Os Legados de Hogwarts - A Varinha do Poder escrita por Hannah Mila


Capítulo 1
Hannah Sothern e Mary Ann Duprée


Notas iniciais do capítulo

Leiam! Faço um Voto Perpétuo de que qualquer semelhança com outras fics não passa de coincidência.



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ERA UM PRIMEIRO DE SETEMBRO alegre, mas nevoento, e Alvo Potter e sua prima Rosa Weasley estavam sentados no último compartimento do Expresso de Hogwarts.

Alvo era um garoto de onze anos feitos, magro, não muito alto, tinha pele meio sardenta e cabelos negros muito bagunçados. Usava óculos de armação quadrada, mas estes não ofuscavam seus olhos verdes-esmeralda.

Rosa tinha também onze anos, mas era muito sardenta, magra e esguia, de olhos castanhos esverdeados e cabelos espessos, vivamente ruivos.

Quem os visse na rua, pensaria que eram apenas duas crianças comuns passeando. Porém, na realidade, os dois eram bruxos; jovens bruxos que estavam viajando para a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts, onde iriam começar um estudo de sete anos para se tornarem bruxos formados. Os trouxas, as pessoas não-mágicas, não acreditariam nisso, mas era a pura verdade.

–Foi uma sorte termos achado um compartimento vazio - comentou Alvo, enquanto olhavam janela afora.

–Ei – disse Tiago Potter, irmão de Alvo, entrando no compartimento – Acabei de ver o Escórpio Malfoy. Ele olha pra mim como se eu fosse um testrálio – e sentou-se ao lado do irmão.

Tiago era um ano mais velho que Alvo, magro, alto, veloz, olhos castanhos claros e cabelos vermelho-fogo ligeiramente bagunçados. Ele também era um bruxo, e estava cursando o segundo ano em Hogwarts.

Alvo, Tiago e Rosa eram considerados diferentes dos outros. Não por serem bruxos, mas por serem filhos de certos bruxos. Harry Potter, o pai de Alvo e Tiago, havia aniquilado um dos maiores bruxos malignos de toda a história, juntamente com seus melhores amigos, Ronald e Hermione Weasley, os pais de Rosa.

Alvo voltara a atenção a Escórpio Malfoy, o garoto a quem Tiago havia citado. Vira Escórpio Malfoy ao longe na plataforma nove e meia. Era pálido, de cabelos louros muito claros, e pelo menos enquanto Alvo observava, ele mantinha uma cara de quem tinha comido algo bem azedo. Entrava naquele ano, com Alvo e Rosa. Alvo sorriu ao lembrar-se das palavras do tio à Rosa: “Trate de superá-lo em todos os exames, Rosinha. Graças a Deus você herdou a inteligência de sua mãe”.

– Encontrou seus amigos? – perguntou Rosa para quebrar o silêncio.

– Quase todos – respondeu Tiago – Anelise Torres, Isadore Simon e Chyna Belle me convidaram pra ficar no compartimento delas, mas eu não quis. Falam demais. E quando não falam, ficam rindo feito idiotas.

“Depois eu encontrei um grupo que eu gostava: Roxanne Weasley, nossa prima, Emmett Peterson, Luke Thomas, Lola Martínez e Jacson Mason” disse Tiago enumerando-os “Fiquei com eles por um tempo, só que aí Anelise, Isadore e Chyna chegaram e eu dei o fora. Vocês não vão querer conhecê-las” ele conclui com um sorriso sarcástico.

– Tiago, isso é rude! – disse Rosa indignada, mas Tiago apenas deu de ombros.

Neste momento, porém, um menino alto de cabelos castanhos e encaracolados e olhos cor de chocolate, entrou no compartimento de supetão e exclamou:

– Tiago! Te procurei no trem inteiro!

– Eu também, acho que acabamos nos desencontrando, eu te disse para me esperar no começo no trem! – ele deu um tapa na cabeça do garoto – Ah, esse é o meu irmão Alvo e essa é minha prima Rosa – e virando-se para Rosa e Alvo, acrescentou: – Esse é o meu amigo Michael Davies.

Alvo sorriu e Rosa disse “prazer” com uma pequena careta. Então aquele era o Michael Davies que sempre era citado nas cartas que recebiam da escola por causa das travessuras de Tiago. Michael deu um sorriso torto e começou a conversar com Tiago; alguma coisa sobre bagunçar o banheiro dos monitores. A careta de Rosa, sempre tão certinha, se intensificou. Alvo percebeu que devia fazer algo, mas por fim um garoto cheio de pergaminhos na mão chegou e disse:

– Michael Davies, Rosa Weasley, Alvo Potter e Tiago Potter? – os quatro assentiram – Pediram-me para entregar-lhes isto.

E entregou um pergaminho para cada um deles. Alvo abriu o seu em silêncio.

Nele estava escrito:

Alvo,

Eu teria grande prazer se você me fizesse companhia ao almoço no compartimento C.

Assinado,

H. E. F. Slughorn

– Slughorn? É o professor de Poções, não é? – perguntou Rosa, assim que todos terminaram de ler.

– É – respondeu Michael – E esse é o “clube do Slugue”, um pretexto pra ele conhecer pessoas com bons relacionamentos e que acha que tem futuro, pra ele sair ganhando.

Michael era o filho caçula de Rogério Davies, agora jogador do time Vespas de Winbourne do esporte mágico quadribol. Não gostava do Slughorn – estava naquele clube apenas porque seu pai era influente, não por seu próprio mérito.

– Temos de ir? – perguntou Alvo.

– Tio Harry sempre falou bem dele – comentou Rosa – e seria mal-educado não ir, não acham?

– Ah, fazer o quê? – resmungou Tiago em resposta – Pelo menos a comida vale a pena.

Eles seguiram pelo corredor até o compartimento C, onde um homem barrigudo e bigodudo recebeu-os entusiasmado – humor completamente oposto aos das crianças.

– Ah, olá! – Exclamou Slughorn, olhando o grupo – Tiago, Michael, é ótimo vê-los novamente! E você deve ser Alvo Potter – disse olhando para Alvo – e você, Rosa Weasley – disse de novo agora olhando para Rosa – Vocês são parecidíssimos com seus pais! É um prazer conhecê-los!

Além deles, na sala tinha mais duas meninas: uma era pálida, de cabelos lisos e dourados, olhos azuis elétricos e feições belas de tirar o fôlego; a outra tinha pele café-com-leite, de cabelos negros e volumosos, olhos escuros orientais e uma expressão de tédio puro. Ambas pareciam que haviam aparatado a quilômetros de distância de onde queriam.

Estavam lá também todos os Weasleys, ou seja, todos os primos de Alvo, Tiago e Rosa. Naquele ano haviam vários alunos de famílias promissoras e com bons contatos, entre eles os Weasleys, Michael, os Potters e a irmã de Michael, uma garota de cabelos castanhos lisos, magra e alta, chamada Samantha.

– Sentem-se, por favor! – tornou a dizer Slughorn, e passou a apresentar todos – Creio que já conhecem estas pessoas, não? – perguntou, apontando para os Weasley – Bem. Esta é Hannah Sothern, cuja mãe é a apanhadora do time de quadribol Tornados de Tutshill – apontou para a garota de cabelos pretos. Ela deu um sorriso forçado - E sua melhor amiga, Mary Ann Duprée, que vem de uma... Família muito interessante – a garota loira curvou a cabeça educadamente – Bom, temos muito tempo para nos conhecer, vamos começar a comer, sim?

Slughorn sentou-se à mesa e fez um gesto dizendo aos outros para fazerem o mesmo. Rosa, Tiago, Alvo e Michael sentaram-se lado a lado. Um prato de comida apareceu à frente deles, cheio de coisas boas e de aparência perfeita. Michael teve o cuidado de se sentar longe da irmã.

– Então, Alvo, Tiago, como vai o pai de vocês? – perguntou Slughorn em tom agradável.

– Hã, vai bem – respondeu Tiago meio desnorteado – É. Sim.

– Ah, que ótimo! – disse Slughorn – Sempre gostei muito dele! Muito talentoso, Harry Potter. E sua mãe, Rosa? – perguntou ele para Rosa – Trabalha no Ministério, certo? Departamento de Execução Das Leis da Magia, não é?

– Ah, sim, é. Ela está bem, sempre me falou bem de você – disse Rosa, educada, porém pouco animada. Slughorn sorriu.

– Também era uma das minhas preferidas, muito inteligente mesmo...

“E Rogério, como está, Samantha, Michael?” continuou Slughorn, referindo-se ao pai de Michael.

– Ah, está ótimo! – respondeu Samantha genuinamente animada – Ele ficou meio chateado por ter ficado em quinto lugar na Liga de Quadribol ano passado, mas nesse ano as Vespas de Winbourne vão ficar em primeiro lugar, ele jura.

– Bem, esperamos que sim! – falou Slughorn, feliz com que alguma pessoa estivesse falando com ele de boa vontade.

“Sua mãe, Hannah, como está? Ouvi que os Tornados estão melhorando a cada ano, não?”

– Ah – suspirou Hannah – Bem, talvez. Não sei. Realmente não me preocupo com o trabalho de minha mãe. Eu e Cody não nos envolvemos tanto assim.

– Ahn, claro – disse Slughorn – Cody... É seu irmão, não é?

– Correto – disse Hannah enquanto Slughorn se virava para Mary Ann.

– E você tem irmãs, Mary Ann? Menores, suponho?

– Ah, não – respondeu Mary Ann – Maiores. Minha irmã Demetria tem 19 e trabalho no Ministério com meu pai. Já a minha irmã Nicole completou 17 anos mês passado, e largou o Beuxbatons para estudar criaturas mágicas com os amigos. Ela é meio que a ovelha negra da família – conclui com um sorriso.

Slughorn sorriu novamente, e assim seguiu; ele foi perguntando coisas sobre as famílias, sobre histórias, novidades, e por vezes ouviam uma frase como: “Ah, tenho um ótimo livro de quimeras, posso mandar para a sua irmã” ou “As Vespas são o meu segundo time preferido, depois das Harpias de Holyhead” ou “Conheci seus pais, pessoas adoráveis, realmente adoráveis”. Ao fim do jantar, ao menos todos estavam satisfeitos por causa da comida. Alvo, Rosa, Michael e Tiago seguiram para o compartimento em que estavam antes de receberem os convites.

Ao se acomodarem, ouviram uma batida na porta, e Hannah Sothern e Mary Ann Duprée colocaram a cabeça para dentro e perguntaram:

– Hum, com licença... Podemos ficar aqui?

– Roubaram nosso compartimento enquanto estávamos fora.

– Ah, claro – respondeu Rosa com educação, e abriu espaço para as duas se instalarem.

– Elas têm mesmo que ficar? – ficava perguntando Tiago. Rosa sempre lhe lançava um olhar feio quando ele perguntava isso.

O resto da viagem foi preenchido por uma conversa repentina entre as meninas. Alvo dormiu um pouco, e Tiago e Michael cochichavam coisas um pro outro. Quando a noite já caía, os seis colocaram os uniformes da escola.

Quando o trem parou, ouviram o chamado de Hagrid, o guarda-caça e professor de Trato de Criaturas mágicas da escola, para os alunos do primeiro ano. Tiago deu um pontapé no irmão e disse, enquanto Alvo resmungava:

– A gente se vê no Salão Principal, Al! Ou não, né? Vai que os testrálios te devoram antes.

Alvo sentiu a irritação borbulhando dentro de si, mas acalmou-se ao ouvir um chamado:

– Alunos do primeiro ano! Alunos do primeiro ano aqui! Novatos, venham cá! – chamava Hagrid.

Alvo, Rosa, Mary Ann e Hannah seguiram em silêncio para onde Hagrid os chamava.

– Ótimo, estão todos aqui? - perguntou Hagrid, conferindo - Certo, então vamos!

Tropeçando, os novos alunos seguiram o enorme Rúbeo Hagrid por um caminho íngreme, escuro e úmido. Com tantas pessoas, o caminho também se tornava abafado. Alvo sentiu inveja do irmão e de Michael, que iam ao castelo tranquilamente numa carruagem que ela puxada por testrálios, estranhos animais que apenas os que presenciaram a morte podiam enxergar.

– Preparem-se para ver Hogwarts pela primeira vez – anunciou Hagrid.

Eles deram uma curva e saíram na margem de um grande lago azul escuro. No alto de um penhasco da margem oposta, estava um belo castelo, cheio de torres e torrinhas. Alvo iria nadando para o castelo, se fosse preciso, tamanha era sua vontade de entrar lá.

– Ótimo, crianças, só quatro pessoas em cada barco! – disse Hagrid, apontando para uns barcos postos na margem do lago. Alvo, Rosa, Hannah e Mary Ann foram correndo pegar um barco.

– Todos prontos? – perguntou Hagrid, de seu barco – VAMOS!

Os barcos largaram ao mesmo, deslizando no lago escuro como ébano, brilhante como diamantes. Ninguém falou, a não ser uma garota de cabelos cor de caramelo cacheado, que tagarelava a respeito de Hogwarts e toda a sua história:

– Eu li Hogwarts: Uma História três vezes só no mês passado. É fascinante! Eu também li A Batalha de Hogwarts, que lançou há dois anos, e é maravilhoso! Fala praticamente tudo sobre a batalha de Hogwarts, Harry Potter e Voldemort, a não ser aquilo que Harry Potter não quis contar, é claro. Eu li também...

Aqui ela se interrompeu, pois Hagrid gritara:

– Abaixem as cabeças! – todos abaixaram as cabeças, menos um menino meio desastrado que acabou levando um monte de hera na cara – Eu avisei rapaz! – disse Hagrid rindo com os outros alunos.

Finalmente, eles estavam em frente à porta de entrada do castelo, onde foram recebidos por um homem baixíssimo, sorridente, e que, apesar de seu aspecto que fez alguns alunos rir, parecia ser um homenzinho sábio.

– Alunos, o professor Filio Flitwick, vice-diretor.

– Muitíssimo obrigado, Hagrid – agradeceu o Profº Flitwick numa vozinha fina, que fez um rapaz loiro atrás de Alvo se esforçar para reprimir uma risada – Eu fico com eles daqui em diante.

O professor Flitwick parara com os novos alunos em frente à porta que levava ao Salão Principal. E começou:

– Muito bem, alunos – enquanto Flitwick falava, alguns alunos no fundo se espichavam para vê-lo melhor – Como vocês devem saber, Hogwarts tem quatro Casas: Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. Essas Casas serão seus lares, e vocês serão escolhidos para elas pelo Chapéu Seletor, um artefato bruxo muito valioso para Hogwarts, uma antiguidade e lembrança dos nossos fundadores. Vocês devem fazer uma fila, e quando tudo estiver organizado, entraremos e daremos início à Cerimônia de Seleção.

Enquanto todos os alunos se arrumavam numa fila única, Alvo espremeu-se entre todos e conseguiu ficar atrás de Rosa e na frente de um menino negro, magro de alto. Assim que tudo estava organizado, Flitwick abriu as portas com certa dificuldade e irrompeu com os alunos no Salão Principal.

O Salão Principal era grande, com quatro mesas compridas que estavam repletas de alunos que sorriam, aplaudiam, e alguns que gritavam. Entre os “gritadores” Alvo reconheceu seus primos Fred e Roxanne, especialmente populares por suas pegadinhas e piadas. Velas flutuantes iluminavam o Salão. No extremo oposto da porta ficava a mesa dos professores. Bem ao meio, uma cadeira-trono abrigava Minerva McGonagall, a diretora. Era uma mulher já velha, de cabelos negros presos firmemente num coque. Ela usava uma bela capa verde-escura. Suas feições eram duras e severas, e via-se que era uma mulher corajosa. Mas nas poucas vezes que visitara a casa dos Potter, Alvo vira que era tão amável quanto um gato bem-cuidado.

Flitwick deixou a fila de alunos a esperar e conjurou um banquinho e pediu ao professor Longbottom, de Herbologia, para que trouxesse o Chapéu Seletor, pois este era muito grande para Flitwick levar. E então, o Chapéu, com um rasgão remendado que devia ser sua boca, começou a cantar:

Há muito tempo estou aqui,

E aqueles que em sua cabeça me colocam,

Descobrem sua personalidade,

Os que eu mandar para Grifinória, serão os corajosos e destemidos, como o leão que o representa.

Aqueles aos quais eu disser “Sonserina” serão ambiciosos e sagazes, tal qual sua serpente;

Os bondosos e esforçados serão da Lufa-Lufa, cujo texugo é o animal símbolo;

Inteligentes e de mente aberta! Para esses direi Corvinal, e sua águia eterna.

Grifinórios, sonserinos, lufanos e corvinos,

Sua vida e estudos estão em minhas mãos, em minha decisão!

Pois, sou o Chapéu Seletor!

O leão, a serpente, o texugo e a águia:

As quatro casas de Hogwarts!

Todos os alunos aplaudiram. O minúsculo professor Flitwick abriu um pergaminho e disse:

– Os que eu chamar, devem vir aqui e provar o Chapéu – disse em sua vozinha aguda, e leu o pergaminho – Deck, Bonnie! – a garota que havia lido Hogwarts: Uma História três vezes no mês anterior fora selecionada para Corvinal, que a recebeu com aplausos educados.

–Duprée, Mary Ann!

Hannah deu um empurrãozinho na amiga, que se adiantou nervoso.

O Chapéu refletiu por um tempinho, e finalmente anunciou:

– Grifinória!

Gritos e aplausos explodiram da mesa da Grifinória.

E se seguiu: Catherine Evedard foi selecionada para Lufa-Lufa, Jason Finnegan foi para a Grifinória, Gabryella Galawell foi a segunda a ir para Lufa-Lufa, João Lucas, que ainda estava com a cara cheia de hera foi o terceiro lufano da noite. Escórpio Malfoy, foi para a Sonserina, mas Alvo não pôde deixar de notar que ele passara um bom tempo com o Chapéu antes do veredito. Até que finalmente chamaram:

– Potter, Alvo!

Alvo sentiu o estômago revirar quando foi até o banquinho. Lembrando-se da zombaria de Tiago, que dizia que ele iria para a Sonserina. Que aconteceria se ele fosse para a Casa mais odiada de Hogwarts? Será que tinha que implorar para o Chapéu colocá-lo na Grifinória? O Chapéu levaria em conta sua decisão, como fez com seu pai? Seu pai tinha dito que não havia nada de errado com a Sonserina, mas Alvo tinha lá suas dúvidas.

Assim que o Chapéu tocou sua cabeça, o coração de Alvo acelerou. O Chapéu riu dentro de sua mente e sem dizer mais nada, anunciou com vontade:

– GRIFINÓRIA!

“Se eu soubesse que era tão fácil, não teria me preocupado tanto!”, pensou ele, enquanto corria para a mesa da Grifinória. Sentou-se ao lado de Tiago e Michael, e Mary Ann, desnorteada, sentava-se à frente deles.

– Ótimo – falou Tiago ao irmão – Você sabe, não faço Adivinhação ainda, não sou profeta, então não precisava ficar encanado em ir para a Sonserina.

– Que seja – respondeu Alvo.

– Sothern, Hannah!

Hannah foi aos tropeços para o banquinho, e quando pôs o Chapéu, se passou o tempo mais demorado de todos.

Mas, por fim, o Chapéu exclamou “Grifinória!”, e Hannah correu para a mesa para sentar-se ao lado da melhor amiga, com uma expressão que mesclava alívio e nervosismo no rosto. Tiago e Michael a parabenizaram e ela pareceu relaxar.

Depois de “Thomas, Dylan” ser selecionado para Grifinória, e Charlotte Vogue ir para Sonserina, chegara à vez de Rosa, que, como Alvo, foi rapidamente para a Grifinória. Rosa sentou-se ao lado de Mary e Hannah, de modo que ficou de frente para os meninos.

Depois de Louis Weasley (Corvinal), Marina Wook (Corvinal), e os gêmeos Patrícia e Vincent Zabini (ambos foram para Sonserina), chegara a hora de comer.

Antes do banquete, a diretora McGonagall começa o discurso.

– Sejam bem vindos a um novo ano em Hogwarts! – exclamou McGonagall – Bom, antes de tudo, o Sr Filch, o nosso zelador, diz novamente que é proibido enfeitiçar outros alunos nos corredores e também é proibido entrar na sala do zelador sem que este saiba. Para os alunos novos, quero que saibam que entrar na Floresta Proibida sem a permissão de um professor é completo e irrevogavelmente proibido. Também não se pode entrar na seção reservada da biblioteca, apenas com o consentimento de um professor. Também é proibido...

– Diga-nos uma coisa que não é proibida, e ficaremos muito contentes – sussurrou Michael de modo que a diretora não o ouvisse. Algumas risadas, porém, atraíram o olhar estreito da professora, mas esta continuou:

– Madame Pince, a bibliotecária, gostaria que eu dissesse que a Seção de História da Magia da biblioteca está interditada, por conta de alguns alunos que alagaram a seção numa óbvia pegadinha. Demorará mais alguns meses para reconstruir tudo.

Alvo percebeu que Fred e Roxy Weasley sorriam à sua frente. O sorriso murchou quando McGonagall acrescentou que já sabia quem eram os malfeitores e estava preparando seu castigo.

“E o Sr Filch gostaria que eu lembrasse a vocês que agora a lista de objetos proibidos na escola tem setecentos e vinte e quatro itens, entre eles certos alunos...” ela lançou um olhar torto à Filch enquanto alguns quartanistas da Lufa-Lufa riam.

“Bem, e isso é só o que eu tenho a dizer!” concluiu McGonagall (“Realmente, ” comentou Tiago) “Podem comer!”

Alvo, Tiago e Michael começaram a conversar com Mary e Hannah e logo se tornaram amigos de ambas. Hannah dissera a eles que o pai era trouxa e a mãe era uma jogadora de quadribol do time Tornados, como Slughorn havia dito. Também disse que tinha um irmão mais novo chamado Cody Sothern, ou “pequeno pestinha”.

Mary Ann não queria falar sobre ela ou sobre sua família. Alvo perguntou-lhe sobre isso e ela tentou falar, mas gaguejou. Mas conseguiu dizer que a família era muito reservada. Ainda assim, nem Alvo nem ninguém tornou a tocar no assunto.

Michael contou que tinha uma irmã mais velha chamada Samantha, que era uma terceiranista da Corvinal.

– Ela é muito tagarela – comentou Michael quando a irmã acenou para eles da mesa da Corvinal – Sinceramente, não aguento muito tempo conversando com ela. Sam simplesmente não dá espaço para outra pessoa falar – Todos ao redor riram.

A mesa da Sonserina encontrava-se bem ao lado da dos grifinórios, e Alvo podia ouvir as conversas dos “colegas”. Os gêmeos Zabini lideravam uma série de zombarias e insultos a nascidos trouxas e aos traidores de sangue Weasley, hora ou outra lançando olhares, cochichando e rindo. Tiago, Michael, Fred e Roxy lançaram olhares raivosos à mesa da Sonserina e começaram a falar sobre diferentes tipos de maldições, antes de Victoire dar um tapa na cabeça de cada um deles, calando-os.

Mas então, ouviu-se um comentário zombeteiro da mesa Sonserina, provavelmente vindo dos Zabini:

– Ei, vocês ouviram? Tem uma quantidade bizarra de nascidos trouxa e mestiços na Grifinória esse ano... Que ridículo. Nem os perdedores da Lufa-Lufa têm tantos!

– Aquela garota, Sothern – comentou outro, sem discrição alguma – o pai dela é trouxa! Coitada. Ter que conviver com um tapado todo dia.

Hannah franziu as sobrancelhas ao ouvir, mas quem realmente pareceu irritada foi Mary Ann. Hannah segurou o braço da amiga e começou a cochichar:

– Se controle... Não é nada... Tudo bem, Mary...

Porém, Mary Ann se levantara bruscamente ao ver dois sonserinos cochicharem e explodirem em risadas, e seu belo rosto havia se transformado em um rosto branco, seus olhos eram vazios e inexpressivos, sua boca tinha presas e seu corpo estava em fogo, literalmente. Havia uma aura de puro horror em torno dela que tornava impossível não olhar. Hannah segurava-a alarmada, impedindo que ela partisse para cima da mesa da Sonserina

Os cabelos flutuavam lembrando penas de uma fênix mortal. Todos sabiam o que aquilo significava. Não tinha outra explicação.

Mary Ann Duprée era uma veela.


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Notas finais do capítulo

Ficou comprido, mas espero que tenham gostado.



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