O Peso De Uma Mentira escrita por Arline


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap! Já passamos bastante da meia-noite e, como não estarei em casa durante o dia e também não sei a que horas chego, vou postar agora.
p.s: Um pequeno lemon no cap.
p.s²: Jessi, pare de me atormentar! Vou ficar doida!
p.s³: Gêmula... Sorry
Ao cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174844/chapter/2

CAPITULO 2

POV BELLA

Meu domingo se arrastou. Minha pequena só voltaria à tardinha, quase na hora do jantar e eu sentia falta de suas risadas pela casa. Eu já não imaginava mais minha vida sem Amanda, sem seu sorriso, seu jeito meigo...  Logo me peguei relembrando os primeiros meses de vida da minha pequena; seu primeiro sorriso, a forma como sempre segurava meu dedo quando eu lhe dava de mamar, as primeiras palavras... Quando começou a dar os primeiros passinhos eu quase morri do coração, querendo cercá-la de todas as formas pra que não caísse e se machucasse... Angela morria de rir, dizia que eu ia acabar trancando a menina numa redoma.

Não, eu não queria minha filha protegida do mundo, só queria que ela não se machucasse, não sofresse; por mais que eu soubesse que o sofrimento nos ajuda a crescer.

Me perdi  naquelas lembranças... Meu passado... O primeiro dia em que vi Edward na escola...

Como sempre, lá estava eu em minha velha Chevy vermelho-desbotado. Era o primeiro dia de um longo ano letivo e eu, como sempre, estava desanimada. Todo ano era a mesma coisa... Líderes de torcida se oferecendo, capitão do time de futebol sendo expulso por ser pego transando com a líder de torcida oferecida, professores mal humorados e bailes — para os quais eu nunca era convidada...

Respirei o ar frio daquela manhã e desci de vez do carro. De nada ia adiantar ficar enrolando ali... Pus minha mochila sobre o capô e me virei para procurar algo dentro dela, quando ouvi um grito. Me virei assustada, tentando entender o motivo da gritaria àquela hora da manhã e só o que consegui ver foi a van azul metálica de Tyler Crowley vindo em minha direção de forma desordenada. Minhas pernas pareciam pesar feito chumbo e apenas fechei os olhos, esperando pelo momento do impacto e meu corpo ser esmagado.

Alguns segundos após fechar os olhos, senti sim o impacto, mas foi do meu corpo se chocando contra algo macio. Abri meus olhos lentamente, tentando entender aquilo. Talvez Deus tivesse sido muito bom e eu não havia sentido nada ao morrer... E me deparei com uma imensidão verde me olhando. O rapaz tinha uma expressão de dor e logo tratei de recuperar o bom senso e levantar. Ao redor, as pessoas estavam agitadas, as falas atropeladas e eu, por mais que ainda estivesse atordoada, estendi minha mão para meu salvador anônimo, que a pegou sem hesitar e levantou, soltando um gemido.

— Você está bem? — perguntei, vendo que ele levara a mão às costas.

— Acho que sim. Só um pouco dolorido. Sabe como é... Essa vida de super-herói não é fácil... — ele deu um sorriso torto.

— Obrigada pelo que fez. Pensei que fosse morrer.

— E ia mesmo, mas consegui ser mais rápido do que essa van maluca.

Eu ia falar mais alguma coisa, mas o diretor chegou e, após verificar que estávamos em condições de andar, nos levou à enfermaria. Apenas lá, enquanto a enfermeira preenchia nossa ficha, foi que eu soube o nome do meu salvador anônimo...

— Edward Cullen. — disse ela, enquanto anotava — Boa maneira de se livrar do seu primeiro dia de aula e de uma semana de educação física...

Nós rimos com o comentário dela.

— E você, mocinha... Por que não me espanto de vê-la por aqui, hein?

É. Esse era o mal de ser descoordenada... Eu já havia feito inúmeras visitas à enfermaria.

— Não foi culpa dela. Uma van maluca quase a atropelou e olha que ela estava parada.

Fomos liberados e seguimos para o estacionamento. Num impulso, ofereci carona a ele. Que aceitou com aquele sorriso torto...

— E então, como é o nome da mocinha em apuros? — perguntou ele, assim que estacionei em frente àquilo que ele chamou de casa. Pra mim era quase um palacete.

— Isabella Swan. Bella. — respondi e ele riu.

— Sei que é bonita, não precisa dizer que é bela.

— Oh! Não... Meu apelido é Bella, não quis dizer que era bela.

Ele riu e senti meu rosto quente. Ela agora devia estar achando que eu era convencida!

— Eu entendi, só estava brincando.

Acabei rindo com ele e nos despedimos ali. Claro que meu coração parecia que ia saltar do peito. Claro que ele era lindo. Claro que tinha o sorriso mais perfeito que eu já vira. Claro que ele era perfeito.

É. Ele era mesmo perfeito. Por um tempo, pelo menos... Jamais eu poderia imaginar que um cara como Edward pudesse se interessar por mim; mas foi o que aconteceu.  Passamos a andar juntos, sentávamos juntos na hora do intervalo e nas aulas. Passeávamos por Forks nos finais de semana e chegamos a dormir um na casa do outro por diversas vezes. Foi num desses passeios que o levei à clareira. Fiquei encantada ao ver seu sorriso sincero.

Era sábado e eu estava ansiosa. Na noite anterior eu havia combinado um passeio com Edward e sabia onde o levaria. Preparei uma cesta de piquenique com tudo o que tinha direito; da toalha xadrez à formiga, que havia se infiltrado no bolo.

Despedi-me correndo de meus pais e saí para buscá-lo. Eu estava mesmo animada. Era a primeira vez que eu faria uma coisa assim e estava rezando pra que nada saísse errado. Mesmo estando bem frio não choveria, não naquela hora.

O curto caminho foi feito em menos tempo que o normal. Eu queria vê-lo; nem parecia que eu o havia visto no dia anterior e falado com ele pelo telefone por quase duas horas. Quando parei em frente à sua porta e vi que ele já esperava, meu coração perdeu uma batida. Rosalie também apareceu e torceu a cara ao me ver. Eu sabia que ele não gostara de mim, que dissera que eu não estava à altura de seu irmão e quem nem para ser sua amiga eu servia, mas isso não me abalou. Meu interesse não era na família Cullen e sim em apenas um membro dela, que parecia me ver apenas como uma amiga.

Edward estava animado naquele dia e reclamava a cada dois minutos por conta da lentidão de minha Chevy. Eu ria de sua curiosidade exagerada, sempre querendo saber para onde estávamos indo e sempre me esquivava de suas perguntas.

Quando enfim chegamos ao desvio que levaria à clareira, parei o carro e ele bufou.

— Vai me dizer que essa coisa finalmente decidiu se aposentar?!

— Claro que não! A partir daqui temos que seguir a pé.

Ele me olhou meio desconfiado e eu ri.

— Calma, Edward, não vou te estuprar, matar e largar seu corpo por aqui não.

— Hahaha. Eu ri da gracinha. Palhaça.

— Idiota.

Depois de trocarmos nossos apelidos carinhosos, seguimos nosso caminho. Eu, muito concentrada em segurar a cesta e me equilibrar e Edward reclamando que eu o estava levando para o fim do mundo. Quando por fim chegamos à clareira, fiquei embasbacada ao ver o sorriso enorme que ele exibia.

— O lugar é lindo. — disse ele, olhando cada folha de árvore que seus olhos podiam alcançar.

— Oh! Eu pensei que era o fim do mundo! — comentei ironicamente.

Ele apenas observava enquanto eu arrumava tudo. Uma vez ou outra, quando eu levantava a cabeça, o pegava me olhando, mas ele sempre fingia que olhava para o nada e eu acabava por ficar sem graça, me achando a maior das idiotas por pensar que ele me olhava “de outra forma”.

Assim que tudo estava arrumado, ele sentou-se, ficando de frente pra mim. Aqueles expressivos olhos verdes brilhavam e eu estava feliz por simplesmente estar ali. Naquele momento eu era a típica adolescente boba e apaixonada. Sim, pela primeira vez na vida eu estava apaixonada e a cada vez que eu pensava nisso, meu coração parecia que ia saltar do peito.

— Hum, esse bolo está maravilhoso. Sua mãe cozinha muito bem e já estou pensando em promover uma visita surpresa à sua casa, só pra almoçar por lá. — disse ele, quase se entalando com o bolo que EU havia feito.

— Ela vai ficar feliz por saber que gosta da comida dela, mas o bolo fui eu quem fez.

— Swan, já pode casar. Pelo menos seu marido vai se fartar no bolo.

Nós rimos e tudo seguia na mais perfeita harmonia. Eu queria que aquela tarde demorasse bastante para acabar...

Depois de satisfeitos, guardei as coisas na cesta, deixando apenas a toalha no chão. Edward havia pousado a cabeça em meu colo e eu fazia cafuné. Sua respiração era calma, ritmada e seus olhos me fitavam intensamente.

— Bella, quero te perguntar uma coisa e me desculpe se fiz a ideia errada... — disse ele de repente, me assustando.

— Pergunte e então saberemos.

— Ok. Você gosta de mim?                 

Parei de respirar. Estava assim tão na cara?

— Cla-claro. Você sabe que gosto. — eu tinha que gaguejar bem naquela hora...

— Não Bella... Quero saber se sente por mim mais do que amizade.

— Eu... Por que quer saber isso? — tentei desviar o assunto de mim.

— Porque eu não gosto de você como amigo.

Meu coração acelerou, meus olhos arregalaram e os senti arderem. Droga! Eu estava chorando!

Edward levantou num salto, parecendo contrariado com minha reação.

— Me desculpe Bella, eu não devia ter dito nada.

Não consegui articular nada. Minha visão já estava turva por conta das lágrimas e meu peito parecia que ia explodir de tanta alegria. Ele estava ali, dizendo que gostava de mim e eu queria muito conseguir dizer algo.

Edward me abraçou e beijava meus cabelos, pedindo desculpas por ser idiota e eu já não sabia se ria ou chorava. Meu sonho estava ali, se realizando e eu me desfazendo em lágrimas igual a uma débil mental. Afastei-me dele, olhando em seus olhos e vi o quanto ele estava angustiado por pensar que me fazia sofrer com o que acabara de revelar.

— Você... Você gosta mesmo de mim? — perguntei com a voz ainda meio trêmula.

— Gosto minha linda, gosto sim. — ele sorriu torto e tentou secar minhas lágrimas, mas foi inútil, elas pareciam ter vontade própria.

Não esperei que ele dissesse mais nada. Apenas aproximei meu corpo do dele e o beijei. Senti seus lábios se curvarem em um sorriso e me deixei levar por todas as boas sensações que aquele primeiro beijo estava me causando. Senti-me aquecida, completa, feliz. Simplesmente feliz. Eu não queria mais nada da vida, senão, poder aproveitar cada minuto que eu passasse ao lado de Edward. E por falar nele, o senti afastar-se um pouco, depositando leves selinhos em meus lábios.

— Bom, espero que isso tenha sido você dizendo que também gosta de mim. — disse ele, os olhos mais verdes do que eu lembrava e aquele sorriso torto, me fazendo sorrir feito boba.

— Como se fosse preciso repetir, não é?

— Claro que não... Sei que sou irresistível. — revirei os olhos — Mas eu quero mesmo é saber se você não quer assim, tipo... Ser minha namorada?

Minha boca se abriu num perfeito “O”. Creio que fiquei uns cinco minutos assim. Parada, fitando o nada e sem reação alguma.

— Ok. Você conseguiu me assustar. — disse ele, me fazendo voltar à realidade — E então? Quer ou não quer ser minha namorada? — perguntou novamente e eu lhe devia uma resposta.

— É. Claro. Quer dizer, sim, eu quero.

Eu, como idiota que era, pensei que aquela era a melhor coisa que me acontecera. Puro engano... Não posso negar o fato de que fui feliz com Edward. Ele era realmente perfeito; me cercava de cuidados, atenção, era extremamente carinhoso e a cada dia que passava eu me via cada vez mais apaixonada por ele. Minha mãe exultou quando, naquela mesma tarde do piquenique, Edward esteve em nossa casa e fez ao meu pai o pedido formal de namoro. Ela sempre gostara muito dele e sabia de minha paixão.

Em toda aquela história, só hesitei na hora de ir à casa dos Cullen. Eu não queria me indispor com Rosalie na casa de seus pais e muito menos causar uma briga entre eles, mas segui com Edward, quando ele disse que iríamos sim contar a todos. Eu era capaz de enfrentar qualquer coisa naquele momento, até mesmo Rosalie. E isso pelo simples fato de ter Edward ao meu lado. E como imaginei as coisas não foram fáceis... Não com ela.

Ainda tentei persuadir Edward daquela ideia estapafúrdia, mas foi inútil; ele conseguiu me convencer... Claro que eu sabia que ele estava ali, mas a balança pendia sempre para o lado da família e eu já havia percebido que, mesmo sendo um tanto voluntarioso, Edward acabava cedendo aos caprichos da irmã mais nova. Se ela fosse contra o namoro, quem me garantia que ele não iria terminar tudo de uma vez, bem na frente de sua família? Meu corpo estremeceu levemente diante desse pensamento,

Esme me recebeu com beijos e abraços, como sempre e Carlisle não perdia a mania de me chamar de “minha princesa”. Fiquei feliz por estar ali não mais como amiga de Edward e sim como sua namorada — em breve oficialmente para sua família. Quando ele disse que havia um comunicado a ser feito Carlisle demonstrou certa preocupação, mas Esme exibia um largo sorriso. Acho que no fundo ela já sabia do que se tratava. Edward subiu para chamar as irmãs; Alice e Rosalie. Alice e Edward eram gêmeos e tinham 18 anos. Nós três tínhamos todas as aulas juntos, o que me rendeu uma amizade sincera com a baixinha espevitada.

Eu já estava quase tendo um colapso nervoso e ao que parecia, Carlisle também, já que não parava de coçar a cabeça e andar de um lado pra outro. Esme tentava acalmá-lo, mas não surtiu muito efeito e eu já começava a me preocupar com a reação dele... Talvez nós não tivéssemos tanto apoio assim...

Nos reunimos na sala e esperei que Edward começasse a falar. Rosalie já me olhava meio torto e respirei fundo, tentando manter toda a calma que fosse possível naquele momento.

— Então querido, estamos esperando. O que quer contar? — inquiriu Esme.

— Família, quero comunicar a vocês que eu e Bella estamos namorando. — disse ele, dando um sorriso torto.

Alice deu um gritinho e pulou sobre nós, nos abraçando, Esme foi mais contida, me abraçou e disse que estava feliz por nós. Carlisle permaneceu calado, nos encarando e Rosalie quase pulou em meu pescoço, mas Esme a segurou a tempo.

— Pai? Algum problema? — Edward perguntou, deixando a irmã de lado.

— Espero que nenhum... Edward Anthony Masen Cullen, você engravidou a Bella? — ele perguntou sério e eu ri. A expressão dele era impagável.

— Pai! Claro que não! Eu a amo, por isso a pedi em namoro.

— Muito bem, era isso mesmo que eu esperava ouvir. Sendo assim, fico muito feliz por vocês e quero mesmo que a faça feliz, garoto... Se eu descobrir que Bella chorou por sua causa, esqueço que sou seu pai e que nunca te bati.

Acabamos rindo e pensei que tudo estava bem. Só pensei mesmo, pois no segundo seguinte que Carlisle me deu um abraço, Rosalie quase voou sobre mim, puxando meus cabelos.

— Você não vai ficar com meu irmão! Não o merece!

A confusão se formou e não me aguentei, minha mão estalou em seu rosto, fazendo com que ela cambaleasse. Todos estavam meio chocados com o acontecido, ninguém conseguia se mover. Apenas observavam a cena.

— Você me bateu! Edward, não vai fazer nada?! — ela gritou totalmente descontrolada.

— Não. Você mereceu. Porque não posso ficar com Bella? Eu não sou melhor do que ninguém e acho que na verdade sou eu quem não a merece. Ela é muito mais do que eu poderia querer.

— Acorda! Ela só quer nosso dinheiro! Acha mesmo que uma criatura que mora nesse fim de mundo estaria interessada em amor? É tudo interesse!

— Chega Rosalie! Você passou dos limites agora e lembre-se: fui eu quem a pediu em namoro. Ela nunca se insinuou ou demonstrou por mim mais do que amizade e vou ficar com ela você querendo ou não. — ele foi categórico.

Rosalie soltou um grito histérico e saiu da sala feito bala. Ninguém se moveu pra ir atrás e estranhei. Por mais que ela tivesse errado, eu bati nela e eles eram sua família; nada mais normal do que alguém apoiá-la.

— Me desculpe Esme. Eu deveria ter me controlado. — falei tão baixo que duvidava se ela teria escutado.

— Minha querida, não se desculpe. Conheço meus filhos melhor do que ninguém e sei que Rose foi longe demais.

— Mesmo assim... Estou em sua casa e deveria tê-la respeitado.

— Não se preocupe com isso minha linda. Depois me entendo com Rose. — disse Edward, tentando me fazer sentir menos culpada.

Os ânimos se acalmaram e acabei por rir de Alice que dizia estar com vontade de fazer aquilo com a irmã há bastante tempo...

Depois desse dia, sempre que era possível Rosalie infernizava meu namoro. Inventou traições entre mim e o irmão, fez intrigas, tentou nos separar de muitas formas, mas de nada adiantava. Continuávamos levando tudo da forma mais normal possível. Claro que eu tinha vontade de esganá-la, mas me segurava; pois sabia que se começasse só terminaria depois que ela estivesse morta.

Edward passou a frequentar mais minha casa do que eu a dele. Eu fazia de tudo para evitar a psicopata. Eu estava feliz, meu amor crescia a cada dia, Edward se tornava mais e mais o centro do meu Universo e o mais engraçado de tudo é que nunca sentimos ciúmes um do outro. Eu sabia que ele nunca havia se interessado por ninguém e ele sabia que eu era completamente apaixonada.

Os meses passaram e tudo voltou ao “normal”. Meu aniversário se aproximava e como sempre, eu não queria festa, mas Alice insistia e combinamos de fazer algo simples, apenas nossas famílias. Era naquela noite que eu tencionava me entregar a Edward. Era algo que eu queria, mas ele sempre relutava, dizia que eu estava afoita demais, que tinha que ter certeza absoluta; pois não era algo que dava para voltar atrás. E eu não queria voltar, eu tinha certeza do que queria. Hoje, olhando para meu passado e vendo as consequências no presente, só tenho mais certeza do que o que fiz foi certo...

Às dezenove horas em ponto a campainha da minha casa soou e gemi de frustração. Era Alice que chagava pra me deixar apresentável. Continuei em meu quarto e só ouvi seus gritinhos enquanto ela subia as escadas. Minha mãe não devia ter aberto a porta...

— Bells! Vamos! Vim te deixar um arraso! — ela gritou, enquanto eu me escondia no banheiro.

— Não precisa de nada, já me arrumei! — gritei lá de dentro e respirei fundo antes de sair. Ela ia me matar. Eu usava jeans e regata, com uma camisa xadrez por cima.

— Vamos! Eu quero ver o qu... — ela parou de falar quando me viu — Senhor! Ainda tem coragem de dizer que está arrumada? Ainda bem que trouxe o kit salvação!

Depois disso fui proibida de abrir a boca. Ela me jogou um vestido preto com detalhes em strass na alça, um par de sandálias altas e me MANDOU vestir tudo sem reclamar. Tudo bem que fiquei muito melhor com aquela roupa, mas jamais admitiria. Ela sorriu ao me ver e vi que ainda vinha mais pela frente... Por fim, quando fui liberada da tortura, ela exibia um largo e brilhante sorriso.

— Agora sim. — disse ela, me levando até o espelho.

Eu até que estava bonita, mas nada daquilo me importava. Eu queria mesmo era estar com Edward, passar meu aniversário apenas ao lado do homem que eu amava, sem pensar em mais nada e aproveitar daquela felicidade.

Meus pais haviam saído assim que a baixinha chegara e segui pra sua casa em seu carro. Ela me prometeu que não havia feito nada escandaloso e contou também que Rosalie ia passar aquela noite na casa de uma amiga. Melhor assim, eu não queria estragar tudo por conta dela.

De fato o lado de fora da casa dos Cullen não mostrava que havia algo diferente ali. Suspirei aliviada. Alice quase me puxou pra fora do carro e eu ri de sua pressa. Meu coração acelerou ao ver Edward parado na porta, camisa de botões, jeans escuro e tênis, mais aquele sorriso torto e os cabelos mais revoltos do que o normal. Eu jamais deixaria de ofegar diante de tal visão. Ouvi a risadinha de Alice e bufei. Ela sabia o efeito que o irmão causava em mim... Ela entrou direto, nos deixando sozinhos ali.

— Feliz aniversário, linda. — disse ele, se aproximando e me puxando para seus braços.

 — Obrigada.

Mal terminei de responder e seus lábios tomaram os meus em um beijo intenso, como nunca antes havia sido. Sua língua brincava com a minha e explorava cada canto da minha boca com mais ousadia. Estremeci e gemi baixinho, fazendo com que Edward me prendesse mais em seus braços. Mesmo com o ar faltando, eu não queria me separar. Ele nunca havia me beijado daquela forma antes, com tanta voracidade.

— Bella... — ele gemeu em meus lábios e escorregou sua boca macia por minha mandíbula, dando leves mordidas, me fazendo arfar com o contato.

Sua língua úmida e quente deslizou por meu pescoço, onde ele depositou beijos molhados, fazendo meus pelinhos se eriçarem. Minha cabeça tombou pra trás, dando a ele livre acesso pra fazer o que mais desejasse e eu queria mesmo que ele desejasse fazer mais do que aquilo...

— Edward... — gemi, quando ele mordeu o lóbulo da minha orelha e me apertou mais de encontro a seu corpo, me fazendo sentir sua ereção.

Ele deu uma risadinha e se afastou um pouco. Foi o suficiente para que eu visse seus olhos mais escuros e um brilho diferente neles. Respirei fundo, tentando me acalmar e esperei que meus batimentos cardíacos não estivessem tão altos a ponto de ele escutar. Seria vergonhoso.

— Obrigada pelo presente. — falei e ele riu, balançando a cabeça.

— Não linda. Isso não foi seu presente. Eu só quis cumprimentar minha namorada descentemente.

Ele poderia me avisar quando fosse indecente? Não que eu não tivesse gostado, mas...

— Eu... É... Vamos entrar, devem estar nos esperando. — falei e ele riu.

— Claro.

Assim que entrei nem tive tempo de reparar em nada, já que vários flashes pipocaram na minha frente. Alice sempre seria Alice... Fui abraçada por Esme e Carlisle e logo depois meus pais quase me esmagaram. Só depois que pude reparar em algumas luminárias e balões espalhados pela casa e claro, um bolo de aniversário, que reinava em uma mesa cheia de docinhos.

— É, virei criança. — resmunguei baixinho e Edward riu.

— Criança? Acho que não Swan. Eu jamais a chamaria de criança depois do que aconteceu lá fora. — ele comentou rente a minha orelha, me fazendo arrepiar.

— Assim não Ed... Não me responsabilizo se te agarrar na frente de tudo mundo. — ele riu.

Confesso que estava adorando tudo aquilo. Eu estava com as pessoas que gostava, ao lado do homem que amava e partilhando com eles minha felicidade. Tudo estava perfeito.

Esme havia preparado um jantar simples e acolhedor, nada de pratos superelaborados e que precisavam de manual de instruções para comer. Ela e minha mãe estavam num papo animado, trocando receitas sobre os mais diversos pratos enquanto eu, Edward e Alice falávamos besteiras. Carlisle e meu pai engataram uma conversa sobre futebol e tudo corria bem...

Só conversávamos e eu tentava adiar o máximo possível o momento dos parabéns. Eu odiava atenção sobre mim e aquele seria um deles... Quando Alice anunciou que era “A” hora, gemi e enterrei minha cabeça na curvatura do pescoço de Edward, que me chamou de palhaça e eu retruquei, o chamando de idiota. Não tive pra onde correr; fui quase arrastada até a mesa onde o bolo estava e Alice começou o coro de “parabéns pra você...” Eu ainda ia matar essa baixinha...

O primeiro pedaço de bolo, que todos pensavam ir para Edward, foi para Esme e pedi que dividisse com Carlisle. Sem eles eu não teria Edward na minha vida. Deixei Alice por último, mas foi só pra ver aquela carinha bem enfezada. Os presentes... Esme me deu um lindo vestido azul turquesa, de Carlisle ganhei um par de brincos — que Alice fez questão de frisar que eram lindíssimos e de diamantes —, ela me deu uma maleta enorme de maquiagem, com coisas que eu jamais usaria, meus pais me deram um carro — ou melhor, a chave; já que o mesmo eu só veria no dia seguinte e Edward... Ele me deu um colar com um pingente de coração, nossas iniciais dentro, uma pulseira e um vidro de perfume. Claro que ele disse que era pra eu usar quando estivesse apenas com ele.

Como eu fui idiota por pensar que ao me dar aquela colar, Edward queria dizer que eu também estava em seu coração... Nunca cheguei nem perto! Acho que o máximo que atingi foi sua cama... Mas naquela época eu não pensava assim. Na verdade, eu não queria enxergar a verdade. A primeira vez que eu disse que o amava ele ficou visivelmente desconfortável, mas respondeu um “eu também” daqueles bem sem graça, que faria qualquer outra pessoa notar o quão falso soara. Mas não... A idiota aqui pensou: Ele é homem e homens sentem vergonha de dizer essas coisas... No fundo, fui eu que me deixei enganar... Até o “te amo” que ele disse após nossa primeira vez foi frio, mas eu estava tão fora de mim que nem tive tempo de questionar nada...

Todos haviam se recolhido, meus pais haviam ido pra casa e apenas eu e Edward estávamos na sala. A pedido de Alice, eu dormiria em sua casa e por esse motivo, já estava com a roupa trocada. Vestia shorts e uma blusa de Edward. Já era começo da madrugada, mas não estava frio e puxei Edward para os fundos da casa, onde eu gostava de ficar. Nos jogamos no sofá, curtindo a presença um do outro. Por mais incrível que possa parecer; naquela noite algumas estrelas despontavam tímidas pelo céu meio nublado, deixando uma aura mágica pelo lugar. Palavras eram desnecessárias. Só o que importava pra mim era estar ali com Edward.

Aninhei-me mais em seu peito e ele riu, embrenhando sua mão por meus cabelos, enrolando alguns cachos entre os dedos.

— Você se lembra de uma Lei muito importante da Física, não é? — perguntou ele e franzi o cenho — Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Certo?

— Ok. Posso me afastar. — falei já me arrastando pelo sofá.

Ele riu e me puxou, me deixando sentada em suas pernas.

— Não me lembro de ter dito que era pra se afastar. — ele comentou, rindo da minha cara.

— Sei lá... Vai que estar perto de mim seja muito doloroso pra você?

— Palhaça. Eu jamais acharia isso.

— Ma...

Ele calou minha tentativa de protesto com um beijo cálido, mandando ondas elétricas por todo o meu corpo, que se arrepiou com aquele contato. O mundo foi esquecido, só existíamos nós e as sensações que me eram despertadas.

Minhas mãos perderam-se por entre aqueles fios dourados e me grudei mais ao corpo de Edward, sentindo meus seios quase esmagados de encontro ao seu peito másculo e gemi baixinho quando minhas coxas foram apertadas.

— Ed... — sussurrei, enquanto sua boca descia por meu pescoço, dando pequenas mordidas.

Suas mãos ágeis abriram os primeiros botões de minha camisa e estremeci em antecipação.

— Bella... Me pare. Me peça pra parar... — murmurou ele em um lamento.

— Não Edward. Eu quero você. — sussurrei e ataquei seus lábios.

Entre suspiros e sussurros, senti meu corpo sendo levantado. Olhei em volta e percebi que Edward entrava em casa. Seus passos eram calmos, não me parecia que ele estava assim tão “ansioso” pra me levar pra cama e meu coração se aqueceu com aquilo. Se fosse qualquer outro não teria hesitado em fazê-lo desde a primeira vez que insinuei algo do tipo.

Os lençóis da cama nos recepcionaram frios a principio, mas o calor de nossos corpos logo os aqueceu. Edward agia com extrema calma, ao contrário de mim, que ansiava por senti-lo por completo.

Os botões da camisa sendo abertos enquanto Edward trilhava um caminho de beijos pela fenda formada, arrepiando meus pelinhos e me fazendo me contorcer sob ele. Ansiando cada vez mais pelo momento em que ele me faria sua.

— Não me torture... — sussurrei quando sua língua circundou meu umbigo, me arrancando um suspiro.

Seu corpo serpenteou sobre o meu, me fazendo sentir sua ereção pressionando meu ventre.

— Calma, ainda nem comecei... — disse ele rente a minha orelha.

Virei minha cabeça e encontrei seus lábios macios e quentes. Nossas línguas dançando sensualmente, provocando, buscando, sentido o sabor da boca um do outro. Como se tivessem criado vida própria, minhas mãos buscaram a blusa de Edward, quase a arrancando com violência, minhas unhas arranhando sua pele levemente enquanto ele deixava um gemido escapar.

Sua boca desceu lentamente por meu pescoço, beijando, lambendo, dando mordidinhas. Ergui meu corpo e ele retirou totalmente minha camisa, nunca deixando de me beijar. Clavícula, colo... E quando chegou aos meus seios pensei que fosse desmaiar tamanho prazer que senti com aquele contato. Edward sugava meus seios como uma criança faminta, deixando qualquer delicadeza de lado...

Minhas mãos escorregaram por seu corpo, chegando ao cós de sua calça e Edward riu. Parei no mesmo instante. Será que eu estava fazendo algo de errado?

— Com pressa? — ele perguntou, enquanto retirava meu short.

— Eu... Um pouco. — admiti, fazendo com que ele sorrisse torto.

Ele mesmo tirou sua calça e mordi o lábio ao ver todo aquele volume escondido sob o ínfimo pano de sua box preta. Ele parecia ser grande... E aquilo me preocupou um pouco.

Edward se postou como um felino sobre a cama; subiu por meu corpo beijando meus pés, até chegar às minhas coxas. Ele beijava, lambia e mordiscava minha coxa direita enquanto acariciava a outra. Aquilo estava me fazendo perder o juízo. Ou melhor, o pouco que me restava...

— Ed... Por favor... — um gemido lamurioso me escapou.

Ele estava mesmo disposto a me fazer enlouquecer. Seu dedo roçou minha intimidade por cima da calcinha e ele soltou um longo gemido. Minha excitação atingia níveis alarmantes e eu já duvidava de minha sanidade.

A fina calcinha que eu usava foi arrancada com um pouco de violência e eu sentia minha pele arder onde o elástico raspara. Edward se postou entre minhas pernas e apertou minhas coxas. Fechei meus olhos, esperando, ansiando e implorando entre gemidos por ele. Eu o queria mais que tudo.

— Edward! — gritei e puxei um punhado de seus cabelos quando senti sua língua em contato com meu sexo sensível e pulsante.

Aquilo parecia tê-lo animado muito... Sua língua explorava cada canto onde conseguia chegar, me provando como um doce raro. Meu corpo se movia livremente, independente do que eu queria. Eu já não possuía o mínimo controle sobre ele.

Senti um dedo de Edward me penetrando e um gemido lânguido me escapou, por mais que eu o tivesse tentando prender. Seus dentes aprisionaram meu clitóris e, por mais que eu tentasse, foi impossível não gritar. Meus quadris moviam-se de encontro à boca de Edward, como se pedisse por mais e fui prontamente atendida em meu pedido mudo...

Seu dedo movia-se mais rapidamente dentro de mim, enquanto ele me chupava com vontade. Meu corpo se arrepiou por inteiro, tencionou por um instante mínimo e explodiu em espasmos incontroláveis, enquanto eu gritava.

— Oh Deus! — exclamei e abri os olhos lentamente, tentando me situar. Eu estava completamente fora de órbita.

A primeira coisa que vi foi Edward lambendo os lábios e sorrindo maliciosamente, se aproximando de minha boca. Não pensei duas vezes e o beijei vorazmente, sentido meu gosto em sua língua. Me agarrei mais a ele, tentando virar nossos corpos, mas ele não cedeu e sorriu, ainda me beijando.

— Quietinha. Hoje a senhorita só vai sentir, depois poderá fazer o que quiser.

— Mas eu quero te sentir como você fez comigo.

— Vai sentir, mas de outra forma...

Ele voltou a me beijar, deixando seu corpo pesar sobre o meu, sua ereção sob a box roçando em minha intimidade e me apertei contra ele, arranhando suas costas e ombros.

— Por favor... Me faça sua. — sussurrei em seu ouvido e ele soltou algo parecido com um grunhido.

Ele ergueu-se da cama e foi em direção à mesinha que havia ao lado, retirou um preservativo e se livrou da cueca. Arfei diante da visão de seu membro ereto e mordi o lábio. Edward sorriu maliciosamente, se postando entre minhas pernas, prendendo seu membro em sua mão e fazendo movimentos de vai e vem. Minha excitação só fez aumentar e implorei por ele.

— Está pronta pra mim? — ele perguntou e, sem poder esperar mais, ergui meu corpo e o puxei de encontro a mim, o beijando de forma enlouquecida.

Aos poucos meu corpo foi caindo pra trás, Edward por cima de mim. Nossos gemidos abafados se misturando, o cheiro de sua pele me inebriando, me fazendo quase delirar. Beijos foram trocados, lábios mordidos, gemidos e sussurros escapavam sem controle.

Senti o membro pulsante de Edward em minha entrada e apertei seus ombros. Ele moveu o quadril, entrando lentamente em mim e gemi baixinho quando uma dor fina me atingiu, informando assim que enfim a barreira de minha virgindade havia sido rompida. Edward parou com seus movimentos e beijou minha testa, meus olhos e boca, tentando me acalmar e deixar que meu corpo se acostumasse.

— Desculpe. — ele murmurou.

— Tudo bem. Eu só quero você...

Seu corpo voltou a se mover ainda lentamente, mas à medida que eu gemia e pedia por mais, ele foi acelerando; entrando e saindo mais rápido de mim. Enlacei sua cintura com minhas pernas e o senti ir mais fundo, me arrancando mais e mais gemidos. Nossos corpos se movendo em perfeita sincronia.

— Oh, Edward! Assim... Por favor!

— Bella... Isso... Rebola pra mim minha linda.

Movi mais meus quadris, feliz por estar proporcionando a ele o mesmo prazer que eu sentia. E ele acelerou os movimentos, nossas respirações ofegantes, minhas unhas arranhando sua pele, nossas línguas numa quase batalha por espaço na boca um do outro.

Uma sensação gostosa foi tomando conta de cada célula do meu corpo, me arrepiando, fazendo com que minhas costas desgrudassem da cama e me apertei mais contra Edward.

— Eu vou... Eu... — não consegui falar. Pela segunda vez naquela noite meu corpo estremeceu, explodindo num orgasmo maravilhoso e eu gritei o nome de Edward, assim como ele gritou o meu, segundos depois.

Sua cabeça tombou sobre meu peito e fiquei apenas acariciando seus cabelos, esperando nossas respirações voltarem ao normal. Palavras jamais seriam fiéis ao que senti; às sensações, ao desejo... A dor? Creio que nem existiu de fato, apenas um incômodo... Aquela noite fora perfeita...

— Eu te amo. — disse a ele.

Edward apoiou o queixo em meu peito, os olhos de um brilho sem igual, os lábios carnudos um tanto inchados e sorriu torto.

— Eu também te amo linda. Feliz aniversário.

Sim, aquele havia sido meu melhor aniversário. Com certeza...

Mas a merda toda é que depois desse eu não quis comemorar mais nenhum. Toda vez que eu me lembrava dessa noite, tinha vontade de arrancar meus cabelos fio a fio. O que eu fiz por amor, Edward fizera movido apenas pelo desejo. Não passei de mais uma em sua cama, assim como tantas outras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso. Agora, só na quarta-feira.
bj bj e espero os reviews!