Dads Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 14
14 de janeiro, terça-feira.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews!



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Por que sempre que eu digo que não pode piorar, sempre piora? Filhotes, já estou começando  a acreditar que quem quer que fica lá em cima está de palhaçada com minha cara, porque o negócio tá puxado pro meu lado...

Não é que a mãe de vocês e o seu padrinho resolveram assumir o tal romance? E a chifruda da Alexia? Fica lá, com a maior cara de paisagem vendo os dois no maior love e não faz nada, como se pouco se importasse. Sério, eu ando desconfiado que estou num mundo paralelo, pois só assim para entender e aceitar o que anda rolando...

Hoje de manhã mesmo, estava Gabriel e Anna na beira piscina, que ninguém usa, pareciam que estavam tomando sol, ou pelo menos, Anna estava.  Não sei qual é o problema dessas garotas com uma coisa chamada M-A-I-Ô...

Eu me sentei ao lado de Alexia que estava no extremo oposto a eles, lendo uma revista de fofoca toda compenetrada. Nem quando eu toquei em seu ombro, ela deixou a revista de lado. Chacoalhei-a e só assim ela me encarou:

-Que é? –Perguntou grosseira.

Eu apenas apontei com a cabeça para o novo casalzinho do ano. Gabriel passava protetor nas costas de Anna, Alexia simplesmente deu de ombros.

-Isso não te incomoda? – Perguntei incrédulo.

-Por que incomodaria? –Perguntou-me indiferente. – Eles são adultos e dizem que sabem o que estão fazendo.

-Então eles já te contaram que se beijaram na festa?

-Eu vi. – Falou como se fosse a coisa mais obvia do mundo. - Caramba, você também estava lá, você também viu! Como não se lembra de nada? –Perguntou-me curiosa.

-Caralho! Eu não me lembro de porra nenhuma... Só do jogo de consequência, mas pra falar a verdade, muito pouco.

-Sério?! – Seus olhos se esbugalharam e ela largou a revista. - Sério de verdade?

-Seríssimo! – Falei revirando os olhos, eu não já tinha falado que não lembrava?! Mas pela cara dela, eu não deveria ter brincado. –Que diabos aconteceu?

-Você se lembra de quê, pelo menos?

-Ah... Eu lembro até a dança de Anna pra mim... – Ela abafou o riso.

-Só isso?! – Agora quem estava perplexa era ela. – Aconteceu tanta coisa depois...

Filhos, eu juro que nessa hora eu estava imaginando as possíveis mortes da madrinha de vocês... Afogamento era a minha primeira opção.

-Dá pra você me contar ou tá difícil? –Falei ríspido, impaciente.

-Cadê a palavrinha mágica? –Perguntou-me ironicamente, mas eu já estava me preparando pra jogá-la na piscina.

-Alexia, por favor, você poderia fazer o obsequio de me dizer o que aconteceu na fatídica noite de anteontem? – Falei num sibilo.

-Me pedindo assim... Eu digo! – Eu suspirei e ela apenas riu da minha cara. – Nossa, como é fácil te irritar!

-Diz logo! – Disse num tom ameaçante.

-Calma! – E se virou na minha direção tirando os óculos. – Foi assim, depois que Anna dançou pra você, com raiva girou e a garrafa parou bem em Gabriel...

 Ela o mandou me beijar, ele a contragosto e relutantemente me beijou, mas só que eu fui abrir minha boca pra dizer que Anna beija melhor e percebi que tinha rolado uma troca de olhares suspeita entre os dois, mas deixei pra lá. Parou em Melanie que se recusou a te beijar e você que já estava esquisito, desde a dança você olhava pra Anna como se ela fosse comestível, ficou ainda mais pirado e teve a brilhante ideia de apimentarmos a brincadeira, dizendo que quem se recusasse o que lhe tivesse sido mandado, teria que tirar uma peça de roupa na escolha de quem girou a garrafa.

Como você sabe, a Melanie ficou “nem um pouco” feliz em tirar o vestido. Brincadeira vai, brincadeira vem foi a vez de Gabriel girar a garrafa e parou bem em Anna. Ele a mandou o beijar, disse que queria saber se ela era realmente melhor beijoqueira. Sabe quando todo mundo cala a boca e chega ouve aquele cricrilar? Ela só estava de calcinha e sutiã e se ela não aceitasse beijá-lo, teria que ficar pelada.

­Ah, por isso eu estava pelado!!!!

Você começou a reclamar, dizer que ela não iria beijar ninguém e pronto, aí meu querido, virou questão de honra e digo-lhe, ela se esforçou bastante para receber mérito. Demorou um tempão para a boca deles desgrudassem e voltassem ao normal...

­- Ai depois foi maior algazarra, desenhamos na sua cara... Foi divertido... –Falou, mas esmoreceu ao ver Gabriel puxar Anna para cima dele e ficar beijando a toda hora. Os dois faziam a espreguiçadeira de cama!

De repente, ah filho querido! Chega você, Matt II com cara de poucos amigos, com braços cruzados e com um bico maior que a tromba do elefante:

-Por que a mamãe está beijando o dindo? –Perguntou pra mim e olhando bravo pro casal.

-Ah, bebê! Eles estão namorando agora... - Explicou Alexia, se fazendo de boazinha.

Eu puxei Matt e cochichei no seu ouvido, depois que entendeu o que eu queria, levantou o polegar e se preparou.

-BANZINGA!  -E pulou com tudo na água, dando um banho naqueles dois.

Se você não lembra que diabos é essa palavra, eu lhe respondo. Tem um seriado na TV, que você assiste feito um lunático e tem um cara chamado Sheldon, eu acho. Ele vive falando isso...

Só que eu não contava que você não soubesse nadar e que a piscina fosse muito funda pra você ficar em pé sozinho, então, como o super-homem, Gabriel pulou na piscina o resgatando de lá do fundo. E o pior, recebeu um beijão da mãe de vocês por isso.

-Nossa, que ideia de gênio! – Alexia revirou os olhos e me deu uma “revistada” na cabeça.

No almoço foi muito estranho, pois a vó de vocês fez um almoço em família no meio da praia. Com uma grande mesa retangular e com todos em volta dela como uma grande família feliz, coisa que não éramos. Eu tinha achado uma má ideia assim que eu vi, mas fiquei na minha.

Ninguém falava com ninguém, estava todo mundo pirado com todo mundo. Até John olhava raivoso pra Melanie que, em resposta mandava beijinhos. Foi servida a comida e Matt II logo gritou:

-EU NÃO COMO OVO! – Todo mundo se virou pra ele, que estava com cara de gênio do mal olhando para o prato.

-Por que filho? – Eu fui o único que ousou a perguntar, olhei pra Anna e ela se segurava para não rir. Ele veio até mim e cochichou alto no meu ouvido:

-Sabia que o ovo sai do negócio da galinha?  - Ele até tentou falar baixo, mais todo mundo ouviu.

-Êhhh, idiota! –Kathy falou. –Você não sabe que crianças saem de lá também?

-Eu também não como crianças. – Disse emburrado.

Cara, você tinha uma cara de vilão de história em quadrinhos nessa época...!

De repente, não mais que de repente, chega minha mãe, se levanta e bate na taça em suas mãos com um garfo.

-Peço a atenção de todos. – Pediu e todo mundo olhou. – Desde que eu cheguei aqui, venho tentando falar com vocês sobre a nova novidade!

-Fala logo, mãe! – Anna-chiclete pediu irritada.

-Eu... – E pôs a mão na barriga. – Estou grávida!

Ah, estou batendo na minha porta agora, me chamando para velejar em família! Que legal... Ah, depois eu escrevo.


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Notas finais do capítulo

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