Milagre De Ano Novo escrita por Lua, March Hare


Capítulo 8
Ceci est ... l'amour?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Francis e Arthur dormiram tão bem naquela noite que nem ouviram o celular tocando no meio da madrugada.

Quando Francis acordou ainda estava amanhecendo. Ele sorriu bobamente olhando para o inglês adormecido ao seu lado. Na noite anterior o francês tinha subido e deitado em sua própria cama, mas ela parecia grande e desconfortável comparado a onde o inglês estava deitado com os olhos semicerrados e um sorriso no rosto. Arthur tinha se esquecido de fechar a porta que ligava os dois quartos.

Francis só reparou no que estava fazendo quando já tinha deitado na cama do outro quarto e abraçado o homem que dormia lá. Esperou por alguns segundos alguma reação do mais novo, algo como um tapa, chute ou soco, mas nada veio. Entendendo isso como um “pode ficar”, ele murmurou um “Boa Noite, meu coelhinho” em sua língua natal e abraçou Arthur com mais força. Apoiou sua testa nas costas do alvo de sue abraço e dormiu, pensando em como a mistura de cheiro de chá com algo adocicado e um toque daqueles cheiros bons que se sente perto da natureza, como o de grama, combinava com ele.
Naquela noite ele sonhou como não sonhava há tempos. Estava num sentado campo, lindo e claro, com varias flores. Era tudo muito relaxante. Logo depois viu Arthur se aproximando. O Inglês sentou na frente dele e sorriu, se aproximando e prendendo seus cabelos com uma fita verde.

“- Gosto mais do seu cabelo preso Francis. No que está pensando?”

“- Eu estava pensando em como essas flores são bonitas e esse lugar é relaxante. Mas agora estou pensando em como meu namorado é perfeito”

As bochechas do inglês se tingiram levemente de vermelho.

“- Posso concordar que em partes. Esse lugar é perfeito e meu namorado também, mas para mim ainda faltam muitos passos para alcançar esse titulo. Shakespeare disse que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.”

“- Então está explicada a sua perfeição, mon amour.”

Os dois ficaram em silencio, trocando beijos e carinhos. Depois de um tempo, Arthur colocou uma flor, a mais bonita e cheirosa entre todas as outras, apoiada na orelha do mais velho.

“- Você fazia isso comigo quando éramos crianças.”

“- Verdade, você ficava irritado e gritava dizendo que não era uma garota.”

“- Era tudo perfeito quando éramos crianças. Mas eu gosto mais de como as coisas são agora.”

Francis sorriu e voltou a abraçar o mais novo. Eles deitaram no chão, os beijos se tornando mais profundos e a distância entre os corpos cada vez menor.

“- I love you.”

“-Je t'aime aussi.”

Quando o lugar começou a parecer mais quente e as roupas a serem tiradas, Francis acordou.

O francês levantou rápido de manhã, com um pouco de medo de ser chutado para fora da cama quando o outro acordasse. Olhou para o celular de Arthur que vibrava em cima da escrivaninha e viu as palavras “Você tem uma nova mensagem de Bloody Yankee Bastard” brilharem na tela. Não resistiu e pegou o aparelho para ler tal mensagem.

“ “Nos acordar no meio da noite”? Você e o Francis já se casaram e não me avisaram? Poxa Iggy, eu queria ser padrinho do casal fogo e água!” Essa frase foi seguida de varias letras sem sentido que Francis resolveu interpretar como uma gargalhada.

Depois de colocar o telefone no lugar e marcar a mensagem novamente como não liga ele foi até o banheiro. Certas partes de sue corpo precisavam de um bom banho gelado para se acalmar.

Quando conseguiu finalmente parar de pensar no corpo de Arthur junto ao seu, Francis desceu para fazer o café da manha. Arrumou as coisas para fazer panquecas e bolo e viu que precisava ir ao mercado. Escreveu um bilhete para caso Arthur acordasse e saiu.

Chegando onde queria ele começou a encher o carrinho. Resolveu comprar chá, pois sabia o quanto Arthur gostava daquela bebida. Na verdade, ele resolveu comprar tudo que se lembrou que o inglês gosta. E também fez uma lista de doces para fazer, comprando todos os ingredientes para tal. Ele estava muito feliz tendo Arthur como hospede na casa dele.

Enquanto basicamente saltitava pelos corredores do supermercado enchendo o carrinho de vários “mimos” para Arthur e para o Toffe, Francis recebia olhares bem estranhos das pessoas. Afinal, não é todo dia que se vê um homem de 1,75 metros saltitando, cantarolando e falando coisas em francês.

A caixa daquele lugar era uma velha “conhecida” de Francis. Eles já tinham ficado juntos varias vezes, era uma das muitas ‘ficantes’ do francês. Quando ela o viu na fila já começou a sorrir e a acordar seu lado sedutor. Era uma mulher realmente atraente que muitos homens adorariam ter a chance de conhecer melhor.

– Bom dia, senhor Bonnefoy

.– Bom dia, Lucia.

– Quanta coisa o senhor está comprando hoje... Você tem um coelho?

– Non,non, essas coisas são para o coelho de um amigo meu que esta hospedado lá na minha casa.

O jeito que os olhos de Francis brilhavam fez todos falarem mentalmente um “amigo, sei, muito amigo...” mas Lucia resolveu ignorar esse pensamento.

– Ah, senhor Bonnefoy, tem algo para fazer hoje? Meu turno acaba daqui a duas horas a gente podia sair, almoçar...

– Desculpa Lucia, hoje eu tenho um compromisso.

Francis terminou de pagar e saiu, deixando uma mulher perplexa e irritada para trás. Ela nunca tinha sido rejeitada desse jeito, ainda mais pelo francês que era conhecido por sair basicamente com qualquer um.

Quando ele chegou a sua casa começou a preparar o café da manha. Chá, pão, bolo e tudo que tinha direito. Arrumou a mesa com os pratos mais bonitos e até colocou um vaso c flores no centro para enfeitar.

– Por que eu estou fazendo isso? Desde quando é tão importante deixar o Arthur feliz? Eu devo estar doente...

Talvez Francis, doente de amor, quem sabe.

– Ou realmente estou amando o Arthur...

Depois de arrumar tudo Francis subiu para acordar o inglês. Quando chegou ao quarto, viu Arthur encolhido na cama, parecendo sentir dor. Olhando para ele, viu que a briga realmente tinha sido feia, o mais novo estava bem machucado. Chegou perto devagar e começou a mexer no cabelo bagunçado do inglês.

– Arthur, levanta.

Nada do outro se mover.

– Vamos, Arthur, acorda. – Um beijo de leve na bochecha – Vamos tomar café e depois eu vou te levar ao medico para ver esses machucados aí.

– Não quero ir pro medico.

Arthur parecia uma criança fazendo manha sem querer levantar. Francis riu quando ele agarrou as cobertas para não sair da cama.

– Ah, como você é mimado! Vem, levanta.

Com um puxão delicado Arthur basicamente foi arrancado da cama. Depois de uns 5 minutos de “quero dormir mais” os dois desceram para a cozinha.

– Uau frog... Tá tudo tão bonito e cheiroso...

– Merci, mon petit.

– Não fique convencido só por causa disso.

– Tá bom, não vou ficar. – Ele riu – Vamos comer.

A refeição foi bem agradável. Eles conversaram, Arthur tentou convencer Francis a não levá-lo para o hospital, mas dessa vez a teimosia inglesa não foi tão forte para convencer o outro. Depois que terminaram de comer Francis literalmente carregou Arthur para o carro e o levou para o hospital.

Francis esperava do lado de fora do quarto enquanto o medico conversava com o inglês. Ele estava muito nervoso, Arthur não tinha deixado-o ouvir o que o médico tinha a dizer, e agora a preocupação aumentava a cada segundo. E se tivesse acontecido alguma coisa? Se os machucados fossem mais graves do que pareciam?

– Ahh Arthur, seu idiota!

Nessa hora o doutor saiu e basicamente foi atacado pelo francês.

– O Arthur tá bem? Não aconteceu nada de grave com ele não é? Os machucados não são sérios, são?

– Calma senhor! Ele esta bem sim, os machucados não são muito graves, só que ele está com alguns ossos quebrados, mas é só ele tomar os remédios e não fazer muito esforço que logo ele estará bom novamente. Se ele sentir muita dor o senhor pode lhe dar um anestésico. O senhor Kirkland também bateu coma cabeça no chão com força, seria melhor deixá-lo em observação, mas ele não quer ficar aqui. Então qualquer coisa o senhor liga para cá, sim?

– Sim doutor, muito obrigado.

– Ele esta meio grogue agora, então cuidado quando saírem daqui.

– Sim, pode deixar.

Francis entrou no quarto e pegou a lista de remédios que deveria comprar. Olhou para Arthur, que parecia ter acabado de acordar e ainda estar com muito sono. Sorriu.

– Vamos voltar pra casa?

– Eu adoro quando você fala assim, sabe?

Arthur parecia não pensar sobre o que esta falando. Obviamente, Francis resolveu se aproveitar disso.

– Assim como, querido?

– Quando você fala como se a sua casa fosse minha também. Faz-me sentir bem, como se eu tivesse um lar de verdade.

– Minha casa é sua casa Arthur. O que mais você gosta?

– Gosto de quando você faz carinho no meu cabelo, quando você me abraça... Gosto de ficar perto de você, mesmo quando estamos brigando.

Francis sorriu mais ainda. Então Arthur se sentia do mesmo jeito que ele, isso era bom. Possivelmente o inglês não se lembraria de ter falado aquilo tudo aquilo e se lembrasse nunca admitiria. Passou a mão de leve pelo cabelo do outro e o ajudou a levantar.

– É muito bom saber disso. Vamos para nossa casa agora então.

Quando eles voltaram para casa Arthur já estava mais normal, mas assim que deitou no sofá adormeceu. Francis sentou-se no chão e começou a acariciar o rosto adormecido a sua frente. Arthur fica tão lindo relaxado.
Sorriu enquanto contornava os lábios do inglês com o polegar. Sentiu seu coração bater mais forte e lembrou-se da sensação que teve em seu sonho, de ter Arthur perto de sentir aqueles mesmos lábios de encontro aos seus.

Depois de mais ou menos uma hora admirando Arthur dormir Francis levantou, corado. Por que tinha feito aquilo?

– Eu estou ficando maluco. Será que eu realmente o amo?

Pegou seu notebook e sentou novamente no chão, ao lado do sofá, começando a digitar.

“Arthur crescia rápido, mais rápido que os humanos normais. Ele estava conosco há um mês e já parecia um ano mais velho. Apesar de ainda ser uma criança, ele estava bem mais maduro e já tinha se acostumado com a nossa rotina.

Eu descobri muitas coisas sobre ele. O coelhinho tinha medo de se aproximar das pessoas, mas se identificou bastante comigo. Ele confia somente em mim. Também adora doces e brincar no convés, correndo e pulando de um lado para o outro. Arthur tinha quatro irmãos e brigava bastante com eles, mas seus pais sempre separavam as brigas antes que alguma ficasse seria demais.
Nos seis meses seguintes eu cuidei de Arthur e o vi crescer. Agora ele já parecia um adolescente, mas continua sorrindo e me abraçando como se fosse uma criança. Ele ainda dorme no meu quarto e isso esta me deixando um pouco envergonhado.

As coisas no universo começavam a ficar feias e a M.I a exercer seu papel tirânico de dominar os outros povos. Nós decidimos contra atacar, não podemos assistir sentados eles destruírem e dominarem o universo. Afinal, aterrorizar as pessoas e roubar o dinheiro delas é o nosso trabalho, não o deles.

Já estava tudo combinado, nós iríamos atacá-los. Eu pensei que Arthur teria medo de lutar, mas o coelhinho também tem seu lado corajoso. Quando contei para ele que estava indo enfrentar a Marinha, eu achei que ele fosse tentar me impedir de ir, mas ele pegou uma espada e disse

– Eu vou com você.

Agora estamos em um barco menor, indo em direção a atual localização da M.I e ”

– O que é M.I?

– Marinha Intergaláctica... Arthur?!

O Inglês sorria. Ele tinha acordado há alguns minutos e estava só observando e lendo a história por cima do ombro de Francis.

– Tem um personagem com meu nome é?

O sorriso de Arthur era tão feliz e os olhos dele brilhavam. O francês não esperava isso. Na verdade, ele achava que o outro ficaria com raiva e o faria mudar o nome do personagem.

– Bem... É... Tem, mas...

Nessa hora Francis começou a gaguejar e a ficar corado. Abaixou a pagina do Word e voltou a falar com o mais novo.

– Ah Arthur! Não era pra você ver! Seu idiota! Chato!

Arthur começou a rir.

– Acho que é uma boa hora para a gente conversar sobre aquilo que você disse enquanto voltávamos do Hyde Park, não é?

Francis só concordou com a cabeça sentindo seu rosto quase pegar fogo de tão quente.


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Notas finais do capítulo

Terminei esse capítulo agora, literalmente, eu tinha perdido completamente a noção de tempo e só me toquei que hoje era quinta hoje quando acorde. Então eu digitei esse capítulo correndo e completamente sem inspiração.
Qualquer erro avisem e o próximo capítulo é do Alfred em NY.
Ah e eu mudei a capa por que... ah sei lá, deu vontade de mudar.