Katharina, essa pergunta é para você minha filha... Por que as mulheres ficam tão malucas quando o assunto é filha ou menstruação e quando é as duas coisas ao mesmo tempo ficam completamente insanas?!

Calma, não foi você quem ficou menstruada, não... Deus, você só tem seis anos agora! Foi minha linda irmãzinha, coitada, que teve o desprazer de ficar bem aqui e ainda por cima, ela estava acompanhada por um bando de malucos! No caso, nós.

Ah, deixe-lhes contar o grande mico, que com certeza foi traumático, que Anna-Chiclete passou. Acho melhor começar recapitulando qual era situação antes do fato ocorrido.

No capitulo anterior... Há,há, há sempre quis fazer isso!

Estávamos todos almoçando quando minha santa mãezinha jogou a bomba que está grávida, do entregador de gás, diga-se de passagem... Mas enfim, se tudo estava tenso, ficou mil vezes mais, já que a put querida mãe de vocês resolveu começar namorar Gabriel, padrinho de Matt II, mas considerado padrinho dos dois. A coisa já tava toda bizarra e de repente, não satisfeitos com essas esquisitices, resolvem fazer um passeio de barco com a família! Oba!!

Passeio em família uma OVA!

Estava a maior galera no navio, eu já deveria ter imaginado pelo tamanho do monstro, numa festa de arromba. Tipo assim: tinha atores, cantores e porra, BARACK OBAMA! Nossa, todo mundo super bem vestido e a gente lá, de chinelo de dedo.

Nem preciso dizer que as garotas surtaram, né?

Todas se trancafiaram nas cabines do navio e só saíram quando estavam apropriadamente arrumadas. Eu apenas vesti um smoking e voilá, estava pronto.

Mas isso não importou muito, por isso vou pular.

Era uma festa branca, ei, não sou racista nem nada... Só que tava todo mundo usando branco sei lá o porquê, minha mãe tem idéias de jerico!  As garotas estavam todas espalhadas pelo deque do navio, enquanto eu e Richard tínhamos que sair correndo atrás de vocês pestes, Andy e Matt II, que ficavam puxando a saias das atrizes.

Eu já tava cansado depois de ver um quase acidente com Matt II, vinho e Penélope Cruz. Sentei-me num pufe e vi a tia de vocês num canto, chateada. Eu fiz um psiu e ela veio até mim.

-O que é? – Ela perguntou-me com uma voz assassina, eu devia ter percebido o primeiro aviso naquela hora...

-Nada, por que você tá lá sozinha? – Disse a puxando para o meu colo.

-O sinal... NÃO PEGA! –E caiu no choro feito um bebê, um monte de pessoas viraram para ver a cena.  Esse era o segundo aviso! Porra, ppor que eu não presto atenção aos meus instintos?!

-Tá todo mundo te olhando, Anna. – Avisei-lhe tentando fazê-la parar, mas só a fez receber uma entidade maligna.

-E daí?! Nunca viu ninguém chorar não, bando de sem talentos?! – Grunhiu e se levantou do meu colo, Melanie se aproximou enquanto Anna se afastava.

-Ih, sua irmã se machucou? –Perguntou apontando para o vestido too ensanguentado da outra tia de vocês.

Um rastro de sangue estava bem atrás dela e só crescia a cada passo que ela dava, olhei para minha própria calça e parecia que eu estava...

-MENSTRUADA! – Matt II apontou para Anna e começou a rir, quem não tinha notado se virou e encarou a pobre garota, que parecia querer morrer.

Levantei-me depressa e a cobri com meu terno. Melanie foi chamar as garotas e eu fui leva-la para a cabine que acabei descobrindo ser de Lucy. Anna chorava, sem entender nada.

-Eu tô machucada?! –Ela me perguntou apavorada.

-Eu... Vou buscar ajuda. – Vocês acharam mesmo que eu iria explicar para garota o que era aquilo?!

Saí feito um louco pelo navio em busca de alguém e a única pessoa que encontrei foi minha mãe, felizmente.  Voltamos para a cabine, mas estava trancada.

-Abre a porta, Anna! – Minha mãe gritou. – Sou eu, a mamãe!

-Me deixa! – Ela gritou de volta.

-Que gritaria é essa? – A mãe de vocês apareceu ao lado de Melanie. Apontei para a porta fechada e ela suspirou, revirando os olhos: - Vamos Anna, sou eu, deixe-me te ajudar...

-SE NÃO EU ARROMBO! – Richard apareceu berrando e aparentemente, bêbado.

-Shhh! – Falamos todos juntos, mas ele realmente estava se preparando para se jogar sobre a porta, quando ela se abriu e ele foi tropeçando até parar na cama, onde dormiu na hora.

Minha irmã se sentou novamente na cama, onde Richard deixa espaço, e todos ficaram a encarando. Ninguém falava nada, até...

-MEU BÊBÊ! – Minha mãe berrou, debulhando-se em lagrimas e abraçando Melanie, mas depois largou torcendo o nariz e agarrou a mãe de vocês.

O pior é que as duas começaram a chorar abraçadas, dizendo que Anna era um bebezinho e pronto!  Anna ficou desesperada de vez.

-Meu Deus, eu vou morrer! – Anna disse afundando-se nas mãos.

-Pra que tanta agonia? –Lucy apareceu lá, também confusa.

-Por que você tá aqui?  - Anna, mãe de vocês, começou a fechar a cara. – Sai daqui, piranha!

-Se você não sabe, esse quarto é meu... – Retrucou.

-Mas o navio é meu, saia! – Anna ordenou.

-Não vou sair porra nenhuma!

-Olha a boca! –Minha mãe falou, reprovando.

De repente, estavam todas brigando, discutindo até que chegou a ponto de Anna e Lucy começar a se engalfinhar e pô, o foco não era a primeira menstruação de minha irmã?

-Querida, vai tomar banho, vai. – Melanie, a única mulher sã por ali, pediu.

Ela foi fungando e Melanie me deu uma tapa no ombro para que eu apartasse a briga das duas, mas eu apenas dei de ombros. O que diabos eu poderia fazer com aquelas malucas se arranhando no chão?

-CHEGAAAA! – Melanie gritou e as duas pararam de rolar e a olharam. – A menina tá apavorada achando que vai morrer e vocês aí, se estapeando, sabem de uma coisa? Saiam daqui, as duas!  -Elas resmungaram alguma coisa, mas obedeceram e  eu também ia, mas ela me barrou: - Você fica ou acha que, eu, que não tenho nada haver com isso, será quem irá explicar para garota? –Bufou. – Fala sério... – E saiu batendo a porta.

 Minha mãe saiu também, sei lá o porquê, me deixando sozinho com a garota. Assim que ela saiu do banheiro enrolada num roupão, comecei:

-Olha, você é uma garota... – Parei, tentando formular uma boa explicação.

Ela me olhou incrédula.

-Sério?! Se você não me diz... Eu jamais iria saber! – Disse irônica.

-Não, me deixe explicar. – Pedi desconfortável. – Isso que está acontecendo com você...  É normal. – Garanti-lhe.

-Então morrer assim é normal?! – Ficou pálida.

-Não! – Fechei os olhos, tentando encontrar um jeito de fazê-la entender. – Olha, você não vai morrer! Isso acontece com todas as mulheres, isso acontece todo o mês... Eu acho.

-Ah... Mas caramba, como isso dói! – Gemeu pondo a mão na barriga. –Pra que diabos isso acontece?

-Serve para... – Lembra cacete! - Para... Ter filhos! – Disse e ela levantou a cabeça.

-Eu não quero ter filhos! – Gritou logo.

Suspirei e depois ri, não consegui segurar.

-Eu sei, mas provavelmente vai querer quando estiver adulta.

-Duvido! – Disse naquele tom teimoso tão típico dela.

Depois disso eu deixei que, pelo menos, a outra Anna entrasse, já que estava enchendo muito saco e porque ela começou a me perguntar como é que botava um absorvente... Ah tá, como se EU soubesse...

Depois desse problema resolvido, só restava o problema do vestuário. Ela tinha detonado com o vestido anterior e já estava até no lixo, então, tivemos que apertá-la num vestido de Lucy, é,  até ela é mais gorda que a madrasta de vocês,  mas enfim... Voltamos à festa de uma vez!

Chegando lá, vejo minha mãe num palco improvisado... Quem foi o infeliz que deu um microfone a essa maluca?! Enquanto eu estava procurando o futuro assassinado, ela começou a falar:

-Oh, quero uma salva de palmas para minha filhinha, Anna Christina Black, pois hoje ela ficou mocinha! – Gritou em plenos pulmões e todos se viraram na nossa direção, pude até sentir Anna se encolher de vergonha.

Para ficar ainda mais embaraçoso para ela, todos começaram a bater palmas e a darem parabéns. Gente, se eu estivesse no lugar dela eu me jogava no mar, sério mesmo!

O resto da festa foi ligeiramente normal, tirando o strip-tease que Richard fez, mas tudo bem...

Só um aviso para você filha, se a sua primeira menstruação foi embaraçosa, lembre-se, a da sua tia foi mil vezes pior!