Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 36
Nós todos amamos odiar


Notas iniciais do capítulo

Oláááá!! eu nem o que dizer nessas notinhas eu fui tão xingada, culpa da Allie, ai Alison, sai daqui com a sua impureza, sua adúltera. mentira gente, eu garanto p vcs q um dia vcs ainda vão voltar a amar a Allie (ou não né)
Enfim, esse capitulo não foi betado pela Lalis, foi betado pela Gabi (laleliloluq) Vcs lembram dela gente?? Ela era quem betava antes da Lalis roubar a Comis dela ^^
Queria agradecer a linda da Little J que recomendou a primeira fanfic da minha vida, e como ela já acabou eu resolvi agradecer por aqui. Obrigada sua linda ♥33
Enfim, ai pfvr não arranquem minha cabeça antes da hora, ainda resta um pouco de purpurina feat. fofura no meu coração, eu juro!
Espero que gostem!
Boa Leitura
Beeijos *u*



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- Acorda fedelho! – Acertaram uma garrafa vazia de água na minha cabeça, mas eu não estava dormindo – Já chegamos!

- Pare de atirar coisas em meu filho, Haner!

- Ah Val, por favor, ele não tem mais cinco anos, eu posso atirar o que eu quiser nele.

Me limitei apenas a erguer o braço e mostrar o dedo para ele.

- Olha só vagabundo! Levanta esse dedo de novo que eu quero quebrar ele em dois!

- Para de implicar com o Owen, Gates – notei minha mãe baixar o tom de voz e cochichar, só que não foi baixo o suficiente para que eu não ouvisse – Ele está ansioso por causa da menina do Jimmy.

- Eu ainda posso te ouvir mãe – ainda falei sem me mover, meus olhos permaneciam fixos na fachada da casa dela.

- Andem, desçam, vão cumprimentar o pessoal, eles devem estar ansiosos para nos verem – Meu pai, tinha certeza que ele estava prestes a sentar no banco ao meu lado e dar um sermão longo sobre amor, uma merda. – Vão indo na frente, eu e o Owen vamos depois.

O que foi que eu disse?

Brian passou e bagunçou meu cabelo.

- Devia cortar esse cabelo, está parecendo uma menina. É por isso que a Wade não te quer.

- GATES! – meu pai ralhou, alto como um trovão. Eu odiava ser a piadinha do Brian, ainda mais quando o assunto era Shannon, ele não sossegava até eu perder a paciência e tentar dar uns socos nele.

- Okay, calei minha boca!

Depois disso vi pelo vidro da janela um por um descendo, Zacky, rosa e redondo, Johnny puxando a barriga para tentar parecer menos gordo que Zacky, minha mãe de mãos dadas com Gena, que estava grávida de alguma coisa do Zacky, Brian foi o último. Arin, como era de esperado, não desceu, ele não se sentia confortável na presença de Shannon, era muito estranho, parecia que ele queria atacar ela, ele meio que surtava. Então sempre ficava no ônibus durante as visitas para evitar confusão.

- Vai olhar para mim ou vai continuar aí com esse bico? – Me senti obrigado a virar e encará-lo, pode parecer gay da minha parte, mas eu era louco pelo meu pai. Quando eu era criança todos os meus amigos eram loucos pelo Batman, pelo Iron Man, Thor, ou algum outro herói da Marvel, enquanto eu era louco por ele. Ele sempre foi um herói pra mim, o mais forte, mais foda, o mais poderoso de todos, meu pai era o M. Fucking Shadows, mas nas horas também era Matt, o cara viciado em videogames, cheio de tattoos e um babão viciado em comida mexicana. – Posso me sentar aqui?

- É claro que pode, o ônibus é seu, porra. – Soltou uma risada e me deu um peteleco na cabeça enquanto se sentava.

- Hey Dude, não vai querer descer dessa vez?

- Eu quero descer, mas não sei se a pessoa dentro da casa vai gostar.

- Pare de besteira filho, a Shannon é uma menina complicada, você sabe, mas ela não te trataria mal.

- Não? Eu não tenho tanta certeza. Ela me odeia.

- Ela não te odeia.

- Sim odeia, ela disse na minha cara que me odeia e que queria que eu morresse. – Meu pai soltou uma gargalhada sonora que fez Arin reclamar lá da ponta do ônibus por ter sido acordado – Não é engraçado.

- Owen, ás vezes você parece com a sua mãe, ela nessa situação também ficaria com vergonha, acho que ela tem menos cara de pau do que eu. Mas eu vou te dizer uma coisa, eu não sabia que era possível que um filho se parecesse tanto com o pai como a Shannon se parece com o Jimmy, e se você quiser que ela sinta alguma coisa por você, vai ter que encher o saco dela até não agüentar mais. Você precisa se arriscar, filho.

- Tá maluco? Ela só vai me odiar mais, não se lembra do que aconteceu na ponte da última vez? Ela é doida!

- Eu não disse que ela iria te amar, eu disse que ela sentiria algo por você.

- Ela é doida pai, ela pode me matar!

Ele deu de ombros e se levantou.

- Então acho melhor você desistir.

Depois foi saindo a passos lentos pelo corredor do ônibus, suspirei e fechei os olhos, se eu saísse vivo daquela casa ia ser um milagre. Me levantei e corri até ele.

- Eu vou com você. – Meu pai se limitou a sorrir e me dar um leve tapa nas costas.

Allie

Parei o carro e fiquei respirando ali dentro por um longo instante, assim que o sinal tocou, olhei meu rosto rapidamente no retrovisor, minha cara não estava lá essas coisas, tinha certeza que Shannon notaria minha tristeza. Coloquei os óculos escuros, não gostaria de ter que explicar o que acontecera para ela, muito menos inventar alguma mentira. Desci do carro e me encostei na porta, no instante seguinte, um tsunami de crianças eclodiu pela porta da escola, levou um curto instante para eu identificá-la, assanhada, com recortes de papel emaranhados nos cabelos e correndo de braços abertos na minha direção, ela me encontrava com tanta facilidade enquanto eu a achava no meio da multidão.

- Ah até que enfim! – Ela me abraçou pelas pernas com força – Sexta feira, como eu te amo!

- Você está falando comigo ou com o fim de semana menina?

Ela levantou os olhos para mim.

- Com os dois. Agora vamos, quero sair logo daqui.

Abanei a cabeça e abri a porta de trás do carro, Shannon engatinhou pelo banco e se sentou na cadeirinha, me inclinei e atei o cinto nela.

- Sabe, não é certo você odiar tanto a escola.

- Eu não odeio a escola, só não gosto de ficar dentro dela.

- Por quê?

- Porque é chato.

- Precisamos encontrar alguma coisa na escola que faça com que goste de ir para lá, sabia?

- Não tem nada legal lá dentro.

- Isso é o que nós vamos ver.

Sorri e fechei a porta de trás, me sentei no banco do motorista e dirigi sem pressa para casa, tentando conversar com Shay do modo mais normal possível.

- Leve as coisas lá para o seu quarto e depois tome um banho, okay? Vou preparar o jantar.

- O papai vem jantar? – Trinquei os dentes diante daquela pergunta.

- Não amor, hoje não.

Percebi que ela hesitou um pouco, parecia querer falar algo.

- O que foi Shay?

- O gigante vem? – Eu não tinha certeza se eu ria ou chorava depois dessa.

- Não Shay, hoje somos só nós duas.

- Ah...

- Anda, faça o que eu disse, vou olhar como está o Wolfie e depois que se banhar podemos assistir algum DVD, pode ser?

O rosto dela se iluminou em um sorriso empolgado e depois subiu as escadas correndo. Suspirei fundo e fui até o jardim, a maldita da raposa havia bagunçado o jardim inteiro, levei alguns minutos para encontrá-la, mas não por que eu a avistara, e sim por que a coisa atacou meu tornozelo, mesmo não tendo dente nem nada. Eu sorri e peguei aquela coisinha no colo e entrei dentro de casa.

- Bom se nós vamos ser sua família é bom que você comece a ficar dócil.

Quando Shannon desceu, pegou o bichinho no colo e se sentou no sofá, liguei a TV, mas antes de colocar no modo para ligar o DVD, fui pega de surpresa com o noticiário.

“A casa do renomado cientista Maximillian Turner ainda está sendo uma dificuldade para os bombeiros. O fogo se alastrou por toda a propriedade e o incêndio se tornou algo crítico, a rua inteira foi bloqueada e os moradores das casas da vizinhança foram retirados para que ninguém se intoxicasse com a fumaça.”

- Mas o que... PUTA QUE PARIU!

“O cientista, que aparentemente chegava em casa na hora exata da explosão, foi levado inconsciente para o Hospital Regional de Madison, ainda não temos informações do estado de saúde dele.”

- Meu deus! Shannon vá se calçar agora!

- Mas...

- AGORA! – Ela saiu correndo imediatamente e o mesmo eu fiz. Meu coração batia na minha garganta – Mas que porra aconteceu com você Max... porra! Não, não, não, você não Max, você não. ARG!

Lali

Senti o olhar de todos dentro do ônibus caírem incompreensíveis sobre mim, eu acabara de ter um surto.

 O ônibus já estava quase saindo do centro da cidade rumando à rodovia principal quando a notícia soou no rádio, algo muito grande havia acontecido com o Max. Imediatamente comecei a gritar feito uma louca na cabine do motorista, até que ele encostou no acostamento.

- O que aconteceu Lali? – Brian veio correndo.

- A casa do Max explodiu, ele está no hospital, A PUTA DA CATELYN FEZ ALGUMA COISA. A gente precisa voltar, matar aquela puta desgraçada arrombada do caralho e salvar o filho da puta do Max!! – eu falei tudo de uma vez sem nem sequer puxar o ar, Brian me encarava perplexo e boquiaberto, mas foi Johnny que interveio.

- O que aconteceu com o Max?

- Eu explico no caminho, nós precisamos voltar!

De uma única vez, todo mundo do ônibus olhou para Matt. O grandão olhou para trás e ao notar que era para ele que nós olhávamos, compreendeu que esperávamos uma decisão dele.

- Nós temos a turnê galera, o Larry compreende muita coisa, mas ele já ficou um pouco impaciente com o atraso do Jimmy, se a banda inteira faltar ele pode...

- Vocês não precisam ir, eu vou sozinha – disse com mais convicção do que eu desejava.

- O quê? Não! – Brian disse

- Eu vou com a Lali, vocês seguem viagem, se nada acontecer amanhã mesmo nós dois pegamos um vôo pra Huntington, chegamos primeiro do que vocês até.

- Eu não quero que fique! – Brian disse ignorando completamente o comentário de Johnny. – Havia algo no olhar dele, como se ele soubesse que eu não tinha tanta certeza sobre morar em Huntington Beach. Abaixei os olhos e mordi o lábio, enquanto puxava coragem para responder.

- Eu preciso ficar.

- Olha eu acho que o Johnny pode ficar com a Lali, é uma boa idéia, não precisa se preocupar Gates – Zacky disse e depois olhou para Matt – O que você acha Matt?

- É, se o Johnny prometer não demorar.

- Eu não vou, minhas coisas podem ficar no ônibus, eu não vou demorar.

- Suas coisas vão ficar no ônibus também Lali? – Michelle perguntou do fundo do ônibus, fingindo fazer pouco caso da situação.

Demorei um pouco para responder.

- Não, vou levar minha mala comigo.

Brian não disse mais nada, cerrou os punhos e por um momento achei que ele ia gritar comigo, me olhou com uma mágoa tão profunda que fez com que eu me sentisse péssima, em seguida deu as costas e se jogou em um banco aleatório do ônibus.

- Está certo então, Jay ajuda a Lali a descer a mala dela e liga para um táxi. Johnny buddy, quero você em Orange County em um, no máximo dois dias okay?

- Sim senhor! – Johnny bateu continência e desceu do ônibus correndo comigo.

Como Matt instruíra, Jason tirou minha mala e chamou um táxi. Quando o carro chegou, ainda olhei de relance para uma das janelas do ônibus. O olhar inerte de Brian me seguia quase sem me ver, respirei fundo e dei as costas para entrar no táxi           . Eu sentia muito por aquilo, mas Max morreria se eu não voltasse, ele precisava de alguém para alertá-lo.

De dentro do táxi, Johnny ligou para Alison, o que segundo ele foi uma péssima idéia, ela estava fora de si de tanta angústia.

- Como esse idiota conseguiu colocar fogo na própria casa?

- Provavelmente não foi ele – Eu disse quase para mim mesma.

- O quê? Acha que isso foi coisa de algum bandido? – Droga Johnny, você ouve bem demais.

- Pode ter sido qualquer coisa.

Uma eternidade depois, conseguimos chegar ao hospital, a entrada estava abarrotada de repórteres e fotógrafos, Johnny e eu tivemos que correr até uma entrada secundária na lateral do hospital par conseguir entrar.

- Precisamos saber de Maximillian Turner! – eu disse tão esbaforida que minha voz saiu mais esganiçada do que devia e a recepcionista me olhou com cara feia.

- Você é da família?

- Nós somos amigos dele, Jonathan Seward e Lali... qual é o seu nome Lali?

- Lali Whisper.

- Lali não é apelido?

- Não... anda logo Johnny!

- Jonathan Seward e Lali Whisper, eu sei que a Allie está aqui com ele, ela vai confirmar que somos amigos dele.

- Espere um instante – A recepcionista pegou o telefone e entrou em contato com alguém do outro lado da linha, girei nos calcanhares e observei o ambiente, essa aura que havia em hospitais sempre me deixava mais estressada. As paredes em tons neutros, o cheiro, o olhar das pessoas, me asfixiava de um jeito incomum, mas não havia muito o que eu podia fazer – Podem subir, ele está no quarto andar, quarto 227B.

Johnny e eu saímos correndo, literalmente, pegamos o elevador e logo encontramos Allie e Shannon. Allie estava assustadoramente neurótica.

- Shh, calma, vai ficar tudo bem – Johnny a envolveu nos braços e ela enfim pareceu desarmar.

- Eu não posso perder meu irmão Johnny, não posso. – ela soluçava aflita e logo em seguida eu já estava chorando também.

- Os médicos disseram que ele já está acordado, o destroço da parede protegeu a maior parte do corpo dele, não precisam chorar. Allie só está assustada – ao ouvir a voz dela meu corpo inteiro se virou automaticamente, trinquei os dentes e cerrei os punhos – Oh, olá Lali, quanto tempo não?

- Ah Lali, já conhece a Kimberly?

- Catelyn – A puta corrigiu com um sorriso.

- Sim, já devo ter visto.

- Oh, o que foi isso no seu braço? Para um curativo tão grande foi uma ferida com uma boa história para se contar...

- Não encha a Lali com perguntas Catelyn, nossa preocupação aqui é outra – Johnny disse sério, abri um pequeno sorriso. Havia uma coisa sobre os integrantes do Avenged Sevenfold que talvez nem todas as pessoas soubessem: Eles defendiam os amigos com tudo o que tinham, todos eles. Aquilo ela vivo no olhar de cada um deles e era extremamente fascinante. Confesso que fiquei muito lisonjeada, aquilo significada que Johnny me considerava uma deles.

- Como soube de tudo isso sobre o Max? Ainda nem me deixaram vê-lo. – Allie disse soltando-se do abraço de Johnny e se sentando ao lado de Shannon.

- Eu estava na ambulância, esqueceu?

Aquilo me deixou mais angustiada ainda, era certeza total de que ela havia provocado aquilo.

- Como foi parar lá na hora que tudo aconteceu? – Minha voz saiu por fim, desafiadora, quase acusando-a.

- Sorte, eu acho, tinha ido apresentá-lo ao meu irmão... oh aí está ele, Kail, essa é a Lali, a amiga do Max que eu te disse.

Kail.

O som daquele nome fez meu cérebro entrar em curto, eu tinha medo de me virar e de ser quem eu estava pensando que era. Não era possível.

- Olá Lali, é bom te ver.

Minha expressão se abriu em um grito mudo, e antes que eu pudesse gritar, a porta imediatamente se abriu e o médico saiu.

- Alison Wade? O Sr. Turner quer vê-la.

Assim que Allie entrou, me virei e então tive certeza. Ele não havia mudado absolutamente nada.

Allie

- Hey – Minha voz quase não saía, Max tinha boa parte do corpo coberta de ataduras, na verdade apenas o lado direito, que ficara mais exposto ao fogo. O  braço esquerdo estava quebrado e engessado, provavelmente por causa do peso do concreto, mas o seu rosto estava perfeitamente intacto, no máximo com um ou dois arranhões. O cabelo castanho claro estava desgrenhado de um jeito que raramente ele deixava ficar, os olhos azuis pareciam fazer um esforço grande para se manterem abertos, mas sua boca sorria, como se estivesse vitorioso por ainda estar vivo.

- Hey Freak.

- Você está proibido de me matar de susto desse jeito outra vez, está me ouvindo?

Max ainda conseguiu soltar uma risada

- Não me faz sorrir, por favor, sorrir faz doer até meu cu nesse momento.

- Cala a boca seu idiota – caminhei até ele e afaguei seus cabelos. – O que aconteceu Max?

- Eu não me lembro muito bem, tudo ainda são pedaços embaralhados na minha mente, eu cheguei em casa e um segundo depois tudo estava queimando e eu estava caído no chão. O médico disse que talvez eu leve um tempo para me lembrar.

O abracei com cuidado e beijei sua testa.

- Eu morreria se alguma coisa acontecesse com você.

- O médico disse que você chegou aqui gritando pra todo mundo que eu era sue irmão.

- E você é, não é?

- Eu só não tenho o seu sangue, mas isso é um detalhe qualquer não é?

- É – o abracei mais uma vez.

- Você me parece triste Allie, aconteceu alguma coisa?

- Você quase morreu, não acha que isso é o suficiente para me deixar triste?

- O que aconteceu Wade?

Soltei um suspiro, era impossível mentir para ele.

- Promete não me julgar?

- Fala logo.

- Promete primeiro.

- Eu prometo, agora fala.

- Eu transei com o Sam.

- O QUÊ?? ALLIE SUA PUTA! COMO PODE?

- Você prometeu!

- Eu não estou te julgando, mas... SUA PUTA!

- Eu estou surtando Max, eu não sei o que fazer. Eu sei que eu fui uma puta – Eu já não estava mais me agüentando e havia recomeçado a chorar – Eu sei que o que eu fiz foi repugnante, mas eu preciso que me diga mais do que só isso Max...

- Oh, eu queria dizer algo inteligente agora, mas eu estou sob efeito de analgésicos, meu cérebro só pensa em pôneis. – O idiota era o único que me fazia rir no meio do choro, filho da puta babaca – Não entre em parafuso okay? Nós vamos pensar em algo.

Jimmy

Teto. Por que caralhos eu tinha que ficar olhando para o teto enquanto toda a diversão estava no andar de baixo? Joe devia ter problemas de possessão por que de tanto olhar pra merda do teto daquele quarto eu já começava a achar que havia uma mancha semelhante a vômito perto da lâmpada. Tédio, tédio, tédio. Qual a graça de chamar meus amigos para vir aqui e não deixar que eles me vejam? Samuel disse que aquela idéia tinha sido mal pensada e eu não devia me expor a eles, besteira!

Me levantei da cama e caminhei pelo quarto de Joe, abri uma gaveta, cheia de cuecas, eca. Abri outra, jogos, revistas pornôs e algumas coisas estranhas que eu nem sabia que diabos eram. Abri a gaveta debaixo e encontrei o que eu procurava: Fotos. Havia uma porção de álbuns na gaveta do menino, puxei um com uma capa diferente, de couro negro e acariciei a capa, fiquei em silêncio um instante para ver se ninguém caminhava pelo corredor e em seguida peguei o álbum em mãos.

Álbum de bebê, especificamente, do Joe, que estranhamente, não se chamava Joseph como eu imaginava, ele tinha o nome do meu pai, ele era Joanne.

- Joe, você é meu? – Eu sussurrei sozinho e de súbito fui surpreendido com os gritos de Shannon do outro lado da porta.

- QUE PORRA VEIO FAZER AQUI EM CIMA?

- Oh pelo amor de deus, para de gritar. Eu vim buscar o baixo do Joe!

- Porra! – Guardei o álbum rapidamente e girei aflito pelo quarto. – Caralho, pra onde eu vou?

Não havia esconderijo nenhum no quarto do moleque, nenhum mesmo, nem debaixo da cama dava para entrar já que o baixo e o teclado dele estavam lá. Eu tinha que pensar rápido, rapidamente olhei para o projeto de sacada do quarto dele. Não era uma sacada propriamente dita, era uma janela no tamanho de uma porta com uma grande de ferro que vinha até a altura da cintura. Uma parte ficava escondida pela cortina, era a única escolha que eu tinha para não ser pego.

- Sai da porra da minha frente Shannon, não quero confusão com você hoje, só quero a porra do baixo.

- Meu irmão autorizou que você subisse?

- Ele nunca me impediu antes, por que me impediria hoje?

Quem diabos era a porra desse garoto insistente que queria a porra desse baixo? Passei uma perna para o lado de fora da grade, o bico do meu tênis era largo demais e não se encaixava no espaço entre duas grades para que eu me mantivesse firme, mas não havia muito o que se fazer, coloquei a outra perna para fora e senti que apenas meus polegares me mantinham de pé, qualquer pequeno movimento e eu cairia. Estava torcendo pra que a porra do menino pegasse logo a merda do baixo e saísse.

Ouvi o som da porta se abrindo, mas logo em seguida o som de coisas caindo no chão soou.

- AAAAAAAAAAAAH! ME SOLTA, PARA DE ME BATER PORRA! FICOU MALUCA SULLIVAN?

Eu quase não consegui conter o riso, mas eu acabei me remexendo tentando não sorrir e meus pés escorregaram. Porra.

Meus braços ainda continuaram se segurando na grade, mas o peso do meu corpo inteiro mais a força da queda estava sobre eles. Eu não sabia o que aconteceria se eu gritasse.

- Que porra está acontecendo aqui? – Ouvi a voz de Zacky, eu estava mais do que fudido.

- PAI! Sai da minha frente Owen, seu desgraçado – Shannon chegou no prejétil de sacada tarde demais, meus dedos escorregaram e eu pendi em direção ao chão.

Caí meio de pé, meio agachado, não era tão alto assim, mas doeu pra caralho, cair não era gostoso, achei que minhas costelas iam se partir e minha bunda tinha se feito em mil pedaços. Mas o melhor foi a cara do Zacky enfiada para o lado de fora da calçada, em choque ao me reconhecer. Mesmo com dor até na unha do dedão, eu sorri, ou melhor, eu gargalhei com toda a força que tinha nos meus pulmões.


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Notas finais do capítulo

~Pareço legal mas estou tentando mentalizar toda a gostosura do Owen~
Gente falando em Owen, como eu acho q não vai ter muito espaço na história pra eu dar muita ênfase no romance Shannon/Owen eu pensei em fazer uma One Shot separada, com o começo ou com o desfecho da relação deles (pq qd o Jimmy voltar pro tempo dele, cabô familia do futuro, Shannon gostosa, Joe fofolete e etc, assim como tb acabo a Joy do passado). Então, o que vocês acham?
Enfim, espero que tenham gostado!
Beijos Beijos