"Que tipo de jogo?"

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"Que tipo de jogo?"

"Eu faço uma pergunta e você tem que me responder a verdade e se você não quiser responder, terá que cumprir um desafio."

"Hum... Interessante. Pode ser."

"Ok, então... Quem começa?"

"Já que você sugeriu o jogo, comece, assim, você pode me dar um exemplo de que tipo de perguntas fazer."

"Ok, Bones. Hã, Deixe-me ver... Aquele dia, quando resolvemos o caso do papai Noel e você me beijou;" ela o observava atentamente " Eu disse que poderia falar com a Caroline, para que ela mudasse de condição, mas você disse que nãão eu perguntei por que e você disse que era por que ela se sentia travessa. Mas, qual era o real motivo?"

Booth percebeu que ela ficou vermelha, fazendo ele dar um sorriso.

"Era por que... Eu fiquei até, pode-se dizer, contente, com o pedido dela, por que... Na época,eu queria... Te beijar." ele estava com um sorriso agora de orelha à orelha .

"Só na época que você queria me beijar, não quer agora?" Ele completou, com um sorriso malicioso.

"Booth!" Ela o repreendeu, dando um soquinho no braço dele.

"Ah, Qual é, Bones, estamos jogando o jogo das perguntas. Você tem sempre que responder a verdade!" Ele disse agora, balanço os braços, como se para justificar algo óbvio.

"Bem, que eu saiba, toda regra de jogo, após a jogada de um jogador, é hora da jogada de um outro jogador, então, como você já tinha perguntado antes, agora é minha vez, tornando aquela pergunta totalmente inválida."

"Tudo bem, Bones, sua vez."

"Quando você percebeu que era... apaixonado por mim?"

"Logo no nosso primeiro caso, aquele caso do juiz, em que eu entrei naquela sala, vi você dando uma palestra e era como se o mundo parasse. Sei que você não acredita em amor à primeira vista, mas quando eu te vi, foi algo tão arrebatador, que eu até fiquei com falta de ar. Eu me perguntava: como uma mulher, nova, linda e bem sucedida pode gostar de mexer com mortos? A partir desse momento eu comecei a me sentir assim. Depois, quando nos beijamos após eu ter te demitido, era como se alguma bomba explodiss dentro de mim. Algo grande, maior do que eu jamais poderia imaginar. Que é o que eu sinto hoje por você. Amor."

Ele terminou a frase e Brennan estava com um sorriso bobo no rosto, de quem está apaixonado. Ela se aproximou de Booth e o beijou, um beijo tortuoso e quente, assim como se beijaram pela primeira vez, durante o mesmo caso do juiz. Se separaram minutos depois, e com suas testas encostadas uma na outra.

"Acho que agora é a sua vez." Brennan conseguiu dizer, ainda de olhos fechados.

"É."

Então, se separam para que pudessem retornar ao jogo.

"Sabe, após aquele nosso beijo, quase fomos dormir juntos. Mas, você saiu embora no táxi, me deixando por lá. Por que não o fizemos?"

"Por que... Não dormimos juntos?" Ela quis concluir

"É. Por que?"

"Por que, eu fiquei com medo de que você só me usasse para satisfazer suas necessidades biológicas, eu fiquei com medo de que fizéssemos apenas sexo, não amor, como fazemos hoje. Eu não queria ser apenas outro caso de uma noite na sua vida." Ela disse isso e abaixou a cabeça. Ele a pegou pelo queixo com o indicador.

"Bones, você nunca seria um caso de uma só noite na minha vida. Ok? Nunca."

Ele deu um demorado selinho nela, como que apenas para concretizar o que havia acabado de dizer.

"Você... Se arrepende de não termos dormido juntos?" Ela olha para ele meio que esperançosa.

"Não. Por que se tivéssemos feito isso naquela época, talvez não estivéssemos como estamos hoje. Juntos."

"Não teria como você saber."

"Prefiro não arriscar."

Ambos sorriram e agora, ele recosta numa árvore que estava ao seu lado, abrindo as pernas e puxando Brennan para sentar-se entre ele. Com a cabeça apoiada em seu peito. Agora, ambos apreciando a paisagem. Eles respiraram fundo e apenas, continuaram olhando. Cada um com seus próprios pensamentos. Até que ele resolveu quebrar o silêncio.

"Por que você resolveu ir embora de uma vez ao invés de apenas me perguntar se eu te amo?"

Ela responde com outra pergunta:

"Por que você não disse logo que me amava?"

Um silêncio pairou entre os dois antes dele responder a pergunta.

"Por que eu tinha medo que você me rejeitasse, não sabia se sentia o mesmo por mim."

"E por que não respondeu algo como: eu também.. Quando eu disse que te amava?"

"Acho que é por que eu fiquei tão maravilhado com o fato que eu simplesmente não consegui dizer nada antes de conter o que eu tinha dentro de mim, que era aquela vontade de beijar, de te ter só pra mim, antes que qualquer outro engraçadinho da internet ou agente do FBI, te levasse embora, pra longe de mim."

"Booth, eu nunca irei embora."

"Você me disse uma vez que não acreditava em absolutos." Ele completou, sorrindo.

"Sim, e eu não acredito, mas quando um fato se torna um absoluto, esse absoluto deixa de existir e se torna um fato."

"Como assim?"

"Por exemplo, quando a borboleta emerge, a lagarta deixa de existir, por que se torna uma borboleta."

"Hum...Acho que entendi."

Ela resolveu perguntar algo que a estava incomodando desde que brigaram.

"Sabe Booth, eu sei que aquela noite no aeroporto você estava zangado comigo por achar que eu não ia aceitar seu pedido. Mas eu.. Preciso saber de uma coisa."

"O que Bones?"

"Você, disse a mim todos os meus defeitos, só para me magoar? Sabe que eu nunca faria isso com você."

Ele percebeu um relampejo dor passar pelos olhos dela. Mas ele tinha que responder. Esse era o jogo da verdade.

"Disse. Naquela hora eu estava bravo e só queria que você também saísse machucada daquilo tudo. Pois eu achei que tivesse recusado meu pedido. Era como se fosse um tipo de vingança. Mas sabe, eu me arrependo, muito, de ter dito aquilo tudo pra você, e também me arrependo por ter quebrado aquela promessa que te fiz na noite em que cantamos."

"Qual promessa?"

"A de que eu nunca te machucaria. Mas eu o fiz, então, me perdoe."

"Sabe Booth, eu confiei em você e a parte que eu mais odiei, era que você sabia o que mais me incomodava e o usou contra mim. E pior, insinuou encontrar outra parceira, me fez acreditar nisso. Eu me senti insegura, vulnerável. E eu não gosto de me sentir assim." Ela completou, deixando escapar agora uma lágrima.

"Eu sei. Bones, me desculpe." Ele enxugou suas lágrimas com o polegar.

Ela lançou um sorriso pra ele, daqueles não muito animadores, só pra dizer que o entende. Porém, ainda assim ficou um clima tenso no ar. Ela tentou quebrar o gelo fazendo-lhe outra pergunta:

"Booth, acha mesmo que sua fictícia parceira iria ser mais bonita e amigável do que eu?"

"Não. Impossível. Ninguém é mais bonita do que você."

"Mas, e mais amigável?"

"Bem, Bones, poderia até ser. Mas se ela fosse muuito amigável ia acabar se tornando fácil e uma das coisas que eu mais gosto em você é que você é difícil, não sai com qualquer um nem facilita pra qualquer um. Bem, menos para o Sully... Pra ele você facilitou. Agora pra mim... Não posso dizer o memso."

Os dois riram e ela deu um tapinha no braço dele.

"Ora Bones, esse é o jogo da verdade. Essa é a zona da verdade."

Ela sorriu, fazendo com que ele sorrisse também. Então, eles se beijaram, mais um daqueles beijos únicos entre eles. Brennan colocou uma mão ao lado do rosto dele, tentando aprofundar o beijo. Booth colocou suas mãos na cintura dela, virando-a para si e trazendo-a mais para perto. Então, ele a deitou na grama, e ficou apoiado em seus braços para não colocar todo o seu peso sobre ela. O beijo terminou como começou, leve e sutil. Eles continuaram se entreolhando até que Booth quebrou o silêncio.

"Sabe Bones, seus olhos ficam ainda mais bonitos à noite."

"Não posso dizer o mesmo dos seus, por que eles são sempre maravilhosos, não perdendo por um momento sequer esse brilho que sempre me faz perder o fôlego, que me lembra de casa."

"Obrigado, Bones." Os dois sorriam e agora, trocaram outro selinho, mas esse um pouco mais profundo, quase virando um beijo.

Então, ele saiu de cima dela e deitou ao seu lado. Ambos ficaram sorrindo e olhando para as estrelas. Só então, perceberam que o cd ainda estava tocando, e que ainda se podia ouvir as músicas, já que a porta estava aberta.

"Nossa Booth, esquecemos o rádio ligado, o cd ainda está tocando!" Se entreolharam e começaram a dar risada.

"Sabe Booth, essa música é muito bonita."

"Todas as músicas que me lembram você são lindas."

"Mas, de verdade Booth, ela é muito bonita."

"Bem, Bones, este cd foi feito pensando em você."

Agora, no refrão, eles passaram a cantar juntos.

If you're lost you can look (Se você estiver perdido, olhe ao redor)

And you will find me, time after time ( E vai me encontrar, o tempo todo)

If you fall I will catch you (Se você cair, eu vou te segurar)

I'll be waiting, time after time ( Eu estarei esperando, o tempo todo)

If you're lost you can look (Se você estiver perdido, olhe ao redor)

And you will find me, time after time ( E vai me encontrar, o tempo todo)

If you fall I will catch you (Se você cair, eu vou te segurar)

I'll be waiting, time after time ( Eu estarei esperando, o tempo todo)

Eles ainda observavam as estrelas, e enquanto a música fazia seus acordes finais, ela perguntou.

"Quais músicas também tinham antes dessa Booth?"