Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 35
A vergonha pulsa no meu coração


Notas iniciais do capítulo

Olááa´. Não demorei dessa vez *le milagre* Ah cara eu queria dizer que estou boladissima, véi eu perdi 20 fucking leitoras! Caramba o que foi que eu fiz? A história ta ruim? Eu fui chata com vocês? Eu sou chata o tempo todo gente, desculpa :S Sério cara, só metade das meninas deixaram review. Fiquei muito bolada cara :(
Queria agradecer a Meedie linda que recomendou a fanfic ♥ Ta vendo? Pelo menos alguém nesse mundo ainda não me despreza? Suas falsa, vemk Meedie vamos ser amiguinhas, não precisamos dessas baranga q me abandonaram u.u Agora falando sério, muito obrigada pela recomendação flor! O capitulo é todo seu ^^
gente, a fanfic ta numa fase bem complicada, eu sei q vcs tão cheias de dúvidas, mas eu realmente queria deixar vcs com a pulga atrás da orelha mesmo! Qualquer dúvida cabeludissima q tiverem podem me mandar um S.O.S. que eu tento resolver ao máximo okay?
Enfim, espero que gostem do capitulo, voltamos ao tamanho normal de sempre e ele n foi betado pq toco preguiça de mandar minha beta sair da cova dela pra vir betar, então por favor, desculpem qualquer erro.
Boa Leitura
Beeijos!



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Entrei no quarto sem muita dificuldade, dois segundos depois Joe já estava lá dentro.

– Você demorou!

– Não tenho tempo pra falar Joe, o Jimmy está lá embaixo, trás ele pra dentro sem o papai ver.

– Jimmy? “O” Jimmy?

– Vai logo Joe!

Notei um sorriso idiota brotar no rosto dele enquanto ele corria lá para baixo. Ele conseguia ser mais fanático pelo Jimmy do que eu, mesmo sem nem ter conhecido ele, era estranho. Havia juntado as economias de um semestre inteiro, só para comprar as baquetas que eu tinha ganhado quando era criança. Eu não vendi pelo dinheiro, mas porque parecia significar muito para ele.

Sorri sozinha, acho que ele vai ter um treco quando encontrá-lo.

Me lembrei de que tinha algo importante a fazer, puxei o telefone do bolso e disquei um dos números da agenda. Uma voz rouca e um pouco sonolenta atendeu.

– Hum, alô?

– Shadows? Sou eu, Shannon.

– Shannon? – quando a voz pronunciou meu nome, então me dei conta de que não era com o Matt que eu estava falando. Merda. Apertei os olhos e mordi os lábios com força, não queria falar com ele. – ainda está viva?

– Owen me deixa falar com o Matt.

Ele soltou um riso breve, rouco, suave, misturado a um suspiro.

– Não dá, ele saiu.

– Procura o Brian e me deixa falar com ele então?

– Também não.

– Zacky, Johnny, qualquer um porra! – qualquer um que não seja você.

– Eles estão dando entrevista pra um programa de rádio, eu estou sozinho aqui – disse quase com um tom de vitória na voz – Pode deixar o recado comigo.

Cerrei os punhos com raiva, mas acabei soltando um suspiro me dando por vencida.

– Eu preciso que eles venham pra cá, só por um dia. Não vai atrasar a turnê.

– Aconteceu alguma coisa?

– Por favor, passe o recado para eles okay?

– Okay, eu dou seu recado. Não vou tentar falar mais nada, parece que você não está muito pra conversa hoje, né Sullivan?

– Chupa meu pau! – então desliguei o telefone, o joguei em cima da cama com raiva e passei as mãos entre os cabelos. Assim que me virei, me deparei com a figura dele, escorado na porta com os braços cruzados, tentava fazer uma cara de pai sério prestes a dar uma bronca na filha, mas eu sabia que por dentro ele estava morrendo de vontade de sorrir.

– “Chupa meu pau”? Com quem estava falando menina?

– Ninguém – sorri para ele e em seguida ele entrou no quarto, já estava ficando um pouco grisalho, os fios negros do cabelo já começavam a se salpicar de cinza, o sorriso já começava a marcar ao redor dos olhos, mas nem por isso ele deixava de ser o pai mais bonito de toda a escola.

– Você não tem jeito mesmo né? – puxou a cadeira da escrivaninha e desmanchou o sorriso. – Onde esteve?

– Como assim onde? Eu estava aqui.

– Você não me engana Fiona. – dei um soco no braço dele – Você foi nadar outra vez não foi?

– É claro que não.

– Não? Então por que seu cabelo está molhado, seus olhos estão avermelhados e você está cheirando a tubarão? – Não consegui evitar o impulso de levar o pulso até o nariz pra ver se era verdade – OLHA AÍ! Shannon quantas vezes vamos ter que ter essa mesma conversa? Sabe o quanto isso é perigoso? Ainda mais com os seus problemas, imagina se você sente algo dentro da água?

Revirei os olhos e comecei a caminhar pelo quarto, ainda não tinha tomado meus remédios hoje.

– Eu sei de tudo isso okay? Não precisa repetir.

– Ah você sabe? Então por que continuar fazendo isso Shay? Não seja tão descuidada só por que ele também era. Não precisa caminhar o mesmo caminho dele meu bem.

– Hum.

– Vai ficar só grunhindo é? Eu sei o quanto você ama nadar, eu te coloquei na natação por isso não foi? Mas o lago Shay, putz! É muito escuro, frio e fundo! Você não sabe o que tem ali.

– Eu vou ter cuidado eu prometo.

– Já perdi as contas de quantas vezes já prometeu isso... – ele então parou de falar por um instante, parecia prestar atenção em algo. Levantou-se, devia ser Joe com Jimmy, eu não podia deixar que ele o visse.

– O que estava falando pai?

– Espere aqui.

– O que? Não, eu acho que preciso muito desse sermão, sabe? Continua, também acho que tenho sido muito inconseqüente... Pai? VOLTA AQUI! TIREI UM “F” EM ÁLGEBRA!

Tarde demais.


Allie

Minha boca estava tapada, por isso minha respiração saía mais descompassada do que já estava, o quarto estava escuro e eu enxergava pouco mais do que a penumbra dele, além dos olhos, que estavam muito próximos de mim, reluzindo negros. Sua testa encostou na minha e pude sentir sua respiração contra meu rosto, tinha o cheiro forte de álcool. Vagarosamente deslizou a mão para longe da minha boca.

– Eu te amo Allie – o senti tocando a pele do meu pescoço com a ponta dos dedos, contornado o osso da clavícula e em seguida subindo até meu maxilar – Seja minha, só por uma noite, por favor. Só por hoje, eu nunca mais encosto um dedo em você depois disso, só... Quero te ter uma única vez na minha vida.

Meu coração parecia que ia pular pela minha garganta, não sabia o que fazer. Não podia dizer que não sentia nada por ele, isso era uma grande mentira, eu também o amava, não do jeito que eu amava Jimmy, mas eu o amava. Posso dizer que assim que tomei aquela iniciativa, me arrependi, mas uma parte de mim sentia que devia aquilo a ele, ou pior, uma parte de mim queria muito pagá-lo.

Não precisei esticar muito meu rosto para encontrar os lábios dele, quentes, agridoces. O abracei sentindo a pele macia e fria das costas dele, me pegou no colo de surpresa e me conduziu até a cama, foi me deitando nela e ao mesmo tempo ele se colocou sobre mim, beijando meu pescoço de uma maneira tão deliciosa, doce e gentil que até me fez sorrir de um jeito nervoso. As mãos dele se colocaram em minha cintura e com cuidado puxaram minha blusa para cima, ele realizava cada pequeno gesto quase como um ritual sagrado. Quando terminou de me despir ele ficou um instante parado, apenas olhando para mim.

– Você é perfeita.

O puxei pelo cinto e o beijei, deslizei as mãos por seu tronco, abri o cinto e os botões da calça, mas ele me parou, beijou minha barriga e depois foi descendo devagar, beijando minha coxa, virilha e em seguida minha região íntima. Um calor percorreu meu corpo como uma corrente elétrica, a língua dele me estimulava depressa, me fazendo gemer baixo e me remexer ao seu toque. Senti que estava ainda mais excitada, emaranhei meus dedos nos cabelos dele e fechei os olhos, até senti o gozo descer, encher a boca dele e escorrer. Ele ergueu o rosto com aquele sorriso cretino dele, eu já estava fora de mim. Puxei suas calças para baixo com força, ele terminou de baixá-las e as chutou para longe. Acariciei seu corpo, descendo as mãos pelo tronco, quadris e chegando ao seu membro.

O apertei de leve e ele soltou um grunhido suave, o estimulei um pouco e ele me beijou outra vez, me deitou na cama mais uma vez e sem quebrar o beijo, ele me penetrou de uma única vez, quebrei o beijo pra soltar um grito de dor.

– Desculpa – ele disse junto ao meu ouvido.

– Não precisa pedir – os lábios dele encontraram os meus mais uma vez. Cruzei as pernas em torno dos seus quadris e ele iniciou as estocadas, a princípio lentas, mas aos poucos foram tomando um ritmo mais acelerado. Sam me abraçava e ofegava junto ao meu ouvido, a pele dele tinha um cheiro fresco, misturado ao suor. Meus quadris batiam com força contra os dele, fazendo um barulho um pouco alto, de carne se chocando com carne.

Olhei para o rosto dele, havia muito tesão em sua expressão, os lábios estavam vermelhos e os olhos pareciam faiscar, senti meu ápice se aproximando e o puxei para ainda mais junto de mim, agarrei com força em suas costas, mordi seu ombro enquanto sentia o pênis dele entrar e sair depressa. Gozei logo em seguida, mas ele continuou estocando, me beijou tentando inibir meus gemidos, um pouco depois ele se jorrou por inteiro dentro de mim.

Soltei um suspiro longo, minha respiração saía falha e o ar parecia faltar. Samuel se retirou de dentro de mim e se deitou ao meu lado, o único som que eu ouvia era o som do ar entrando e saindo de suas vias respiratórias quase com desespero. Ele fez menção de me puxar para deitar em seu peito, mas me virei para o outro lado, ficando de costas para ele.

– Eu te amo – ele disse.

– Não era pra isso ter acontecido.


Lali

Um puta de um impasse. Era nisso que eu me encontrava. O ônibus da banda sai hoje de madrugada, até agora não arrumei uma mala sequer. Senti o machucado pinicar, cada vez que ele doía o motivo de eu não ter coragem de partir me vinha à mente: Max. Meu instinto me dizia que não era apenas uma mulher gananciosa se aproveitando dele, havia algo muito maior ali, minha mão coçava de curiosidade cada vez que eu pensava nisso. Se eu estivesse certa, Max estava com grandes problemas, eu não podia simplesmente dar as costas e ir pegar um bronze na Califórnia.

Califórnia.

Junto com o estado me vinha meu outro problema. Não que eu estivesse apaixonada nem coisa do tipo, nem sei se isso ainda é possível pra mim, mas eu não sei, talvez fosse o efeito que a presença dele causava em mim. Eu tinha medo dele, medo de que ele me tocasse e ficasse uma marca que não saísse nunca mais, eu tinha medo de que tudo fosse como antes, mas ao mesmo tempo eu me sentia um pouco viciada. O cheiro da pele dele, os olhos cor de cobre, a voz, o jeito de se portar, era viciante. Aquilo não devia ser algo tão difícil, mas era.

Alguém bateu na porta e me desfiz de meus pensamentos, assim que a abri me lembrei que eu esperava a visita de alguém.

– Hey Max, entra aí. – Ele entrou, estava mal penteado, com a barba sem aparar e parecia um pouco amarrotado. Usava um par de óculos escuros e caminhava como se estivesse com uma vara no cu. – Você está bem?

– Sim, mas com um pouco de ressaca. Desculpe não ter te dado muita atenção ontem, aquele X Box é uma coisa do demônio.

– Não se preocupe com isso.

– Queria me ver? – Ele girou no próprio eixo – Ainda não começou a arrumar as malas?

– Sim, eu queria saber se tem alguma novidade da tal Lyn? E não, eu não comecei a arrumar as malas, ainda não tenho certeza se quero mesmo ir.

– Eu estou evitando a Catelyn, mas sei lá, eu estou com um mau pressentimento.

– Max, você precisa de proteção, liga pros federais, não faço a menor idéia do que é que você faz no seu laboratório, mas está atraindo gente perigosa e você não pode mais se dar ao luxo de andar se descuidando.

Max ficou um segundo me encarando em silêncio, acho que ele estava pensando a respeito.

– Você tem razão Lali, hoje mesmo eu vou ligar pros caras do governo, vou falar disso, eles devem dar um jeito.

– Ótimo! Isso me deixa bem mais aliviada.

Ele sorriu e coçou de leve a barba que começava a despontar.

– Não respondeu o motivo de ainda não estar de mala feita.

– Não é da sua conta okay? – eu disse rindo e ele sorriu de volta.

– Tem certeza que não é por causa do Sr. Haner? – fiz uma careta ameaçadora para ele – Okay! Mas se precisar de um lugar pra ficar, bom, minha casa é bem grande.

Bateram na porta novamente, fui sorrindo abrir a porta e me deparei com um Brian já dando as costas para sair.

– Brian.

Ele se virou para mim com um sorriso um pouco forçado no rosto.

– Hey.

– Por que estava saindo?

– Oh, eu achei que estivesse ocupada.

– Não. É só o Max.

– E eu já estou de saída – Max apareceu atrás de mim, me deu um beijo no rosto e foi caminhando meu envergado para o elevador.

– Vai entrar ou vai ficar ai com essa cara de bunda?

Brian sorriu e entrou, notei que ele carregava duas garrafas consigo, ao ver que eu olhava para as garrafas ele as estendeu para mim.

– Por que não chacoalha as duas juntas e faz alguma coisa pra gente?

Eu sorri e peguei ambas em mãos, depois fui atrás do kit para drink. Brian se sentou na cama e olhou em volta.

– Cadê a sua mala?

– Eu não fiz ainda.

– Não? Hum. – Caminhei até ele e sentei ao seu lado na cama, coloquei o copo entre as pernas e despejei um pouco do líquido de cada um dentro dele. – Não devia ter feito isso.

– Isso o quê?

– Colocado o copo ai. Agora quando eu beber isso vou automaticamente pensar no breve instante em que ele entrou em contato com sua vagina. Oh god, acho que estou excitado.

Soltei uma gargalhada histérica e dei um soco em seu braço.

– Cala a boca seu pervertido! – peguei o copo e o tampei, o chacoalhei sorrindo e notei que ele parecia um pouco triste. Depois de misturar o despontei e tomei um gole pequeno, estendi para ele logo depois. – Você está bem Haner? Parece estranho.

Ele pegou o copo e bebeu um gole demorado, talvez para enrolar antes de dar a resposta. Depois ele olhou para mim.

– Eu pedi um tempo para a Michelle, me mudei para o quarto do Zacky até. Estava meio difícil de olhar pra cara dela, não por causa da traição, mas... Por causa de você. – O que eu podia responder? Fiquei olhando pra cara dele com a boca aberta, meio estática. – Não to dizendo que te amo nem nada, eu só... Sei lá, eu não sei, estou com uma vontade muito grande de ficar com você. – Pelo menos pisca Lali, anda, não é difícil, piiiisca – Vamos lá, pelo menos diz alguma coisa, se me mandar ir pro inferno eu vou entender, eu sei que te assusto e...

Eu pisquei, e no instante seguinte estava puxando ele para mim, provando os lábios dele de verdade, sentindo de perto o cheiro gostoso da sua pele e o mantendo junto a mim.


Jimmy

– Como você...? Eu pensei que você... Ela veio com você? – era estranho, ele parecia emocionado em me ver? Mas que bodega aconteceu nesse meio tempo pro Samuel estar todo meigo pro meu lado?

– Não ela não veio comigo, eu vim do passado, não sabia nem que ela tinha desaparecido.

– Ah – só então reparei nele, o corpo ainda estava forte, não parecia ter mudado muito, mas seu rosto estava diferente, os cabelos um pouco mais compridos pareciam ficar grisalhos. – Eu devia ter notado, você parece mais jovem mesmo. Como veio parar aqui.

– VOLTA AQUI! TIREI UM “F” EM ÁLGEBRA. – Shannon gritou do outro lado do corredor.

– Não precisa responder – disse sorrindo.

– Ela ficou muito bonita.

– É, e ficou muito parecida com você também, chega ser irritante às vezes.

– O que aconteceu? Digo tudo está tão embaralhado, onde está todo mundo? Onde eu estou?

Ele entrou no quarto do menino e se sentou. Um pouco depois Joe e Shannon apareceram na porta com os olhos quase saltando das órbitas.

– Vocês vão duelar ou coisa do tipo? – Joe disse com duas canecas de café em mãos e eu sorri.

– Até achei que ia rolar um Mortal Kombat, mas parece que não.

– Me dá o café aqui Joe, eu e o Sr. Sullivan precisamos conversar.

– Podemos ouvir? – Shannon disse tentando fazer uma cara de inocência que com certeza não parecia verdadeira.

– Não, os dois esperem lá embaixo.

Os dois resmungaram simultaneamente e saíram. Sam me encarou.

– Eu sei que é estranho ter que dar de cara comigo assim desse jeito, mas as coisas aconteceram muito depressa e quando eu vi já estava sendo mordido pelo seu Taz da Tasmânia ali embaixo. – estiquei a canela mostrando o ferimento.

– É uma raposa, ele já está bem velho, mas ainda ataca com vontade! Me desculpe por isso, Shannon nunca conseguiu treinar aquela coisa.

– O que aconteceu comigo Samuel? Shannon disse que eu sumi, mas sei lá, eu morri?

– Não, aconteceu exatamente como ela disse, você desapareceu.

– Como?

– Você e a Allie ficaram presos.

– A gente ta na cadeia?

– Não, vocês ficaram presos no tempo.

– Como?

– A máquina foi destruída com vocês dois dentro, com a morte do Max ninguém mais sabia como trazê-los de volta.

– Quem destruiu? Como o Max morreu?

– Jimmy, eu não vou falar muito a respeito disso, se tem uma coisa que eu aprendi durante os anos convivendo com a Allie, é que você não deve alterar demais as coisas. Se eu falar tudo o que eu sei, as coisas não vão acontecer naturalmente.

– Então por que me contou sobre meu desaparecimento?

– Porque eu também aprendi que algumas coisas podem ser consertadas, e você é a única chance de consertar isso.

– Uau, e como sabe que eu vou ser capaz disso? Você vive dizendo que eu sou um imprestável viciado que age sem pensar e blá blá blá.

– Isso tudo é verdade, mas ser retardado além se seu maior defeito, também sempre foi sua maior qualidade.


Allie

Quando acordei, eu me sentia como um robô, fiz tudo o que tinha que ser feito, tomei banho, preparei o café, acordei Shannon e fiz tomar banho, a penteei e a arrumei para a escola sorrindo e sendo a mãe carinhosa que eu costumava ser. O ônibus escolar chegou e ela foi se arrastando para ele, não era exatamente o passeio preferido dela, mas totalmente parte da rotina normal.

Normal.

Eu não me sentia normal. Depois de ver Shay entrando no ônibus, apenas fechei a porta e me joguei no sofá, me encolhi e comecei a chorar em silêncio. O som de passos descendo a escada fez com que eu limpasse rapidamente as lágrimas e me colocasse de pé.

– Bom dia Allie. – respondi com um aceno de cabeça – Não precisa se fazer de forte, eu vi você chorando.

Não consegui segurar mais, caí no sofá mais uma vez, dessa vez chorando a largos pulmões.

– Ele não merecia... Eu me sinto tão suja.

Senti o sofá abaixar um pouco e os braços dele me envolverem em um abraço.

– Me desculpe, eu não devia ter te induzido a isso.

– Não devia, mas induziu e o pior... Eu queria aquilo. Oh deus, como eu pude. Tire as mãos de mim, eu quero ficar sozinha.

Samuel se pôs de pé.

– Eu entendo. Prometi que nuca mais tocaria em você, eu vou cumprir.

– Vai embora Sam.

– Já estou indo – ouvi o som dos passos dele indo em direção a porta, mas antes de abri-la ele me chamou, voltei os olhos para ele com dificuldade – Hoje mesmo vou dar entrada nos papéis do divórcio, isso te deixa mais aliviada? – confirmei com a cabeça – Ótimo. Espero que fique bem.

Depois disso ele apenas abriu a porta e saiu.


Max

Cheguei em casa quando já começava a anoitecer. O portão não estava querendo abrir, talvez algum curto na vizinhança tivesse feito com que ele parasse. Dei de ombros e desci do carro, dentro da casa eu tinha o telefone do técnico que cuidaria disso pra mim. Deixei o carro ali mesmo e me dirigi para o portão menor, o abri com a chave e entrei. O sentimento estranho, de como se algo estivesse errado me atingiu mais uma vez, girei no meu próprio eixo e olhei em volta. A casa parecia em perfeita ordem ali do jardim.

– Você está ficando maluco Maximillian! – disse para mim mesmo.

Caminhei normalmente até a porta da casa, parecia que havia um cheiro estranho no ar, destranquei a porta e assim que a abri ouvi um clique, rapidamente olhei para o alto e havia um fio de náilon preso a ela. Uma armadilha. O cheiro estranho era de butano, gás de cozinha. Deu-se início a pequenos bipes vindos do interior da casa. Uma contagem.

– PORRA! – virei as costas e saí correndo o mais rápido que podia, antes que eu chegasse para fora do jardim da casa um estrondo forte ecoou, senti meus pés desgrudarem do chão e algo pesado me atingir nas costas.

Caí na calçada com um pedaço de concreto me mantendo imóvel junto ao chão, meu corpo latejava e minha casa inteira estava em chamas.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! *Não me abandonem pelo amor do reverendo :(
Qualquer comentário é bem vindo!
Beeijos