disse que sim, daí ele começou a gritar palavrões e desmaiou. Está ficando maluco.

– Ah, só agora ele está maluco, é? – perguntou Fred sarcasticamente.

Victoire apenas lançou-lhe um olhar feio.

– Mas a circulação em Hogwarts está melhor, com certeza – concluiu Roxy – Afinal, Madame Nor-r-ra morreu dois anos atrás, graças a Deus! – juntou as palmas das mãos como se rezasse – Mas, droga, ainda temos o Filch.

Todos riram. Passaram uns ótimos momentos xingando o zelador, mas daí perceberam que toda vez que piscavam esqueciam-se de abrir os olhos novamente. E foram quase todos dormir.

Menos Rosa, Alvo, Hannah, Tiago, Michael, e Mary. Queriam falar sobre o acontecido, como sempre faziam.

– Por que ele veio? – foi a pergunta de Mary, pela primeira vez perguntando em vez de respondendo.

– Vingança, é lógico – respondeu Hannah imediatamente – Ele tentou apontar a varinha para mim, não conseguiu, e voltou pra tentar outra vez.

– Esse é outro assunto – falou Tiago – Por que você? Nem é tão poderosa nem nada... Sem ofensas! – acrescentou, quando a garota se virou para ele com um olhar de “como disse?”.

– Boa pergunta, Tiago – disse alguém por trás deles.

Os garotos pularam das poltronas tamanho foi o susto. As meninas deram um gritinho. De onde veio a voz? Era uma voz de adulto. Uma voz vagamente familiar tornou a dizer:

– Hum, desculpem. Por favor, aqui na lareira. Não tenham medo! Sou eu, rapazes!

As crianças se aproximaram da lareira. Um homem de óculos, cabelos despenteados e muito parecido com Alvo estava no fogo da lareira, e tinha uma expressão bondosa no rosto magro. A cara de Harry Potter estava no fogo.

– Papai? – exclamou Alvo, dando um pulo para frente, com a cara quase no fogo – Que é que você está fazendo na lareira?

– Desculpem assustá-los desse jeito, só queria saber se está tudo bem com vocês – assumiu uma expressão preocupada – Acabei de ler uma carta que Neville me mandou, contando o que houve esta noite. Vocês estão bem?

– Estamos bem, tio Harry – respondeu Rosa.

O Sr. Potter sorriu e disse:

– E quanto a seus amigos? Hannah, Mary, Michael?

– Hum, somos nós – disse Michael, aproximando-se curioso. Não era todo dia que se falava com Harry Potter numa lareira.

– É um prazer conhecê-los. Esses três falam muito de vocês nas corujas que nos mandam.

– É... Papai, desde quando você entra na lareira da nossa sala comunal pra comentar se nossas perguntas são boas ou não? – perguntou Tiago.

– Bem – o Sr. Potter sorriu – Estivemos preocupados, se esse Cagilinem, ou qualquer que for o nome dele, havia machucado vocês.

As crianças sorriram com o Cagilinem.

– Além disso, estou com a impressão de que vocês estão se metendo em alguma coisa... – continuou Harry Potter, fazendo as crianças baixarem a cabeça desconfortáveis – Bem, eu odiaria se me pedissem para não fazer nada numa situação como essa, e sei que vocês são como eu. Por isso, não vou dizer para não tentarem deter esse tal novo bruxo das trevas aí. Vocês não me obedeceriam de qualquer maneira, não é?

Os seis riram um pouco, e depois olharam admirados para o homem. Não estavam esperando por aquilo mesmo.

– A propósito – o Sr. Potter tornou a falar – suas mães estão desesperadas, acabaram de me pedir para mandar um oi. E os que esse tal tirou os poderes, o que aconteceu com eles?

– O Zachary Williams foi embora sem mais nem menos – respondeu Rosa imediatamente.

– Disse que não ligava, e que odiava a escola... – continuou Mary.

– Também, era um sonserino – disse Michael com ferocidade. A eterna rivalidade entre Grifinória e Sonserina aumentava a cada ano.

– Já a Gabryella Galawell – falou Hannah, lançando um olhar torto a Michael – Ela não quis sair daqui de jeito nenhum. O irmão dela tentou fazê-la voltar pra casa, mas ela não quis. Está tentando assistir as aulas em que não precisa usar uma varinha: Poções, Herbologia, História da Magia, essas coisas...

– Hum, é algo mesmo muito ruim sair de Hogwarts, todos a acham a escola maravilhosa... Menos esse tal Williams, é óbvio.

Eles sorriram, logo antes de bocejarem.

– Acho que devem ir dormir – disse o Sr Potter. – Amanhã vocês têm aula, certo?

– É... – respondeu Tiago sonolento, e então se lembrou que ele e Michael entraram no time de quadribol da Grifinória – Ei, pai, o capitão da equipe de quadribol da Grifinória viu a gente voando e pediu pra eu e o Michael entrarmos no time.

– Sério? – o Sr Potter arregalou os olhos, não de surpresa, mas de orgulho – Que ótimo! Mas é mais uma razão para irem dormir.

– Tá bom, pai... – disse Alvo, impaciente. Não queria dormir. Queria ficar ali, conversando com o pai. O Sr Potter sorriu.

– Então vão logo. Posso aparecer aqui a qualquer momento, Rosa – acrescentou ao ver Rosa abrir a boca.

As crianças assentiram, sorriram e ficaram puxando nova conversa. Mas o Sr Potter saiu da lareira por volta de cinco minutos depois. Mary olhou para Alvo e Tiago e disse:

– Legal, o pai de vocês – a garota sorriu e bocejou longamente – Acho que é melhor mesmo dormirmos. Vamos, meninas? – perguntou para Hannah e Rosa.

As meninas assentiram e as três seguiram para o dormitório.

Logo, Tiago, Michael e Alvo foram dormir também.

E a sala comunal ficou novamente vazia.


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