O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 18
Capítulo 17- Resolução.


Notas iniciais do capítulo

Oi galera *-* Foi rápido né? ~tá, eu sei que não foi, mas tudo bem~ aí tá o cap de O Sequestro pra vocês. Escrevi ele ontem inteirinho, aí a Mari leu e colocou algumas coisitas legais, e fomos felizes ^^ Espero que gostem (:



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Capítulo 17 - Resolução.

Enquanto caminhava em um passo surpreendentemente tranquilo até o seu Trono, Poseidon era alvo de olhares que mais poderiam ser chamados de punhais de gelo, em todos os cantos da sala. Eles deslizavam por toda a sua altura, frios e perigosamente afiados, fazendo-o querer baixar a cabeça, vergonhosamente. Mas não era como se não estivesse acostumado a recebê-los. Depois de passar um tempo na constante companhia de Palas Atena, olhares assim, potencialmente mortíferos e acusadores, equivaliam a carinhos e afagos sorridentes.

Mesmo assim, o deus encontrou-se perguntando mentalmente se havia um adesivo colado em sua testa com a palavra “culpado” escrita em negrito, caps lock e tons de rosa-pink e verde-limão com contorno neon. Parecia provável, uma vez que até Ares o encarava com uma expressão de “você-se-fodeu”, enquanto Afrodite mordia os lábios e cruzava as pernas como se a qualquer momento fosse dar à luz. Apolo estava também com aquele ar gélido, o que poderia ser contraditório, e Ártemis estava com a mesma expressão de insatisfação de sempre ao ver deuses homens. Zeus era o pior de todos. Tinha certeza de que a qualquer momento pularia no seu pescoço...Isso talvez fosse divertido.

Talvez.

Apesar da notável escassez de deuses, Poseidon já se sentia suficientemente julgado. Seria pior se os outros estivessem ali, condenando-o também, é claro. Muito mais difícil de disfarçar. Ficou grato pela notícia não ter se espalhado. Como ficaria sua imagem se os fofoqueiros do Olimpo começassem a dizer que ele roubara Atena e levara para o fundo do mar? Não gostava nem de pensar na ideia. Seria humilhante demais.

Mas pelo menos havia tido todas as precauções e duvidava que arranjassem provas para comprovar a teoria de que fora ele. Aliás, nem sabia como estava sendo acusado tão firmemente, a ponto de Hermes ir entregar a mensagem ao Palácio que requisitavam sua presença urgentemente.

A desconfiança, provavelmente, surgira em Zeus, mas não era para ele desconfiar tão cedo que Atena tinha sido raptada e confinada sob uma redoma que a impedia de ter qualquer contato com o mundo exterior. Era para acreditarem que ela havia ido embora auxiliar em guerras por sua própria vontade, pelo menos por algum tempo.

A carta havia sido bem estruturada.  Para sua prevenção, escrita pela mão esquerda de Lans. Dessa forma, nem ele nem Afrodite corriam risco de serem indiciados por terem-na escrito, por uma simples comparação de caligrafias. A manobra também servira para cultivar o ar feminino da escrita e a simplicidade da fabricação, algo que Poseidon realmente não conseguiria alcançar somente idealizando.

O pergaminho que usaram fora roubado diretamente do aposento privado da Deusa da Sabedoria, assim como a tinta. Haviam vasculhado, em todos os lugares alcançáveis e possíveis, algo que Atena pudesse ter escrito à mão para que pudessem forjar uma cópia, e essa havia sido a única parte de tudo que fracassara, pois não acharam absolutamente nada. Se havia qualquer coisa manuscrita, um bilhete, um projeto de ou uma confissão, estava bem oculta entre os quatro cantos do quarto dela. Ah, e é claro, ainda correram um grande risco por invadir os aposentos de Zeus para deixar a carta, mas até mesmo isso fizeram bem.

Era para ter-lhe poupado semanas de acusações. E só haviam se passado 3 dias. Se havia deixado um único rastro, tudo já estava perdido.

Nem os melhores investigadores do CSI poderiam ligar o sumiço de Atena a ele,disso Poseidon tinha certeza.

Lutando para esquivar-se de uma ideia contrária, Poseidon finalmente sentou em seu Trono. Sentia-se estranhamente calmo, como se não tivesse nada a esconder. Talvez fosse a magnitude majestosa que repousar em seu Trono lhe trazia. Ou talvez não.

 E então, depois de alguns segundos de espera, finalmente, sorriu.

-Estão esperando mais alguém ou somos só nós, mesmo, hoje?

Ninguém lhe respondeu durante os primeiros 15 segundos.

Até o silêncio condenatório começar a incomodá-lo -pareciam esperar que ele dissesse mais alguma maldita coisa. Foi aí que fingiu, só naquele momento, ter reparado que a “base estrutural” dos Conselhos Olimpianos não estava ali. Fez-se de intrigado.

-Hein? Até a adorada Deusa da Sabedoria não está aqui? – Riu de canto, sem conseguir se controlar. Realmente, era divertido. – Sinto-me tão privilegiado por isto!

-Por que demorou tanto, Poseidon? –A voz de Zeus era tão seca que poderia cortar qualquer clima de felicidade. - Não conhece o significado da palavra urgente? – Ele estava, com certeza, muito mais mal-humorado do que o habitual, e Poseidon teve que forçar para manter sua compostura. Oh, querido maninhoEstava enfiando a língua na boca da sua querida filha e ajudando-a a mandar aquele voto estúpido dela pros infernos. Desculpe se me atrasei alguns minutos por isto.

-Minhas retificações, Zeus. O Oceano é muito grande, e, para infelicidade feminina, eu sou apenas um. Estava cumprindo meu dever. E gostaria de poder voltar logo para voltar a cumpri-lo... – Bagunçou os cabelos, afastando pensamentos sobre como fazer alguns deveres era prazeroso.  –Desembuchem logo.

-Hm... Desembuchem?!...Que palavra contraproducente... Isso me faz noticiar algo aqui.  Poseidon não tem o hábito de produzir haicais. E por isso não tem um vocabulário muito aprofundado. Sem ofensas, tio. – Apolo deu um sorriso de desculpas e satisfação tão grande que pareceu encher metade da sala com um brilho de cegar. – Como ele iria se lembrar de escrever algo como “saudosista” na car...

-Silêncio, Apolo! – Ártemis ralhou, muito mais séria e brava do que estava há dois segundos atrás. Este parecia ser o efeito da voz do gêmeo nela. – Ele não devia saber!

-Saber o quê?! – Poseidon franziu o cenho, fazendo-se de inocente. Era bom saber atuar bem, caso contrário estaria pulando de felicidade, por facilmente deduzir o que havia acontecido. Algumas horas atrás, provavelmente, haviam descoberto que a carta não era de Atena, por causa da letra. Zeus com certeza apressara-se em culpa-lo, com algumas firmes justificativas, porém sem provas para firmá-las. Desejou interroga-lo, mesmo assim, convocando alguns deuses, suspeitos ou confiáveis. Mas Apolo percebera algo, naquele instante, que poderia ser a primeira base de sua inocência: seu jeito descontraído de falar, totalmente oposto ao de Atena. –O que aconteceu?

-Nada. Não aconteceu nada. Apenas queremos que você escreva algumas palavras, Poseidon. Com as duas mãos.

A voz de Ártemis estava subitamente incisiva.

Não conseguiu deixar de debochar.

-Mas eu só consigo escrever com uma de cada vez, querida.

Ares gargalhou, e Apolo e Afrodite também, mas Ártemis  e Zeus ficaram rígidos e quietos como gárgulas.  Os olhos amarelo-prateados da deusa da lua faiscaram, fitando-o, e ela nem de longe parecia uma garota de 12 anos (provavelmente o fato de ele tê-la chamado dequerida influenciara um pouco nesse olhar). Daquele jeito, poderia ser tão amigo dela quanto era de Atena.

-Você deve revezar. –Disse a ruiva, a contragosto. –Não quero nada de truques.

-E por que é que eu devo fazer isto?! –Poseidon deu por si agindo como realmente agiria, caso não estivesse entendendo nada. – Melhor, por que eu iria querer trapacear nisso?

Ártemis suspirou.

-Não sei. Mas escreva logo. Não disse que queria voltar?

Poseidon anuiu, deixando um rastro de sorriso morar em seus lábios. Ela é esperta. E detesta homens. Não é de se surpreender se dê bem com Atena. Tem até a mesma facilidade de me condenar.

-Onde é pra eu escrever, então?

-Ali, no centro. Naquele pergaminho e com aquela tinta.

O deus só percebeu do que se tratava quando ela apontou para o centro da Sala dos Tronos, algo que ele não havia reparado que estava ali antes, um pequeno suporte – bem, considerando que ele estava em seu tamanho normal, o suporte era pequeno - com papéis em cima. Não se importou em demonstrar o quanto o entediava.

-Argh. O que eu não faço por vocês, não é?

Um estalo mais tarde e estava perante o suporte, fitando a tinta, a pena e o pergaminho. E em cima deles, havia uma lista de palavras, enumeradas de um a nove: Despedir, Todavia, Situação, Deslocar, Gravidade, Razoável, Período, Voltar e Saudosista. Sabia que eram palavras que estavam na carta. E nem precisava se preocupar em forjar uma nova caligrafia, já que não haviam sido escritas por ele originalmente.

Ciente de que todos o observavam Poseidon foi escrevendo as palavras, uma por uma, muito tranquilamente, primeiro com a mão direita, por já estar acostumado, e depois com a esquerda. O silêncio era quase palpável, mas quando repousou a pena no tinteiro pela última vez, Ártemis já estava ao seu lado.

-Deixe-me ver. –Ela disse, secamente.

E Poseidon deixou. Cruzou os braços enquanto esperava Ártemis tentar achar as semelhanças entre sua letra e a da carta. Levou mais tempo do que gostaria que tivesse levado, mas por fim, ao levantar os olhos do pergaminho, ela olhou somente para Zeus.

-Não. Não foi ele. O mínimo deslize para inventar uma letra saberíamos. E a carta também foi escrita com a caligrafia habitual de...alguém. Mas não Poseidon.

Ares resmungou alguma coisa para Afrodite, e até de onde estava conseguiu ouvir um suspirar de alívio, que só podia ser da deusa.

 Mas Zeus ficou inconformado.

-O QUÊ?! Mas, Ártemis...Não pode ser...Eu tenho certeza...Certeza que...

-Posso saber o que está acontecendo aqui, de uma vez por todas?! –Poseidon interrompeu lembrando-se de continuar sendo ingênuo, e adicionou a devida dose de amargura em sua voz. –O que foi que vocês acham que eu fiz e não querem me contar?

-Eu não acho que você fez, Poseidon, EU TENHO CERTEZA de que fez!  -Gritou Zeus, se levantando do Trono, com o rosto vermelho feito um tomate. -VOCÊ TEM 24 HORAS PARA DEVOLVÊ-LA COM NEM SEQUER UM FIO DE CABELO A MENOS! Se não fizer isto...

Se não fizer, o quê, Zeus? O que aconteceria se eu resolvesse  NUNCA mais devolver? Queria poder gritar a frase, com todo o poder de seu timbre e com seu sorriso de vitória habitual, mas sabia que não podia.

Controlou-se fazendo as sobrancelhas se erguerem, como quem não estava entendendo nada. Sabia que Zeus não caia em seu teatro, mas ele não tinha prova alguma para poder incriminá-lo. Até havia demorado tempo demais para explodir por causa disso.

Quer dizer, se tivesse sido a filha amada e favorita de Poseidon a raptada, os mares e as tempestades já estariam fazendo o mundo virar de cabeça para baixo. Mesmo assim, não gostava de toda a afronta de Zeus. Sempre querendo ser O mais poderoso, O mais soberano, O mais importante. O mais, O mais, O mais. Estava farto disso. Há tempos. O sequestro de Atena tinha dupla utilidade se estivesse fazendo Zeus ficar furioso e se descabelar de impotência. Contanto que ele não soubesse que ela havia mesmo sido sequestrada.

-Ok, que SURTO foi esse?! Por acaso você acha que eu roubei sua Barbie favorita,aquela de edição especial limitada de Natal que você esconde debaixo do assoalho? - Poseidon desviou os olhos de Zeus enquanto testava os limites de seu autocontrole para não gargalhar, embora apontasse para ele. Olhou para Afrodite em busca da resposta. Nada melhor do que a deusa do amor para responder e ajuda-lo a ocultar o que só ambos sabiam. 

Ela sorriu gloriosamente, afastando os cabelos castanhos do rosto, muito menos aflita do que antes de ele ter escrito as palavras.

-Ateninha desapareceu, P. Simplesmente sumiu. Zeus achou que ela estivesse montando suas estratégias das Guerras no Mediterrâneo ou alguma outra coisa chata do tipo, por causa de uma carta que ela deixou nos aposentos dele. –Poseidon ficou surpreso com a facilidade que Afrodite tinha para mentir, também. Fora a própria deusa do amor que colocara a carta lá. Mas suas palavras soavam radiantes e firmes, sem nenhum balbuciar. - Quer dizer, ela não, porque a letra não é dela. O que significa que a carta também não era dela. Enfim, Atena evaporou e ninguém consegue falar com ela, por isso Zeus acha que algo ruim aconteceu com sua corujinha e que você é o responsável.

Ela finalizou com uma piscadela tão rápida que se tivesse desviado os olhos por uma fração de segundo teria perdido. Quis parabenizá-la por aquilo.

-EU!? –Exaltou-se de súbito, lembrando de que ainda tinha um papel a desempenhar perante os outros deuses. Fez o possível para parecer insultado e furioso. – A pobre donzela indefesa some de repente e é MINHA a culpa? !! – Rolou os olhos e bufou. Sabia que provavelmente só Ares entendera seu sarcasmo com “pobre donzela indefesa” – ambos bem sabiam o QUÃO indefesa Atena era - sendo que a única parte não-sarcástica era o “donzela”. Mas não por muito tempo. Balançou a cabeça. Tinha que se concentrar na bronca. –Era só o que me faltava! Se soubesse que era isso nem teria perdido o meu tempo em vir aqui. –Sua voz parecia realmente decepcionada. Lançou um olhar de reprovação à todos eles. - Aposto que não iriam organizar uma assembleia por causa do MEU desaparecimento.

Uma tosse interrompeu sua onda interminável de palavras.

-Cof cof, nós iríamos, sim, se isso fosse necessário. – Fora Ártemis, rebatendo  com uma voz aristocrática, mas bem mais macia que a dele, numa mentira muito bem colocada. – Zeus tem motivos para desconfiar de você, Poseidon.

-AH,TEM,É?! –Começou a atingir o ritmo. Sarcástico, bravo...Furioso. - Que ótimo! Por dentro estou tão surpreendido que vocês nem fazem ideia. Mas, me diga, Ártemis, quando foi que um motivo conseguiu taxar alguém de culpado?

A cada palavra sua, notou que Zeus parecia inflar mais, de ódio, de raiva, de desespero por Atena, de afronta e de TUDO isso misturado.

-Você não precisa de muito mais do que um motivo para ser culpado, Poseidon! Sempre teve a necessidade de se sentir superior a mim. E agora Atena está sendo seu instrumento para isso!

Pobre Zeus. Ele acha mesmo que eu sequestrei Atena por causa DELE.

Suspirou algumas vezes. Desajeitou seus cabelos, e soltou um sonoro “tsc, tsc, tsc” para os vocábulos do irmão.

-Quantas vezes preciso repetir? Tudo que eu sou já é MUITO superior ao que você é, Zeus. Eu não precisaria da Vaca Leitora para nada disso. – Surpreendentemente, a única vez que falava o que considerava ser verdade, foi a única vez que não controlou o riso. Mas só porque Zeus caminhava em sua direção e os relâmpagos e trovões estavam estourando lá fora com uma freneticidade absurda. Sabia que se dissesse algo ainda pior – se é que poderia existir algo pior na concepção de Zeus - um desses raios pousaria de imediato em sua cabeça. Mas que pousasse, então. Ele faria uma pequena chuvinha pousar em Zeus se fosse assim. 

-Não a chame assim, Tio. –Apolo o repreendeu, com seu sorriso bem mais apagado do que outrora. - Isso vai ficar realmente feio.

Ignorou-o. Estava gostando daquilo. Provocar Zeus era tão...divertido!

-Aliás, Zeus, não é por nada não, mas eu não consigo encontrar nem UM motivo para querer raptar aquela loira-aguada chata da sua filha. Será que pode ditar para mim?

-NÃO A INSULTE!

-Não foi um insulto. Se eu estivesse insultado Atena de verdade, todo mundo saberia.Estou apenas sendo realista e objetivo - ele disse,cético.

Todos os olhos do aposento estavam pousados nos dois. Bem em cima deles.

 As respostas de Poseidon conseguiam ser bem ácidas, bastava querer. E ninguém mais ocupava os lugares nos Tronos, para poderem ver de perto. Até mesmo Ártemis não conseguia disfarçar a curiosidade.

O rosnado de Zeus parecia o de um leão faminto e raivoso.

-Tenho uma lista de motivos! Você a odeia. Vivem brigando um com o outro feito cão e gato, perante a visão de todos, deuses ou homens. Você já a ameaçou várias vezes. Gostaria de se vingar dela. Há uma carta falsa que parece ser bem o que você faria para ocultar uma mentira! 

-Aham. Tá legal. Eu odeio tanto a máquina de engolir livros que vou raptá-la, assim poderei ficar todos os dias ouvindo aqueles discursossuperinteressantes que ela sempre tem a dizer. É, uma ótima forma de vingança mesmo, essa. Me impressiono pelo fato de eu não ter pensado nesse plano genial antes!

Poseidon não evitava de caprichar no sarcasmo. Era a melhor forma de irritar e confundir Zeus. Ao mesmo tempo. Ele revirou os olhos.

-Você poderia querer confina-la e tortura-la debaixo do mar. E além disso, me odeia também, então sabe que eu não aguentaria ficar sem Atena. – É, isso ele realmente sabia, mas não havia sido sua principal intenção. E também não era tão repugnante ao ponto de enfraquecer Atena para depois agredi-la. Não queria ser covarde. – O sequestro de outra filha... Sabe que isso seria meu grande pesar.

Isso.

Isso!

Outro Grande Pesar!

Os olhos verdes de Poseidon se iluminaram e resplandeceram ao ouvir a palavra “outro”. Foi tão rápido e maravilhoso. De repente, as coisas se iluminaram tão perfeitamente em sua cabeça, que soube de instantâneo o exato ponto em que atingir para se livrar do fardo. Era tão... Tão fácil. Tão...óbvio. Como não havia pensado antes naquilo?

-Ah, me desculpe, Zeus. Não sabia que tinha mudado o meu nome para Hades Segundo. –Ainda com sarcasmo, soltou um riso de canto de lábio. Não pretendia demonstrar que ficara feliz demais por uma ideia de poucos segundos atrás. Estava apenas semi-consciente das vozes que falavam através dele, pois não se preocupava com elas. Tudo o que importava agora era convencer Zeus. – Olha aí. Parece que se esqueceu desse seu outro irmãozinho, não é Zeus...? O que gosta de raptar suas filhas. Refresque sua memória.

Por um momento, a Sala dos Tronos entrou em um silêncio tão longo e sepulcral que Poseidon quase não desejou ter arremessado a bomba tão inusitadamente. Sabia que não era muito politicamente correto tentar colocar a culpa em Hades. Mas, ele era Poseidon, e nunca fora politicamente correto. E era o plano perfeito. A investigação atrasaria novas suspeitas contra si, além de Zeus ter tanta simpatia por Hades quanto tinha por ele. Era uma chave capaz de abrir várias e várias portas, e conseguira pensar nisso sozinho!

Era realmente brilhante.

-Você sabe algo que não sabemos, Tio? -Ouviu uma voz murmurar, poeticamente. Apolo, com certeza.

-Hades quer virar bígamo, hahaha. Mas nunca imaginei que Atena poderia ser o seu alvo. – Este só podia ser Ares, mesmo que fosse um pouco impressionante o fato de ele conhecer o significado da palavra "bígamo".

-Atena! No Mundo Inferior! Ah, não! Não! Não! Não! – E essa Ártemis.

Mas só tinha olhos para Zeus. Reconhecia a própria derrota do irmão apenas por olhar para ele. Sua boca estava centímetros entreaberta. Estava cabisbaixo, e pensativo, e pela primeira vez não revidara nada. Absolutamente nada.

-Perséfone posso suportar. Agora Atena? Atena...Nunca.

Talvez fosse impressão sua aquele mover de lábios de Zeus, que revelava tão descaradamente seu acentuado favoritismo pela filha. Conseguia perceber o nervosismo dele agora. A angústia e a raiva. De todos, de si próprio. Mas seria demais esperar ratificações. E estava farto de ficar discutindo sobre aquilo.

Sorriu bem grande antes de dar sua palavra final.

-Dá próxima vez que resolver me acusar de algo, Zeus...Siga o exemplo da sua amada e querida filha Atena:Pense.

E com um breve estalido, Poseidon já não estava mais ali. Somente desapareceu do Olimpo e pareceu deixar uma tonelada de problemas para trás. Eles tinham uma bomba agora. Que fossem tentar desativa-la sozinhos. Que Zeus fosse. Não ficaria lá para assistir... Não mesmo.

Tinha que voltar para os oceanos.

Tinha que voltar para cumprir seu dever.

Tinha que voltar para ela.

x-x

N/A: Assim, pessoas. Como minha amiga G me alertou algo que eu já sabia, vocês provavelmente não veem as minhas notas, porque elas são chatas e entediantes. E a partir de agora vou escrever no capítulo haha E sim, eu sou má, por parar aí, por não continuar do lugar onde parei, e por muito mais hahaha ^^ ( mas todos os escritores são dumal).

Enfim, comentem (e recomendem ;x)...Porque, sabe como é né....Talvez isso me estimule a largar um pouquinho minha leitura frenética dAs Crônicas de Gelo e Fogo, para escrever O Sequestro...Nunca se sabe né ;D

Beijitos, L.


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