Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 34
Minha combinação Brompton Cocktail


Notas iniciais do capítulo

Olááa´! Eu sei que eu sumi outra vez, me desculpem por isso, mas eu não estava conseguindo escrever, eu estava me sentindo meio estranha esses dias. PORÉM I'M BACK BITCHIES
Queria dar boas vindas às minhas leitoras novas e agradecer a recomendação liiiiiiiiiiiiimd que eu ganhei da Synystra Lee, muito obrigada flor *u* Esse capitulo é seu!
O capitulo não esta essa coca cola toda, apesar de ele estar muito fucking grande, mas eu não pude dividir ele. Tambpem não foi betado (ai ta tudo uma bagunça, sorry) becausa a Lalis ta mt cansada e por isso tb atrasou um pouco mais o cap.
Chega de enrolar. Espero que gostem!
Beeijos boa leitura!
Ah por favor, leiam notas finais *u*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183623/chapter/34

- PIROCÓPTERO! – Johnny rebolava completamente bêbado em cima da mesa do jardim, estava prestes a tirar a última peça de roupa do corpo até que Matt o derrubou da mesa com um soco na dobra do joelho, o fazendo despencar com o desequilíbrio.

- Ninguém quer ver essa sua milanga Seward! – Matt disse gargalhando enquanto tomava um gole da cerveja.

- Vai tomar no cu Matt, você ta é com inveja dos meus atributos. – Johnny disse se levantando do chão e puxando a calça jeans para a cintura novamente.

- Com certeza, nossa como eu queria uma minhoquinha como a sua pra pescar um peixinho.

Johnny mostrou o dedo do meio pra Matt, pegou uma cerveja e saiu cambaleando um pouco para a sala, provavelmente para tomar de conta do outro sofá, já que Brian já havia apagado em um deles. A minha sorte é que Shannon dormira com facilidade e tinha um sono de pedra, só outro furacão Katrina poderia acordá-la a essa altura.

Johnny não era o único ultra bêbado dali, Sam, Max e Zacky também tinham passado da linha, os três estavam em uma mesa jogando algum jogo, cochichando e dando risinhos, os três sem camisa exibindo suas barriguinhas de cerveja como troféus. Vez ou outra, Sam me lançava um olhar estranho, mas eu coloco a culpa na bebida, já começava a imaginar que tipo de sermão ele me daria.

Eu, em compensação, estava diante da maior pilha de louça que eu já tinha visto na minha vida

- Precisa de ajuda? – Só então me lembrei da existência da amiga dos rapazes.

- Oh, não precisa, seu braço...

- Ele não me impede de te ajudar, posso secar os pratos. – Eu então dei de ombros e deixei que ela ajudasse. – Alison, certo?

- Isso, pode me chamar de Allie se quiser.

- Você tem uma filha muito linda Allie.

- Obrigada.

- Pelo pouco tempo que passei com o Jimmy já ouso dizer que ela se parece muito com ele.

- É parece mesmo. – Ficamos em silêncio por um breve instante, olhei para ela e notei algo estranho em sua expressão. – Está tudo bem? Se estiver sentindo dor não precisa continuar.

- Ah não, eu estou bem – ela torceu o paninho algumas vezes e me encarou – Posso te fazer uma pergunta Allie?

- Claro Lali, fique a vontade.

- Você acha que os caras da banda podem ser perigosos?

- Perigosos? Não, eles são ótimas pessoas, meio impulsivos ás vezes, mas perigosos não.

- Eu digo – ela engoliu seco – pra uma mulher, você acha que eles podem... machucar?

Eu parei por um instante, Jimmy era perigoso para mim, mas eu não pensei nem duas vezes antes de me envolver, era meu ídolo, não importava se ele era um drogado suicida.

- De quem nós estamos falando Lali?

- Ahm, de ninguém, foi só besteira da minha cabeça.

- Hey bando de viados, hora de levantar a bunda gorda do sofá da Wade – Matt entrou na casa com Zacky escorado no ombro. – O gordo já ta a beira de despencar, sou forte, mas nem tanto né? Preciso dele pelo menos dentro do carro antes que ele caia e faça um buraco no chão.

Johnny abriu os olhos, mas só se virou para o outro lado, Lali foi acordar Brian com um tapa estalado no rosto.

- Ai filha da puta – Brian acordou imediatamente com uma careta feia para Lali, ela apenas sorriu e deu outro tapa na outra bochecha do Haner. Se eu não conhecesse Brian razoavelmente bem, e se não o tivesse como um sádico carrancudo de ego inflado, eu diria que ele estava com um olhar muito peculiar para a morena. O assunto que ela abordara alguns minutos atrás também não ajudava muito. Tudo bem que Brian era casado, mas isso nunca o impediu de fazer absolutamente nada. Tinha alguma coisa rolando ali.

- Allie, quando o Max acordar, será que pode pedir para ele me ligar? – Lali disse com um tom preocupado.

- Claro, algum problema?

- Não, ahm, não é nada. – Abriu um sorriso meio tímido – Eu vou indo pro carro, foi um prazer te conhecer;

- O prazer foi meu – disse com um sorriso amigável no rosto, logo depois ela saiu escoltando Brian e Johnny para fora da casa.

- Allie meu amor, nós estamos indo, temos que organizar o restante das coisas pra voltar pra Califórnia – Matt soltou Zacky para me dar um abraço, o que acabou não sendo uma boa idéia, já que o V. tropeçou e bateu a testa na parede – Bêbados idiotas, to vendo que eu sou a babá da noite, outra vez. Sério, ninguém me paga pra cuidar de marmanjo, onde é que estão meus direitos? – Ele disse e eu sorri. – Você vai ver o cabeçudo antes de mim, então pode, por favor, se certificar que ele vai voltar? Vamos iniciar uma turnê importante, ele é a minha puta de luxo, é meio difícil sem ele.

- Claro, não se preocupe, eu mesma vou enfiar ele no avião pra Huntington.

Matt abriu um sorriso quase infantil de tão fofo e me deu um beijo no rosto, pegou Zacky do chão, o puxando pelas axilas, e depois o empurrou até a porta.

- Boa sorte cuidando dos seus bêbados Wade, espero te ver em breve!

Os rapazes foram embora e como Matt disse, eu teria que cuidar dos meus próprios bêbados. Caminhei até o jardim e Max estava inconsciente caído sobre uma mesa.

- Sam? Ainda existe algo sóbrio em você?

- Não muito – ele se levantou com uma porção de gemidos e caminhou até mim.

- Precisamos rebocar o Max – Toquei a bochecha dele com o indicador e Max soltou um ronco.

- Tudo bem, acorda Turner – Sam gritou no ouvido de Max, mas Max só se limitou a grunhir. – É não tem jeito, vai ter que ser com um guincho mesmo.

Sam pegou Max por um lado e eu por outro, não foi algo muito fácil, já que o equilíbrio do Sam estava horrível e ele dava dois passos para o lado a cada passo dado pra frente. Por fim acabamos jogando Max no sofá onde Syn estava dormindo alguns minutos antes.

- Eu nunca tinha reparado em como ele estava ficando gordo – Sam disse enquanto se escorava no corrimão da escada.

- Ele não é gordo.

- Não, mas ele está começando a ficar, a barriga já está quase como a do Johnny, daí pra Zacky Vengeance é só mais quinze quilos.

- Você está falando exatamente como eles.

Sam deu de ombros.

- Dá um crédito, eu virei meia garrafa de José Cuervo garganta abaixo, não estou muito são.

Dei uma risada e tranquei a porta da casa.

- Acha que a mãe da raposinha vai aparecer? – disse olhando o jardim pela janela da cozinha, concordamos em deixar a raposa na área de serviço, assim se a mãe aparecesse durante a noite a levaria sem causar transtorno.

- Espero que não, não quero ter que ficar cara a cara com um bicho desses, imagina só os dentes! – O braço de Sam escorregou do corrimão e ele caiu de joelhos na escada – Ops!

- Acho que a Shay não vai desistir muito fácil desse bicho. – Fechei a janela e caminhei até ele, estendi a mão e o ajudei a se colocar de pé. – Você bebeu demais hoje.

- Eu sei, me desculpe.

Ele exibia um sorriso debochado irritante, o mesmo que ele exibia na época em que trabalhávamos juntos, me dava uma vontade insana de socar a cara dele até os olhos negros descolarem dos nervos.

- Só tente não ficar bêbado desse jeito perto da Shannon okay? Pode ser um exemplo ruim.

- Exemplo ruim? Você está zoando né?

- Não vamos discutir sobre isso agora okay? Anda, você precisa de uma ducha urgente.

- Não, isso não é urgente – Sam me puxou pela cintura, me deixando junto de si – Eu te amo, isso sim é urgente.

Os lábios dele se chocaram aflitos contra os meus, naquele breve instante eu percebi que quase já não me lembrava do gosto que ele tinha, de como os lábios dele eram quentes e seu corpo era frio. Por um breve instante eu permiti que ele me beijasse, uma parte de mim realmente queria aquele beijo, mas a outra parte sabia que era um beijo proibido. O afastei pelos ombros, os olhos dele permaneceram fechados mais alguns segundos.

- Nós não podemos. Você está bêbado Samuel.

- Não estou tão bêbado assim – ele sussurrou em meu ouvido e mordeu de leve o lóbulo da minha orelha, o arrepio que percorreu meu corpo foi involuntário, mas o suficiente para enraizar aquele riso debochado no rosto dele.

Afastou-se de mim e subiu as escadas trôpego, demorei mais um instante ali na sala, minhas pernas tremiam. Eu havia me esquecido do fato de que Sam era um homem extremamente sexy, acho que esses anos todos cuidando da Shannon me deixaram meio alheia a isso, e por que justo agora eu estava sentindo aquilo tudo outra vez? Eu não podia colocar tudo a perder, estava disposta a finalmente me acertar com o Jimmy, esse tipo de desejo não era mais algo que eu podia deixar fluir.

Apaguei as luzes da sala e subi o restante da escada, eu estava exausta, uma noite de sono e aquelas idéias malucas sumiriam da minha mente.

Assim que abri a porta do quarto, algo me puxou para o lado com força, antes que eu gritasse, ele tapou minha boca.

- Shh, hoje você é minha.

Jimmy

Foi como se o tempo tivesse congelado, a imagem dela caindo na água fez com que um arrepio familiar percorresse meu corpo e numa fração de segundos todo o pesadelo daquele dia percorreu minha mente outra vez, quase podia sentir meu coração falhando outra vez. Que tipo de doença maluca faz uma pessoa querer reviver aquilo tudo?

- Está tudo bem filho? – a voz do senhor ao meu lado era como um eco na minha cabeça, demorei um instante para voltar à realidade.

- Sim – pigarreei um pouco e pisquei algumas vezes – Ela faz isso sempre? Por quê?

O velho apenas sorriu e finalmente tirou a barreira que fazia contra meu corpo. Shannon agora nadava quase como uma campeã olímpica em direção à margem.

- Eu não sei o motivo, mas acho que a relaxa, ela faz isso há alguns anos já.

- Anos? – minha voz tinha um tom notável de surpresa.

O senhor confirmou com a cabeça e se sentou em um banco, eu respirei fundo e permaneci de pé, eu já podia ver a silhueta dela na superfície da água, nadando com graciosidade e mais calmamente do que quando saltou da ponte. Era estranho meu coração estar disparado? Era minha filha ali, crescida, completamente maluca, mas era minha. Eu não sabia o que fazer, fiquei parado até ela emergir e subir na passarela.

O cabelo era negro e longo, mais ou menos no meio das costas e ela era alta, mais do que o normal, maior do que a Alison, com certeza. Era magra com a cintura bem marcada pelo maiô, os seios não eram grandes e a postura dela lembrava um pouco a minha própria quando saía dos palcos.

Sacou uma toalha seca da mochila, que já estava estrategicamente colocada na ponta da passarela, e saiu caminhando tremendo um pouco por causa do frio. Me levantei e caminhei até ela.

- Shannon?- Ela imediatamente parou de caminhar e olhou para mim, era perfeita, o rosto era branco feito marfim e os olhos azuis acinzentados enormes me analisavam um pouco confusos. – FICOU MALUCA CARALHO? TA QUERENDO MORRER PORRA? COMO É QUE VOCÊ SE JOGA DESSE JEITO DA PORRA DE UMA PONTE? TA TENTANDO SE MATAR SUA DOIDA?

Shannon piscou algumas vezes e girou em torno de si pra ver se eu realmente estava falando com ela.

- Sai daqui seu maluco, não te devo satisfação.

Pela cara que ela fez provavelmente não havia me reconhecido e aquilo me deixou um pouco intrigado, tirei o gorro e abri um pouco o zíper do moletom para deixar as algemas do pescoço à mostra, mas isso já não era mais necessário, ela logo abriu um sorriso enorme.

- Sou eu, Jimmy, seu pai, sua paspalha!

- Gigante!? Mas o que... OH MEU DEUS – Ela pulou sobre mim e me abraçou com força. Aquele foi um abraço gelado, porque ela estava molhada, mas logo eu senti o calor do corpo dela, talvez o sangue quente fosse a única coisa que a impedisse de ter uma hipotermia nesse momento, a envolvi no abraço com um sorriso bobo no rosto – Pai.

Ela disse essa última quase como um sussurro com o rosto afundado no meu peito.

- Do que você me chamou?

- Ah cala a boca – ela se afastou de mim e olhou em volta, parecia procurar algo – Onde está a mamãe?

- Hã? Você é quem tem que me responder. Onde está a Allie, Shannon?

O rosto dela ganhou uma expressão estranha.

- E-eu não sei, esperava que ela estivesse com você.

Eu soltei um suspiro um pouco decepcionado, olhei em volta, não fazia a menor idéia do que fazer ali naquele lugar, ainda mais sem a Allie.

- Eu queria conversar um pouco com você Shay, tem um minuto?

- Me espera aqui, só vou trocar de roupa.

Assenti com a cabeça e aguardei enquanto ela entrava em uma cabine para colocar roupas secas. Enquanto estava ali uma série de perguntas se formou em minha mente, por que ela agiu como se não me visse há muito tempo? E o pior, por que ela não sabe onde Alison está?

Virei em direção à ponte e a encarei por alguns segundos, que caralhos tinha acontecido com a minha vida? Me virei novamente e me deparei com Shannon já devidamente penteada e vestida. Era estranho vê-la me chamando de pai, fazia com que eu me sentisse com 57 anos.

- O que é que tem na sua cabeça Shay? Será que não tem idéia do quanto é perigoso pular daquela altura?

- Eu sei, anda, vem comigo – ela saiu andando e eu fui logo atrás, parecia cansada, mas era natural que estivesse, ainda mais depois de nadar aquilo tudo. Caminhando depois de alguns instantes, era de se perceber que ela estava se encaminhando para a ponte novamente.

- Você não vai pular outra vez, vai?

Notei ela abrir um sorriso um pouco malicioso e piscar uma vez para mim.

- Relaxa James.

- Por que faz isso?

- Isso o quê?

- Pular.

Ela diminuiu o ritmo dos passos e abaixou os olhos.

- Eu estava esperando por você.

- Se puder ser mais clara...

- Eu estou esperando por você a anos... se eu pulasse, talvez você aparecesse pra me salvar outra vez – Fiquei boquiaberto por um instante, mas quando ia falar algo ela continuou – Mas isso foi só no começo, depois virou só mais um modo de diminuir a dor.

- Eu já pulei dessa ponte uma vez, a dor só piora!

- Talvez pra você, mas pelo menos eu não usei nenhuma droga.

Minha voz ganhou um tom severo, quando percebi já falava entre dentes.

- Eu não acredito que você está pulando dessa ponte com a mesma intenção que eu tinha quando era mais novo. Isso é loucura Shannon!

- Não importa, não adianta muito, mas eu gosto de nadar.

- É PERIGOSO

Os olhos azuis se voltaram para mim, eram melancólicos e cansados.

- Um coquetel de diazepam e Heineken também é.

- PORRA SHANNON!

Agitou brevemente a cabeça e tocou meu ombro de leve.

- Não fique zangado comigo, você é o único que sabe exatamente o que eu sinto.

O que eu podia dizer? Era verdade.

- Shannon...

- Não quero discutir com você, não tem nem trinta minutos que nos reencontramos – soltei um suspiro pesado e logo ela abriu um sorriso como se tivesse esquecido tudo que acabara de acontecer – Sabe, na minha memória você era mais magro.

- Isso é impossível. – abri um sorriso com um pouco de dificuldade, aquela conversa me deixou agitado.

- É sim, olha só você já tem uma pança.

- Que isso, onde é que está o respeito pelos mais velhos?

A menina sorriu. Caminhamos mais um pouco e ela parou de repente, se virou para mim e me encarou em silêncio. Eu não conseguia desviar o olhar dela nem por um instante, havia algo de extremamente familiar nela que eu não conseguia descrever, era mais do que minha filha crescida, havia algo no olhar dela que eu sabia já ter visto antes.

- Reconhece esse lugar? – ela disse por fim, a voz era rouca e doce, como uma canção de ninar.

- Sim.

- Eu amo esse lugar, esse ponto exato da ponte, eu quase morri aqui – Shannon desviou os olhos brevemente pra água – E você me salvou.

- Ainda se lembra? – eu disse com um riso fraco, minhas lembranças daquele dia não eram tão boas – Foi nesse dia que você acidentalmente descobriu que eu era o seu pai.

- Eu sei.

- Você ficou com medo de mim.

- Sei disso também – A menina pegou o gorro que eu carregava e colocou na própria cabeça – Levou um tempo pra que eu entendesse que eu e você éramos da mesma família, mas quando você sumiu, eu tive certeza de que você era o único que me compreendia, eu senti muito a sua falta.

- Você disse que eu sumi?

- Não finja que não sabe.

- Eu realmente não sei – Okay, isso vai ser meio estranho de explicar – Eu acabei de chegar do passado.

Uma ruga se formou na testa dela, fiquei um pouco espantado de ela não saber a respeito disso.

- Você ta drogado? Se tiver não tem problema, eu não sou preconceituosa...

- Eu não to chapado porra, é verdade. Pensei que nessa altura isso já tivesse virado algo normal, o Max não falou a respeito?

- Max? Tio Max? – assenti com a cabeça – É, acho que você realmente está desatualizado.

- O Max também sumiu? Mas que caralhos aconteceu na porra desse lugar?

- Não pai, o tio Max ta morto.

- O QUE? – levei as mãos à cabeça, como assim o Turner estava morto? – Preciso fumar alguma coisa – tateei os bolsos até achar meu charuto e o isqueiro – Acho bom você ir abrindo a boca e me contando tudo.

- Posso dar um trago nisso?

- Ah claro, pode dar um trago no meu pau também! – disse em tom irônico – É CLARO QUE NÃO NÉ MENINA?

Ela soltou uma gargalhada histérica e puxou um maço de cigarros do bolso, fiquei um pouco surpreso, mas não podia dizer nada, na idade dela eu fumava mito mais do que um cigarro comum.

- Eu preciso voltar pra casa, vem comigo? Te conto o que aconteceu no caminho.

- Não tenho muita opção.

Shannon riu mais uma vez, ela me olhava de uma maneira engraçada, talvez eu estivesse olhando de maneira engraçada para ela também, mas no momento em que eu pus meus olhos sobre ela eu já tinha certeza que a amava.

Brian

- O que está esperando Brian? – a voz dela era triste, tinha um tom de exaustão. – Já estamos assim há dias e você não se decide a respeito de nada. Eu preciso de uma resposta.

- Me dê mais algum tempo Michelle

- Mais tempo? Pra quê? Pra andar com a sua queridinha pra todo lado, me humilhando, me diminuindo? Eu estou cansada desse joguinho Brian, eu sei que você me ama, por que não pode me perdoar logo de uma vez?

- Não é assim tão fácil

- Eu sei que não é, assim como também sei que a canalha daqui fui eu, mas eu te amo Haner, e eu sei que você também me ama. – Michelle limpou rapidamente uma lágrima que começava a escorrer, ela não gostava de chorar na minha frente – Para com esse joguinho, por favor, eu estou sofrendo Bri, sinto sua falta.

 E então Michelle desatou um choro intenso, escondeu o rosto entre as mãos e aquilo mexeu um pouco comigo. Sempre fui um pouco fraco diante de mulheres aos prantos, era algo meio perturbador de se ver, era como uma flor despedaçada, acabava mexendo com o pouco de sensibilidade que eu ainda tinha. Puxei-a para os meus braços e deixei que ela soluçasse junto ao meu peito. Eu não sabia exatamente o que fazer, ela queria que eu a perdoasse, mas eu confesso que ultimamente não tem sido a traição dela que me mantivera distante.

Eu pensava muito em Lali, ela sim era uma flor completamente em pedaços, eu olhava para ela e sentia um desejo muito absurdo de protegê-la, mantê-la em meus braços e cuidar dela como se fosse minha. Eu estava muito confuso e talvez isso tivesse alterando o que eu sentia por Michelle, não que fosse algo definitivo, mas ultimamente eu não tinha mais tanta vontade de andar com minha esposa assim.

- Vai me perdoar? – disse entre soluços

- Eu já te perdoei Michelle – fiz uma pausa – Mas eu            não sei se ainda sinto o mesmo por você.

- Está brincando né? É por causa da garota?

- Não tem nada a ver com a Lali, sou eu, eu me sinto diferente. Já parou pra pensar que eu já passei da casa dos trinta? Eu olho pra você e, sei lá, tudo parece diferente. Eu não teria notado isso se você não tivesse me traído com o Max. Nós mudamos Michelle.

- Do que você está falando? Eu te amo Brian, do mesmo jeito de sempre.

- Então por que me traiu com um cara mais novo? Por que o pressionou a isso?

- Eu estava fora de mim Brian.

- Não Michelle, você estava mais consciente do que imagina. – dei um passo para trás, me distanciando dela – Eu vou mudar minhas coisas pro quarto do Zacky...

- O QUÊ? NÃO BRIAN, POR FAVOR.

- Quando nós voltarmos pra Califórnia a gente se acerta melhor sobre isso.

- Está se separando de mim? É isso?

- Eu preciso de um tempo

- Brian isso não é um namoro, você fez votos, não pode simplesmente tirar um “tempo”!

- Você não lembrou dos votos quando fez sexo com o Max. Me deixe em paz por uns dias, acho que vai preferir isso do que terminar tudo aqui e agora.

- Brian...

- Será que pode sair, só enquanto eu arrumo minhas coisas? Quero ficar um pouco sozinho.

Michelle saiu correndo e bateu a porta com agressividade. Eu não tinha certeza se havia feito a coisa certa, mas eu não podia ficar com Michelle agora, ou melhor, eu não queria ficar com ela agora.

Fechei a mala, peguei um travesseiro e uma garrafa pela metade de Red Label e saí do quarto, olhei para os dois lados do corredor, Michelle não estava ali, devia ter ido para o quarto de Leana, dois andares acima. Os quartos de Matt e de Zacky, por sorte, eram no mesmo andar que o meu, bati na porta algumas vezes e aguardei.

Um Zacky descabelado e sem camisa abriu a porta, não era de se admirar que ele estivesse com uma puta ressaca, ontem ele bebeu até cair, era bom saber que ele ainda não era tão tolerante ao álcool como eu, isso o mantinha mais saudável.

- Que veio fazer aqui Haner? – Disse meio zonzo, coçando os olhos e bocejando.

- Eu briguei com a Michelle, preciso de um lugar pra dormir.

- Hum, entra – abriu espaço para que eu entrasse e depois fechou a porta.

O quarto dele estava uma zona, os lençóis estavam revirados, a mala estava aberta e tinha uma trilha de camisetas e cuecas pelo chão.

- Nossa Zacky, sinto falta do tempo em que você era organizado.

- Cala a boca, você está no meu território – disse caminhando para a cama novamente e caindo nela de bruços.

- Ressaca?

- O que você acha? – ele desenterrou o rosto das cobertas e me encarou – O que você tem aí?

- Ah isso? – olhei para a garrafa de whisky – Confisquei da Michelle.

Zacky estendeu a mão e eu entreguei a garrafa para ele. Nada como um pouco de bebida pra curar uma ressaca, apesar de que eu não acreditava muito nisso.

- E então, vai me contar detalhes do que aconteceu?

- Eu não quero mais ficar com ela Zacky, não é mais a mesma coisa, ela mudou, ficou meio, sei lá – abri um sorriso fraco – lembra de como era quando nós casamos?

Zacky sorriu e se sentou na cama, abriu o whisky, tomou um gole e me passou a garrafa, assim como ele tomei um gole largo na bebida, sentindo aquela queimação familiar descendo pela minha garganta e esquentando todos os meus órgãos.

- Lembro sim, vocês andavam se comendo por todo canto. Vocês pareciam muito felizes.

- Como você e a Gena. O começo é a melhor época.

Zacky ficou em silêncio por um tempo e depois falou:

- Isso tem algo a ver com a Lali?

- Ahm? N-não, por que acha isso?

- Eu não sei, parece que rola algo entre vocês. Brian, se for por isso acho que é bom você pensar um pouco, talvez você só esteja querendo dar o troco na Michelle ficando com a menina e depois disso você vai correr pra Michelle como sempre faz. Não vale a pena fazer esse alarde todo pra nada.

- Não é isso Zacky.

- Tem certeza? Por que é exatamente isso que me parece, uma paixonite que te deixa super empolgado, mas no fim não passa disso. É o seu ego gritando por revanche Syn.

- Eu não sei Zacky.

- Olha, eu não vou falar nada, você faz o que quiser, mas tenta não foder demais com as coisas okay?

O gordo não disse mais nada, entrou no banheiro e me deixou ali, tomei mais alguns goles do whisky e puxei a guitarra dele que estava em cima de uma cadeira. Puxei alguns acordes logo estava tirando Knocking on Heaven’s Door, sentia algo estranho dentro de mim, eu precisava do Jimmy, ele era o melhor para me ouvir nessas horas, as palhaçadas dele me ajudavam a ver as coisas com mais clareza. Mas eu teria que fazer a viagem de volta pra Califórnia sem as palavras dele, dessa vez.

Catelyn

Tamborilei os dedos pela mesa enquanto o aguardava, estava um pouco nervosa, Mikail não era exatamente um doce de pessoa. Eu sabia que ele não me receberia com sorrisos, ainda mais se ele soubesse que Max já começava a suspeitar de mim, não aceitava mais meus convites pra sair, não atendia meus telefonemas, dali para ele se sentir verdadeiramente ameaçado e ligar pro FBI era apenas um pulo.

A porta da sala se abriu e dois seguranças se posicionaram um de cada lado da porta, logo em seguida ele entrou, alto, robusto, aparentemente jovem para o cargo que exercia. O cabelo castanho avelã caía liso sobre a testa, os olhos eram cor de bronze, translúcidos, mas faziam parte do conjunto de uma expressão pouco amigável.

Fez um aceno breve para os seguranças, que se retiraram da sala. Senti os olhos dele caindo sobre mim e imediatamente um tremor involuntário percorreu meu corpo.

- Cat – a voz era rouca, de tom calmo e aveludado, com um sotaque razoavelmente forte, só fazia com que eu tivesse mais medo. – Será que pode me explicar o motivo de eu ter sido obrigado vir pra esse fim de mundo?

- Kail e-eu, sinto muito, não queria que as coisas fossem assim.

- Se você não queria imagine eu – Caminhou a passos calmos até a outra extremidade da mesa e se sentou, sua expressão era severa, mesmo tendo um rosto espetacular, com algumas poucas sardas pelo nariz e bochechas e aquele par de olhos faiscantes, eu não me permitia encará-lo por muito tempo.

- Não foi minha culpa.

- Não seja idiota, é claro que foi sua culpa, o pequeno Einsten esvaiu por entre seus dedinhos como areia, e a culpa foi toda sua, nem pra levar um cara pra cama e usar seu encanto você serve!

- Não dá okay? O Max não é esse tipo de cara, ele é sei lá, um garoto. Se queria isso podia muito bem ter contratado uma prostituta – eu disse já um pouco irritada, mas sem alterar o tom.

- Eu contratei você não é? Dá na mesma. – abri a boca para contra argumentar mas ele não permitiu – Ele falou com alguém do governo a respeito disso?

- Não, acho que ele não desconfia que somos um grupo grande.

- Por enquanto é bom que ele realmente não saiba, se o governo americano se envolver nisso as coisas ficarão bem piores. Mas o que foi que deu errado Lyn? Você o tinha nas mãos!

- Foi a tal garota, Whisper, a putinha entende russo e me ouviu falando com você no banheiro. A galinhazinha foi correndo contar pro Max.

- Quem é essa garota?

- Sei lá, coleguinha de transa do tal Synyster Gates, também ficou amiguinha do Max, é uma louca suicida que eles trouxeram quando voltaram do Canadá, Lali Whisper.

- Lali Whisper? É esse o nome dela? – confirmei com a cabeça e para minha surpresa um sorriso brincou no rosto de Kail.

- Do que está rindo?

- Eu acho que a conheço.

- Sério? De onde?

- Do meu passado, não tenho muita certeza, preciso vê-la pra garantir. – abriu um sorriso debochado – Mas se for a mesma pessoa, bom, acho que ela vai adorar me rever.

- E o que vamos fazer agora?

- Hum, nós vamos colocar um pouco de terror na vida do Sr. Turner, quem sabe ele não se toca de que certas coisas na natureza não devem ser alteradas. Acho que vai ser divertido.

Jimmy

- Depois que o Joe nasceu você e a mamãe tiveram uma briga, a única coisa que eu me lembro daquele dia foi de sentir dores muito fortes no peito, você ficou esquisito, disse coisas esquisitas e foi embora. Mamãe foi atrás de você, e depois disso eu nunca mais vi nenhum dos dois, pelo menos até hoje.

- Tem alguma idéia de onde nós fomos? – Shannon negou com a cabeça – O tio Max foi baleado nesse mesmo dia, meu pai e o Joe foram só o que me restaram.

- Quem é Joe?

- Meu irmão mais novo.

- Eu e sua mãe tivemos outro filho? – Shannon não respondeu, apenas ergueu as sobrancelhas e deu de ombros, ela estava se negando a responder. – E os caras da banda? Brian, Matt, Zacky, Johnny...

- Ah, eles estão em Michigan, não é tão longe daqui.

- A banda ainda existe?

- Sim, eu me lembro muito pouco do que aconteceu na época com eles, é melhor que você mesmo pergunte.

- Eles vem para cá?

- Eu posso pedir para que venham, desde que você sumiu eles meio que se sentem responsáveis por mim.

- Faça isso, eu quero revê-los

Ela assentiu com a cabeça e então parou de caminhar.

- Olha aí, chegamos.

- Vai querer que eu entre? O Sam não vai gostar muito de me ver.

- Ah é verdade, vocês se odeiam – A menina olhou para mim – Quais as chances de ele não te reconhecer com o gorro?

- Nenhuma, meu tamanho e as tatuagens me denunciam.

- Vamos entrar pelos fundos. – demos a volta na casa com bastante cautela e Shannon resmungou algo que eu não compreendi – Anda me levanta até o segundo andar.

- O que? Ficou doida?

- Você é grande, eu também sou, deve dar, meu quarto é ali, Sam não sabe que eu saí.

- Ah é claro, esqueci que você pula de pontes escondida!

- Cala a porra da boca e me ajuda. – Não foi muito difícil ajudá-la, Shannon era incrivelmente atlética e eu a levantei como se fosse uma pena, se nada der certo na vida dela, poderia virar uma Cheerleader com facilidade, se bem que Cheerleaders usam roupas muito curtas, hum, melhor virar mendiga mesmo – Não saia daí! – Ela disse lá de cima e depois desapareceu.

Fiquei ali no jardim até que algo atacou a barra da minha calça. Tentei chutar a droga do bicho, mas que caralho de bicho era aquele?

- Me larga filho da puta – tentei sacudir a perna sem fazer muito ruído, mas o bicho não largou a calça, muito pior, ele abocanhou-a ainda mais e mordeu minha canela – Filha da puta, arg!

- Wolfie! Larga, anda, larga – Um menino cabeludo rapidamente afastou o bicho com o cabo de uma vassoura e rapidamente se virou para mim – Consegue andar?

Fiz uma careta de dor, mas logo assenti com a cabeça. Ele pegou o bichinho como se fosse um cachorro e o colocou em um cercado do outro lado do jardim.

- Tem certeza que isso segura ele?

- Não, mas dá tempo de você entrar na casa.

- E o seu pai?

- Ele está assistindo TV na sala, não vai te ver na cozinha, entra, estou bem atrás de você.

Entrei na casa rapidamente e senti uma dor forte no meu tornozelo, a droga do bicho tinha me mordido como se eu fosse o lanchinho dele.

- Ah porra.

A porta dos fundos se abriu e o menino entrou, só então reparei melhor nele, era magro, devia ter uns doze ou treze anos, era menor do que Shannon, mas não muito, tinha o cabelo negro e um pouco grande, caindo sobre testa e orelhas, o nariz era um pouco arrebitado, tinha algumas pequenas sardas no rosto e os olhos eram negros, profundos, mas ao mesmo tempo pareciam sorrir.

- Sou o Joe – estendeu a mão com um sorriso amigável, eu estava um pouco confuso, esse menino era meu filho ou do Sam? Porque se for do Sam... eu perdi a Allie?

- Ahm, James. – apertei a mão dele

- Eu sei quem você é – disse ainda sorrindo, mas logo expressou certa preocupação – Ah isso deve estar doendo. – Confirmei com a cabeça – só um segundo.

Saiu da cozinha e notei ele falando com Sam, a voz dele era facilmente reconhecível.

- Sua irmã ainda está dormindo?

- Eu ouvi um barulho lá em cima, acho que ela acordou.

Samuel se espreguiçou e se levantou.

- Ela estava mesmo dormindo não é Joe? Não andou acobertando ela outra vez?

- Não papai.

- Hum, vou pegar um café e ir conversar com ela, acho que ela está um pouco chateada.

- NÃO! – caralho a droga do moleque não sabia nem disfarçar – Quer dizer, pra que café? Ela está muito muito chateada, precisa falar com ela agora. Esquece o café, a educação dela não pode esperar!

- Você está estanho Joe, o que tem?

- Não é nada, vai ver a Shannon, eu levo o café lá pra cima.

- Hum, tudo bem. Mas tem certeza que...

- Tenho, vai logo.

Um pouco depois o menino apareceu branco feito papel na cozinha e eu comecei a rir.

- Cara você precisa melhorar essas suas desculpas.

- Cala a boca – o menino também sorriu – Anda vem comigo, sem fazer barulho, por favor.

Atravessei a sala, tinha uma porção de fotos, não só dos meninos, como também de Allie, Max, dos meus amigos e até minhas. Subimos as escadas e senti o tornozelo latejar, fiz uma careta de dor, mas continuei subindo.

O menino me apontou a primeira porta a direita e eu entrei.

- Fique aqui, eu vou pegar o café – apontou uma gaveta – Ali tem alguns band-aids e merthiolate, pode usar no seu machucado, eu já volto.

- Valeu.

O menino sorriu e depois saiu, me sentei na cama dele e puxei a barra da calça, o machucado não era tão grande, mas doía como se fosse. Quando estava quase acabando o curativo olhei em volta no quarto do menino, era recheado de posters, boa parte deles do Avenged Sevenfold, na mesa do computador havia um objeto que chamou minha atenção.

- Minhas baquetas...

Me levantei colocando meu peso na outra perna que não estava machucada e fui até o objeto, naquele instante a porta do quarto imediatamente se escancarou, me virei assustado e dei de cara com um rosto familiar.

- Jimmy?

Engoli seco.

- Oi Sam.

"Por que eu não consigo sentir meu rosto, eu não lutarei mais em um mundo tão frio, em um mundo tão errado" - Brompton Cocktail


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Wait um moment, se alguém gosta de ter imagens reais na cabecinha para formular mais ou menos os personagens, aqui tem uma foto de como seria mais ou menos o Joe https://p.twimg.com/A1Lpy6XCUAAVsq9.jpg:large porém se vc n curte ver imagens e prefere oq sua cabeça formula, esqueça q um dia eu postei esse link.
QUERIA CHAMAR ATENÇAO DE VCS PARA UM TROÇO IMPORTANTÍSSIMO TODO MUNDO PARA PRA LER MEU CAPS LOCK.
AVISO IMPORTANTÍSSIMO: Olha como meu avatar ta gostoso gente, ai olha esse bigode de pagodero, mel dels, ai me beja. Era só isso.
Não me matem.
Espero que tenham gostado
Beeijos!