Milagre De Ano Novo escrita por Lua, March Hare


Capítulo 13
Amitié et culpabilité


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ^^



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Francis estava radiante com seu novo livro. Na editora, era tudo o que se comentava. Nesse momento, ele estava sentado escrevendo as notas de agradecimento. Lembrou que muitas vezes tinha escrito “Para meu querido idiota inglês” seguido por um “Obrigado, mas eu ainda te odeio” naquelas notas.

Também se lembrou de seus fãs tentando adivinhar quem seria o tal idiota inglês e riu. Talvez estivesse na hora de esclarecer as coisas.

“ Esse é mais um livro dedicado para meu querido idiota inglês.

Eu sei que não sou de escrever dedicatórias grandes, mas hoje vou abrir uma exceção. Tenho certeza que vocês estão morrendo de curiosidade para saber quem seria esse tal de “querido idiota inglês”.

O nome dele é Arthur. Arthur Kirkland. Meu amigo de infância. Ou melhor dizendo, meu rival de infância. Nós sempre brigamos e competimos por tudo. Ele não aceita que eu sou o melhor.

Enquanto eu buscava inspiração para escrever esse livro achei uma caixa com objetos de nossa infância. Lembrando daquela época, eu me toquei que aquela coisa que acha que é um ser humano(sim, o Arthur) é muito importante para mim desde que nos conhecemos. Só ali eu percebi que a inspiração que eu tanto procurava estava na casa da frente da minha desde sempre. Não sei como pude demorar tanto...

Ele sempre me ajudou muito, sei que sem ele eu possivelmente não teria publicado nenhum livro, tenho que agradecê-lo não só por essa historia aqui, mais por todas elas. Arthur, você não leu essa ultima frase. Eu nunca vou admitir isso.

Então Arthur, obrigado, mas eu ainda te odeio, mesmo te amando tanto. Por que a nossa vida vai ser sempre assim. Nós amando nos odiar.

Essa historia é um presente do seu Sapo que te ama muito. ”

– Fran, que fofinho. Mas acho que suas fãs não vão gostar muito, elas são apaixonadas por você...

Francis quase morreu do coração ao ouvir a voz do amigo espanhol atrás de si. Precisava prestar mais atenção no mundo enquanto escrevia.

– Tonio, não chegue assim silenciosamente por trás dos outros. Você me assustou. É, eu sei que elas não vão gostar... Será que devo tirar a dedicatória?

Antonio não respondeu nada. Não achou que tinha direito de responder. Tinha que deixar o amigo decidir sozinho.

Francis pensou, pensou e pensou, sem chegar a nenhuma conclusão. Colocou a não no mouse e deixou o cursor parado entre excluir e enviar, os únicos dois comandos clicáveis daquela tela grande. Fechou os olhos, arrastou o objeto algumas vezes, rodando para todos os lados possíveis e depois clicou dias vezes.

Do computador, uma voz feminina anunciou em francês “Documento enviado com sucesso”.

– Problema resolvido. Agora seja o que Deus quiser.

Antonio riu e puxou o amigo para uma sala onde estavam as roupas que os dois usariam na festa que teria de tarde para promover o novo livro do famoso Francis Bonnefoy.

– Gilbo foi procurar as roupas dele por que a lavanderia esqueceu-se de entregar. Aqui as suas Fran.

Um terno lindo e caro foi estendido para o francês, que pegou e começou a analisa-lo.

– Belo terno... Não me lembro de ter comprado.

– Eu sei que eu tenho um bom gosto. Você o comprou, só não escolheu. O dinheiro era seu afinal.

E o espanhol riu como uma criança travessa. Tinha comprado aquele terno ontem junto com Gilbert. Os dois resolveram comprar para o amigo uma roupa nova para a festa, junto com as suas. E obviamente, o mais rico pagou as três e mais algumas coisas pequenas que eles encontraram pelo shopping.

– Se eu achar um rombo na minha conta bancaria pelo menos agora sei que não fui roubado...

– Esse é o espírito Fran! Somos melhores amigos, né?

– Belos melhores amigos esses que eu arrumei, ficam gastando meu dinheiro aleatoriamente por ai e sem pedir...

Antonio fez sua melhor cara de criança prestes a chorar ao ouvir a reclamação do amigo.

– Não fala assim Fran...

Francis passou 5 segundos olhando para a cara de criança do amigo antes de abraça-lo

– Desculpa Tonio!!!

Quando Gilbert entrou os dois rolavam pelo chão. Francis falando coisas em francês e abraçando Antonio como se ele fosse um bichinho de pelúcia dos mais fofos. Antonio sorria inocentemente e correspondia o abraço e falava palavras em espanhol que possivelmente faziam tanto sentido quanto as em francês. Gilbert fez questão de não entender nenhuma das duas línguas.

– Fala sério, o incrível eu sai por 5 minutos e vocês já começam com essa viadagem? Porra,separa, separa.

Gilbert segurou com uma mão a blusa Francis e com a outra a barra da calça de Antonio, arrastando os dois pela sala como se carregasse sacos de batatas. Deixou Francis perto do seu terno e Antonio do lado do armário, sentando-se em cima da mesa enquanto gargalhava.

Francis olhava o terno quando ouviu o estranho “kesesesese” encher a sala.

– Do que ta rindo, GilGil?

–Me chama de GilGil de novo que o incrível eu vai invadir suas regiões vitais da forma mais torturante o possível. To rindo do Tonio ter conseguido fazer você não ficar puto com ele por causa da grana que ele gastou em tomates enquanto nos voltávamos do shopping ontem.

Enquanto Francis tentava descobrir o que seria “invadir suas regiões vitais da forma mais torturante o possível” Antonio olhava para o amigo albino como se perguntasse por que ele o odiava.

– Gilbo, por que você me odeia...

Mais um “kesesesese” encheu o ar. Francis ia brigar com Antonio por gastar seu dinheiro comprando milhões de tomates. Era a quarta vez esse mês. Antes de começar a falar suspirou.

– Como vocês conseguem gastar o meu dinheiro assim?

– O incrível eu consegue tudo.

– A gente tem a senha do seu cartão.

Francis suspirou. Tinha tantos cartões de credito e debito que nem sabia de qual eles estavam falando.

– Esses meus melhores amigos...

– O Bad Touch Trio é que nem os três mosqueteiros...

–... um por todos e todos por um! O que é seu é nosso e o que é nosso é seu Fran.- A voz do Antonio era tão infantil que ele poderia ser confundido com um garotinho de cinco anos.

– Eu compartilho com vocês a minha incrível presença e você compartilha com a gente seu dinheiro! Kesesesese

Francis gargalhou junto com o amigo. Esticou a mão direita para frente, logo tendo as dos amigos junto da sua. Compartilharam um sorriso e um olhar de cumplicidade.

__

O Bad Touch Trio começou quando seus integrantes eram crianças. Estavam na mesma escola, nos bons dias do jardim de infância. Gilbert estava nervoso por que teve que se mudar para Londres por causa do trabalho do pai. Era o mesmo com Antonio e Francis. Mas cada um tinha seu jeito de mostrar o nervosismo.

Gilbert estava descontando toda a sua raiva em qualquer pessoa que aparecesse a sua frente. Queria voltar pra casa, queria voltar para perto de sua mãe e de seu irmãozinho, que agora só veria nos fins de semana. Mas, de acordo com a mãe, ele era um menino grande demais para ficar em casa sem fazer nada e iria para a escola enquanto ela cuidava do pequeno Ludwig. Estava muito irritado. Seu irmão podia ficar com a mãe, enquanto ele ficava ali, sozinho com aqueles ingleses irritantes? Era uma injustiça, e Gilbert fazia questão de xingar em alemão todos que apareciam a sua frente, mesmo sua mãe tendo dito para nunca falar aquelas palavras feias.

Antonio olhava para tudo inocentemente. Estava assustado e mal conseguia falar inglês. Queria ter ficado grudado na barra da calça de seu pai, ser carregado no colo como sempre, ir brincar na praça como fazia todas as tardes quando morava na Espanha. Mas seu pai não estava do seu lado para ele se esconder atrás de suas pernas, não estava lá para carrega-lo no colo e a queria praça estava a quilômetros de distancia da escola. Estava morrendo de medo, nunca tinha ficado sozinho antes, quando estava em casa tinha sempre seus amigos, ali não conhecia ninguém.

Francis era o mais acostumado com a cidade dos três, mas não estava tranquilo por causa disso. Um dos meninos grandes da escola já tinha implicado com seu sotaque, o que o deixou assustado. Notou que ali não tinha sua família para protegê-lo e tentou sair correndo. Literalmente, queria fugir, se esconder em casa e implicar com o garoto da casa vizinha. Mas não conseguiu fugir, sua professora o arrastou para a sala antes.

– Alunos, sentem em rodinha aqui do lado da tia.

Todos sentaram menos os três. Gilbert por querer ser rebelde, Francis por querer sair correndo e Antonio por não entender direito a ordem na língua tão estranha da professora. Sabia que alunos eram eles, mas quem seria a tal da tia? Murmurou confuso que a tia dele estava na Espanha.

A professora só olhou para eles. Os três estrangeiros que o diretor tinha falado. Suspirou e tentou novamente.

– Sentem aqui crianças.

Gilbert olhos para os dois garotos a seu lado. Tinham cara de idiotas, mas pareciam tão perdidos quanto ele. Viu que o francês queria fugir e sussurrou no ouvido dele.

– Vamos sair daqui.

Francis concordou com a cabeça e segurou a mão do espanhol, que parecia em outro planeta.

– Nós três.

Gilbert sorriu e puxou o cabelo de uma menina que estava sentada perto dele. Logo a menina começou a chorar e enquanto a professora foi acalma-la os três saíram correndo.

Depois de correr pela escola sem saber para onde ir os três chegaram ao telhado da escola. Riram e se esconderam por lá. O primeiro a falar algo foi Francis, que levantou e esticou a mão para cumprimentá-los.

– Sou Francis Bonnefoy.

O primeiro a cumprimentar de volta foi Antonio.

– Sou Antonio Fernandez Carriedo! Muito prazer Fran!

Os dois riram infantilmente e depois olharam para Gilbert. O albino ainda estava irritado.

– Não interessa a vocês idiotas quem sou eu. O incrível eu aqui é incrível demais para falar com garotos idiotas como vocês.

O menino espanhol fez bico.

– Diz seu nome pra gente, diz...

–Meu nome é Gilbert, talvez eu diga meu sobrenome se vocês se mostrarem incríveis o suficiente para entender.

Assim começou uma amizade que já dura mais de 20 anos, com uma fuga de sala de aula e um esconderijo no telhado.

__

Milhões de aventuras e travessuras depois daquele dia, os dois estavam vestidos formalmente numa festa cheia de pessoas ricas, poderosas e famosas.

Algo que é preciso saber sobre festas de pessoas ricas, poderosas e famosas e que elas são chatas. Entediantes. Ainda mais para aqueles três que estavam mais acostumados a sair para beber ou para dançar, em lugares muito mais animados que aqueles.

Ficaram duas horas naquela chatice. Durante essas duas horas, Gilbert fugiu para o jardim, planejando algo para deixar a festa mais divertida.

O plano era encher o salão de festa com as folhas de uma arvore gigante que ficava perto da grande janela do lugar. Francis e Antonio entraram na brincadeira, até que o dono da editora os lembrou de que qualquer coisa que eles fizessem seria péssima publicidade para o lançamento do novo livro.

Como crianças contrariadas, os três aceitaram colocar seu trabalho a cima da diversão. Depois do almoço não conseguiram ficar lá por muito tempo, escapando à francesa quando o resto da festa estava concentrado em um discurso.

Gilbert correu para o aeroporto, estava indo ver a mãe e o irmão em Berlim. Antonio e Francis implicavam com ele falando que ele ia ficar de baba, mesmo o “irmãozinho” de Gilbert já ser grande e saber se cuidar melhor que o irmão mais velho. Ludwig sempre foi o mais maduro da família.

Enquanto o albino ia para casa xingando os amigos, Francis e Antonio iam para o foguete ver um filme de terror. O espanhol se divertia enquanto o francês basicamente sentava em seu colo quando algo assustador acontecia.

X-X-X

Francis voltava do encontro que teve com sua fã morrendo de vergonha de si mesmo. Não tinha conseguido se segurar. A mulher era linda e estava basicamente se jogando em cima dele.

Estava se odiando enquanto saia do motel. Sentia-se a pior pessoa do universo. Não deveria ter traído Arthur. Queria deitar no meio da rua e deixar um carro passar por cima de seu corpo. Mas não fez isso, voltou para casa disposto a falar com Arthur.

Mas também não fez isso. Arthur ria na frente do computador quando ele chegou, parecia tão feliz. Isso só fez Francis se sentir pior ainda. Ele se jogou na cama, tirando a roupa chique que já estava a muito amarrotada e colocou seu pijama o mais rápido que pode.

Poucos segundos depois que deitou Arthur entrou no quarto. Francis fechou os olhos e fingiu que dormia. Quando o mais novo voltou para seu quarto, o francês deixou as lagrimas de culpa saírem dos olhos azuis.


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Notas finais do capítulo

Eu não gostei desse capitulo, ficou uma bela porcaria... Mas voltam minhas provas por duas semanas interias, então se eu não o terminasse hoje só sabe deus quando eu terminaria.
O próximo capitulo já esta pela metade, vou ver se quarta, que eu não tenho aula a tarde, da pra dar uma passadinha por aqui pra posta-lo.
Feliz Páscoa meus amores ^^



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