Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 18
Old - Clube do Slugue


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que ninguém le essa fic, mas vou continuar postando. Se alguém aí le a fic, pf mandem reviews, estou sofrendo aqui...



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– EU NÃO DISSE? – gritou Jason assim que Alvo, Tiago, Michael, Hannah, Rosa e Mary entraram na sala comunal – Eu não disse que a taça seria nossa?

– Com certeza que disse, colega – disse Michael com um sorriso sonhador e distraído.

A sala comunal da Grifinória não estava muito diferente dos alunos da Grifinória no campo. Por onde se passava, ouviam-se vivas e pessoas recontando o jogo. Viam-se imitações e pessoas ainda vestindo as roupas vermelho e dourado. A imensa bandeira desenhada pelos irmãos Thomas transferira-se para a sala e decorava a parede vermelho-vinho intenso. Quem topava com os integrantes do time, aplaudia e cantava o grito de guerra da Casa. Scott Wood polia pela décima vez a taça de quadribol, orgulhoso com a própria vitória.

Os seis amigos encontraram um canto onde ficar, e lá ficaram, sem falar, sem comentar, sem fazer nada senão sorrir uns com os outros e olhar janela afora, pensando com seus botões. Michael cantarolava baixinho Grifinória é Campeã. Alvo tirou o pomo de ouro que Hannah lhe dera na segunda partida da Grifinória do bolso. Desde então, o havia levado para todo lugar, como um amuleto da sorte. As pequenas e frágeis asinhas do pomo se abriram e esvoaçaram lenta e preguiçosamente. Alvo soltou o pomo e o deixou sobrevoar suas cabeças, contornando-as agilmente. Tiago seguiu a bolinha com os olhos, sem perdê-la de vista por um segundo.

De novo, o grito de guerra da Grifinória foi cantado – pelo time, provavelmente. Até Victoire havia entrado no embalo. Vestida de vermelho e dourado, fazia uma dancinha da vitória com Dominique, ambas sorrindo radiantes. Trina e Jill soltavam vivas de repente, assustando algumas pessoas. Eram doidas, mas de um jeito bom. Jason, Daniel e Paulo recontavam o jogo, embora todos o tenham visto. Lola Martínez era provavelmente a que mais havia gritado quando a Grifinória ganhou, pois agora conversava rouca com Roxy.

– E aí? – disse alguém, e Alvo despertou de um longo devaneio. Jacson Mason tinha uma cesta de pergaminhos na mão – Sei que essa coisa – ele apontou a cesta – é ridícula, mas o Slughorn me pagou cinco galeões pra eu dar isso pro pessoal do clubinho dele – ele deu um pergaminho pra cada um deles – E ele pediu pra avisar que seus pais trouxeram vestes a rigor para vocês.

Tiago soltou um palavrão, ao que Rosa gritou “Tiago!”.

– Meus pais estão sequestrados – disse Hannah – Como é que eles me mandariam vestes?

– Hum, minha mãe está emprestando minhas vestes a você – disse Mary lendo o pergaminho.

– Ah, fala sério! – exclamou Hannah – Eu odeio usar as suas roupas!

– Não mais do que eu – lembrou Mary. Ambas bufaram frustradas.

– Certo, então – murmurou Michael – Todos nós temos vestes a rigor, que desculpinha podemos dar pro Slughorn?

– Nenhuma – disse Tiago – Ah, bosta.

– Tiago, estou lhe avisando...! – disse Rosa.

Alvo bufou.

– Vou avisar o Escórpio – disse ele – Se vamos mesmo pra esse monte de titica, vamos todos os sete.

Alvo levantou-se e despedindo-se dos outros, atravessou o buraco na parede.

– Parabéns pela vitória, grifinórios – disse a Mulher Gorda quando ele passou.

O garoto foi seguindo pelo castelo, meio confuso por onde começar a procurar pelo amigo. Decidiu-se por ir à Sala Precisa.

Preciso ver Escórpio Malfoy, se é que ele está aí dentro, pensou. Três vezes passou pela porta, repetindo esse pensamento.

Para sua surpresa, a porta materializou-se à sua frente. Bem, não uma porta. Um alçapão, para ser mais exato.

De testa franzida, Alvo abriu o alçapão e desceu pela frágil escada de corda ali amarrada.

Quando desceu, viu-se no lugar mais estranho que já vira em toda a vida. Era a transição de uma biblioteca, uma oficina mecânica e um quarto. Livros e mais livros estavam espalhados no chão, e mesas e mais mesas estavam ocupadas de pedaços de madeira, bronze, fios de elástico e outros materiais. As paredes e o chão eram de pedra bruta, e tinha que se tomar muito cuidado para não pisar em um livro ou em uma chave de fenda. Em um canto, lendo um livro em uma cama, estava Escórpio. Parecia não ter percebido a presença de Alvo.

Alvo pigarreou. Escórpio levantou a cabeça com um sobressalto. E então, suspirou aliviado.

– Ah, é você – disse o louro, e sorriu – Legal, não? – disse apontando em volta – Uma reprodução do porão da minha casa. Essa sala não é ruim. Faz até isso.

– Rosa iria te matar se visse isso – disse Alvo, e pegou um dos livros do chão – A rainha da organização não aceitaria um livro largado no chão.

Escórpio riu. Alvo encarou-o.

– Seu pai nunca desce no porão? – perguntou ele. Por um momento, esqueceu-se do porque pelo qual fora ali.

O louro mordeu o lábio.

– Desce – disse Escórpio – Alguma hora ele tem que descer. Na primeira, eu tinha oito anos. Papai queria me deixar sem comer, mas mamãe não deixou. É só por causa dela que papai não me mata de uma vez. Mamãe me defende. Não sei o que eu seria sem ela – ele mirou Alvo – Mas, deixa isso pra lá. Por que é que você veio aqui?

Então, Alvo lembrou-se.

– Aquele negócio do Slughorn – disse Alvo – Nossos pais nos enviaram vestes a rigor. Não tem mais desculpa.

– Droga – murmurou Escórpio – É claro que meu pai quer que eu vá. Ele tentou fazer isso pelo seu sexto ano inteiro e adoraria que seu filho fosse para o Clubinho do Slugue – ele disse isso muito desgostoso, amargo – Então está bem. Nós vamos. Hã, vocês se encontrem comigo no Hall de Entrada, as, o quê, sete e meia? – disse ele.

– Beleza – disse Alvo – Certo, até mais.

– Até – disse Escórpio – Vou ficar aqui mais um pouco.

Alvo virou-se e subiu o alçapão, deixando Escórpio Malfoy sozinho com seus pensamentos.


– Isso é ridículo – disse Tiago – Tão ridículo que acho que vou morrer de ridiculalite aguda.

– Não reclama – disse Michael – Me sinto um monte de caca de camelo.

– Eu até que estou bem – disse Alvo mirando-se no espelho.

Sete e quinze. Os três estavam no dormitório de Alvo, vestindo as novas vestes a rigor. Tiago usava vestes parecidas com as vestes de escola, mas eram vermelho-vinho como as paredes da sala comunal da Grifinória, que ressaltavam como nunca seus cabelos vermelhos. Michael vestia vestes parecidas, mas de uma cor marrom que, de fato, lembrava um monte de caca de camelo. Alvo usava as antigas vestes do pai, diminuídas por magia, sendo que lhe cabiam perfeitamente.

– Certo – disse Tiago – Vamos descer pra essa festinha legal! – ele levantou as mãos no ar num sinal de falsa animação.

Eles desceram à sala comunal e tiveram que esperar uns bons dez minutos as meninas. Por fim elas desceram. Rosa trajava um vestido vermelho-sangue simples na altura dos joelhos, Mary usava um vestido azul-marinho com peixes que pareciam de fato nadar no tecido, e Hannah vestia um vestido verde-água, um pouco acima dos joelhos, com um cinto de couro de enfeite.

– Aleluia – disse Michael – Vocês sempre demoram doze milênios para se arrumar?

– Somos meninas – disse Rosa – Nos arrumamos com cuidado, e não de qualquer jeito como vocês.

– Eu odeio esse vestido – disse Mary puxando a barra de seu vestido azul-com-todos-os-peixes-do-mar – Mamãe já devia saber.

– Que seja – disse Alvo, checando o relógio – Está na hora de descermos.

Os seis desceram juntos, tomando cuidado para não estragar as vestes, principalmente porque Pirraça estava tomando conta dos corredores, jogando tortas de creme por todo lugar.

Por fim eles chegaram ao Hall. Escórpio esperava, vestindo vestes parecidas com a de Alvo, mas pretas e opacas. Ele os viu e olhou feio.

– Por que demoraram tanto?! – exclamou – Estou aqui à quase vinte minutos!

– Culpa delas – disse Tiago apontando as meninas – Mas vamos, festinha feliz! – novamente, ele levantou as mãos no ar.

Eles seguiram pelo castelo até chegarem à sala do Slughorn: magicamente ampliada por dentro, panos estendendo-se no teto e paredes. Uma mesa de jantar estendia-se por toda a sala, e lá estavam sentadas as mais variadas pessoas: alunos, Harry e Gina Potter, Jorge, Angelina, Rony, Hermione, Percy e Audrey Weasley, além de um casal de olhos verdes vidrados que assustavam ligeiramente Louis e Roxy.

– Ah, crianças! – exclamou Slughorn. Ele sorriu animado para os grifinórios e depois lançou um olhar frio a Escórpio, que pareceu nervoso – Bem, sentem-se, por favor!

Os sete sentaram-se ao lado dos Potter/Weasley. Tio Rony olhou estreito para Escórpio, mas sua mulher aparentemente lhe chutou a perna por baixo da mesa, devido à careta que ele fez.

– Bem! – exclamou tio Jorge – Então, Slughorn? Por qual motivo lhe devemos esta feliz e de boa vontade visita? – ele estava sendo obviamente irônico, mas o professor não pareceu perceber.

– É com pesar que eu anuncio – começou ele – que no próximo ano eu deixarei esta escola.

Ninguém disse nada. Michael murmurou alguma coisa que fez Hannah lhe dar um peteleco na testa. Ele resmungou e Hannah lhe deu a língua.

– Ah, que pena – disse Dominique. Alvo sabia que ela não sentia pena nenhuma, se isso significava sem mais jantarezinhos do Clube do Slugue.

– Com certeza! – enfatizou Samantha. Esta parecia realmente triste. Michael revirou os olhos – Mas por que, senhor?

– Estou velho – disse Slughorn – Vou aproveitar meus últimos anos de vida.

– Não seja depressivo – disse Tiago – Quem sabe sejam meses!

– Tiago! – exclamou Gina com o rosto vermelho de raiva e vergonha. Todos, menos as mulheres e o casal de olhos vidrados, riram, inclusive o próprio Slughorn.

– Boa, Titi – disse Michael.

– Não me chama assim – disse Tiago.

– Chamo – insistiu Mike.

– Se insiste, Cabeludo – Tiago enfatizou a última palavra, e Michael emburrou.

– Chega, vocês todos – exclamou tia Hermione olhando o sobrinho de cara feia. Todos pararam de rir. Alvo pensou que sua tia um dia daria uma boa professora.

O jantar seguiu. Slughorn apresentou todos aos Saint-Antoine, a família de olhos vidrados, que, como havia dito Bonnie, havia inventado a Relâmpago. Eles tiveram uma longa conversa em um inglês afrancesado com Samantha, se é que se poderia chamar aquilo de conversa, já que eram muito poucas as vezes em que os Saint-Antoine conseguiam falar algo.

Como sempre, a comida estava ótima. Enquanto comiam, Slughorn parabenizou Tiago, Michael, Fred e Roxy pela vitória da taça de quadribol, e Harry, Rony, Jorge e Angelina começaram a conversar com eles sobre o jogo. Percy e Hermione conversavam sobre o ministério e o restante simplesmente comia. Escórpio estava extremamente deslocado. Apesar de ter se sentado entre Alvo e Rosa, duas pessoas que o Slughorn idolatrava, estava sendo tão ignorado que não faria diferença se ele não estivesse ali.

– Então, crianças, nervosas com os testes? – perguntou o professor.

– É claro! – disse Rosa ao mesmo tempo que Michael.

– Nem um pouquinho – disse Michael ao mesmo tempo que Rosa – Eu sei que não vou passar – Rosa lhe deu um tapa na cabeça – Por que vocês sempre me batem? Eu vou denunciar! – reclamou ele sorrindo. Os sete riram.

Harry e Rony conversavam absortos sobre alguma coisa... O Caliginem, provavelmente. Não era a intenção de Alvo nem dos outros seis ouvi-los, mas acabaram fazendo isso.

–... Na Floresta – ia dizendo Harry – Não sei... Tem algo suspeito nisso tudo. Delacroix fugiu. A floresta está sendo protegida pelos centauros.

– Você acha que eles estão junto a ele? – perguntou Rony. Harry refletiu por alguns segundos.

– Não... – disse por fim – Você sabe como eles são. Preferem não tomar partido. Mas não sei. Tudo é possível nesse mundo.

Eles teriam ouvido mais, mas o Mary exclamou: “Ai, droga, Demi”, e Alvo soube que o celular-bruxo dela estava tocando. Ela o tirou do bolso.

– Isso é um telefone celular? – perguntou Escórpio.

– Quase – disse Mary. Ela apertou o botãozinho e o holograma apareceu, mas não eram os pais Duprée que apareceram, e sim uma moça alta, magra, pálida, de cabelos louros-platinados e lábios vermelhos como o sangue. Vestia uma blusa branca por baixo do colete de jeans preto e uma calça jeans cinza, além de várias pulseiras de ouro branco – Que foi, Demi? – perguntou Mary – Estou no meio de um jantar.

Demetria Duprée mordeu o lábio.

– Mamãe está em choque – disse ela – Por isso me pediu para contar.

– Contar o que? – perguntou Mary impaciente – Alguém morreu?

Demi sorriu e tomou fôlego.

– Mamãe está grávida! – disse ela. Mary olhou para o holograma com cara de “você-está-brincando”. Hannah deixou cair seu copo de suco de abóbora com um estrondo. As conversas pararam e todos a olharam.

– O que? – disse Hannah – Cuidem das suas vidas – Alvo achou arriscado dizer aquilo à tia Hermione, que sabia mais azarações do que todos e se estava brava não tinha medo de usar, mas Hannah não fez nada senão voltar-se para Demi.

– Mais uma? – perguntou Mary incrédula – Menina, não é?

– Assim espero – disse Demi – Se for menino, vão dar-lhes o nome de Peter Philip – continuou Demetria – E se for menina, se chamará Kristen Claire. Você sabe, o nome do meio tem que ser sempre francês.

– Seus pais tem costumes estranhos – comentou Michael.

– Você se acostuma – respondeu Mary com um sorriso torto – Certo, então. Mamãe vai ter outro filho. Porque não estou impressionada?

Demi sorriu.

– Quando papai e mamãe falaram, eu não acreditei – disse ela – Mas é verdade. Você está virando a Nicole. Mamãe não vai gostar disso. Mas eu não ligo. Bem, tchau então, May. Te vejo nas férias!

E desligou.

As horas passaram rápido. Logo, eram dez e meia. Slughorn despediu-se dos alunos e os mesmos foram para suas respectivas salas comunais.

– Mamãe, grávida! – exclamou Mary quando os sete se acomodaram na Sala de Hogwarts – Só me faltava essa! E ainda querem chamar de Peter ou Kristen...!

– Não fique chateada – disse Tiago – Como irmão mais velho, sei bem que você vai ter que aturar muito choro, e no nosso caso, transformações indesejadas.

– Eu vou ter que aturar transformações indesejadas de qualquer jeito – disse Mary com um suspiro – Aulas de animagia, lembram?

– Ah, é... – disse Alvo – Quando começam?

– Se eu sobreviver quando entrarmos naquela floresta, começam no ano que vem – respondeu Mary estremecendo.

Eles não falaram nada. Não adiantava fingir que não estavam com medo de quando aquele dia chegasse. Vinham treinando o máximo que podiam, e Alvo jurou ter feito sua varinha produzir uma névoa prateada clara quando murmurou o Feitiço do Patrono consigo mesmo. Mas mesmo assim, era impossível tirar aquela sensação de que algo daria errado...

A sensação de que nós carregaremos uma maldição pelo resto de nossas vidas.

Todos pensaram isso, ao mesmo tempo, com o mesmo tom sombrio. Eles só não sabiam que estavam certos.


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Notas finais do capítulo

review, hein? mas eu nao me incomodaria com uma recomendação.



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