Minha Amada Potter escrita por B_M_P_C


Capítulo 50
Redenção


Notas iniciais do capítulo

Gente, não me matem, meus amores e.e
Amo vocês, espero que gostem.
Boa leitura :3



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Rose Weasley narrando:

Não existe amor. O que existe é o jogo de interesses que levam as pessoas a usarem esses sentimentos. Aprendi isso nos meus primeiros anos de Hogwarts e usei esse aprendizado construindo uma vida aqui dentro e lá fora que me levariam até onde eu quisesse. Mesmo que eu não saiba exatamente onde eu quero chegar, o fato de poder chegar lá me dá prazer.

Durante a construção do meu “reinado” a parte mais fácil foi Hogwarts, os alunos daqui são loucos para venerar qualquer coisa, acredito que todos os seres humanos são assim. E a parte mais difícil foi construir uma imagem de perfeição para toda minha família.

Durante essa parte do processo, que começou muito antes de vir para Hogwarts tive ajuda, nunca pretendi machucar ninguém durante isso, ao menos não no começo. Mas Tia Gina me ensinou que o sentimento dos outros não importa e para que eu pudesse ser a melhor eu nós destruímos com quem Lilly poderia ser ali dentro.

Nunca entendi muito bem porque Lilly, já que ela é filha da Tia Gina e a única vez que perguntei minha tira respondeu que ela merecia e na minha cabeça para alguém merecer o ódio da própria mãe deve ser alguém desprezível.

E por muitos anos destruí Lilly e muitas outras pessoas tudo para ter o poder de controlar a escola e ter no futuro um boa posição, uma boa vida. Nem que para isso eu precisasse usar meu corpo em troca de qualquer outra coisa.

Perdi minha virgindade com 13 para 14, com um rapaz do último ano, destruí o namoro dele e consegui me infiltrar na massa do pessoal popular. Essa foi minha primeira grande conquista. A segunda foi aprender a tirar prazer disso e usar quem eu quisesse. E acredite consegui e consigo muito disso usando o sexo como moeda de troca. Aparentemente as pessoas também são altamente guiadas pelo prazer.

E isso sempre me satisfez e me fez bem. E tudo daria certo se não fosse toda uma reviravolta que se deu e me fez perder todo o controle e não saber o que fazer. Muito menos tia Gina.

E quem mudou tudo? Lilly.

Eu nunca a odiei de verdade, mas sempre a desprezei e maltratá-la sempre me trouxe um prazer incrível, vê-la chorar e berrar era algo... Algo muito bom. Porém quem me ensinou a ter esses sentimentos foi Gina.

E até agora eu sempre acreditei fielmente nessas coisas, nunca me arrependi ou senti remorso. Nunca senti nada além de uma pequena raiva, como se o que eu estivesse fazendo fosse certo.

Mas algo mudou. E muito. E foi... Bem, por que mesmo?

Respiro fundo, estou em cima da torre de astronomia, o céu está estrelado e ouvi gritos a pouco, a Ich Bin Nich finalmente deve ter descoberto que está na final e que minha “banda” desistiu.

Tudo bem, não gostava da ideia do concurso, essa foi uma das coisas que fiz pela minha tia que queria que a filha dela perdesse a qualquer custo para mim. Gina tem sérios problemas contra Lils e começo a achar que minha prima não tem nada a ver com isso. Mas posso estar enganada.

Mas minha visão começou a mudar desde... Desde que RIley e Lilly declaram que se amaram. Primeiro porque eu que nunca acreditei no amor, tive vontade de acreditar ao ver os dois juntos e segundo porque Lilly realmente salvou Riley do monstro que ele era.

Não que eu seja diferente e nem que eu tenha pensando nisso aquele momento, mas foi o que eu senti e resolvi dar um tempo.

E quando digo dar um tempo era porque eu precisava de um plano e o que eu faço quando preciso de um plano? Vou até o último andar e injeto o que der de heroína até as ideias fluírem e foi o que eu fiz.

Só que acho que foi demais, tudo começou a flutuar, mas eu não queria parar. O fato de se viciar nessas coisas – e odeio admitir que sou uma viciada, mas sou – é que depois de um tempo você simplesmente perde a porra do controle.

E foi aí que uma mão forte segurou a seringa das minhas mãos e a arrancou. Pisquei os olhos, ainda entorpecida e vi que olhos castanhos escuros acusadores olharam para mim. Mesmo na acusação ainda pareciam preocupados.

–É assim que tem passado seu tempo sem mim, Little? – eu não pude acreditar nos meus ouvidos e quem acreditaria? A única pessoa que eu cheguei próxima a amar, mas por ser mais velho e ter um sonho incrível teve que ir embora, não poderia estar de volta. Mas estava.

–Jack? – minha voz soou como a de uma bêbada, ou melhor, como a de uma chapada – Eu realmente devo ter passado da conta.

–Não, Little, eu estou em Hogwarts, de verdade. E você precisa parar com essas drogas – e então ele simplesmente me pegou no colo e me levou até a ala hospitalar. Eu desmaiei na metade do caminho e só fui acordar umas duas horas depois.

–Ahm, o que aconteceu? – perguntei mais para mim do que para qualquer outra pessoa, ainda mais porque não tinha visto ninguém na ala hospitalar, foi quando senti as mãos grandes massagearam as minhas costas, eu me virei e vi aqueles olhos castanhos escuros junto com os cabelos compridos que eu tanto sentia falta – Você... Você voltou mesmo?

–Sim, finalmente terminei minha formação de medi-bruxo e agora estou esperando a vaga do St. Mungus, mas por convite da diretora vou passar esse tempo por Hogwarts, ainda mais porque vai ter aquele festival por aqui e é provável que se tenha uma grande quantia de gente com ressaca – ele deu aquele sorriso fácil de sempre, como se não tivesse mudado.

–E como foram esses últimos anos? – perguntei, tirando o cabelo dos olhos, ele sorriu de canto.

–Obtive a redenção dos meus pecados, exceto por uma coisa – ele passou a mão no meu rosto, seu toque continuava o mesmo – Mas e então Little, ouvi coisas horríveis sobre você... Sobre o que anda fazendo com sua prima e sobre ter dado para mais da metade de Hogwarts... – franzi o cenho, abaixando o olhar, não poderia mentira para ele sobre aquilo – E então?

–O que você acha? – levantei o rosto novamente, ele respirou fundo – Eu já era uma vaca naquela época, a tendência era “piorar” não era? – fiz aspas com os dedos – Além do mais, você não pode falar muito...

–Não, não posso, mas eu não tinha prazer no sofrimento dos outros – e isso era uma verdade incontestável – Mas escute, não estou te acusando de nada, ok? Acabei de voltar e quero te ouvir, de verdade – ele colocou as mãos nos meus ombros novamente – Eu sei que em algum lugar no meio de tantos espinhos tem uma bela rosa. Mas agora você não está em condições de conversar, vá para o seu dormitório e descanse.

Eu queria discutir, mas Jack estava certo eu não tinha forças e fui para o meu dormitório. Não sem antes ter recebido um abraço de urso que... Que me despertou alguma coisa estranha.

Hoje de manhã recebi um bilhete dele para nos encontrarmos aqui e conversamos melhor. E durante todo esse dia fiquei remoendo essa conversa e pensando nos meus pecados. Leio pela décima vez o que está escrito.

“Hoje na Torre de Astronomia, amo aquele lugar por sua causa. Jack”, devo dizer que o bilhete me fez corar o que é um evento para se anotar na agenda, já que Rose Wesley não cora involuntariamente, não quando o assunto é ele.

Acontece que... Bem, Jack é o garoto mais velho do último ano que tirou minha virgindade aos treze. Talvez não tenha sido só por interesse que eu fiquei com ele, a gente já era amigo e... Bem, teve suas vantagens e é óbvio que eu ia falar para todos e na minha cabeça ia ficar repetindo que foi só por isso.

Em que mundo eu admitiria que fui abandonada depois da minha primeira vez? Em que mundo eu deixaria meu orgulho cair e mostrar para os outros como eu fiquei arrasada? Ou melhor, em que mundo eu admitira essas coisas para mim?

No mundo de agora, onde todas essas atitudes arrogantes me levaram até isso. Me levaram a ter uma família inteira contra minha prima, metade do colégio contra mim e uma provável queda em todos os meus esquemas onde eu acabaria humilhada e jogada para escanteio. Não que eu já não tivesse pensando nessa possibilidade, eu tinha todos os planos para todas as ocasiões.

Menos para o caso de Jack voltar. E voilá, aqui está Jack terminando de ferrar com meu império, não que no momento tenha alguam importância. Respiro fundo, mordendo o lábio, é onze horas, exatas, e é quando ele aparece ofegante.

–Não lembrava o quão longe era – ele resmunga, sentando a minha frente e seguindo meus olhos em direção ao nada – Acho que a última vez que eu estive aqui...

–Você me trouxe nos seus braços e tirou minha virgindade – completei com um sorriso e Jack corou, dando um meio sorriso.

–E depois te abandonei como um babaca – ele respira fundo – Rose, precisamos conversar sobre todas essas coisas...

–Jack, não se preocupe, não é por sua causa que minha vida está essa bagunça, nós sabemos disso – eu respiro fundo, sentindo uma pontada de remorso – Eu fui criada o tempo todo para ser assim, e sou uma pessoa horrível se formos considerar as regras de moralidade e tudo o mais. Nem sei como estou na grifinória.

–Rose, você precisa parar de repetir o que todos andam falando sobre você e parar de querer reafirmar a merda da imagem que você mesma construiu para se proteger de qualquer tipo de mágoa – a voz de Jck é firme e eu desvio o olhar do dele, não consigo suportar – Você é maravilhosa, nós sabemos que sim.

–As coisas mudaram depois que você foi embora, Jack.

–Eu não acredito que ninguém mude para pior, talvez você não tenha tido motivos aparentes para se transformar no que você se transformou, mas tem algo mais profundo por aí. E eu também sei que em algum lugar nesse imenso emaranhado de falsidades você continue sendo aquela Rose que eu conheço e que me fez falta nesses anos – eu respiro fundo, sentindo algo como... Lágrimas? É, algo como lágrimas no meu olho.

–Jack, as coisas não são assim. Além do mais, talvez eu esteja começando a perceber tudo o que fiz a minha vida inteira, e são pecados demais para que eu saia impune – respiro fundo, fechando os olhos e pensando em Lilly.

O que fiz para ela é imperdoável. Por mais prazeroso que fosse, fui ensinada a sentir esse prazer, fui ensinada a maltratá-la e a desprezá-la, sempre a achei fraca, mas agora... Agora eu sei tudo o que ela passa, que tudo é real e que a força que ela tem dentro dela é algo admirável. Ela merece tudo de bom e merece se vingar de mim, destruir toda a minha vida por ter feito tudo o que eu fiz.

Eu sei que é hipocrisia falar que eu me arrependo, mas me arrependo do fundo do meu coração. Não é por medo do que pode acontecer, eu já tinha planejado tudo caso algo do tipo acontecesse, se nada desse certo eu iria ser medi-bruxa assim como o Jack. E a única coisa de errado que Lilly havia falado contra mim contra a nossa família, a única coisa que ela está engada sobre mim é sobre as minhas notas.

De alguma maneira, mesmo sendo uma viciada, uma puta, alguém que só ia em festas e vivia de manipulações, eu sempre consegui notas extraordinárias e meus NOM’s me permitiram ir em todas as matérias necessárias para realizar o meu sonho.

Que ninguém da minha família sabia. Aliás, que ninguém exceto eu sabia. Porque nem mesmo com Scorpius, que foi meu namorado oficial eu dividia essas coisas, mas acho que ele também não me contava nada.

Respiro fundo, eu ainda podia realizar o meu sonho e deixar Lilly se vingar, é isso que é necessário ser feito. Ela poderá ser feliz e eu posso ir embora realizar o meu sonho sem que ninguém saiba, sem que ninguém pare e pense em me perdoar, porque eu não mereço.

–Eu acho que você já deva saber as coisas que andei fazendo. Tudo é verdade, não há mentiras circulando por aí sobre mim – abro os olhos e Jack me fita – Lilly merece se vingar de mim e eu não mereço o perdão dela, é por isso que não há o que conversar, por mais arrependida que eu possa estar, não mereço nem compaixão. Não mereço ser feliz Jack.

–Que bobagem Rose, todos merecemos.

–Não, não depois das coisas que eu fiz. São pecados demais para uma vida inteira, nunca me redimirei de tudo – respiro fundo – Eu vivi todo esse tempo com planos, artimanhas, não tendo sentimentos e mentindo o tempo todo para todos, inclusive para mim. O único jeito de mudar... – é quando percebo o que vou falar. Estou prestes a dizer que o único jeito de mudar é ir embora, é deixar todos em paz, sumir da vida de todos e ir para longe, em um lugar que ninguém me conheça e que eu possa ser alguém boa sem sofrer desconfiança ou sem me sentir culpada por tudo – Foi por isso que você foi embora?

–Porque eu não conseguia mais suportar os meus pecados? Por que acordei depois de um tempo e vi a merda que eu fiz? E o único jeito era ir embora? Sim, foi por isso que eu fui.

–E mesmo assim não conseguiu pagar seus pecados? – respiro fundo olhando para as minhas mãos, não que eu vá conseguir apagar todas as coisas, como falei e como penso, sei que nunca, jamais, em nenhum momento me redimir.

–Bem, ás vezes eles me perseguem, a lembrança das coisas ruins, mas tem uma que me vem à mente e eu não consigo realmente me arrepender de ter feito isso. Apenas do que fiz depois – ele se aproxima de mim, sinto meu corpo se arrepiar de uma maneira que há anos não se arrepia – Sabe o que foi Rose?

–Nunca saberei se não falar, Jack – olho para os lábios dele hipnotizada.

–Foi ter tirado sua virgindade e ter ido embora, quando meu maior desejo era ficar – ele tirou a mecha do meu cabelo – Foi ter visto que me afastar e não mandar nada, pode ter me feito mudar, mas te causou um mal que você não admite, porque a única pessoa que restou foi sua tia... Que bem...

–É completamente louca – eu fecho os olhos, sentindo as lágrimas caírem sem que eu as possa impedir – Você acha que fiquei louca também?

–Acredito que por um tempo sim e que de alguma maneira a Rose que eu amo, a Rose que está falando agora soube e por isso você procurou o poder no sexo e uma fugar nas drogas – eu abro o olhando.

–A Rose que o quê?

–Que eu amo – ele sussurra. E eu me afasto dele.

–Jack, eu sou uma pessoa horrível eu não mereço ser amada. Eu não sei amar, não sei se acredito nisso, você... Você precisa... – ele segura minhas mãos e me cala com um beijo.

E puta que pariu, que beijo. É o mesmo beijo que eu me lembrava antes só que mais... Mais... Mais intenso... Talvez porque agora eu não seja mais uma garotinha babaca e virgem, que era movida pela paixão disfarçada.

E então sinto como aquele beijo me fez falta e como meu corpo e minha mente parecem ficar mais lúcidas e claras perto dele.

E entendo que o fato não é que eu nunca tenha acreditado no amor. Eu fingia não acreditar. E quando pude acreditar o amor foi roubado de mim. E agora que ele voltava eu o quero. E o quero por inteiro, sem máscaras ou fingimentos.

Porque no fundo... Eu o amo e nunca o deixarei de amar.

–Todos nós merecemos ser amados, Rose, independente do que fizemos antes – ele me abraça forte – O amor é a prova de que a alma pode encontrar a redenção e mudar os seus pecados. Mas fugindo agora você não vai conseguir falar o que precisa falar.

–Então o que devo fazer? – pergunto sentindo-me soluçar. Jack respira fundo.

–Você precisa ir falar com Lilly que foi quem mais sofreu e então, só então você poderá ir embora. Mas eu vou com você, vim para Hogwarts principalmente para te reencontrar e nunca mais me afastar, então nem pense em fugir de mim – eu sorri, mesmo sabendo que seria difícil falar com Lils.

–Você não acha que é melhor eu deixar que eles me humilhem e então a gente vai embora? – pergunto respirando fundo.

–Essa seria a decisão mais fácil e não a certa, você sabe disso. Mas se preferir assim Rose, não direi nada. Aliás, eu gostei desse “a gente” – eu sorri e foi minha vez de puxá-lo para um beijo.

–O amor é a redenção. E eu me rendi a você há muito tempo, só não queria admitir. Eu sinto muito que tenha cometido tantos erros depois que você foi, sei que o decepcionei...

–Não, você não me decepcionou Rose, e lembre-se Little, sempre é tempo de recomeçar – e então ele me beija novamente.

E sei naquele momento o que devo fazer. E também sei que ninguém acreditará em mim, não que eu mereça. Sou pior que Riley Malfoy, porém assim como ele também posso ser salva de me tornar para sempre um demônio.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda estou viva depois disso?
I hope so... (Eu espero que sim)
Comentem sem dó hehehe
Beijão no coração.