"Apenas.. Continue sendo você. Você me ensinou o que é o amor, mesmo eu duvidando de sua existência. Eu.. Só não acreditei nisso totalmente ainda, porque... Nunca tive nenhuma prova. Ninguém nunca me provou sua teoria, ninguém nunca me provou que o amor existe."

"Se você quiser, eu posso provar." Ele completou olhando diretamente em seus olhos.

"O que você quer dizer com isso Booth?"

Mal foi-se o tempo dela terminar de falar quando sentiram algo.. Algo único, algo que poderia ser só deles. Eles se sentiram. Sentiram um ao outro. O gosto de ambos. Aquele foi um beijo que começou lento, com um certo receio até, mas que depois, foi tornando-se mais apaixonado, mais urgente, como se os dois precisassem daquilo para respirar. Só se separaram quando precisavam de fôlego.

Então, estavam os dois, ofegantes, olhando-se nos olhos, suas testas encostadas uma na outra.

"Booth, isso foi apenas um beijo, um beijo não quer dizer que você me ame, assim como foi aquele do Natal."

"De que tipo de prova você precisa, então?"

Por um momento, era como se realmente se entendessem, souberam exatamente o que ela precisava.

"Eu... Quero que você me prove que era verdade aquilo que você me disse no Royal outro dia."

"E o que eu te disse?" Ele sabia o que era, mas queria ouvir da boca dela.

"Que, quando duas pessoas fazem amor, é quando elas se tornam uma, eu duvidei quando disse que dois objetos ocupando um mesmo espaço seria impossível, pois quebraria as leis da física, então, você conseguiu provar que eu estava errada dizendo que seria um milagre. Aquele dia Booth, foi quando você me explicou o que era fazer amor. Eu queria que você me provasse de uma vez por todas que dois objetos podem ocupar um mesmo espaço, que podemos quebrar as leis da física. Booth.." – ela hesitou- " Quero fazer amor com você, Booth, porque.. Eu te amo."

Naquele momento ele se via o homem mais feliz do mundo e, para aproveitar o momento, beijou-a novamente, com calor, com paixão. Sabia que ela era a mulher de sua vida, porém, ele tinha um certo medo, medo dela desistir no dia seguinte ir embora. Medo dele acordar e não ver ninguém ao seu lado, temendo que tudo isso seria apenas um belo sonho e que ele estaria ficando louco.

Porém, deixou tudo isso de lado e fez o que Bones havia pedido. Fez amor com ela, pois fora isso que ela lhe pedira, com todo o coração. Naquela noite não foi apenas sexo, os dois sentiram algo a mais, pois aquilo era amor. Era como se os dois estivessem unidos por algo além de seus corpos, pelo coração. Eles sentiram como se fosse a melhor noite da vida deles. Quando finalmente puderam fazer tudo o que queriam e expressar todos os seus sentimento: amor. Nenhuma palavra foi dita por ambos pelo resto da noite. Quase de madrugada, dormiram, abraçados, ele com o braço envolvendo a cintura dela e ela com seu braço por cima do dele. Nunca tiveram um sono tão tranqüilo.

9:20 da manhã do dia seguinte...

Booth acordou, e quando acordou pode ver que o que presumiu era verdade. Não havia ninguém lá. Estaria ele ficando louco? Ele estava delirando? Tudo não passara de um sonho?

Ele se levantou e andou até a cozinha, como que por impulso. Sua cabeça estava à mil. Quando, de repente, para sua surpresa, havia um bilhete em cima do balcão.

Booth,

Desculpe por não estar aí quando acordar, eu não saberia como reagir se ficasse frente à frente com você novamente. Eu não acredito no que fizemos ontem à noite. Quando fui repensar os fatos pela manhã, logo ainda na sua cama, percebi que fui uma imbecil, uma imbecil por acreditar que alguém poderia me amar realmente, quer dizer, eu disse o que sentia, finalmente tomei coragem para contar sobre os meus sentimentos, mas depois, me toquei que você não havia dito nada. Booth, eu praticamente me declarei pra você e você simplesmente não me disse nada, não disse ao menos a minha maior dúvida: se você me amava.

Quando me notificaram sobre a sua morte, foi como se tudo estivesse perdido, o mundo estava escuro e sem graça sem você de repente, eu não soube como reagi. E, sinceramente, só não chorei no seu enterro por que não havia mais como soltar uma lágrima sequer, de tanto que eu havia chorado nos últimos dias. E, depois de termos feito amor, eu percebi que era verdade, tudo que você havia me dito sobre amor. Eu realmente posso amar alguém, amar demais. Duas pessoas podem realmente se tornar uma, senti isso ontem. Ontem, tive o prazer de quebrar as leis da física, ao seu lado, pois foi como tudo de bom me aconteceu ultimamente: eu estando ao seu lado. Se eu estivesse aí pra cantar, certamente lhe diria isso:

"Just remember (Apenas lembre-se) ,

You're the one thing (você é a única coisa) ,

I can't get enough of (da qual nunca me canso) ,

 So I'll tell you something (Então, vou lhe dizer o seguinte:) ,

This could be love, because (Isso só pode ser amor, porque)"

"I've had the time of my life (Eu tive as melhores horas da minha vida) ,

No I've never felt this way before (Não, eu nunca me senti assim) ,

Yes I swear it's the truth, (E eu juro isso é verdade) ,

And I owe it all to you (E devo tudo isso à você)"

Porém, não estarei aí, nunca mais. Desulpe por ir embora de repente. Agora, no vôo das 10 da manhã, estou indo pra Guatemala, não pretendo mais voltar.

PS: Espero que não acorde tarde o suficiente para ir até o aeroporto e me convencer de que tudo não passou de um palpite, que eu estava errada sobre tudo e que.. Talvez, você me ame.

Com amor, sua Bones.

Booth terminou de ler o bilhete com lágrimas nos olhos; não sabia o que dizer, mas sabia perfeitamente o que tinha que fazer: ir atrás dela. E foi o que ele fez.

Booth nunca se trocou tão rapidamente, desceu as escadas pois com a energia e a pressa que tinha os elevadores não seriam sufuciente. Montou no carro com uma rapidez desconhecida e dirigiu feito um louco para o aeroporto, que, infelizmente, era longe. Temia por não chegar à tempo.

No aeroporto Brennan sentia uma tristeza imensa em deixar a única pessoa que amava na vida para trás. A única pessoa com quem tinha a chance de realmente ser feliz. Seu único parceiro, a pessoa em que mais confiara, que mais lhe fizera feliz. Mas não podia voltar atrás, não depois de dizer todas aquelas palavras comprometedoras pra ele. Ela não teria coragem. Porém, tinha que tomar uma decisão, ou ia, ou não ia. A resposta já estava mais do que óbvia.

Booth conseguiu chegar no aeroporto 10:10, o trânsito estava um caos, ainda mais com aquele tempo cinza quase branco misturado com aquela chuva e um vento muito forte, o que só aumentava a sua preocupação, pois levantar um vôo com essas circunstâncias seria de alto risco.

Assim que colocou os pés dentro daquele aeroporto ouviu no auto-falante: Última chamada, vôo da Guatemala 913 das 10 horas, favor irem até a área de embarque.

Booth pensou bem. Ela estava indo embora porque queria, fora decisão dela ir, mas, por um erro dele, o erro de por ela estar tão vulnerável aquele noite que ele esqueceu o quão literal ela era, que Bones não entendia metáforas, com ela, tinha que ser direto. Ele tinha que ter dito à ela com todas as palavras o amor que sentia. Tudo que sentia.

Na mais pura coincidência, assim que a moça acabou de anunciar a última chamada, ele ouviu assim da rádio: agora, para todos os corações apaixonados, The Only Exception. E começou a música. "Só pode ser brincadeira." Ele pensou, porque a música dela, estava agora, tocando na rádio. "Ou um sinal." Booth repensou. Preferiu a segunda opção e agora, resolveu correr para a área de embarque. Só que algo aconteceu.

Ele Parou.

Algo fez com que ele parasse.

O avião levantava vôo.

"Perdi a minha chance."

Agora, ela estaria lá, já levantando do chão.

"Perdi minha Bones."

Foi a única coisa que conseguiu pensar quando viu o avião já saindo do chão. Uma lágrima agora caía de seu rosto.