Minha Amada Potter escrita por B_M_P_C


Capítulo 58
Primeiro último abraço


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem, eu já terminei de escrever a fanfic e no momento estou chorando pra caralho.
Boa leitura :3



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Lilly Luna Potter narrando:

Entrar naquele quarto talvez tenha sido a coisa mais assustadora que eu já fiz, mas também foi o que assinou a minha carta de alforria. Alforria de todas aquelas culpas, medos, fantasmas e demônios de culpa que ficavam em volta de mim sem necessariamente serem verdades ou algo que era minha culpa.

Acontece que eu sempre fui levada a acreditar o contrário. E nunca vou entender o porquê. Acho que no fundo não quero.

Entro no quarto um pouco trêmula, mas de cabeça erguida. Devo isso a Gina, talvez ela me odiasse, mas poderia lá no fundo se orgulhar se visse uma filha corajosa, ou nem filha: apenas uma mulher corajosa enfrentando algo difícil.

Ela estava débil, o olhar vidrado na parede a sua frente, meu pai segurava sua mão forte e sussurrava coisas que eu não conseguia ouvir. Mas ela estava em outro mundo, James segrou minha mão forte e eu segurei a mão de Albus, acho que os dois estavam começando a chorar. Eles tinham visto o melhor dela, vê-la daquele jeito deveria ser difícil.

Eu sentia muita pena e um pouquinho de dor por ela. Mas uma parte, um pouco grande demais para eu admitir sem remorso, não sentia nada ao vê-la ali, para mim aquilo era apenas o reflexo das escolhas que ela fez. E de tudo o que ela fizera a mim.

Um pouco – muito – egoísta eu sei. Mas minha pele carregaria por um bom tempo as cicatrizes que eu mesma fiz no meio daquela loucura, meu metabolismo demoraria anos para não me forçar a ficar enjoada depois de comer e eu talvez nunca mais conseguisse me olhar para o espelho sem desviar os olhos odiando qualquer minúscula parte de mim.

Eu entrei em uma depressão e fui jogada ainda mais fundo nela cedo demais para que nenhuma sequela ficasse. E mesmo que eu tenha caído sozinha, muito da pressão venho dela e uma parcela significativa da culpa foi de Gina, a mãe que eu nunca tive e sempre quis ter.

Olhar para ela daquele jeito só me fazia lembrar das vezes que eu era esquecida em festas, deixada de lado em natais, agraciada com suas doces palavras ácidas que nunca me fizeram um elogio.

E de todas as vezes que tento lembrar de um “eu te amo”, só lembro dela falando isso para Albus e James, nunca para mim. E aquilo é duro demais para aceitar sem sentir nenhum pouquinho de raiva ou de revolta.

Mas não havia mais nada que eu poderia fazer. Só não cometer os mesmos erros que ela.

–Oi – eu digo me aproximando, Gina olha para mim e dá um sorriso fraco, fazendo um gesto com as mãos.

–Saiam – ela sussurra olhando para meu pai, James e Albus, eles se entreolham – Não posso fazer nada com ela no estado que eu me encontro – ela soltou uma risada fraco, eu franzo o cenho. Não vão discutir com ela, ela pode morrer a qualquer instante.

Eles saem e eu respiro fundo. O silêncio recaí no ambiente por um tempo, não muito longo, acho que Gina nunca suportou o silêncio, já eu fui obrigada a conviver com ele por muito tempo.

–Por quê? – sei que não preciso explicar o que estou pedindo, ela nunca quis falar á sós comigo, por que agora iria querer?

–Porque todos nós nos arrependemos do que fizemos em algum momento – ela sussurra – Você não vai se aproximar, nem que eu peça, não é mesmo? – mordo o lábio olhando-a, até gostaria, mas não consigo.

–Desculpe, mas prefiro manter uma distância segura – a dor de sentir a maldição imperdoável ainda aparece nos meus músculos quando eu estou muito próxima dela – E você se arrepende do que exatamente?

–De tudo, se eu pudesse daria uma volta com você e tentaria explicar o que não tem explicação, mas... Mas não posso, porque eu perdi essa oportunidade por estar enterrada na minha loucura – Gina começa a lacrimejar, mesmo não querendo acabo me aproximando e seguro suas mãos – Será que um dia você vai me perdoar?

–... – abro e fechei a boca, ela não parece estar ouvindo, ela fecha os olhos, tentando conter as lágrimas, mas desiste e volta a olhar para mim.

–Você é tão linda, filha, tão talentosa e eu quase apaguei seu brilho – ela sussurra, prendendo seu olhar ao meu e sorri, eu sinto as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto e dou um sorriso. Gina passa a mão no meu rosto – Eu sei que você nunca vai me perdoar, mas eu sinto tanto...

–Você não precisa pedir perdão – sussurro, sabendo que tudo o que sairá da minha boca são verdades que não queria admitir – Eu sempre perdoei você por tudo, eu só queria uma explicação e agora tenho uma, não tem por que te odiar.

–Queria ter recuperado a lucidez antes – ela sussurrou sorrindo e ainda chorando – Eu te amo, minha amada Lily Potter.

–Eu também te amo, mãe – eu a abraço e ela corresponde, fechando os olhos e indo para sempre daquele mundo.

Comecei a soluçar naquela hora, então me arrancaram dos braços dela e tentaram a reviver, mas não conseguiram, era sua hora. Meu pai me abraçou forte, James e Albus se uniram e nós quatro ficamos abraçados chorando por Gina, ou ao menos pelo reflexo da verdadeira Gina que em algum momento nós vimos.

O funeral foi no dia seguinte. E eu não chorei tanto. Agora, parada, olhando para tudo o que vivi e para o que posso viver amanhã, talvez esteja suspirando aliviada que naõ tenha mais ninguém querendo me ferrar.

Estou triste. Mas não tanto. Hoje é o dia do grande show. Hoje é o dia que eu posso mudar o meu futuro sem depender de meu pai ou de ninguém. Hoje é o da em que eu me sinto poderosa por saber que sou dona do meu próprio destino.

Olho para o reflexo do espelho e sorrio, pela primeira vez não vejo defeitos.

–Lils – Riley me chama, com um sorriso, ele também está perfeito – É a nossa vez.


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Notas finais do capítulo

Tem mais dois ;)
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e
todo o seu amor