Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 21
Old - Nem Tão Explícito


Notas iniciais do capítulo

Lumos
Galeraaa, penúltimo capítulo!!!



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– Eles estão acordando? – perguntou uma voz doce de uma garota de dez anos que Alvo nunca ouvira na vida.

– Electra, silêncio – disse a voz de uma mulher gentilmente.

– Mamãe, mamãe, o Al está acordando, olha! – gritou a voz de Lílian excitada.

– Psiu! – mandou Gina Potter.

Alvo abriu os olhos. O teto era claro, a cama era macia, e o cômodo grande o bastante para abrigar sete crianças em camas e suas famílias.

Alguém gritou. Era Hannah.

– Faça parar! – gritou ela – É insuportável!

Alvo levantou-se para ver do que ela estava falando, e no exato momento ele ouviu um grito em sua mente. Incessível, agudo, de medo e horror, pior do que o grito veela de Mary Ann. Alvo gritou de agonia, acompanhando os gritos dos outros seis, que também sentiam essa dor.

– Ah, meu Merlin! – exclamou Madame Pomfrey. Trazia uma bandeja com sete copos de uma poção púrpura – Bebam isso!

Alvo não hesitou em virar todo o copo de uma vez. O grito foi cessando lentamente, até que parou completamente. Livre da agonia, Alvo olhou ao redor.

Estava na ala hospitalar, rodeado dos Potter, dos Malfoy, dos Weasley, dos Sothern, dos Davies, dos Duprée, de Teddy Lupin e Neville Longbottom. Era gente demais para uma única ala hospitalar, além de ser quase impossível que Madame Pomfrey deixasse todos ficarem ali. Mas aparentemente a senhora estava mais bondosa naquele dia.

Em seis camas ao lado e na frente da de Alvo, estavam seus amigos. Escórpio e Mary estavam mais pálidos do que nunca, e os cabelos de Mary não estavam flutuando. Hannah tinha pequenos cortes no rosto e Michael estava com um curativo nas mãos. Os cabelos de Rosa estavam emaranhados e mal cortados. Tiago era o pior: um buraco de tamanho razoável no ombro coberto por um curativo ensanguentado indicava que a faca que o Caliginem acertara causara algo grave.

– Ah, rapazes – disse Gina, e antes que pudesse ver, Alvo estava sendo abraçado por seus pais. Depois se viraram para Tiago e o abraçaram, mas o ruivo gemeu. Eles se afastaram e o olharam com preocupação.

– Não se preocupem – disse Tiago – Vou ficar bem. Eu e Sev.

Alvo sorriu. Sev era como Tiago o chamava, por causa de seu nome do meio, Severo. Se já estava com pique para brincar com Alvo, ele iria ficar bem.

– Crianças, nós precisamos que vocês contem o que aconteceu – pediu tio Rony.

Ninguém hesitou. Prontamente, Hannah começou a contar-lhes sobre os sonhos. Michael pediu sua mochila, que estava intocada em um canto da sala e tocou tudo que tinham ouvido. Quando ouviram novamente a maldição do Caliginem, todos estremeceram. Quando a gravação acabou, todos ficaram em silêncio.

– Hum, acho que já basta – disse Harry – Eu e os adultos precisamos ter uma conversinha – ele fez sinal para os adultos para fora da ala hospitalar e eles foram, deixando as crianças sozinhas.

Uma garotinha de dez anos abraçou Escórpio.

– Fiquei preocupada – disse ela, e sentou-se na beira da cama do loiro.

– Pessoal, essa é Electra, minha irmãzinha – disse Escórpio. Electra era alta e magra, como o irmão, tinha olhos cor de mel, pele pálida e cabelos castanhos com mechas louras, lisos com cachinhos nas pontas.

Electra bufou.

– Electra é um nome ridículo – resmungou ela – Mal é um nome.

– Pare de resmungar e diga oi – disse Escórpio.

Electra cumprimentou-os e eles cumprimentaram Electra. Descobriu-se que ela adorava música e ficou conversando longamente com Cody, Lílian (que adorava cantar) e Hugo (que aprendera a tocar bateria sozinho). Samantha fora com eles, deixando Alvo e os outros sozinhos.

– Ei – disse Rosa – Nós também precisamos ter uma conversinha.

– O que aconteceu? – perguntou Alvo.

– Depois que detonamos o Caliginem, você desmaiou na hora – disse Michael – Eu, Rosa e Hannah tentamos tirar a faca de Tiago, mas pioramos o ferimento.

– Também, Tiago só se debatia – disse Hannah – Ele cortou os cabelos de Rosa e me deu isso – ela apontou para os cortes em seu rosto.

– Desculpe – disse Tiago.

– Eu e Escórpio fomos buscar por ajuda – disse Mary –Festus voou tão rápido que apagou o fogo. Tivemos que sair procurando.

– Mas Mary tem olhos águia, então foi fácil – comentou Escórpio.

– Quando Mary e Scor voltaram com Teddy, todos nós desmaiamos – disse Rosa – Eu acho que você desmaiou antes porque usou mais energia do que nós.

– Não foi isso que eu perguntei – disse Alvo – Que droga foi aquela das luzes que nós fizemos?

Silêncio. Os debates dos sete nunca haviam sido tão misteriosos, sobre algo tão desconhecido.

– Algum de tipo de... Hã... – começou Tiago, mas parou por aí.

–... Uma junção de poderes? – arriscou Rosa – Existiram casos como esse. Pessoas que se juntaram para derrotar alguém. Cada um lança um feitiço, formando um completamente novo.

– Mas não falamos nada – argumentou Michael – Foi quase como um...

– Instinto – completou Hannah, em tom de não-é-óbvio? – A gente sabia o que fazer. Mas o que saiu das nossas varinhas, eu não sei.

– E a maldição?

– A dor e a inimizade os irão perseguir – recitou Mary – Mas ainda somos amigos, não sentimos dor alguma.

– Quem sabe tenha dado errado – disse Alvo – Kurt não tinha cara de alguém que sabe lançar maldições.

– Ele não sabe lançar feitiços, quanto mais maldições – falou Hannah amarga.

Silêncio igualmente amargo. Até que, do outro lado das paredes do hospital, ouviu-se a voz de Harry.

– Uma ligação mental!?

– Psiu! – disseram os outros adultos.

Lentamente, os sete se levantaram, e sem chamar a atenção de seus irmãos, seguiram para a porta, sorrateiros.

– Não podemos esconder isso deles – dizia tia Hermione.

– Mas não podemos contar pra eles na cara dura – disse tio Rony – O que você faria se ouvisse: “Agora que está tudo bem, nós vamos para casa. Ah, e a propósito, o Caliginem lançou a maldição errado e em vez de cortar seus laços de amizade, os juntaram ainda mais, ou seja, vocês agora podem ler a mente, transferir sentimentos e emoções, se comunicar mentalmente e até possuir um ao outro. Então, é isso, tenham um bom fim de ano”?

Volta e meia, os sete, estupefatos, abriram a porta da ala hospitalar e caíram aos pés de seus pais.

– Crianças! – disse a sra Davies – Ouvindo escondidas?

– É com isso que você se preocupa? – falou Michael.

– Que mer... – começou Tiago.

– Tiago! – disseram Gina e Rosa ao mesmo tempo.

–... Da de ligação mental é essa? – completou Tiago ignorando-as.

Os adultos ficaram nervosos.

– O que o Weasley falou – disse o sr Malfoy.

– De forma alguma – ironizou Hannah. Malfoy a olhou feio.

– Ahn, vejam bem – explicou a sra Sothern – O Caliginem foi destruído por seus laços de amizade.

– Amizade? – sibilou Mary – Quer dizer que alguém pode ser destruído por laços de amizade? Qual diabos é o sentido disso?

– Mary Ann, olhe a boca – disse a sra Duprée. Mary ignorou a mãe.

Tia Hermione deu um passo à frente.

– Tecnicamente, ele não foi destruído. Apenas... Banido por algum tempo – disse ela – Pode ser que não volte por alguns anos. Mas quando ele voltar, vocês terão de fazer uma escolha.

– Qual? – perguntou Alvo com medo da resposta.

Harry respirou fundo e disse:

– Matá-lo e destruir a ligação mental, ou fazê-lo recuperar a razão e continuar com a ligação. Ela está, de alguma forma, conectada à alma dele.

– E apenas quando essa alma for destruída por vocês que a ligação morrerá – disse o sr Sothern.

Os sete se encaram. E continuaram se encarando. Por fim, Rosa disse:

– Mas mal sabemos se essa ligação é realmente... Ahn... Real.

– Bela escolha de palavras – zombou Michael. Imediatamente, ele apertou as têmporas – Cobras! Mil cobras sibilando para mim! Argh, é insuportável. E medonho. Espera um segundo – ele levantou a cabeça e olhou para Rosa – Eu não tenho medo de cobras! Você é que tem!

– De fato – disse Rony – O pior pesadelo de Rosa, ser morta por cobras. Transferido, com o pacote completo de medo de cobras, para Michael.

“Então existe!” disse a voz de Tiago, mas estava dentro da cabeça de Alvo. E dos outros também. Eles o fitaram.

“Sério que existe?” ouviu-se a voz de Mary.

“Demais!” pensou Michael “Assim posso falar palavrões sem mamãe brigando comigo”.

“Sua anta” disse Hannah “Se a gente não aprender a se controlar, pode acabar contando os segredos mais embaraçosos um do outro”.

“Isso não é brincadeira” falou Escórpio “Alguém mais percebeu que estamos assustando nossos pais?”.

“Pouco me importa” pensou Rosa “Michael, você mereceu as cobras”.

“Ter medo de cobras é idiota” retrucou Michael.

“Vocês dois são idiotas” pensou Alvo involuntariamente. Cobras. Mil cobras skyleannas o agredindo e o enforcando.

– Droga, Mike! Droga, Ross! – disse Alvo em voz alta. Mike e Ross sorriram – Bem, pelo menos estão juntos em algo.

– Lembram-se das minhas histórias? – perguntou Harry a Tiago e Alvo – De como eu e Voldemort tínhamos um tipo de ligação mental. Vocês tem isso agora.

– Por que nós? – perguntou Alvo – Não é justo.

– A vida não é justa – disse Hannah – Se fosse justa, não existiria a maldade, a mentira...

– A escola – acrescentou Michael. O mais diminuto dos sorrisos apareceu no rosto de todos.

– Não sabemos como será – disse Gina.

– Mas saibam que estaremos com vocês, para apoiá-los e ajudá-los – falou a sra Malfoy.

Os sete se encararam. Não era tão simples assim. É fácil dizer, consolar e prometer quando a vítima é outra. Mas se você é a vítima, é impossível pensar que você possa sobreviver.

“Vocês me prometem” disse Hannah “Que vamos ficar juntos até o fim?”.

“A promessa é algo volúvel” pensou Mary “Mas eu farei de tudo para cumpri-la”

“Todos nós” disseram os outros cinco juntos.

Ligeiro silêncio, até que foi feita a pergunta que todos temiam:

“Tudo vai mudar agora, não é?” perguntou Rosa mentalmente.

Não houve muito tempo para refletir e responder. Pelo visto, comunicar-se mentalmente exigia muita energia. Alvo e os outros desmaiaram em perfeita sincronia, com a frase de Rosa ecoando em suas cabeças, lágrimas silenciosas deslizando em seus rostos.


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Notas finais do capítulo

Review, hein?
Nox



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