Dads Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 10
12 de janeiro, domingo, escondido na pedra oca.


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews e pela minha primeira recomendação nessa fic pela leitora Cherry_Cherry, obrigada mesmo! Quero mais!
Bjs e aproveitem!



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Filhos, eu tô com tanto sono que, cacete, tô parecendo um zumbi andando pela casa na qual eu acho que estar se preparando para uma festa. Já trombei com uns seis caras carregando coisas pra lá e pra cá, mas mudando de assunto, me digam uma coisa, qual é a diferença de vermelho para rubi?

Pra mim é tudo a mesma coisa, é tudo cor de sangue, mas para madrasta de vocês, acha com toda certeza que não. Eu estou no quarto enquanto ela está me torturando, quer dizer, me mostrando trezentos vestidos para usar à noite.

-Você não está olhando! – Acusou-me. –Pare de escrever e olhe pra mim! – Ordenou histérica.

De má vontade, deixei o diário de lado juntamente com a caneta e olhei para ela. Ela estava de roupão, mas botava os vestidos na frente do corpo. Caralho, ainda era uma da tarde, pra que ela já tá se arrumando pra de noite?

Acenei para qualquer um e ela sorriu, dizendo que aquele realmente era o mais bonito dos dois.  Assim que ela entrou no banheiro eu saí, mentira, fugi mesmo.  Ah, qual é? Eu tinha ido pra o quarto descansar, não para assistir um programa de moda!

Dei de cara com a mãe de vocês no andar inferior, ela me olhou apenas por alguns segundos e depois desviou o olhar falando com alguns empregados. Sentei-me na bancada de mármore próximo à janela que dava para praia e quando os três armários humanos saíram, Anna se juntou a mim.

-Você tá bem? –Perguntou-me tocando em meu braço carinhosamente, seu olhar era preocupado.

-Tô. –Disse meio grosso, olhando para o mar e a ignorando. – Só não estou afim de festinhas...

-Matt... - Se empoleirou ao meu lado. – Eu superei isso, você também vai superar.

-Como você consegue? –Perguntei ríspido virando-me e a encarando. – Sabe... Fingir que não está sentindo nada e encarar tudo como se isso não te machucasse?

-Pratico isso há seis anos. – Deu de ombros e percebi  que  havia uma “indireta” ali. - Eu não vou ficar chorando por algo que não tem jeito, você deveria fazer o mesmo. –Pôs uma mão em meu ombro.

-Estamos falando ainda da sua doença? –Perguntei desconfiado, mas quando o assunto é a mãe de vocês é sempre bom se certificar.

Ela deu uma breve risada e colando nossos rostos num beijo amigável, porém mesmo quando o beijo acabou nossas testas se tocaram, nossos narizes se roçavam e nossas bocas estavam a centímetros de distancia. Sua respiração quente fazia com que minha pele formigasse.

  -O que você acha? – A cada palavra que ela dizia, sua boca acariciava a minha.

Minhas mãos enlaçaram sua cintura e a puxaram para mais perto num gesto automático. Ela arfou, nossos olhares estavam sérios, como se estivéssemos cada um bravo com o outro. Seu peito acelerado  batia junto ao meu e até parecia que estavam numa disputa, pra ver qual batia mais rápido e mais forte. Tenho que admitir, que o meu, estava ganhando de lavada!

Ela me abraçou e eu a apertei mais em meus braços a acolhendo, a protegendo do sofrimento que eu também sentia. Anna fechou os olhos, logo as lágrimas começaram a descer e a passear em seu rosto. A mãe de vocês me abraçou mais apertado e eu não me senti incomodado, muito pelo contrário.

-Matt, eu tô com medo. – Admitiu, pondo o rosto no meu ombro.

Sua respiração cada vez mais desregular na minha nuca estava me deixando louco, puxei suas pernas para meu quadril e nossos corpos se chocaram, se é que me entendem..., ela gemeu no meu ouvido.

Isso só foi o estopim para eu emaranhar meus dedos em seu cabelo e a puxar para que eu a beijasse com todo desejo e sofreguidão que eu sentia em meu dolorido peito. Toda dor, todos os nossos medos, toda paixão tão bem guardada... Tudo estava misturado naquele beijo.

Ela puxava meu cabelo para que eu a beijasse mais, sua língua buscava a minha com desespero. Deus há quanto tempo eu não beijava essa boca... Eu já estava perdendo a ultima coerência que pudesse eu ainda ter quando ouvimos pratos caírem no chão.

Lentamente nos desvencilhamos e olhamos para o lugar de onde veio o barulho, vendo Alexia, John, Gabriel, Rick e Bianca nos encarando, todos de boca aberta. John foi o único que teve coragem de dizer algo:

-Queridos, vão pra um quarto! –Pediu escandalizado. - Não precisamos ver vocês dois se devorando...

Anna deu um pulo e pairou no chão, sorriu toda sem graça. Ajeitou o cabelo e andou toda cambaleante, quase entrando na dispensa se Gabriel não a virasse para o lado certo.

-Ah, obrigada. – E saiu.

O silêncio voltou a reinar no recinto e todos me encaravam acusadores. Ah que se danem, se beijar fosse crime, eu seria o primeiro à saber...

-Que foi? –Perguntei exasperado.

-Nada. –Alexia revirou os olhos e cruzando os braços. – Você pelo menos tem noção do que você faz, idiota?

-Gente, o que é quem tem?! Foi só um beijo! – Suspirei também saindo, pra mim não tinha sido um beijo qualquer, mas sim O BEIJO e estava com a cabeça nas nuvens, mas é ruim hein eu admitir em voz alta.

-Pra você... Pra ela não.  – Gabriel explicou empatando minha passagem. – Isso não se faz cara.

-Se você não tem a intenção de amá-la, não a seduza. –John pediu. – Ela não precisa de mais uma coisa para se sentir mal.

Merda, eu não era um vilão, não era o lobo mal que quer pegar a chapeuzinho vermelho... Por que eles ficam achando que eu iria machuca-la? Eu sou a pessoa que mais quer ver ela bem! Tá, tirando vocês, filhotes!

-E se eu realmente gostar dela, e aí? –Perguntei na defensiva, olhando cada um nos olhos. – e se eu tiver a intenção de amá-la... Hein, e aí?

Todos ficaram calados com aquelas caras de pamonhas! Argh! Na verdade, eu queria que alguém chegasse e falasse o que eu tinha que fazer, por que eu estava mais perdido que cego em tiroteio.

Agora estou aqui, meio escondido numa pedra oca onde ninguém pode me achar... A paisagem vista daqui é linda! Acho que vocês já tinham encontrado essa pedra antes, pois tá cheio de brinquedo isso aqui.

 Já estou aqui há quase uma hora e ninguém me achou, mas também não sei se estão me procurando... Humpft! Mas peraí... Alguém me gritou. MERDA! É a Anna.


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Notas finais do capítulo

Reviews são muito bem vindos!