Dads Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 11
13 de janeiro, segunda, eu nem sei onde eu estou!


Notas iniciais do capítulo

Gente, havia dado problema no nyah e n tinham posto o cap, mas aqui está ele. Bjoks.



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Filhos, tomara que na idade em que você estejam agora, vocês NUNCA tenham bebido tanto quanto eu bebi ontem a noite, por que se não terão um grande problema! Comigo, é claro...

Mas enfim, agora aqui estou eu, de cueca e com uma gravata amarrada na cabeça, como isso foi aconteceu nem me pergunte... Só sei que estamos eu, Gabriel e Richard numa cama só. Há, Gabriel e Richard estão deitados de conchinha... Oh, que romântico!!

Rapidinho que eu preciso ir ao banheiro...

FILHAS DA MÃE! Eu não acredito que fizeram isso comigo!! Vocês não acreditam no que está escrito na minha testa!  As dementes escreveram “AMORE” e nas minhas bochechas tem escrito Lucy e na outra Anna, tudo com um batom vermelho que eu tenho certeza ser da Alexia e ainda por cima pintaram meu nariz e estou parecendo um palhaço!

Acho melhor eu começar a escrever pra ver se eu lembro o que aconteceu e como eu vim parar aqui numa cama cheia de marmanjos... AI!!! Minha cabeça tá doendo...

A festa que elas planejaram, quando eu digo elas, eu quero dizer, Anna e John , era um luau e como sempre todos nós, os caras, estavam sentados no sofá enquanto as garotas estavam ainda se arrumando. QUE SURPRESA...

-É um luau, é só por um biquíni! – Gritei para que elas lá de cima me escutassem.

-VAI SONHANDO! – Todas gritaram em uníssono.

-Matt, cuida das crianças aê, POR FAVOR! – Anna me gritou, meio histérica.

Daqui a pouco, chega você, minha querida filha toda bonitinha com um vestido todo fofinho parecia até uma bonequinha, (Tá, diminutivo é mania de pai, desculpe.) com brigadeiro na mão e com aquela cara de terrorista da porra vindo em minha direção.

-Quem te deu brigadeiro, filha? – Tentei arrancar o doce da sua mão, porém você o escondeu nas costas.

-Eu quero comer papai! – Fez manha.

-Mas se você comer, você vai se sujar... – Gemi. – E sua mãe vai me matar... – Murmurei.

-Papai... – E fez o sorriso idêntico da mãe. –Sabia que eu te amo?

-Sabia, mas me dá o brigadeiro. – Estendi a mão para interesseira, mas ela fez uma cara tão linda que eu não resisti. – Tá, mas toma cuidado, ok?

Ela assentiu, porém eu não confiei muito nela e peguei o blazer de Gabriel e praticamente a empacotei no sofá para que ela não conseguisse se sujar de modo algum. De repente, chega minha continuação gritando:

-EU NÃO VOU TOMAR BANHOOO! – E saiu correndo pelado junto com o primo, balançando as mãos para alto pelo corredor enquanto Richard estava correndo atrás dele e de Andy. -  VIVA A LIBERDADE!

Subiram no sofá e ficou rebolando com as mãos na cintura, para depois começarem a dançar Macarena. Kathy deu um gritinho e tampou os olhos. Quando Rick e eu começamos a se aproximar, eles saíram correndo novamente.

Só que vocês nessa idade acham que são mil vezes mais esperto que nós, só que esquecem que um dia já fomos crianças e fizemos as mesmas coisas. Então eu e Richard ficamos cada um num lado, em posição de goleiro para que qualquer que fosse o lado que vocês escolhessem, seriam pegos.

E não deu outra. Você correu na minha direção, enquanto Andy correu até o pai. Colocamos vocês nos ombros e os levamos pra cima, mas eu primeiro olhei para Kathy pra ver se ela estava do jeitinho que a deixei e a vi toda embaladinha.

-Quero ver você se sujar...  – E levei Sr. Gambá pro chuveiro.

Depois de muito arerê, conseguimos deixa-los impecáveis. Mas quando eu volto pra sala, levo AQUELE susto: Tá Katharina de ponta cabeça com a cara, vestido, - até o sapato (Não sei como conseguiu essa proeza) e o cabelo também!

-Meu Deus, minha filha é um animal! – Pus a mão no rosto em negação.

-Ah papai, fiz o que o senhor pediu!

– Calma Matt, pensa como John... Pensa como John... Eu sou o John!

Carreguei a de um lado a outro até ir parar na área de serviço, olhei pra minha filha, depois pra máquina, filha, maquina, filha...

-Será que se por ela na maquina de lavar, secará a tempo? –Meditei, mas não recebi resposta a tempo de ouvir o berro da sua mãe:

-MINHA FILHA! Quem foi o idiota retardado que te deu brigadeiro? – Ela falava olhando acusatoriamente pra mim, mas a Kathy, filha adorada, deu de ombros.

Respirando fundo, ela a levou para quarto e depois de uns dez minutos, desce Katharina com um vestido igualzinho ao que estava antes.

-Que mágica você fez?! – Perguntei assombrado.

-A mágica de ter do vestido reserva. – Disse irônica. – Serve para quando certos imbecis derem brigadeiro à menina. – Fuzilou-me agora. – Mas enfim, vamos?

Só notei naquela hora o quanto ela estava linda. Usava um vestido longo, porém estilo surfista hippie, no seu cabelo havia uma flor vermelha que combina bem com o colorido da roupa. Ela parecia uma cigana... E a Lucy uma garota de programa com um vestido que dava pra ver até o reto da garota, mas eu gostei...

Ah qual é , sou homem! Além do mais ela me jogou o caô mais antigo, porém  mais eficaz do mundo:

-Isso tudo é pra você... – E abriu aquele sorriso de loba que atrai qualquer um.

Saímos de casa e fomos para o lugar exato de onde seria a festa. Filhos, tinha tanta gente que parecia ser carnaval... Porém assim que a gente chegou, abriu uma clareira na velocidade da luz somente para nos deixar passar.

A gente atravessou por entre aquele bando de gente pulando e quando chegou do outro lado, Melanie já tia abrido o gás. Percebi que Anna era frequentemente puxada por rapazes querendo dançar com ela. Ela negava educadamente, até que um a puxou e a girou feito pião, tascando-lhe um beijo que ela ficou estática.

MAS, de repente, não mais que de repente, ela retribui e praticamente se devoram no meio da pista. Também não me fiz de rogado e puxei Lucy para o melhor beijo da vida... Dela!

Comecei a dançar ousadamente e sensualmente com minha noiva enquanto Anna ficava lá agarrando o desconhecido, porém eu não estava mais prestando atenção na mãe de vocês, quando ela foi embora, sozinha.

Lentamente larguei Lucy e olhei para Alexia, que estava com cara de quem chupou limão. Fui até ela, mas com braços cruzados, ela me repreendeu:

-É assim que você diz gostar dela? – Ela estava com um bico maior do mundo.

-Alexia... POR FAVOR! – Falei perdendo a paciência. - Eu só quero saber cadê ela?

-Disse que precisava de ar... – E apontou para a pedra oca que eu encontrei ontem, corri até lá.

O vento estava forte e pude ver seu cabelo chicotear o ar algumas vezes, ela abraçava as pernas e se balançava como se estivesse tentando se acalmar, Anna sequer percebeu que eu sentei ao seu lado e se percebeu, fingiu não notar.

-Bom esconderijo, Hã? – Tentei fazer uma brincadeira, mas ela não sorriu. – Anna...

-Cala a boca.

-O quê? –Fiquei confuso. – Anna...

-Eu. Disse. Pra. Você. Calar. A. boca. –Sua voz era entrecortada e severa. – Entendeu ou quer que eu desenhe?

-Por que você tá assim comigo? – Perguntei angustiado, ignorando sua ordem. – Você também beijou outra pessoa...

Ela riu, ou melhor, gargalhou ironicamente.

-Você é muito imbecil pra notar o que está na cara, não é? – Depois que disse isso, deu um pulo e me olhou lá no alto da pedra. – A festa é lá, já devem estar preocupados com a gente...

Fomos andando juntos em silêncio, porém logo a zoada da festa nos atingiu e nos separou cada um para um canto. A festa estava ótima e bastante animada, todos beberam além da conta e quando os convidados foram embora, ainda estávamos lá, já um tanto morgados.

-Vamos jogar algum jogo gente! – John pediu sentando no chão ao lado do pufe em que Anna estava esparramada.

-Verdade ou Consequência. –Melanie gritou apontando uma garrava de tequila para o alto e sentando com eles.

-Boa ideia. – Concordei sentando perto deles e Lucy me seguiu.

Gabriel e Alexia foram os últimos a chegar, pois estavam brigando novamente. Richard e Bia já estavam por lá mesmo... Posto a garrafa no chão, Alexia foi a primeira a girar e a garrafa parou bem em Anna:

-Verdade ou consequência? – Perguntou com um sorrisinho sacana nos lábios.

-Verdade. – Disse sem pestanejar.

Não sei pra vocês meus filhos, mas a verdade e consequência para adultos se resume em SEXO, SEXO e... SEXO. Por isso, se não querem ver essa parte, podem pular, mas se não, aproveitem...

-Entre quatro paredes vale tudo? – Rick e Gabriel bateram as mãos nas pernas para que se parecessem tambores.

-Sim. – Respondeu sem pudor e muitos disseram “UII”. Percebi que alguns olhares maliciosos na minha direção.

Anna girou e por carma do destino, foi parar em Alexia. Pela cara de felicidade de Anna e a de assustada de Alexia, a coisa ia ser braba...

-Verdade ou consequência? – O sorriso da mãe de vocês era tão grande que chegava a ser assustador.

-C-Consequência. – Disse com medo, temendo a pergunta dela. Dava pra notar a carinha de decepção de Anna.

-Ah... Quero que você beije... Quem e como Gabriel escolher. – E deu uma piscadela pra ele, que até agora estava enfezado por causa da briga com minha comadre.

-Você. Eu quero que a Alexia beije a Anna, de língua, por dois minutos. – E deu um sorrisinho vitorioso quando as duas torceram o nariz.

Eu prendi o ar. Alexia engatinhava até Anna, que havia ficado de joelhos e posto o cabelo de lado para que pudéssemos ver a “consequência”, John ligou o cronômetro. Elas começaram a roçar os lábios e fecharam os olhos, lentamente aprofundando o beijo. Tive que desviar o olhar, pois já estava ficando claramente com desejo.

Assim que eu ouvi o estalar de lábios e um “acabou o tempo”, voltei a ver e as duas sorriram zombeteiras, Alexia se afastando e voltando ao seu lugar.

-Já beijei coisas melhores. – Alexia fez gozação olhando pra Gabriel quando disse “coisas”.

-Idem. – Anna concordou e olhou de relance pra mim.

Alexia girou novamente e infelizmente a garrafa parou na minha direção. Antes que ela me perguntasse, eu logo respondi:

-Verdade. –Notei o olhar cheio de significados que ela trocou com Anna, mas fingi que não notei.

-Quem é melhor de cama, Anna ou Lucy? – Porra, que cilada! Se eu dissesse que era a Anna, que era verdade, Lucy me mataria. Se eu dissesse que era a Lucy, todo mundo saberia que eu estava mentindo. – Não ouse mentir pra mim, Matt...

Depois de olhar intensamente as duas, suspirei e dei meu decreto final:

-A Anna. – E todos riram, menos a Lucy que me olhou irritada.

-Quem diria, hein? –Alexia provocou.

-Eu. – Anna deu de ombros.

Antes que Lucy esganasse a Anna, eu rodei a garrafa. E graças a Deus, parou em John. Ele ficou surpreso e bateu palmas, animado.

-Verdade ou consequência? –Perguntei abraçando a Lucy, a impedindo de pular na mãe de vocês.

-Verdade.

Depois de pensar um pouco, larguei:

-Você dormiu com uma mulher ou sempre queimou rosca? – Todos fizeram um silêncio mortal e ficaram olhando para John até responder.

-Primeiro, eu não “queimo rosca”, pois sou ativo e segundo não, nunca dormi com uma mulher.

-O QUÊ?! – Melanie se engasgou de tão surpresa. – Quer dizer então, que você jamais trepou com uma mulher? FA-LA SÉ-R-I-O!

Ele deu de ombros.

-Nunca tive interesse. –Explicou olhando para as unhas.

-E como você sabe que não é... Sei lá, bi! Se nunca experimentou?

-Por que não manda Matt dormir com um cara, pra vê se ele é bi? – Por que  sempre eu? Velho, esse cara tem problemas comigo!

-Tira meu nome do bolo que meu nome não é fermento! – Esbravejei.

-Só estava defendendo minha tese. – John se explicou.

-Aham.  – Anna disse ironicamente. - John, eu já disse que o Matt não vai mudar de time.

-A esperança é a ultima que morre, querida... – E deu uma piscadela pra mim.

-Pode tirar seu cavalinho da chuva, eu não vou desmunhecar nem a pau! – Garanti com veemência.

As garotas começaram a rir, mas John girou a garrafa e foi parar em Anna de novo. Lucy já havia enjoado do jogo e disse que já estava tarde e iria dormir, pois precisava das oito horas de sono para sua beleza. Mentira! Ela já estava bêbada pra cacete e queria deitar por estar zonza.

-Consequência. –respondeu.

-Eu quero que... – E ficou olhando pra mim com aquela de vingativo. –Você faça um strip-tease para Matt.

-O quê?! –Reclamou. – Ah, não...

-Vai me dizer que jamais fez um? – John perguntou com uma sobrancelha erguida.

-Já, mas não tinha tanta plateia, eu não vou tirar a roupa com todo mundo olhando... – Falou cruzando os braços.

-Tá. – Fez um muxoxo. – Então você vai ter que fazer uma dança sensual pra ele.

Depois de muita relutância e um litro de vodca, Anna veio até mim e como eu era o único que estava sentado numa cadeira, ela teve que se levantar. Logo uma música de Berry White começou a tocar e ela a se mexer lentamente.

Ela estava tímida e achava que só por estar olhando exclusivamente pra mim, a vergonha passaria. Sentou em meu colo e percebeu o quanto eu estava gostando do que ela estava fazendo...

ARGH! Minha cabeça tá doendo! Parece que estão martelando minha cabeça! Peraí... Acho que é a porta. Filhos, não se preocupem, pois depois eu escrevo... Beijos!


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Notas finais do capítulo

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