Awake And Alive escrita por Dean Winchester LC


Capítulo 7
Capítulo 7: A namorada dele




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Nervoso, ao chegar perto de Jo, Dean abriu a boca, pronto para pedir desculpas. Mas não foi preciso.

-Dean! - A Harvelle o abraçou com força, aliviada. -Ah, graças a Deus! Você não fez nenhuma besteira, fez? - ela continuava abraçando-o, os olhos fechados.

-Não. - murmurou Dean, envergonhado. Era melhor nem comentar sobre o corte na mão, afinal, ele não “fizera” nada. Havia sido um mero acidente, não um ato idiota feito por capricho. -Jo, eu...

-Se você se desculpar, Dean Winchester, eu te mato! - a garota abriu os olhos e o encarou, um tanto triste. -Eu que tenho que me desculpar. Me desculpar por invadir o seu espaço. Eu entendo que você precisa de um tempo sozinho pra pensar, é só que... - ela o encarou, mordendo o lábio inferior. -Você consegue me entender? Consegue entender o meu lado? A gente se conhece desde pivete, Dean, e eu só... Eu só queria cuidar de você. Te proteger.

-Eu sei, Jo. - Dean sorriu um pouquinho, também um tanto tristonho. -Eu sei. Você não precisa se desculpar. Eu sabia que você só estava tentando me ajudar, eu sempre soube. É que... Sei lá. Não faço a mínima idéia do que deu em mim para agir desse jeito.

-Tudo bem entre a gente então?

-Tudo. - Dean assentiu com um aceno de cabeça.

-Caras! - exclamou Adam, quando Jo finalmente soltou o irmão de Sam. -Isso foi simplesmente... - ele balançou a cabeça, fingindo decepção, enquanto fazia um biquinho. -Dramático demais pra mim.

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-Dean, Dean, Dean! - Sam correu direto na direção do irmão quando ele e Jo chegaram da escola. -Vamos no parque hoje? - o pequeno abraçou o outro Winchester com força. -Por favor, por favor, por favor, por favor!

-Calma Sammy! - Dean sorriu, balançando a cabeça, e agachou-se ao lado de seu irmãozinho. -Mas você quer ir agora? Antes do café? Ellen vai ficar brava comigo se eu sair e te levar pra passear antes de ela terminar o café...

-Por favor, por favor, por favor, Dean! Só dessa vez! Eu juro! - Sammy o encarou com seus grandes olhos castanhos, tão parecidos com os de seu pai, e tão diferentes dos dele. -Por favor, Dean!

-Ah, Dean, vai com ele! - Jo interferiu, balançando os ombros do Winchester de olhos verdes. -Minha mãe não vai ficar irritada, vocês não saíram de casa desde que chegaram! Só pra ir na escola! - ela balançou a cabeça. -Vai lá com o Sammy que eu explico pra ela.

-Tudo bem, tudo bem, vocês me venceram, mas dois contra um é covardia! - Dean levantou-se, um largo sorriso no rosto, que Jo não via há muito tempo, algo que imediatamente abriu um sorriso no rosto da garota. -Você leva minha mochila lá pra dentro?

-Levo.

-Obrigado. - Dean estendeu a mochila para a garota, enquanto segurava na mão de Sam. -Vamos Sammy?

-Eba! - Sam correu até Jo, que se abaixou e recebeu um beijo na bochecha. -Obrigado, Jo! - o garoto correu outra vez na direção de Dean, segurando a mão do irmão. -Vamos!

Os irmãos seguiram pela calçada, e, quando estavam quase saindo do campo de visão de Jo, ouviram a Harvelle gritar:

-Vê se não perde o Sam de vista, viu, Dean?!

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-Dean, quando você vai me levar pra ver as estrelas? - Sam sorria, alegre, ainda segurando a mão do irmão, enquanto andavam pelo parque. -Você prometeu que não ia demorar muito!

Dean também sorria, porém, no instante em que Sammy lhe fez aquela pergunta, o sorriso desapareceu, sendo substituído por uma careta.

-Você podia pedir para a Jo ou para o Bobby te mostrarem as estrelas. - murmurou, evasivo.

-Ah, mas com eles não tem graça! - Sammy fez um biquinho. -Nenhum deles conhece as estrelas melhor que você!

-Eu... - Dean balançou a cabeça, enquanto torcia os lábios, contrariado. -A gente fala disso depois, Sammy. Qualquer coisa eu peço pra Jo e ela te leva pra ver as estrelas.

Para sua felicidade, Sam não discutiu, apenas bufou baixinho, murmurando consigo mesmo que não tinha graça ver as estrelas sem seu irmão. O louro dos olhos verdes não queria ver as estrelas com Sam, essa era a mais pura verdade. Não era maldade, não era nada demais.

Ele simplesmente não conseguia. Desde o dia em que brigara com Castiel, a simples idéia de olhar para as estrelas com outra pessoa lhe deixava apreensivo. Parecia quase como uma traição, embora ele e o Novak nem estivessem mais juntos. Afinal, todas suas promessas de “amor eterno” haviam sido pronunciadas sob a luz das estrelas. Não importava que Castiel tivesse quebrado cada uma delas, magoando-o de formas que ele nem pensara serem possíveis. As estrelas seriam sempre – enquanto vivesse – sua mais vívida memória do Novak. Pois, cada vez que ele olhava para elas, ele tinha certeza que era real. Que, por algum tempo, ele realmente fora feliz. Que nenhuma de suas lembranças com Castiel eram falsas. Que o amor deles tinha sido, sim, real e verdadeiro.

-Cas!

Dean se assustou por um instante, se perguntando se ele por acaso dissera o nome do outro involuntariamente, ao se lembrar do passado. Mas todas suas dúvidas desapareceram no instante em que Sam soltou sua mão, e correu de encontro ao Novak, do outro lado do parque.

-Sammy! - sem outra opção, se não correr atrás do irmão, o Winchester mais velho o seguiu, mas não foi rápido o suficiente para impedir que o garotinho saltasse sobre Castiel, abraçando o moreno.

-Cas! - Sammy ria, feliz, abraçando o Novak, que, com o susto, acabara caindo do banco onde estivera sentado segundos antes. -Quanto tempo!

-Sammy! - assustado, surpreso, e apreensivo em descobrir qual seria a reação de Castiel para com seu irmão, Dean o tirou de cima do Novak, que sentou-se novamente, os olhos arregalados. -Não sabia que é feio assustar as pessoas assim?!

-Ah, Dean, é o Cas! - Sam continuava rindo, sem perceber o medo do irmão. -Ele é nosso amigo, esqueceu? Não vai me dizer que esqueceu do Cas!

-É Castiel. - soltou Dean, sem pensar, enquanto olhava de relance para o moreno, que ainda tentava se recuperar do susto. -Não Cas.

-Hey, Cas, fala pra ele que ele quem você é, quem sabe ele lembre. Fala que ele sofreu uma lavagem cerebral e que nem percebeu. - Sam chacoalhou o Novak, que olhou para Dean, e murmurou, desviando o olhar:

-Você sofreu uma lavagem cerebral, Winchester.

O garoto dos olhos verdes corou, murmurando mais uma vez para Sam.

-É Castiel, não Cas.

-Não, é Cas, e não Castiel. - Sam balançou a cabeça negativamente, e olhou para o moreno. -Cas, me leva pra ver as estrelas hoje? - ele balançou o Novak outra vez. -Por favor, por favor! É que o Dean...

-Sammy! Vamos logo que a Ellen e a Jo devem estar nos esperando para o café! - com o coração disparado, Dean segurou seu irmão pela mão, e o afastou de Castiel.

-Ahhhhhh, vamos ficar aqui só mais um pouquinho! - Sam choramingou, fazendo outro biquinho. -Por favor! Faz tanto tempo que a gente não vê o Cas!

É porque ele não queria nos ver, caso contrário, teria pelo menos ligado!” pensou Dean, as lágrimas subindo aos olhos.

Mas ele não se permitiria chorar ali. Não na frente de Castiel, não na frente de Sammy. Não se permitiria jamais demonstrar tristeza para nenhum dos dois, por pior que fosse a dor. Castiel talvez nem se importasse, mas Sammy... Sammy era seu irmãozinho. Mais uma vez, Dean tinha de protegê-lo, não preocupá-lo. Porque, por mais que ainda fosse uma criança, Sam não era nenhum idiota.

-Cas! - chamou uma voz feminina, à direita de onde se encontravam.

Logo em seguida, uma garota veio andando até eles. Era ruiva, de olhos castanhos e pele clara. Usava óculos com lentes redondas, e um vestido branco que ia até os joelhos.

-Cas? - ela repetiu, meiga. -São seus amigos?

-Não! - exclamou Dean, enquanto Sam dizia, todo feliz:

-Sim!

Os irmãos se encararam.

-Não. - repetiu Dean.

-Sim, sim. - Sam balançou a cabeça, ainda sorrindo.

-Cas? - a garota se virou para o Novak, que, pálido como um fantasma, a encarava, a boca entreaberta. -São ou não seus amigos?

-É... Na verdade... Mais ou menos... - murmurou o garoto, esfregando a testa com nervosismo. -Anna, esses são Dean e Sam Winchester. - o moreno indicou cada um deles, sem encarar ninguém em especial. -Dean, Sammy, essa é a Anna Willians, minha namorada.

-Namorada?! - Sam o encarou, a boca aberta num perfeito “o”. -Eu não sabia que você tinha namorada, Cas!

Bem, irmãozinho, há muita coisa que você não sabe sobre o Cas.” Dean desviou os olhos da garota ruiva à sua frente – que repentinamente já não lhe parecia mais tão amigável -, agoniado.

Como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente pra ele, só por encontrar Castiel no maldito parque, tinham de encontrá-lo com a namorada ainda por cima? Só podia haver alguém brincando com ele. Fazendo Sam querer ir no parque justo quando Castiel e Anna-boazinha-Willians estavam lá? Era uma brincadeira de muito mal-gosto.

Sentia-se agoniado apenas por pensar que, talvez, segundos antes, Castiel e a Willians estivessem se beijando. Será que ela segurava as mãos dele? Será que sabia o quanto o garoto gostava – ou costumava gostar – que acariciassem seus lábios com a ponta dos dedos? Ou que gostava que o abraçassem quando dizia que estava com frio? Ou tantos outros segredos que o Novak havia lhe contado? Será que ela os conhecia todos?

Ele não sabia. Ele realmente não sabia. E aquilo o atormentava demais.

Somente olhar para Castiel já doía demais, imagine então vê-lo com a namorada. O Winchester não podia suportar aquilo. Não podia suportar o pensamento que, agora, seu anjo – como costumava chamá-lo – amava outra pessoa. Que seu anjo agora murmurava “eu te amo” à outra pessoa. Que agora, seu anjo tinha outra pessoa que podia chamá-lo de “Cas” ou “amor”, que podia beijá-lo, e que, ao contrário dele, podia fazê-lo em público.

-Sam, vamos embora. - disse para o menor, a voz falhando levemente. -Vamos embora agora, porque eu não quero que a Ellen fique irritada comigo.

Como ainda podia fingir indiferença perante aquela cena? Como conseguia esconder tudo que sentia atrás de uma casca tão falsa? Deus, ele estava em pedaços por dentro.

Vazio e destruído. Era assim que se sentia. A felicidade que sentia minutos atrás – quando haviam chegado ao parque, antes de Sam encontrar Castiel – havia simplesmente desaparecido, e em questão de segundos. Desde o momento em que Sam mencionara as estrelas. Como poderia encarar Castiel novamente, depois de encontrá-lo com sua namorada? Ele não agüentaria. Em algum momento, ele acabaria ficando louco, com tantos sentimentos reprimidos dentro de si, com sua alma gritando, implorando pra que a dor acabasse.

Era demais pra ele. Demais para o que restara de sua sanidade.

-Tudo bem. - Sam fez outro biquinho, emburrado. Dessa vez, no entanto, não funcionou. -Tchau Cas, tchau Anna! - ele acenou com a mão, ainda alegre, apesar de tudo. -A gente se vê outro dia!

Por que você permite que meu irmão te chame de Cas, e não permite que eu o faça também?” Dean afastou-se de Castiel e Anna, acenando apenas uma vez, enquanto segurava a mão de Sam e seguia em direção à casa de Ellen.

Andaram por alguns segundos em silêncio, antes que Sam o encarasse, a testa franzida.

-Dean?

-Sim? - o mais velho olhou de relance para ele, cauteloso.

-Eu falei com o Cas e você não queria... - os olhos de Sam brilhavam como se o garoto impedisse que lágrimas caíssem deles. -Está bravo comigo por isso?

-O quê? Não, claro que não, Sammy. Eu nunca ficaria irritado com você por uma coisa como essa. - respondeu Dean, sentindo o remorso pesar em seus ombros, enquanto continuava olhando para frente. -Só vamos pra casa, ok? Não precisa se preocupar com nada que aconteceu.

-Ok! - secando os olhos com a manga de sua blusa de frio, Sam sorriu. -Espero que a Jo tenha deixado torrada pra gente!

Dean fingiu um sorriso, enquanto suas próprias palavras ecoavam em sua cabeça: “não precisa se preocupar com nada que aconteceu...”

No fundo, no fundo, ele sabia que estava apenas mentindo pra si mesmo.


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Notas finais do capítulo

Que acharam?
Mereço reviews? x3



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