Milagre De Ano Novo escrita por Lua, March Hare


Capítulo 12
December Begins.


Notas iniciais do capítulo

Não me matem pela demora, por favor.
Boa leitura.



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O mês de novembro passou rápido. Aos poucos ficava mais frio nas ruas, as pessoas ficavam mais felizes e Arthur mais preocupado. Madeleine e Francis faziam planos animados sobre o que fariam quando fossem passar o natal na França com os pais. Alfred também falava animadamente sobre as festas com a família. Esse ano, não tinha nenhum lugar para ficar enquanto os dois iam para casa.

Ele não queria pensar naquilo, ainda tinha no mínimo 20 dias para arrumar algo para fazer entre o natal e o ano novo. Arthur, Francis e Alfred sempre passavam o ano novo juntos. Diziam que o natal era para passar com a família e o ano novo com os amigos. Mesmo assim sempre ligavam para seus parentes na hora que dava meia noite, tanto meia noite em Londres quanto meia noite na casa dos pais. Arthur não entendia muito bem isso, mas sempre desejava um feliz ano novo quando os dois colocavam o telefone no viva voz.

O inglês estava feliz com sua nova vida. Ainda morava na casa de Francis, mas já estava juntando dinheiro para comprar algo para ele. Não que achasse que o francês fosse gostar muito da idéia, mas não havia nada que ele pudesse fazer.

Arthur tinha começado a trabalhar numa empresa publicitária rival a Kirkland’s Advertisement. Tinha desistido de seu sonho de servir para a marinha, era algo impossível. Seu irmão Rowan tinha feito questão de dar um jeito de proibi-lo de realizá-lo. Ele era casado com a filha de um homem importante que podia fazer basicamente tudo naquele país. Arthur costumava a dizer que ele era um mafioso, mas poderia ser exagero da mente sempre fértil dele.

Na nova empresa, ele era valorizado e sempre bem tratado. Suas propagandas eram elogiadas e cada vez faziam mais sucesso. Seu chefe o elogiava e o chamava de gênio, o que o fazia ficar cada dia mais alegre.

Com o resto da família as coisas estavam piorando. A Kirkland’s Advertisement não tinha conseguido fazer nenhum bom negocio depois que o mais novo dos Kirkland saiu. Nenhum dos outros tinha as mesmas idéias que ele. Os gêmeos tinham brigado e agora Flynn morava na Irlanda enquanto Rowan estava feliz com sua esposa na Irlanda do norte.

Scott e Draig ainda moravam na casa de frente a de Francis, mas agora o mais novo entre os dois estava fazendo um curso no País de Gales e Scott passaria um ano sozinho.

Tal ruivo estava prestes a enlouquecer. A empresa que seu pai sempre deu tanto valor estava ruindo e ele estava sozinho. Nada que ele fazia dava certo, por mais que se esforçasse. Dentro de casa, vozes pareciam chamá-lo no meio do silencio, na rua, todos pareciam olhá-lo torto, dizendo “Você perdeu, você não consegue.”.

Pode parecer exagero, mas ele estava vendo sua vida desmoronar. Terminou com a garota que namorava há anos, tinha chance de perder sua empresa, na qual trabalhava desde garoto por ser o sonho do pai e não tinha mais seus irmãos por perto. Em toda sua vida, descontara sua raiva em Arthur e depois conversava calmamente com Draig para resolver as coisas.

Para Francis, tudo estava perfeito. Ia publicar seu novo livro em, no máximo, uma semana. Todos da editora estavam muito animados. Os agentes do francês, seus amigos de infância, Antonio e Gilbert, já estavam fazendo propagandas no mundo quase todo. Tudo bem que eles sempre foram de exagerar, mas sem eles Francis não teria nem 1/3 de sua fama.

Para Alfred, nada tinha mudado muito. Continuava de férias em Londres e continuava indo todo domingo ver sua família em NY. Era tudo na mesma alegria e despreocupação de sempre. O Herói agora também estava ajudando num orfanato, pois de acordo com ele, é um ato heróico ajudar as criancinhas. Na verdade, ele tinha que arrumar algo para fazer enquanto os amigos trabalhavam e as crianças pareciam algo útil e heróico.

De acordo com Arthur, ele se dava muito bem com os garotinhos, afinal, a idade mental era a mesma e os gostos também. Não é todo garoto de 19 anos que pode passar o dia inteiro ensinando para um menino de cinco anos como ele deve se comportar com sua fantasia de Homem Aranha.

Nesse exato momento Arthur está sozinho na casa de Francis, olhando para o teto e sem saber o que fazer. Tinha ganhado um dia de folga, mas Alfred e Francis estavam “trabalhando”. Trabalhando entre aspas mesmo, já que o estadunidense tinha levado o menino Homem Aranha para tomar sorvete e o francês tinha ido numa festa para promover seu livro junto com Antonio e Gilbert.

O inglês decidiu fazer algo útil de sua vida e ir falar com o pseudo-anjo Rodrigo. Durante esse mês, tinha começado a pesquisar sobre o passado do garoto, mas sem muito sucesso. Talvez hoje pudesse descobrir algo novo.

Pegou o mesmo notebook em que tinha visto as fotos de sua mãe, que durante esse mês foi basicamente apreendido por Arthur, já que era sempre esse que ele usava, colocou numa mochila junto com um caderninho de detetive e foi para o relógio.

Caminhava lentamente sobre as ruas cobertas de neve, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo, observando as fadas e seu brilho refletindo na superfície branca e gelada. Era uma cena linda, a cidade coberta de neve e enfeitada com as luzes, tanto das fadas que só Arthur podia ver quanto às luzes de natal que já começavam a povoar as lojas e casas no começo de dezembro.

Andou calmamente até o conhecido beco e passou para dentro do relógio. Lá, subiu ao topo da torre e ficou sentado esperando Rodrigo aparecer, em uma parte onde podia ver todos na rua, mas ninguém podia vê-lo.

Passaram algum tempo, onde o inglês desenhou e escreveu tranquilamente em sue caderno. Do nada, uma mão gelada tocou seu ombro e uma baforada quente atingiu sua nuca, seguida de um som parecido com “BU”

-Não adianta Rodrigo. Você não me assusta e nem me pega de surpresa.

- Você é um chato Arthur.

 O carioca saiu de trás do inglês e ficou parado em sua frente, batendo as asas para se manter no ar. Os braços estavam cruzados e eu seu rosto podia ser visto o clássico “bico” de criança contrariada.

- Então, mala sem alça, o que quer aqui?

- Você fala como se isso aqui fosse seu. Preciso te lembrar que estamos num ponto turístico?

- Você é o único turista que vem aqui, anda, diz o que quer.

- Alguém acordou de mau humor hoje... Vim te ajudar pirralho. Mas posso ir embora, tenho muito mais o que fazer hoje.

Isso era mentira, mas Arthur já era um especialista em mentir, então Rodrigo não percebeu.

- Desculpa... Não, desculpa não, você merece. Bem, então, descobriu alguma coisa?

- Sim. Mas não é quase nada.

- Mostra aí.

Arthur abriu uma pagina no computador onde tinha um desenho do menino e mostrou para ele, lendo em voz alta o que estava escrito.

- “Rodrigo de Sá. Parente do fundador da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, foi tomado do pai pelo chefe como pagamento de uma divida e levado para fora do país. Nada se sabe sobre ele depois disso.”

- Porra, pagamento de uma divida? Como assim, virei dinheiro agora?! Que mal, cara...

Arthur riu, já esperava algo do tipo. Deu dois tapinhas na cabeça do mais novo e colocou uma moeda de 50 centavos de libras grudada na testa dele.

- Fifty pee. Você vale no máximo 50 centavos. Tenho pena de quem te pegou para pagar alguma divida, saiu no prejuízo.

- HAHAHA, muito engraçado Arthur. Nossa não consigo parar de rir.

A cara de “aff” de Rodrigo era realmente divertida.

- Bem, fifty pee boy, lembra-se de alguma coisa? Vamos, feche os olhos e pense.

- Cara, para de me encher, já disse que não lembro!

- Custa tentar?

- Custa!

- Anda logo garoto.

Rodrigo bufou e fechou os olhos. Ele queria lembrar, mas tinha medo. Afinal, como alguém que nasceu no Rio pode morrer em Londres sem nem saber como saiu do seu país?

- Meu pai trabalhava para um rico comandante português. Ele era os olhos do homem naquela parte da colônia. Mas um dia aconteceu algo errado...- ele apertou mais os olhos, se esforçando para lembrar- Não consigo lembrar o que foi... Só lembro que o chefe do papai o culpou pelo acontecimento e a gente ficou devendo uma fortuna. Eu e meu irmão mais velho tivemos que começar a trabalhar para ajudar, mas mesmo assim não conseguimos dinheiro suficiente. Até que o... Pedro, sim, essa era o nome do meu irmão, me contou que eu era adotado e que o papai ia me dar pro português e a divida deles acabaria. Eu não acreditei, mas... – uma sensação horrível tomou conta do pequeno e ele sacudiu a cabeça violentamente- Não me lembro Arthur... Não consigo... Chega!

- Calma pirralho!

Arthur ficou um pouco preocupado, mas logo riu.

- Uma fortuna? Vou pegar minha moeda de volta então.

O inglês riu mais ainda ao ver que rainha que estava estampada na moeda tinha ficada marcada na testa de Rodrigo.

- Muito engraçado Arthur. Estou morrendo de rir aqui. De novo.

A cara do garoto dizia claramente “aff, eu estou morto e ainda tenho que aguentar um maluco rindo da minha cara, oh vida cruel.”. Ele começou a esfregar a testa tentando fazer a marca desaparecer, sem sucesso, só conseguindo mais risadas do inglês.

- Pirralho, assim só vai ficar mais vermelho... Aliais, como você fica vermelho?

-... Uhn?

- Você é um... Anjo, demônio, fantasma, ou seja lá o que for. Como você fica vermelho quando eu coloquei a moeda, ela deveria te atravessar ou algo assim, não deixar uma marca na sua testa... E você também cora, chora, sua... Essas coisas que pessoas vivas fazem...

Nenhum dos dois tinha parado para pensar nisso antes. Tecnicamente, Rodrigo não deveria sentir dor, ou qualquer outra sensação parecida. Arthur não deveria poder toca-lo, nem vê-lo, mas isso já era esperado, ninguém via as fadas também.

Cada um olhava para um canto pensativo. Arthur olhava para a rua abaixo de si, tentando descobrir o que o garoto ao seu lado seria. Rodrigo olhava para seus dedos, que também tinham se avermelhado quando esfregou sua testa. Arthur tinha razão, aquilo não deveria acontecer.

Depois do momento reflexão, nenhum dos dois chegou a nenhuma conclusão decente.  Arthur estava começando a se interessar pela historia do garoto, parecia um dos livros de detetive que ele lia quando era mais novo.

- Vou descobrir isso também!

- Arthur, você era um daqueles molequinhos que ficavam lendo livros escondido no cantinho enquanto os outros brincavam, não é? Aquele tipo que todo mundo gostava de implicar?

- Rodrigo, morre.

- Já estou morto.

- Então morre de novo!

Arthur levantou, não gostava de quando o lembravam sua época de escola, ele era realmente um garoto meio isolado. Olhou para o relógio e viu que tinha ficado tempo demais naquele lugar.

- Vou voltar pra casa Rodrigo, amanhã eu passo na biblioteca e depois volto para dizer se descobri algo sobre você.

Levantou, bagunçou os cabelos do menino e saiu. Nevava bastante àquela hora, o que o fez apertar o passo, quase correndo pelas ruas vazias. Chegou à casa de Francis encharcado com a neve que tinha derretido sobre sem corpo, batendo os dentes de tanto frio.

Na sala estavam Francis e Antonio, sentados vendo um filme no escuro. Arthur não gostou nada disso. Sempre teve uma desconfiança que Francis e Antonio já tiveram alguma coisa no passado, mas tentou esconder o ciúme, mesmo vendo Francis pular em cima do amigo diante de uma das cenas do filme de terror que passava no DVD.

- Boa Noite.

A voz de Arthur estava meio fria, como se com “Boa Noite” quisesse dizer “desgrudem-se”.

-Boa Noite- responderam juntos, sem nem olhar para o inglês.

Arthur tirou o casaco e os sapatos para não molhar mais a sala. Queria chutar o espanhol para fora, mas se controlou e subiu para seu quarto, trocando de roupa e guardando suas coisas. Voltou para sala quando o filme acabava e fez questão de acender a luz assim que entrou.

O espanhol riu e levantou. Ele estava se divertindo, sabe-se lá com o que.

- Fran, esse filme foi realmente bom! Pena que o Gil não pode vir ver com a gente.

- Na próxima vez nos vamos ao cinema. Nós 3.

- O Bad Touch Trio vai mostrar para todos que... como o Gil diz mesmo?

- “O Bad Touch Trio vai mostrar para todos que é o grupo mais “awesome” que já existiu.”

- Sí, si! Isso mesmo. Bem, to indo Fran, amanhã nos vemos de novo.

- Au revoir, Tonio!

Francis levou o espanhol até a porta de fora, onde eles conversaram por mais alguns minutos, sempre rindo e se divertindo.

Arthur sentou no sofá. Estava irritado. Sentia-se excluído, como se Antonio tivesse mais direito de ficar perto do francês do que ele. Francis e ele podiam ser namorados agora, mas nunca passariam de rivais. Arthur sabia que nunca podia ser do tipo melhor amigo, como Antonio era. Afinal, brigar com aquele sapo estúpido era muito divertido.

- Aconteceu alguma coisa hoje Arthur?

O inglês nem tinha reparado que Francis estava ao seu lado. Olhou para ele por alguns segundos e levantou.

- Não, nada. Vamos jantar?

O silencio foi sua resposta.

- Você marcou de jantar com alguém ou esqueceu-se de cozinhar?

-... Ambos.

Arthur rodou os olhos. Maravilha.

- Maravilha...

- Não fique chateado. Foi um concurso que teve, a fã que ganhasse ia jantar comigo...

- Uhn, ok... Que horas vai?

- Daqui à uma hora. Tenho que me aprontar.

- Tudo bem.

Arthur foi pra cozinha e Francis subiu para se arrumar para o tal jantar com a fã. Depois de 20 minutos, quando o francês desceu enrolado em uma toalha para perguntar se Arthur tinha visto sua roupa nova, um forte cheiro de queimado tinha invadido a sala. Ele correu pra cozinha, mas a porta estava trancada.

-Arthur?! Ta tudo bem ai?

- Sim.

- Tem certeza?

- Sim.

Mesmo preocupado, Francis resolveu acreditar no mais novo. Sabia que ele não era um ás na cozinha, mas não acreditava que ele pudesse fazer algo realmente perigoso.

Dentro do cômodo queimado, Arthur tentava desesperadamente apagar o fogo que tinha pegado na toalha. Tudo tinha começado com fogo de óleo. Ele estava tranquilamente fritando algo não muito identificável quando o óleo da frigideira começou a pegar fogo. Tentou manter-se calmo e decidiu que deveria apagar o fogo. Como se apaga um fogo? Arthur decidiu que era com água.

Ai o pandemônio começou. Ao invés de apagar, o fogo aumentou muito e pegou na toalha que estava na mesa do lado do fogão e na mão esquerda do inglês. Foi fumaça para todos os cantos. Arthur sabia que Francis ia mata-lo, então trancou a porta o mais rápido possível. Sua mão doía muito, a queimadura tinha sido grave, mas ele poderia ir ao medico depois que o francês fosse embora. O importante naquele momento seria não deixar Francis saber de nada. E não colocar fogo no resto da casa.

Meia hora depois, quando Francis falava do outro lado da porta da cozinha que estava saindo, Arthur já tinha controlado as chamas e limpado uma boa parte da fuligem que estava no chão. Só precisava arrumar uma toalha nova. E tomar um banho, estava negro por causa da fumaça do fogo.

No final, o estrago foi uma mão queimada, uma toalha de mesa destruída, algumas manchas na parede e alguns itens culinários, que Arthur não fazia a ideia da utilidade, inutilizados.

- Podia ser pior...

Também podia ser melhor, mas o inglês não parou para pensar nisso. Deveria dar um jeito na mão, tinha péssimas lembranças de outras queimaduras que pioraram. Tomou banho e foi para o medico mais rápido que pode, só para descobrir que teria que tomar remédios e que a marca da queimadura demoraria a sumir, isso se sumisse. E para ouvir lição de moral dos médicos, coisa que ele fez questão de ignorar completamente.

Saiu mais irritado do que tinha entrado, chutando montes de neve no caminho de volta a sua casa. Resolveu comprar um daqueles sanduiches que Alfred gostava tanto para não morrer de fome, não tinha nenhuma vontade de encarar a cozinha novamente.

- Só me faltava essa... – mordeu um pedaço do hambúrguer-  Como o Alfred consegue comer essas coisas horríveis? Isso é nojento!

Ele resmungava pela rua, parecendo um velho estressado, com fome demais para deixar de comer a “coisa nojenta” a qual se referia.

Chegou em casa e logo arrumou um par de luvas. Um não, vários pares de luvas. Não ia deixar o francês estúpido ver aquele machucado.

Resolveu assistir TV na sala. Sentia-se mal naquela casa grande sozinho. Não só por ela ser silenciosa, mas também por não ser sua. Parecia um peixe fora d’água quando olhava aquele lugar. Tudo era do gosto de Francis, escolhido exatamente por ele e para ele, para decorar a casa dele. Não tinha Arthur naquele lugar. Não tinha lugar para Arthur, mais especificamente.

O inglês resolveu acabar com seu momento sem teto depressivo pegando o computador e subindo para seu quarto. Pelo menos ali tinha coisas que eram dele.

Ficou horas ouvindo musica até que viu alguém interessante entrar no MSN.

Arthur Kirkland diz:

Olá Kiku.

Honda Kiku diz:

Olá Aasaa-san, como vai?

A conversa dos dois seguiu assim, tranquila, por horas a fio. Arthur conheceu Kiku quando o japonês foi a Londres fazer um intercambio. A personalidade calma e tímida do garoto logo fez os dois se tornarem amigos. Eles se davam bem desde o começo. Era bom conhecer alguém calmo, diferente dos outros “amigos” que tinha.

Arthur contou a Kiku tudo que estava acontecendo, a briga com o irmão, o fato de estar morando na casa do francês e namorando o mesmo. Kiku aconselhava-o e acalmava-o, dizendo que ele não devia perder tempo pensando em coisas que poderiam deixa-lo mal.

Já Kiku contava a Arthur que estava morando na Grécia por um tempo até que as coisas com a família adotiva voltassem ao normal. Ele morava com um chinês, que era o “irmão mais velho” de alguns órfãos. Ao todo, eram ele, o chinês, uma taiwanesa, um sul coreano e um honconguês. Moravam num pequeno apartamento em Tókio, pequeno demais para todos, na opinião do japonês. Kiku decidiu se mudar exatamente por isso e acabou brigando com a família.

Arthur Kirkland diz:

Grécia é longe Kiku. Melhor você voltar logo para o Japão e conversar com o Yao.

Honda Kiku diz:

Eu sei, mas estou aqui ajudando um amigo meu que está com problemas por causa da crise atual. Quero voltar para casa e resolver as coisas, mas não quero deixa-lo aqui, tenho medo de ele acabar morrendo de fome. Será que ele iria comigo?

Arthur sorriu antes de responder. Era bem a cara de Kiku se preocupar tanto assim com um amigo.

Arthur Kirkland diz:

Acho que sim, Kiku. Pelo menos se fosse comigo eu iria. Fale com ele, tenho certeza que vocês vão chegar a uma solução. E com fale com ele quero dizer falar não só com seu amigo grego, mas com o Yao também.

Honda Kiku diz:

Obrigado Aasaa-san. Vou fazer isso sim. E você?

Arthur Kirkland diz:

Eu vou comprar logo meu apartamento, como tinha decidido há tempos. Já devo ter dinheiro o suficiente para isso. Estão me tratando tão bem na empresa nova, Kiku, que eu nem acredito direito. Mas mesmo assim não posso deixar de pensar em como a KA está...

Honda Kiku diz:

Não se preocupe com isso. Você tem o direito de ser feliz também.

Por incrível que pareça, aquelas palavras aqueceram o coração do inglês. Era tão simples, mas tão complicado ao mesmo tempo. Ele sabia que tinha tal direito, todos têm. Mas certas horas aquilo não entrava em sua cabeça. Fechou os olhos e só abriu quando ouviu novamente o apito do computador.

Honda Kiku diz:

Aasaa-san? Está aí?

Arthur Kirkland diz:

Sinto muito Kiku, estou sim. Perdi-me em pensamentos aqui por alguns instantes.

Honda Kiku diz:

Não é nada. Eu disse algo errado?

Arthur Kirkland diz:

Não, ao contrario, você disse algo muito certo.

Honda Kiku diz:

Que bom. Então, quando você comprar seu apartamento posso ir te visitar?

Arthur Kirkland diz:

Claro que sim! Vou ficar te esperando. Você podia vir no começo de janeiro. Alfred ainda vai estar aqui nessa época.

Honda Kiku diz:

Tudo bem então! Quando estiver mais perto nos combinamos direito.

Eles trocaram emoticons de sorrisos e passaram a falar sobre assuntos menos importantes, até mesmo completamente triviais, como algum filme ou livro novo, ou até mesmo doces que tinham em Londres e não em Tókio, ou vice e versa.

Era madrugada quando Francis voltou e encontrou Arthur rindo em seu quarto. Não falou nada e foi para a porta ao lado, deitando-se para dormir.

Arthur estranhou a atitude e pensou em levantar-se para falar com o outro. Dito e feito, quando chegou lá ele já dormia. Franziu as sobrancelhas e voltou para frente do computador.

Arthur Kirkland diz:

 Kiku, o Francis chegou...

Honda Kiku diz:

Até mais então Aasaa-san, vai lá ficar com ele.

Arthur Kirkland diz:

Não... ele foi dormir. Entrou direto e deitou, sem nem falar comigo. Quando fui no quarto dele, ele tava dormindo já...

Honda Kiku diz:

Estranho, ele é sempre tão...

Arthur Kirkland diz:

É, sei tão... Francis.

Honda Kiku diz:

Mas não se preocupe, ele só deve estar cansado.

Arthur Kirkland diz:

É pode ser... Mas eu sinto que tem algo errado Kiku. Mas não vou me preocupar com isso agora. Melhor eu ir dormir também, tenho que trabalhar amanha cedo e já são quase 4 horas da manha por aqui.

Honda Kiku diz:

Tem razão, melhor você ir mesmo. Tenho que terminar meu mangá ainda, boa noite Aasaa-san.

Arthur Kirkland diz:

Boa noite Kiku. Até outro dia.

Arthur desligou e guardou o notebook, indo escoar dente e dormir logo depois. Demorou a pegar no sono, preocupado com o que poderia ter acontecido com Francis.

“O mar estava escuro e assustador. No porto só se encontrava o capitão, sentado na beira com os pés na água, olhando a quantidade de sangue que banhava as tabuas do chão e vendo o braço sumir ao longe. Seu barco. Tinha sido derrotado?

- Impossível.

O pirata levantou-se, arrumando o chapéu. Seus olhos verdes mostravam frieza e desprezo. Não ia deixar aquilo daquele jeito. Iam pagar. Aqueles três iam pagar. Iam devolver seu barco e sua tripulação.

Tomado pela vingança, caminhou até o barco mais próximo e olhou para o homem que estava sentado ao sei lado. Conhecia aquele barco.

- Você é o Capitão Honda?

- Sim, sou. E o que o temido Arthur Kirkland, demônio dos sete mares, quer comigo?

O tom do japonês era calmo, tão calmo que poderia ser considerado até desafiador. Mas Arthur já conhecia Kiku, sabia que aquilo não era nada.

- Quando você e sua tripulação zarparem, eu vou junto.

- Algum motivo especial?

- Vingança. Vou recuperar o que é meu.

- Bem vindo a bordo do Kuro Taiyoo senhor Capitão do Green Demon.”


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Notas finais do capítulo

*escondida* Primeiro milhões de desculpas por não ter postado antes. Eu to muito enrolada aqui, muito mesmo, com a escola, falta de ideias, de horas de sono, de tempo, e tudo mais. Só consegui postar hoje por causa da mágica folga de 2 dias por causa da semana santa. Serio, desculpa mesmo TT.TT
Não sei quando vou conseguir fazer meu cérebro funcionar o suficiente para postar de novo, mas eu quero postar algo domingo, por que é o dia da Entente Cordiale... e páscoa também.
Ah, agora eu tenho uma pergunta pra vocês. Com quem vocês shipam o Alfred?(tirando o Arthur, por que 99,9% do mundo shipa UsUk, eu incluída, apesar de preferir FrUk) Eu tenho 3 pares para ele em mente e não consigo escolher...
Mais uma coisa, antes desse capítulo, eu tinha postado outro que acabei excluindo por que tava muito ruim. Eu deixei só uns 20 minutos, mas se alguém leu é mais uma das coisas pra minha lista de coisas que devo pedir desculpas. Sorry, sorry... espero que esse tenha ficado melhor... *se mata*



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