Dads Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 9
12 de janeiro, domingo, alguma hora da madrugada.


Notas iniciais do capítulo

Gente, agradeço tds os reviews e gente, eu sei que eu não respondo quase nenhum dos reviews que vcs me mandam, mas é que eu n tenho tempooo! Mas eu juro que leio tds, viu?
Mas enfim, hoje o cap é muito triste... Admito que até eu chorei, mas isso não é indicativo de nd, pois eu sou uma manteiga derretida... Ah, digam-me vcs.



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Ainda está de madrugada e não consigo dormir, DROGA! O pior é que Lucy se mexe toda hora... Mas até parece que eu vou pregar o olho hoje! Minha cabeça simplesmente não para de rodar... Sabe filhos, quando o peito de vocês doí tanto que vocês ficam na dúvida se você está sentindo dor psicológica ou se tá tendo um enfarte mesmo? Se não, parabéns e rezem para nunca sentirem, mas se infelizmente sim, bom, vocês sabem que essa porra doí pra caralho!

P.S: Eu posso xingar por que eu sou grande e pai de vocês, mas se eu ver vocês falando palavras feias como essas vocês já sabem o que vai dar, né?

A mãe de vocês nunca demonstrou nenhuma fraqueza... Nesses anos que a conheço já mais a vi pegar uma gripe e agora... ISSO!  Eu não acredito que minha melhor amiga está doente, que a MINHA Aninha está doente! É simplesmente inacreditável... Sei que se ela fizer o tratamento, tem grandes chances de se curar, mas e SE não? Eu não quero nem pensar!

Depois que eu e Anna conversamos, descemos e fomos almoçar. Ela até almoçou normalmente, mas a cada garfada que eu botava na boca parecia uma tortura e eu não sentia gosto de absolutamente nada. Não sei como ela consegue agir tão tranquilamente enquanto lá estava eu, quase tendo uma sincope e me segurando para não me debulhar em lágrimas na frente de todos, inclusive de vocês, feito um bobão chorão!

P.S²: Eu não sou um bebê chorão e provavelmente vocês nunca me viram ou irão me ver derramar uma lágrima na frente de vocês, mas situações desesperadoras exigem atitudes extremamente DESESPERADAS!

Peraí! Eu contei pra vocês como foi o nosso papo e o que ela me disse? Vou ver na outra pagina... Rapidinho! Ah, não... Eu não contei, mas vocês devem estar curiosos pra caramba né? Ah, vamos lá.

Anna havia se levantado e andava de um lado para outro como uma barata tonta, ela me olhava e roía a unha, depois de muita hesitação voltou a se sentar ao meu lado, começando:

-Matt, eu venho tentando evitar falar isso por agora com todas as minhas forças... – Fez uma pausa e suspirou, segurou minhas mãos entre as suas e continuou: - Mas agora não tem jeito, né?

-Não, não tem. – Disse sério, mas de repente uma coisa que ela me disse veio na minha cabeça: - Você vem evitando me contar... Ou seja, você já sabe disso há um tempo, quanto tempo?

Ela desviou o olhar e suas mãos afrouxaram o aperto, tomei isso como sinal de más notícias. Quando ela voltou a me olhar, seu sorriso era sem graça e sua voz tentava parecer alegre, mas fracassando feio:

-Alguns meses... Mas isso importa? – Eu assenti, ela respirou bem fundo e falou: - Eu sei há sete meses.

-O QUÊ?! –Levantei indignado. Ela havia me escondido isso por quase um ano! – Por que você não me contou antes?!

Lágrimas começaram a descer e a molar seu rosto, eu já não conseguia mais manter meu nervosismo pra mim mesmo e nem se queria saber de tudo... Sabem filhos, às vezes a ignorância é uma coisa boa... Lembrem-se disso posteriormente.

-Você vai se casar em duas semanas, Matt. – Lembrou-me como se fosse uma coisa bastante óbvia. - Se eu lhe dissesse, você iria fazer um escândalo e iria ficar cheio de problemas que não são seus... Além do mais, não seria justo nem com você ou com Lucy, eu estragar os planos para o casamento de vocês apenas por causa da minha doença. – Eu bufei, incrédulo no que ouvia. Ela tomou isso como uma negação de que isso não afetaria no casamento, coisa que não era, pois eu já até estava pensando em adiar o casamento para dar mais assistência a ela. –Eu ia te contar depois... Da cerimônia.

-Isso que não seria justo! – Afirmei.  -Eu estaria feliz enquanto você estaria sofrendo!

-Matt, entenda o meu lado! – Gemeu pondo a mão pra cima, exasperada. –Tenho dois filhos ainda crianças e agora descubro que tenho câncer no pulmão... Você acha que está sendo fácil pra mim?!

-C-Câncer?! – Arfei. –Como assim você tem câncer?! –Perguntei tentando não surtar. Não sei se eu tinha uma ilusão de que o que ela tinha era simples como uma catapora, mas um CÂNCER?!

-Matt... Senta aqui. – Pediu-me me puxando para que eu sentasse ao seu lado na cama.  – Se lembra de que quando eu estava grávida e disse que eu esperava que uns testes que eu havia feito tivessem dado negativo?

-Sim... Vagamente. – Mentira! Eu não me lembrava de porcaria nenhuma de teste nenhum, mas se eu negasse ela aumentaria a história e eu já queria que ela chegasse aos finalmente.

-Duvido disso.  Mas enfim, o ponto é: Quando minha mãe estava grávida de mim, ela teve câncer e quando eu nasci os médicos afirmaram que eu teria grande probabilidade de ter também, já que ela teve durante a gestação. Então a cada seis anos, eu faço mil e um testes para ver se eu encontro qualquer coisa... Nunca havia dado nada, mas... – Ela fez mais uma pausa para conseguir mais fôlego. - Dessa vez deu. – Explicou pesarosa.

-Mas tem cura, né? – Tentei ser esperançoso e positivo.

Ela deu de ombros.

-Você sabe como essas coisas são imprevisíveis... Mas de acordo com meu médico, já que meu câncer foi descoberto precocemente tem grandes chances de que eu possa me recuperar. – Seu sorriso demonstrava que ela mesma não acreditava nisso.

-Você vai se recuperar, eu tenho certeza! – Disse meio histérico e com as lagrimas ameaçando a cair.

-Se Deus quiser, sim. –Disse num esboço de sorriso. –Mas com você e Lucy casados, eu posso ficar mais tranquila, pois meus filhos vão ter uma família bem estruturada, s-se e-eu p-partir, não é? – Sua voz tremia pelos espasmos provocados pelo choro.

-É por isso que você não se importou que eu e ela nos casássemos! – Entendi agora! Tudo parecia se encaixar como um quebra-cabeça mórbido, no qual eu tinha visto a foto antes para saber como ficaria depois de montado. – É por isso que mesmo não gostando dela, você incentiva que os garotos gostem dela!

-S-sim.

-E que história é essa de partir?! Você não vai morrer! – Garanti-lhe numa certeza que eu não tinha e que nós dois sabíamos que não poderia te garantir porcaria de NADA.

-Matt, eu só quero ter a certeza que se algo acontecer comigo, você vai criar nossos filhos do melhor jeito possível, você e a Lucy. Promete?

Sei o quão importante é para ela que eu prometesse isso, principalmente pra ela, que sempre pôs vocês em primeiro lugar. Por isso, mesmo temendo até minha alma que ela morresse, respondi sem pestanejar:

-Eu prometo.

AHHH, que sono, depois eu escrevo o que aconteceu no resto da noite, viu?


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Notas finais do capítulo

Reviews?