True Love escrita por Anna


Capítulo 31
Taylor Swift, Oscars e Ideias Ruins


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que demorei. A questão é que eu escrevi a primeira parte desse capítulo e não fazia ideia do que colocar depois, o que complicou bastante a minha vida. Mas agora que o pior já passou eu vou tentar postar o próximo até a semana que vem ou algo assim.



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POV Piper

DROGA

Eu vou matar Annabeth.

– O que está fazendo aqui?

– Hã… eu… - me virei lentamente enquanto tentava pensar alguma coisa. - Estava olhando a vista do seu quarto.

– A vista? - Jason arqueou uma sobrancelha olhando para a janela atrás de mim distraído.

– É. Charles disse algo sobre a vista do seu quarto ser a melhor da casa e eu resolvi conferir.

Sério? Essa foi a melhor desculpa que eu consegui arranjar?

– Meia noite e meia? De pijama?

Dei de ombros.

– Eu estava muito curiosa. Acho que vou indo agora. Com licença. - comecei a ir embora, mas Jason segurou meu braço.

– Isso não teria nada a ver com o fato de Annabeth aparecer por aí por acaso e agarrar o Percy do nada, teria?

– O quê? Claro que não. Não é como se estivéssemos jogando verdade ou desafio ou algo assim.

– Claro.

– Com licença. - repeti e ele soltou meu braço.

Xxx

– Piperzita! Você voltou! - exclamou Annabeth. - E aí, trouxe?

Balancei a cabeça enquanto tentava recuperar o fôlego.

– O que aconteceu? - perguntou Rafaela arqueando uma sobrancelha.

– O que aconteceu - comecei caminho em direção ao meu lugar - é que eu fui pega.

Thalia balançou a cabeça.

– Que pena. Eu realmente queria ver o que você ia pegar. - deu um sorriso sugestivo que me fez revirar os olhos.

Respirei fundo pegando um pacote de doritos e colocando um na boca.

– Primeiro eu tive que vasculhar todos os cômodos da casa até achar o quarto dele - falei - Depois, quando eu finalmente achei, eu não pude mexer em nada porque as coisas estavam tão milimetricamente organizadas que eu tinha certeza que ele notaria se eu sequer encostasse nelas. E então, quando eu finalmente estava decidindo que teria que tomar decisões drásticas, ele chegou. E, naturalmente, perguntou o que eu estava fazendo lá. De pijama. Meia noite e meia. Acho que isso foi realmente bastante suspeito.

– E o que você disse? - perguntou Clarisse se inclinando sobre uma almofada.

– Que queria conferir a vista da janela dele, porque o Charles tinha me dito que era a melhor da casa e tal.

As garotas riram.

– Isso que é pensar rápido - comentou Rafa.

– Então, - continuei. - ele perguntou se aquilo não estava relacionado com o fato de Annie ter aparecido lá e agarrado Percy e eu falei que não. E vim embora. E dei graças a Deus por ele não ter chamado a polícia ou algo assim.

– Isso seria ridículo. - disse Thalia.

– É verdade. - concordou Silena. - Ele é um garoto. Ele certamente não reclamaria de ter uma garota seminua aparecendo de surpresa no quarto dele. A não ser que ele seja gay.

Joguei uma almofada nela, que riu.

– Eu não estou seminua!

Thalia girou a garrafa rindo. Rafaela pergunta para Clarisse.

Rafaela sorriu.

– Verdade ou desafio?

– Verdade – respondeu Clarisse.

– Hm... Como se sente sabendo que meu querido e adorável irmão Chris será seu par romântico na peça?

– Oh, Deus. – Clarisse murmurou – eu tinha me esquecido disso. Muito, muito ruim.

– Ainda mais considerando que você terá que beijá-lo – acrescentou Annabeth olhando para nosso extenso estoque de doces.

– O quê?! – exclamou Clarisse.

– Lucy me contou que a srta. Phoenix está fazendo um roteiro misturando algumas cenas da minissérie e do filme. Ela achou que seria uma boa ideia colocar aquela cena extra no final. – Annabeth respondeu dando de ombros. – Você não sabia?

[N/a: quem não souber que cena é essa, é essa aqui: http://www.youtube.com/watch?v=gmQT2BVvZRE]

Clarisse enterrou o rosto numa almofada choramingando.

– Eu quero morrer.

– Poderia ser pior – opinei. – Até que ele não é tão ruim assim, tipo, apesar de tudo.

– Realmente, existem piores. – Annabeth ponderou.

– Será igualmente detestável. – respondeu Clarisse.

– Pobrezinha. – disse Rafa. Ficamos em silêncio por um momento. – EI! EU TIVE UMA IDEIA!

– Diga – disse Silena.

– Hoje é sexta-feira. – Rafa disse lentamente, como se explicasse tudo. Franzi o cenho.

– Na verdade é sábado, tecnicamente. – disse Annie.

– Não importa. Toda sexta-feira meu irmão sai e eu tenho a chave do apartamento dele. – o olhar maligno e o sorriso aumentando cada vez mais no rosto de Rafa dava até medo.

– Oh, você não está sugerindo o que eu acho que está, está? – perguntou Thalia com um sorriso maligno.

– Estou. – respondeu Rafa.

Clarisse franziu o cenho.

– Eu ainda não entendi.

– Nem eu. – comentei.

– Nós poderíamos pregar algumas peças nele. Será divertido.

Annabeth sorriu.

– Precisamos de sal, açúcar, algumas ferramentas, várias folhas aleatórias, uma peruca e ketchup.

– Por que sinto que isso não dará boa coisa? – suspirei.

Clarisse riu.

– Porque não dará. Estou dentro.

– Eu também. Isso pode ser divertido. – disse Silena.

Xxx

POV Clarisse

– Vocês têm certeza que isso dará certo? – perguntou Piper franzindo o cenho.

– Relaxe, Pipes, você se preocupa demais. – disse Silena.

– Eu só não quero ser flagrada de novo, ok?

– Ninguém será flagrada, Piperzita. – disse Annabeth aumentando o volume da música que tocava. You Belong With Me.

Revirei os olhos.

– Sério, Annabeth, Taylor Swift?

– If you could see that I'm the one who understands you been here all along. So why can't you see me? You belong with me. You belong with meeeeeeeeeeeeee! – cantou me ignorando.

Isso, claro, até Thalia também revirar os olhos e mudar de música.

– Ei! – Annabeth protestou. Thalia começou a batucar o ritmo da música que tocava agora no volante. Burn It To The Ground, Nickelback.

– Well it’s midnight, damn right, we’re wound up too tight. I’ve got a fist full of whiskey, the bottle just beat me, oohh! That shit makes me bad shit crazy. We’ve got no fear, no doubt, all-in, ball out. – Annabeth começou a cantar entrando completamente na vibe da música.

Rafaela se esticou para olhar o para-brisa.

– Vire na próxima, Thalia. – orientou. Thalia obedeceu – É aquele prédio ali.

Thalia estacionou e descemos do carro.

– Espera aí, como vamos passar pelo porteiro? – perguntou Silena fechando a porta.

Franzi o cenho. Era uma boa pergunta. Eu não tinha pensado nisso.

– Vejam e aprendam, bitches. – disse Rafa caminhando até a guarita. O cara que estava lá ergueu os olhos da revista que estava lendo e olhou para ela.

– Olá – ela disse dando um sorriso adorável. – Eu vim visitar meu irmão. Chris Rodriguez. Ele está?

– O sr. Rodriguez acabou de sair. – informou o porteiro.

– Ah, que pena. – Rafa fingiu estar decepcionada. – Será que eu poderia entrar e esperar? É que eu queria fazer uma surpresa.

– Bem... – o cara hesitou um pouco e depois assentiu lentamente. – Acho que tudo bem.

Ele apertou um botão e o portão abriu.

– Obrigada! – Rafa sorriu e acenou para nós a seguirmos pelo portão.

– Uau. – comentou Thalia – você devia ganhar um Oscar ou algo assim. Por um momento até acreditei no seu papel de irmã dedicada.

Rafa riu.

– É um dom. – caminhamos pelo saguão e ela apertou o botão do elevador. As portas abriram com um som de uma campainha e entramos.

– Que andar? – perguntou Annabeth olhando para o longo painel de botõezinhos.

Rafaela xingou.

– Não me diga que você não sabe. – disse Piper.

– Eu sabia, mas eu... esqueci.

– Você sabe o número do apartamento? – perguntou Silena.

– É 1750. – Rafa disse olhando na etiqueta presa no chaveiro em sua mão.

Silena apertou o botão 17 e o elevador começou a subir.

– Espero que seja o andar certo. – digo.

Ficamos em silêncio por alguns momentos até o elevador parar e as portas abrirem para um longo corredor. Rafa caminhou para fora e a seguimos.

– Vejamos, 1730, 1740, - ela murmurava enquanto analisava as plaquinhas na porta. – aqui, 1750!

Ela abriu a porta e nós entramos em um apartamento escuro. Annabeth acendeu as luzes. Estávamos em uma sala de tv surpreendentemente organizada com uma tv tela plana enorme na parede e um sofá que parecia muito confortável. A outra parede era inteiramente vidro. Acho que eu meio que fiquei de boca aberta porque a vista era tipo, incrível.

– Uau. – comentei. Tinha uma porta do lado da tv. Abri curiosa e vi um corredor estreito que levava a mais duas portas. A primeira, aparentemente, era um quarto de hóspedes e a segunda era o quarto do Chris.

Devo dizer que eu fiquei um pouco surpresa. Esperei, sabe, um monte de pôsteres de mulheres nuas e coisas assim mas não, era um quarto normal. Tinha alguns pôsteres de filmes antigos e de algumas bandas que eu não conhecia, uma estante cheias de discos de vinil e em cima do criado mudo ao lado da cama tinha um – pasmem – livro de poesias marcado em um monte de páginas aparentemente aleatórias.

Também havia um notebook em cima da cama (que era muito grande para Chris, o que me fez imaginar o motivo de ele ter comprado uma cama daquele tamanho), o que, claro, acendeu minha curiosidade ainda mais. Sentei cuidadosamente e o abri no meu colo. A parte que eu devia ter previsto: tinha senha. Já estava na terceira tentativa para descobrir qual era quando um barulho chamou minha atenção.

– Ah meu Deus do céu! – Annabeth exclamou na sala tentando ser silenciosa. Deixei o notebook de lado e sai do quarto apressada.

– O que aconteceu? – perguntei. A cena na sala era um pouco cômica. Tinha uma escada bem no meio do cômodo e Thalia tentava se equilibrar nela enquanto Annabeth, que deveria segurar a escada, parecia em pânico. Rafaela e Silena tentavam guardar as coisas que elas haviam espalhado por todo canto o mais rápido possível enquanto Piper gesticulava nervosamente para elas irem mais rápido.

– Chris está voltando! - respondeu Rafaela. – Anda, rápido!

Ela ajudou Thalia a descer e começou a arrastar a escada para onde tinham encontrado, junto com Annabeth.

– Não vai dar tempo de sair – murmurou Piper, que agora espiava o corredor pelo olho mágico da porta. – ele está virando o corredor! Precisamos nos esconder!

Os momentos seguintes foram uma bagunça tão grande que eu meio que não acompanhei direito. Em um momento Annabeth e Rafa estavam voltando da área de serviços e no próximo todo mundo procurou um canto para se esconder e apagou a luz. Eu fiz a primeira coisa que veio na cabeça: voltei para o quarto, o que provavelmente não foi muito esperto da minha parte.

Mal tinha entrado e apagado a luz quando ouvi a porta da frente abrir. Em seguida passos e uma voz abafada conforme Chris caminhava pelo apartamento.

– ...eu sei. - uma risada baixa. – Ela nunca vai concordar com isso. Você deveria desistir enquanto pode.

A porta do corredor abriu e eu percebi, quase tarde demais, que ele estava vindo para o quarto. Droga.

Olhei ao redor procurando um lugar para se esconder. O único lugar possível era debaixo da cama. Dei de ombros mentalmente e corri até lá. Uns dez segundos depois ele entrou no quarto e acendeu a luz.

– Isso é diferente. – uma pausa. Os tênis de Chris pararam ao lado da cama e eu prendi a respiração. – Em vinte minutos. É, no lugar de sempre.

Ele sentou-se na cama e eu me encolhi mais.

– Não, eu não vou fazer isso. De jeito nenhum! Tá. Tchau. – ele desligou o celular e se inclinou para pegar algo no criado enquanto cantarolava.

Ah meu Deus do céu.

Então ele começou a tirar os sapatos e eu fiquei lá, completamente parada, segurando a respiração e com muita vontade de espirrar. Quando ouvi o barulho do computador ligando quase chorei. SÉRIO? ELE TINHA QUE FAZER O QUE QUER QUE ELE ESTIVESSE FAZENDO JUSTO AGORA?

Eu já estava considerando qual a pior coisa que poderia acontecer se eu simplesmente saísse dali e dissesse algo tipo: Oi! Nossa, você por aqui? Que engraçado! Eu preciso ir agora, mas nos vemos na escola, tchauzinho! quando um ruído ensurdecedor veio da cozinha. Chris parou imediatamente o que quer que ele estivesse fazendo no computador e ficou ouvindo atentamente. Depois do que pareceu umas duas horas (embora provavelmente tenham sido apenas alguns segundos), ele levantou e saiu do quarto para ver o que tinha acontecido. Suspirei e então senti meu celular vibrando. Era uma mensagem de Annie.

SOCORRO! FAÇA ALGUMA COISA!

O QUE? Mandei de volta.

QUALQUER COISA!

Ah Deus. Isso não ia ser legal.

Sai de debaixo da cama e arrumei meu cabelo e o meu sobretudo por cima do meu adorável pijama. Em seguida caminhei para fora do quarto xingando até a décima quinta geração de Annabeth. Estava quase no meio da sala quando quase trombei com Chris.

– Clarisse! Uau. – franziu o cenho. – De onde você...

Seu olhar foi baixando lentamente até a barra da minha camisola extra curta. Pigarreei levemente e ele levantou os olhos.

– Hã... – o que exatamente você fala quando um cara (que você supostamente odeia) acha você saindo do quarto dele quase uma hora da manhã com uma camisola muito curta? – Eu queria fazer uma surpresa!

– Eu com certeza estou surpreso. Não conseguiu ficar longe? – ele arqueou uma sobrancelha e deu um meio sorriso malicioso sexy me puxando para perto pela cintura.

– Eu... – olhei por cima do ombro dele e vi Thalia, Annabeth e Silena saindo pela porta que tinha ficado entreaberta. – achei que talvez pudéssemos ensaiar para... você sabe, a peça.

Chris arqueou as sobrancelhas.

– Srta. Phoenix ainda não entregou os roteiros. – ele disse lentamente. Então eu reparei a situação estranha em que eu me encontrava no momento. Tipo, era quase uma hora da manhã, eu estava no meio do apartamento do cara mais insuportável da escola meio que abraçada com ele enquanto minhas amigas saiam pela porta da frente sem ele perceber e eu estava praticamente seminua.

Vendo pelo ângulo positivo, eu com certeza terei boas histórias para contar para meus netos.

– Então poderíamos fazer outra coisa, tipo ver tv, dançar, sei lá. – DANÇAR? DE ONDE RAIOS EU TIREI ISSO?

– Na verdade, - só pelo sorriso sugestivo no rosto dele eu já sabia que não ia saber nada que prestasse dali – eu estava indo tomar banho. Você pode me acompanhar se quiser.

Eu estava pensando em uma resposta digna quando Piper passou pelo corredor e tropeçou em algum objeto não identificado, fazendo um barulho considerável.

– O que... – Chris começou a se virar para ver o que tinha acontecido e eu fiz a primeira coisa que veio na minha cabeça: o puxei pela camisa e o beijei. É.

Não esperei para ver a reação dele.


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Notas finais do capítulo

Eu já disse que eu adoro o Chris? Gente psokasalçs ♥



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