Minha Amada Potter escrita por B_M_P_C


Capítulo 56
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Notas iniciais do capítulo

Reta final? Bem, quase lá. Quase três anos escrevendo e cem mil palavras, é algo importante não é?
Então, espero que gostem ;)
Escutem ouvindo Stand by me do Oasis, o ritmo do capítulo está no ritmo da música (algo assim), escrevi escutando *u*



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Uma semana depois...

Riley Black Malfoy narrando:

Tá tudo girando. Talvez não tenha sido uma boa ideia misturar vodka e maconha. Sinto meu estômago embrulhar e respiro fundo, se Lilly me visse daquele jeito ela teria um ataque. E ela estaria com direito de ter um.

Não tenho exatamente motivos pra estar assim, só que não consigo parar com essas merdas, acho que é o que bloqueia todo o bolo de merdas sentimentais relacionadas à família que estão aqui dentro. E também porque sou uma droga em lidar com o amor, mas eu tento, ficar com Lilly tem sido delicioso, mas recusar cantadas e festas um pouco difícil. Não porque que queira ir, mas é estranho dizer não.

E Lilly odeia festas. Falando nela... Nem a vi hoje, ela está se isolando desde que aconteceu tudo aquilo com a mãe, o que é algo bem desconfortável porque isso me deixa inseguro... E caralho, não sei nem lidar com isso.

Como a ótima pessoa madura que sou apenas acendo outro baseado e tomo outro longo gole de vodka.

Lilly Luna Potter narrando:

Eu queria saber porque a minha mãe enlouqueceu, queria mesmo entender se foi durante a guerra ou depois, e se foi depois em que momento que isso aconteceu, talvez esse querer fosse um precisar. Meu pai tinha uma certa ideia, mas não quis me contar, então me levou ao terapeuta que ele e minha mãe estavam indo antes dela me ter, talvez ele tivesse algumas repostas.

E aqui estou, entrando na sala de um bruxo cinquentão, baixinho, que está sentado em uma poltrona marrom enorme olhando para um ponto fixo, parece pensativo. Provavelmente meu pai explicou toda a situação para ele.

–Você deve ser a Lilly – ele fala ainda sem fixar os olhos – Estou ainda tentando organizar meus pensamentos para o que tenho a dizer.

–Se você está achando difícil e deve ser expert nisso, imagina eu, que mal sei lidar comigo mesma – falo sentando-me no sofá à frente dele, é bem macio e é de uma cor clara.

–Muito bem, eu sou o Dr.Thecret e tratei do caso do de seus pais alguns anos atrás, primeiro eles vinham separadamente, seu pai por problemas psicológicos por causa da guerra, nada grave, apenas o normal que aconteceu com todos os outros bruxos, na verdade ele estava aqui mais por insistência do ministério do que por que precisasse. Sua mãe era um pouco mais complicada, ela estava ficando insegura e possessiva, então resolveu engravidar, teve seus dois irmãos. Foi aí que as crises começaram – ele para para respirar, talvez até para me oportunizar algum tipo de pergunta, mas ainda não as tenho – Decidi que talvez fosse bom para eles fazerem sessões juntos.

–Então eles começaram?

–Não, não quando sugeri, só depois, quando sua mãe engravidou em uma época que ela não queria mais bebês, ela estava prestes a entrar no auge da carreira, então ela decidiu que queria um aborto e seu pai achou que seria pertinente os dois discutirem o assunto antes, mas obviamente com ajuda profissional. Então vieram até mim – ele respirou fundo e então focalizou o olhar.

–Minha mãe nunca me quis, né? – respiro fundo, eu já sabia aquilo, então por que continua doendo?

–Sim e não, ela se jogou em uma carreira profissional porque o relacionamento com seu pai entrou em crise, ela não queria engravidar, mas aconteceu. Então quando veio aqui viu que seu pai se importava e te queria, então resolveu te ter para usar você como uma arma contra ele. Só que deu errado, porque durante a gravidez ela entrou em depressão, eu a avisei, mas ela parou de vir e então creio que depois disso ela cedeu a loucura que já vinha beirando seu inconsciente desde o fim da guerra – o terapeuta dá de ombros – Mas isso é algo complicado... O que você precisa entender Lilly é que sua mãe é doente, por mais que ela não te quisesse, o jeito que ela te tratou e te rejeitou é por causa das síndromes que ela veio desenvolvendo depois do seu nascimento.

–Então a culpa é minha dela estar assim? – peço sentindo meu coração se apertar dentro de meu peito. Ele balançou a cabeça negativamente.

–Não, não é. É dela mesma – mordo o lábio – E o que ela fez com você, o jeito que ela te assediou e que abalou seu psicológico, isso também não é sua culpa, Lilly, você compreende isso?

Deixo meus olhos vaguearem pela sala, estou lembrando de todas as vezes que minha mãe fez comentários maldosos, deu presentes melhores para minha prima, esqueceu do meu aniversário ou fingiu que eu não existia. Foram inúmeros. Tento também lembrar de alguma época que ela não me fizesse ficar mal o tempo todo, tento lembrar de um momento feliz, de um momento em que eu tenha achado que ela ligasse, que ela se importasse ou que ela me amasse. Não acho nenhum. Nenhum mesmo...

E é nesse momento que percebo que conheci o amor de mãe através da minha vó, e só continuei amando minha família porque no fundo eles sempre me amaram, só precisavam de alguém pra jogar a culpa da loucura da Gina... Ou melhor, precisavam acreditar que ela não estivesse louca, precisavam de algo para servir de desculpa... E eu era perfeita.

Mas por que ainda me sinto culpada? Talvez porque a vida inteira eu tenha sido ensinada aquilo. Sinto vergonha dos cortes recém abertos dos meus pulsos, eu faço isso para descontar em mim mesma algo que não é minha culpa, virei uma viciada e comecei a trilhar um caminho perigoso por não saber que o problema não era comigo, nunca foi e nunca foi ser.

Mesmo assim, é foda saber que minha mãe não me quis e provavelmente não me ama. Mas eu a amo. Mesmo depois de tudo, ela é minha mãe e não posso odiá-la, ela é minha família também. E é doente. Completamente louca.

E eu a entendo, entendo os motivos. Acho-a fraca, mas não posso julgá-la, apenas aceita-la e perdoa-la por tudo. Não porque ela mereça, porque duvido que se arrependa, mas porque eu preciso disso para parar de sentir essa culpa.

Para parar de sentir essa tristeza e essa necessidade de machucar cada centímetro de mim mesma. Para parar de me punir e poder me concentrar naquilo que me fará realmente feliz.

É eu preciso de ajuda e essa também é a hora de pedir.

–Eu compreendo – respondo por fim – Agora que falamos da minha mãe gostaria de saber se posso começar a fazer terapia, eu preciso de ajuda.

–Estava esperando você dizer isso Lilly – ele sorri – Pedir ajuda é o primeiro passo para a cura, quer começar a falar? Ou prefere que eu vá fazendo perguntas e você respondendo?

–A segunda opção, por favor – respondo, respirando fundo e baixando um por um os muros que construí dentro de mim para poder ser salva e salvar aqueles que amo.

Riley Black Malfoy narrando:

Acordo com uma puta ressaca e com os olhos secos. Sinto-me um idiota por ter voltado a beber e a fumar. Não tenho motivos para isso, então qual é o meu problema?

Talvez eu esteja viciado e não possa controlar sozinho. Respiro fundo e abro minha mala, Scorpius colocou ali dentro o grupo que ele estava frequentando para tentar parar de se drogar. Ele diz que está ajudando. Talvez me ajude também.

E eu preciso de ajuda. Se isso não adiantar, vou tentar falar com algum medi-bruxo ou terapeuta, sei lá, só sei que não posso mais fazer isso. Lilly não merece conviver com alguém assim e eu não estou disposto a desistir dela.

Então vou me tornar o cara que quero ser e que ela merece. Porque sei que preciso de ajuda e darei o meu melhor para permitir ser ajudado.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Bem a autora teve um surto de estresse semana passada e dia 19 foi o aniversário dela (legal falar de mim em terceira pessoa), então por favor sejam queridos *u*
Beijão