O Peso De Uma Mentira escrita por Arline


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hey! Oi pessoas lindas! Como estão? Espero mesmo que bem.
Cadê os reviews? Estou sentindo falta deles...
Flores, peço compreensão por parte de vocês. Estou com um problema na coluna e não posso mais passar tanto tempo sentada, por tanto, os capítulos estão demorando um pouco mais a ficarem prontos.
Não parei de escrever, só não estou mais como antes. Não pretendo, de forma alguma, atrasar as postagens; porém, se acontecer, espero mesmo que possam compreender.
Beijos e vamos ao cap!
Notas finais!
p.s: Meninas, o cap está certinho agora. Briguei algumas vezes com o nyah até que ficasse ok.



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CAPÍTULO 16

POV BELLA


Por um momento ínfimo Edward me enxergou ali, parada em sua porta, mas no meio segundo seguinte ele só conseguia ver Amanda. A emoção dele era grande, eu sabia, mas a minha por ver aquele momento... Era uma cena que se não fosse por falta de confiança e orgulho, poderia ter sido evitada. E eu queria estar ali, participando daquele abraço, dizendo para as duas pessoas mais importantes da minha vida que eu os amava e que estava feliz, mas tive que me segurar. Aquele era o momento dos dois e eu não tinha o direito de estragá-lo ou interrompê-lo.


Edward mal cabia em si e até consegui rir de seu entusiasmo, interrompendo assim aquele momento. Apenas sugeri que entrássemos, já que toda a cena acontecia quase no quintal dos Cullen e eu tinha a certeza que Edward estava pouco se importando com isso.


Agora eu estava quase em paz comigo mesma... Para que tudo ficasse bem, ainda faltava conversar com Edward, pedir desculpas por não ter ido atrás dele, por tê-lo privado de todos aqueles anos longe da filha, por ter pensado as piores coisas a seu respeito... Ainda faltava tanto! Tanto que eu sequer sabia se teria coragem de falar...


Deixei um pouco meus pensamentos de lado e passei a observá-los. Estavam tão encantados um com o outro, que nada mais parecia importar, além deles mesmos. E eu queria fazer parte daquilo. Queria que Amanda tivesse aquilo que acabara de dizer: uma família de verdade. E, por mais complicado que fosse explicar tudo a ela, eu teria que fazê-lo. Por mais que Edward tivesse tentado simplificar as coisas, Amanda me faria perguntas e eu não fugiria delas.


E eu via encantada, a forma como Edward ficava a cada nova informação que tinha sobre Amanda. Eu fingia ouvir tudo aquilo que eles conversavam, mas só conseguia enxergar Edward, suas feições relaxadas, seu sorriso radiante, seu jeito... Eu só conseguia enxergar aquele menino por quem eu fui — e ainda era — apaixonada. Obviamente nada do que nos aconteceu seria esquecido, mas valeria de alguma coisa dali pra frente. Mais uma vez a vontade de dizer que o amava veio com força total, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, meu celular tocou, me trazendo para a realidade.


Fiquei preocupada ao ver o número de Tanya em meu celular, por mais que tivesse dito que ela poderia me ligar a qualquer momento e pra qualquer coisa. Eu já esperava por problemas, mas não tão cedo... Afastei-me um pouco para atender e ouvi a voz nervosa de Tanya do outro lado da linha.


— Bella! Oh, Deus! Estou te atrapalhando?

— Não, não! O que aconteceu, Tanya? — perguntei; igualmente nervosa.

— Algumas coisas estão fora do controle... Eu preciso mesmo da sua ajuda!

— Calma! Respire e me conte o que aconteceu, mas mantenha a calma. Ok?


Ao fundo, ouvi vozes alteradas e me preocupei realmente com o que estava acontecendo. Faltava mais alguma coisa?


— Eu preciso falar com você pessoalmente. Não dá pra contar por celular. Não aqui, onde estou.


Respirei profundamente, tentando organizar meus pensamentos. Eu não queria estar em outro lugar senão ali, ao lado da minha família, mas também não poderia deixar de ajudar Tanya, a quem prometi que o faria, caso necessário. Agora ela precisava de mim... Tentando encontrar uma forma de me sentir menos culpada por ter que sair, pensei que ficando sozinhos, Edward e Amanda teriam um tempo para se descobrirem.


— Tudo bem, Tanya. Sabe meu endereço? — ela confirmou — Então vá para minha casa e me espere. Logo estarei lá.

— Ah! Me desculpe! Pensei que estaria em casa; não quero te atrapalhar.

— Não está atrapalhando. Vá para minha casa.


Meio relutante, ela acabou aceitando e quando voltei à sala, Edward e Amanda já não estavam mais lá. Sem pensar muito, segui até o andar superior e assim que parei em frente à porta do quarto de Edward, os ouvi conversando. Meu coração ficou apertado por ouvir minha filha perguntar se o pai ficaria por perto, se ia poder vê-lo sempre... E saber que ela chorava só agravava as coisas. A vontade de desmarcar com Tanya veio forte, eu queria estar ali com minha pequena e mostrar a ela que mesmo de um jeito “torto”, nós éramos uma família, mas também não poderia faltar com aquela que sem dúvidas, se tornaria uma grande amiga.


Deixei que meu corpo tombasse contra a parede enquanto eu pensava no que fazer. Eu ouvia toda a conversa de pai e filha, ouvia os planos deles para o quarto de Amanda, sentia o quanto estavam felizes e eu também estava. Talvez, com um cuidado exagerado de mãe, julguei que Edward não ia querer ficar com Amanda enquanto eu fosse até em casa, mesmo sabendo que tudo aquilo, toda a insegurança que me assolava não passava de uma idiotice. Respirei fundo e resolvi que já era hora de ir pra casa. Tanya precisava de mim e Amanda tinha uma pessoa que cuidaria dela com sua própria vida.


Assim que me pronunciei, Amanda me chamou de forma efusiva, sorrindo, com olhos brilhantes. Sua empolgação era tanta que ela mal respirava entre as frases. Por cima de seu ombro, observei o desenho que Edward havia feito do quarto e quase gargalhei ao me lembrar do quão ruim ele era pra desenhar um rosto. O máximo que saía, era um bonequinho com o corpo em formato de palitos. Os pés de Amanda balançavam no ar, denunciando sua euforia e inquietação não compreendida por Edward, que não entendeu o que ela quis dizer com “formigas andando pelo corpo”. Eu quase ri abertamente disso, mas ele não ficaria feliz... Das duas um: ou as coisas estavam realmente engraçadas, ou eu estava vendo tudo “cor de rosa”.


Até poderia ser de forma inconsciente, mas Edward me fitava de modo intenso. Pelo jeito, ele não me enxergava mesmo, estava perdido em pensamentos, que sua expressão neutra não me deixava adivinhar. Senti saudades do Edward de antes, que sempre tinha um brilho no olhar, um jeito muito próprio de levar a vida, cheio de alegria, sempre fazendo graça... Esse Edward de agora me parecia sempre amargurado, com alguns raros momentos de felicidade e que tinha medo de viver e fazer algo errado, de magoar, de mentir. Com o tempo talvez, ele entendesse que as coisas acontecem como devem acontecer e que nada é por acaso...


Por fim, sabendo que seria inadiável minha ida, chamei Edward e contei que precisava ir pra casa. Não sei o motivo, mas realmente fiquei surpresa quando ele disse que queria que Amanda ficasse; e não por algumas horas e sim para dormir ali. E mais surpresa ainda eu fiquei com a forma estranha que ele estava me tratando. Preferi não dizer nada, poderia ser coisa da minha cabeça e seguindo sua indicação, entrei em seu quarto e fui falar com minha filha.


— Bebê, eu tenho que ir até em casa. — ela me olhou meio feio — Vai ficar bem?

— Mamãe... Eu não sou bebê!

— É claro que é! É meu bebê lindo! — ela riu quando eu comecei e distribuir beijos por seu rosto — É o bebê que eu amo muito, muito, muito!

— Eu também te amo, mamãe. E agora amo o papai também.

— Eu sei que sim. — eu também o amo — adicionei mentalmente — Agora eu tenho que ir, mas eu volto depois.

— Eu posso dormir aqui hoje? Meu papai disse que eu podia.

— Pode sim. Eu trago suas roupas. Hora das recomendações. Ok? — ela apenas assentiu — Nada de bagunça, não fale alto, não grite, obedeça ao seu pai, não pergunte sobre Rosalie, se sentir fome não fique com vergonha de falar e se quiser ir embora, não tenha medo; pode falar com seu pai que ele vai entender. Tudo bem?

— Tudo bem. Eu entendi.

— Agora me dê um beijo bem gostoso.


Amanda pulou em meus braços, me enchendo de beijos, dizendo que me amava. E eu amava tanto aquela pequena...


Encontrei Edward na sala, mais uma vez ele me parecia estranho, não me olhava e até tentei saber do que se tratava, mas sua explicação não me convenceu. Não que eu tivesse o direito de querer qualquer coisa, mas ele não estava bem e eu só queria ajudar. Que tolice a minha... Por mais que tentássemos, nem amigos seríamos mais... Cada um guardaria seus sentimentos e assim levaríamos nossas vidas. Mas por quê? Eu o amava, ele me amava... A resposta? Algo em nós havia se quebrado. Algo que talvez não pudesse ser “remendado”. A confiança. Fora por falta dela que tudo aconteceu. Edward ainda não confiava em mim, embora eu estivesse fazendo o possível para restaurar aquilo em mim mesma.


Mais meia dúzia de palavras trocadas e então eu saí, deixando-o com seus pensamentos. Amanda iria animá-lo por um tempo, mas logo aquele jeito cabisbaixo voltaria; disso eu tinha absoluta certeza.


Segui meu caminho sem muita pressa, tentando pensar em tudo aquilo, em Tanya e no que havia acontecido com ela. Eu só esperava que o idiota do Jasper não tivesse feito nada... Porque se ele fosse a causa do desespero de Tanya, ele ia conhecer um lado meu que só foi dispensado à Rosalie, alguns anos atrás.


Em frente à porta da minha casa estava Tanya, com uma expressão nada boa... Problemas! Como fugir deles? Ah! Não tem como. Ou você os enfrenta, ou eles te dominam.


— Bella! Me desculpe! Eu não queria mesmo te atrapalhar. — disse ela, assim que me viu.

— Não se preocupe com isso. Já disse que não me atrapalhou. Agora, vamos entrar.


Mais uma vez Tanya adotou uma postura subserviente; entrou, parou ao lado da porta e ficou me olhando, como se esperasse a próxima ordem.


— Vamos mulher! Vai ficar parada aí?


E, obedecendo a mais uma ordem, ela caminhou timidamente pela sala, até sentar-se no sofá. Suas mãos embolavam-se umas nas outras, demonstrando seu nervosismo. Saí por um instante, indo para a cozinha a fim de preparar um café, mas ela não ficou na sala.


— Me conte o que houve. — falei, assim que ela se sentou em uma das cadeiras.

— Quando você saiu, Emmett veio falar comigo, disse que você não estaria por perto para repreendê-lo. — ela sorriu fracamente — Fiquei muito surpresa quando ele me convidou para “um café amigável, sem más intenções”, como ele mesmo disse e recusei na mesma hora. Como você mesma está vendo, sou sem graça, desengonçada... Temi que ele estivesse se aproximando apenas para rir de mim depois.


E eu recordei uma época da minha vida... Uma época em que achei impossível alguém se apaixonar por mim...


— Emmett foi o único que tentou se aproximar, que não fez nenhuma gracinha num primeiro momento, que não me tratou como “a estranha”. E ele é... Não sei... É tão bonito! Claro que quando o vi, meu coração parecia querer saltar do peito, mas logo tratei de deixar essa tolice de lado. — um meio sorriso brotou de seus lábios, deixando claro sua paixão por ele — Mas à noite, quando cheguei ao meu apartamento e vi aquele lugar quase deprimente, percebi que estava jogando minha vida fora. Não aceitei o convite de Emmett por medo de me magoar, de ser motivo de zombaria. Só que uma coisa me veio à mente; por que fugir? Vivi minha vida sempre dependendo da bondade dos outros, sempre esperando que alguém me ajudasse. Decidi aceitar o convite e sem titubear, peguei o cartão que ele havia me dado com seu número e liguei. Pela primeira vez em muitos anos eu dormi feliz, mas pela manhã, tudo mudou. Creio que Jared não te contou como me conheceu. — assenti, servindo nosso café — Sou irmã de Jasper.

— Irmã?! — a interrompi, surpresa com aquela noticia. Claro que eu achava parecida com alguém, mas nem tive tempo de pensar sobre o assunto.

— Isso. Maria era nossa mãe. Depois de abandonar Jared e Jasper, ela fugiu pra Inglaterra e conheceu meu pai, que eu nem mesmo sei quem é. E mais uma vez ela abandonou um filho. Fui deixada em um orfanato, com uma carta endereçada a Jared. Ela teve a coragem de relatar tudo o que havia feito e ainda disse que eu fora seu segundo erro. Não disse o nome do meu pai e nem onde encontrá-lo.


“Ainda bebê, Jared me trouxe para Seattle e me deixou aos cuidados de uma senhora que contratou apenas para isso. Eu cresci sabendo que ele não era meu pai, mas não tinha como não amá-lo como tal. E desde pequena eu soube que Jasper era meu irmão e sempre quis conhecê-lo, mas Jared não sabia como contar a ele...”


As lágrimas a impediram de continuar e apertei sua mão, em sinal de apoio. Agora eu tinha mais certeza que tinha o dedo de Jasper naquela história...


— Por fim ele me trouxe para Forks, me ofereceu um emprego e estava tentando me aproximar do meu irmão, mas eu notei como ele me olhava com quase repulsa e tive medo de sua reação quando soubesse. Por fim, achei que Jared merecia saber que eu ia sair com Emmett e hoje pela manhã telefonei para avisar. Ele pediu que eu fosse até sua casa e assim o fiz. Só que eu não sabia que ele havia contado tudo ao Jasper, que ouviu minha conversa com seu pai e em questão de no máximo uma hora a confusão estava armada. Acusou Emmett de querer se aproveitar de mim, foi atrás do amigo e o acordou com alguns socos e pontapés.

— Como?! O que o Jasper tem na cabeça, afinal? Por favor, me diga que Emmett revidou a agressão!

— Sim, revidou. E foi ele quem ligou para Jared e informou o que houve. Como se não fosse suficiente, Jasper ainda me acusou de ser igual à Maria. Não sei o que fazer Bella! Quando eu acho que minha vida vai entrar nos eixos... Penso em voltar pra Seattle e evitar contato com Jasper; ele não vai me aceitar nunca... Quanto à Emmett, amanhã ele nem vai lembrar que eu existo e tudo voltará a ser como sempre foi.


Um suspiro frustrado me escapou. Realmente não havia nada de concreto que eu pudesse fazer para ajudá-la; apenas ouvi-la e quem sabe, aconselhá-la...


— Olha Tanya, não acho mesmo que deve ir embora. Você tem seu trabalho, não depende de ninguém e pode sempre contar comigo e com Emmett. Acredite, ele não vai esquecer-se de você. E ainda tem Jared. Se o ama como diz, fique por ele. Levante a cabeça, pense em si mesma e vá ser feliz. Não viva daqui pra frente esperando a aceitação de Jasper; viva pra você, por você. O prejuízo é todo dele.

— Eu não sei Bella... Não quero trazer problemas pra ninguém e é exatamente isso o que está acontecendo.

— O problema não é seu e nem foi você quem o causou. Se o que quer é ir ao encontro com Emmett, vá! O conheço bem e sei que ele jamais faria algo para magoá-la.

— Eu quero! Mas não sei se ele ainda quer. Não depois do que meu irmão fez... E não sei como me vestir, o que falar, o que fazer...

— Ok! Mãos à obra! — falei e ela me olhou espantada.


Peguei o telefone e liguei pra Emmett, perguntei se ele ainda queria sair com Tanya e sorri ao ouvi-lo suspirar. O grandão estava apaixonado e isso era inédito... Combinamos um horário pra que ele fosse buscar Tanya em minha casa e comecei a pensar no que fazer com ela... A chamei para meu quarto e seguimos direto para o banheiro, onde a deixei sentada em frente à bancada onde estavam minhas maquiagens. Ela me olhava com um misto de medo e surpresa e eu ri disso, lembrando-me do que Alice me fizera anos atrás.


A virei para mim e, sob protestos, soltei seus cabelos loiros que caíram até o meio de suas costas. Algumas — boas — escovadas os deixaram brilhantes e naturalmente ondulados e depois parti para a maquiagem.


— Bella... Não... Isso já é demais! Só um batom é suficiente! — ela tentava me impedir de continuar, mas eu não me daria por vencida.

— Quieta! Se ficar se mexendo, vai ficar parecendo um palhaço.


Então ela se aquietou, me deixando continuar meu trabalho, que não era muito. Apenas realcei sua beleza escondida. No fim, seus olhos pareciam mais azuis do que antes, seus lábios ganharam um tom rosado e sua pele não possuía mais aquele aspecto pálido e sem vida.


— Lhe apresento... Você mesma! — falei, virando-a para o espelho.

— Meu Deus! Essa sou eu? — ela estava encantada e eu, satisfeita.

— Sim. E agora, vamos às roupas!


Escolhi alguns vestidos e mostrei a ela, que sempre os achava curtos demais. Por fim, decidi por um preto, que lhe acentuava as curvas escondidas por quase quilos de roupas e coloquei diante dela, dizendo que um “não” era inaceitável. Sem escolhas, ela o vestiu, olhando torto pra as sandálias de tiras que coloquei a sua frente.


— Posso dizer não pra isso? — perguntou ela, apontando a sandália.

— Coloque. Agora. — meu tom de voz deixava claro que ela ia pôr as sandálias por bem ou por mal.


Tanya estava linda e sorri ao ver que ela estava aceitando a imagem de si mesma.


Pontualmente às dezenove horas a campainha tocou e ela quase entrou em desespero. Foi com algum sacrifício que a fiz descer as escadas, mas eu venci. Ela ia ser feliz. E eu estava feliz por ela.


— Obrigada! Nem sei o que faria se não fosse você. — agradeceu ela, desnecessariamente.

— Em agradecimento, seja feliz e faça meu amigo feliz.


Antes que ela tivesse mais uma crise, abri a porta e me deparei com um Emmett de olho roxo. Tive vontade de rir, mas me segurei.


— Bella, você acaba mesmo de perder seu posto de gatinha! — disse ele, fazendo graça — Terei problemas essa noite...

— Ora! Cale a boca ou te deixo com o outro olho roxo! — falei e Tanya riu — Vá logo! Cuide dela e se eu souber que fez algo desagradável... Ai de ti!

— Ok, madame! Me comportarei como um lorde! A senhorita Tanya não terá nada de ruim a dizer a meu respeito e prometo levá-la pra casa. Não sei se a minha ou a dela, mas prometo!

— Emmett! — nós duas dissemos juntas, arrancando risadas dele.

— Acho melhor irmos logo... — disse Tanya, saindo — Obrigada, mais uma vez.

— Opa! Sou eu quem agradece! Ela está um arraso!


Antes que mais alguma idiotice fosse dita, eles foram em direção ao carro, me deixando com um sorriso no rosto. Agora era só esperar e me preparar pra comprar o vestido de madrinha do casamento...


Voltei à cozinha alguns minutos após eles terem saído e me pus a preparar algumas coisas para levar para a casa de Edward — que eu realmente não acreditava estar sem nada. Pelo menos aquilo me faria pensar em qualquer outra coisa que não fosse o que estava acontecendo a ele e sua falta de confiança em mim. E ainda havia o problema de Tanya... Realmente nunca pensei que Jasper poderia agir assim com alguém; chegar ao ponto de agredir um amigo, insultar sua própria irmã — que ele acabara de descobrir que tinha...


Durante o curto tempo em que namoramos e ele se mostrou ciumento, não pensei que fosse a tal ponto. Era óbvio que sua reação se devia ao ciúme! Uma irmã recém-descoberta, o amigo galinha que a convida pra sair, o passado da mãe que os abandou... Ver a irmã “se perdendo” dele assim, sem que a conhecesse, deve tê-lo deixado meio desorientado, mas não justificava sua atitude. Meus dedos formigavam, querendo pegar o telefone e ligar pra Jared, mas me obriguei a ficar quieta e não me meter naquele assunto.


Depois de terminar o que eu estava fazendo e acondicionar os alimentos apropriadamente, lavei a louça e segui para meu quarto, querendo tomar um banho e ver se meu corpo relaxava. Eram muitas coisas ao mesmo tempo e acontecendo a uma pessoa só...


Em um acesso de raiva, tirei os brincos que Carlisle me dera. Edward nem os notara! Naquele momento, o amor que eu sentia por ele era pura raiva. Que pessoa faz uma coisa dessas? Quem diz com todas as letras e repetidas vezes que te ama e depois quase te ignora? Claro! O Edward!


Dessa vez eu não agi como uma adolescente idiota; depois que tomei banho, deixei os cabelos de qualquer jeito, vesti a primeira roupa que peguei e calcei qualquer sandália. Ele não merecia mesmo que eu lhe dispensasse tanta atenção.


Retornei à cozinha levando comigo uma mochila com algumas roupas pra Amanda e peguei a bolsa que eu havia deixado arrumada e saí. Dessa vez, dirigi sem pressa, tentando adiar mesmo minha chegada. Eu já começava a achar que não conseguiria esperar que Amanda dormisse para voltar pra casa. Ficar perto de Edward sabendo que algo lhe acontecia e que ele não confiava em mim para contar não me faria bem. Não estava me fazendo bem naquele momento. Mas eu teria que manter as aparências... Amanda saberia que algo estava errado. Ela era muito perceptiva.


Quando cheguei, fui recebida por ela, que me pareceu bem feliz por abrir a porta da casa do pai. Tentando não demonstrar o que ia em minha mente, até que consegui soar um tanto engraçada. Mas logo o silêncio se estabeleceu novamente. Eu faria uma última tentativa com Edward e, caso ele não falasse nada mesmo, eu daria o assunto por encerrado e não mais me importaria com o que quer que fosse.


Pedi que Amanda fosse trocar de roupa e quando vi que ela já não mais estava por perto, perguntei mais uma vez a Edward o que estava acontecendo. Mais uma resposta evasiva. Mais um sorriso forçado. Mais uma vez eu fingindo que tudo estava bem. Mas era assim que ele queria. Então era assim que ia ser.


Despreocupadamente, arrumei tudo sobre a bancada que ficava no meio da cozinha e depois, pra fazer com que o tempo andasse mais rápido, decidi cozinhar outra vez. Eu teria algo com o que me ocupar, Edward ficaria com Amanda em outra parte da casa e logo seria hora de eu voltar para minha casa. Até fiquei surpresa pelo fato dele saber onde estava alguma coisa, mas preferi manter o silêncio. Eu não chegaria a lugar nenhum arrumando briga e minha expressão era calma, quase dócil.


Subi para prender meus cabelos, já que minhas coisas estavam na mochila de Amanda e deixei Edward mais uma vez em seu mundo estranho, onde só ele sabia o que se passava. Nem pensei em procurar em outro lugar, fui direto ao quarto de Edward e encontrei Amanda na cama, vendo desenho. Assim que me viu, ela sorriu, me chamando e eu me deitei ao seu lado, abraçando-a.


— Demorou muito, mamãe. — disse ela, embrenhando as mãos em meus cabelos e sorrindo.

— Desculpe meu amor. Eu tive que ajudar uma amiga e demorei.

— Pensei que ia me deixar aqui...

— Claro que não! Já falei que nunca vou te deixar.

— Eu acho que só fiquei com medo.

— De quê? Você estaria com seu pai.

— É, mas agora eu quero ficar com os dois.


Como explicar? Aquilo seria complicado...


— Mas você vai ficar com os dois. Vai ficar com seu pai sempre que quiser e ele vai poder ir lá em casa ou você vem pra cá.

— Mas eu não quero assim...

— Não dá pra ser de outro jeito, meu amor. Seu pai tem a vida dele e eu tenho a minha.

— Poxa! Do que adianta ter meu papai assim? Eu não quero o Jasper como meu papai. Eu gosto dele, mas não quero!

— Bebê, o Jasper sempre vai ser seu amigo. A mamãe não é mais namorada dele.


Ela sorriu grandemente e eu já sabia o que se passava naquela cabecinha...


— Sinto muito, meu amor... Mas não é por isso que eu e seu pai vamos ficar juntos. Um dia, quando éramos adolescentes, tivemos nossa hora, mas agora não dá mais.


Amanda escondeu o rosto no vão de meu pescoço e começou a chorar. Aquilo me partia o coração, mas nada poderia ser feito. Eu faria tudo por minha filha, claro que faria, porém aquilo estava fora do meu alcance.


Passei um bom tempo acalentando-a, até que ela pegou no sono. Arrumei seu corpo sob os lençóis, desliguei a televisão e deixei um abajur aceso, para o caso dela acordar no meio da noite, mas não haveria problema. Edward estaria ali com ela.


Evitando fazer barulho, peguei uma caneta que estava sobre o bloco de Edward e prendi meus cabelos em um coque e depois desci. Realmente não acreditei quando vi que ele ainda estava na cozinha, na mesma posição de quando saí. Nada foi dito e voltei ao preparo do bolo, que estava com seus ingredientes sobre o balcão. Pelo canto do olho, eu via que estava sendo observada e fingi não prestar atenção.


Depois de pôr o bolo no forno e lavar a louça, pensei no que seria feito. Eu não queria ser a primeira a falar e sabia bem me manter calada quando queria. Mas, antes que eu desse um passo em direção à parte de trás da casa, Edward falou, me fazendo estacar. Confusa com suas palavras.


— Parou de bancar a empregada ou vai arrumar mais alguma coisa pra fazer?

— Como? — perguntei, encarando-o.

— Desde que chegou você esta agindo assim; trouxe comida de sua casa, o que foi desnecessário; fez bolo, lavou a louça... Vai fazer o que agora? Varrer a casa?

— Não Edward... Porque, se eu pegar numa vassoura, vai ser pra quebrar o cabo em sua cabeça e a coitada da vassoura não tem culpa de nada.


Um quase sorriso brotou de seus lábios, mas era algo tão triste, que sequer poderia ser considerado um sorriso.


— Nada doeria mais do que o que estou sentindo agora. — disse ele, muito sério.


Por mais que eu quisesse reagir, dizer qualquer coisa e até mesmo perguntar o que ele sentia, me mantive calada. De nada me ia adiantar perguntar, uma vez que ele fugiria da resposta. E eu, como se fugisse da vontade de ficar ali, segui até a sala, tencionando subir e pegar minhas coisas na mochila de Amanda e ir logo pra casa. Nada mais me prendia ali.


E assim o fiz; peguei minhas coisas, dei um beijo em minha filha e desci novamente. Uma ponta de esperança ainda estava viva em mim, querendo que Edward enfim dissesse o que estava acontecendo, mas ele apenas me olhava, como se não acreditasse no que eu estava fazendo.


— Porque vai embora? — questionou ele, quando me viu perto da porta.

— Meu horário de trabalho acabou. — parei de falar e fingi pensar — Oh, é claro! O bolo ainda está no forno! Me desculpe!


Os olhos de Edward pareciam faiscar depois do que eu disse, porém suas palavras continham um quê que ternura quando falou comigo outra vez, me pedindo pra ficar.


— E pra quê? Pra ficar aqui, olhando pra sua cara sabendo que algo te acontece e que não confia em mim pra contar? — as palavras saíram de forma desordenada, mal me dando tempo de organizá-las o mínimo que fosse.

— É claro que eu confio em você! Que loucura é essa? — rebateu ele, quase exasperado.

— Confia? Se é assim, porque me esconde as coisas? Porque não fala de uma vez o que está acontecendo com você?


Ele então riu; me deixando confusa com aquilo. Enquanto minha mente trabalhava, tentando encontrar o motivo de sua atitude, ele ria de mim.


— O que acontece comigo? Acontece que eu sou o ser mais idiota do mundo. — disse ele, ainda rindo.

— Disso eu já tinha absoluta certeza, não precisava reforçar. — comentei cinicamente.


Agora, com a conversa se aproximando, senti medo do que estava por vir e me refugiei na cozinha, com a desculpa do bolo, que àquela altura e pelo cheiro, havia queimado. Nem aquilo dera certo... Eu estava mesmo frustrada. Ou tentando descontar meus problemas em qualquer coisa que fosse


Depois de apagar o forno e constatar que o bolo ainda tinha salvação, lancei um olhar furioso na direção de Edward, que sorriu, como se aquilo pouco importasse.


— Agora, chega mesmo. Vem, temos que conversar.


Eu protestei, mas Edward me arrastou pra fora da casa. Depois, me colocou sentada no banco em que nos sentamos por tantas vezes e se abaixou a minha frente, me olhando da mesma forma que me olhava antes, quando nada nos afligia.


— Mesmo você achando que não, eu confio sim em você. Antes de sermos namorados éramos amigos, sempre fomos e eu gostava e ainda gosto disso... Saber que podíamos conversar sobre tudo e nada, que nos entenderíamos.


Um suspiro cansado me escapou. Me perguntei de quê adiantava tudo aquilo se no fim, não sairíamos do impasse.


— Peço desculpas por ter agido como um idiota, mas eu estava com tanto ciúme que não consegui raciocinar direito. Depois daquele telefonema que você recebeu, fiquei imaginando quem seria, o quanto essa pessoa era importante pra que você fosse embora... Eu sei que prometi a mim mesmo que ficaria feliz por você, mas não dá! Eu simplesmente não consigo imaginar outra pessoa te tocando, dizendo que te ama. — disse ele por fim, nossos olhos presos um ao outro.


Eu sinceramente não queria acreditar no que estava ouvindo. Edward estava com ciúme de mim! Que sandice! Desde quando esse ciúme existia? Nunca, enquanto namoramos, eu percebi algo! Então eu percebi que aquela era minha deixa. Não que eu devesse qualquer tipo de satisfação a ele, mas não dizem que tirar o esparadrapo de uma só vez dói menos do que puxar aos poucos?


— Não... Sinta raiva, ódio, mas nunca me venha com essa de ciúmes! Foi exatamente por isso que terminei um namoro, sem contar que não mereço a forma como você me tratou.


Seus olhos faiscaram e não sei se foi proposital ou por conta do susto, mas ele caiu sentado no chão.


— Um... Namorado? — sua pergunta não passou de um sussurro.

— Sim. Somos amigos há algum tempo e achei que poderia dar certo, mas infelizmente o ciúme que ele tinha era maior do que o amor que ele diz sentir. Então, para que pelo menos possamos ser amigos, não faça o que fez; não me trate como tratou. — assim como eu, Edward também respirou fundo — Nunca te dei motivos pra isso e creio que agora esses motivos sejam mesmo inexistentes.

— Não é algo que eu possa evitar sentir. — disse ele de uma só vez — Sempre senti ciúmes de você, porém, sabendo que se eu contasse seria motivo pra uma briga, preferi remoer sozinho.


Mais uma vez ficamos em silêncio, cada um preso em seus próprios pensamentos. Busquei em minhas lembranças qualquer indício de ciúme por Edward, mas não havia nada. Esse sentimento realmente nunca existira em mim. Era uma coisa tão... Insignificante! Do que ia adiantar fazer algumas cenas? Gritar e espernear por que alguém está olhando? Sem contar que pra mim, ciúme nada mais é do que falta da confiança em quem está ao seu lado.


— Estou virando um expert em pedir desculpas... — a voz dele era inexpressiva — Realmente você não merece a forma como a tratei e peço que me desculpe por isso. Assim como prometi a minha filha que não mais sairia do lado dela, prometo a você que jamais volto a tocar no assunto.


Nem tive tempo de dizer nada; Edward se levantou e saiu tão rapidamente que nem consegui pensar.


Se eu fosse outra pessoa estaria feliz por ele dizer que sentia ciúmes, mas eu simplesmente não conseguia aceitar aquilo como uma demonstração de amor ou de qualquer outro bom sentimento. Contudo, creio que o que o deixou mais perplexo foi eu ter dito que tive um namorado. Realmente nada entre nós seria um pouco melhor... A única coisa que eu não queria era que nos tornássemos pessoas amarguradas, que sempre pensam no passado e o culpa por tudo.


Os minutos correram e Edward não voltava... Decidi procurá-lo e tentar amenizar um pouco o clima, que ficou meio pesado depois de tudo. Vendo a sala vazia, fui até seu quarto, mas apenas Amanda continuava ali, dormindo tranquilamente e alheia ao que acontecia. Abri cada uma das portas do corredor e também não o encontrei. Pensei em ir até a sala e deixar um bilhete, dizendo que eu ia pra casa, mas então eu me lembrei do sótão. Era o último lugar que faltava...


Segui até o fim do corredor e subi os poucos degraus que me levaram ao sótão. Edward estava remexendo em algumas caixas e não se deu conta da minha presença. Fiquei parada na porta, apenas observando o que ele fazia. Tive vontade de ir até ele e abraçá-lo, dizer que não só o ciúme de Jasper fora o “responsável” pelo término do namoro e sim porque eu ainda o amava, por mais que não quisesse admitir aquilo pra mim mesma. Mas aquela ideia tinha que sair da minha cabeça. Rosalie ainda poderia aparecer e fazer qualquer coisa e eu não queria sofrer mais do que já tinha sofrido.


— Precisa de ajuda? — perguntei apenas pra que ele me notasse.

— Não, já terminei. — disse ele, depositando uma caixa grande no chão.


Movida pela curiosidade, me aproximei e tentei ver o que tinha dentro, mas estava fechada e eu não ia mesmo pedir que ele abrisse. E ele satisfez minha curiosidade quando disse que Amanda perguntara se ele não tinha fotos dos pais e das tias. Minha pequena... Sempre querendo saber de tudo!


Ele sentou-se no chão e abriu a caixa, retirando alguns álbuns e fotos soltas. Não resisti e me sentei ao seu lado, olhando meio que “sem querer”. Edward riu e me passou um amontoado de fotos, pedindo que eu o ajudasse a separar as “menos feias, pra não assustar uma pobre criança”.


Assim que comecei a separá-las, as imagens da minha adolescência foram surgindo. Eu estava em muitas daquelas fotos... Com Alice, com Edward... E até mesmo com Carlisle e Esme. Notei que eu estava sendo observada e tratei de não demonstrar minhas emoções. Era como se o passado pudesse voltar por alguns instantes, me fazendo relembrar um tempo bom da minha vida.


— Acho que já está bom. Minha filha não precisa mesmo passar por isso... Essas fotos estão quase medonhas! — disse ele, fazendo uma careta.

— Ah, que nada! Eu até que estava bonitinha naquela época... Mas Alice... Bom, ela não vai gostar nem um pouco de saber que essas fotos existem...


E rimos disso. Realmente Alice não ficaria contente por ver aquelas fotos... Aquele aparelho nos dentes não ajudava... Passamos longos minutos ali, horas, com certeza; e tudo parecia voltar ao lugar... Como tinha que ter sido.


Já em seu quarto, após ele ter deixado as fotos sobre o criado mudo, fiquei meio estranha. Talvez por saber que eu tinha que ir pra casa, mas não falei nada. Fui até Amanda, dei-lhe um beijo na bochecha e acariciei seus cabelos. Edward havia se distanciado, ficando parado à porta, observando o que acontecia.


— Obrigado por ela. — disse ele, quando me aproximei — Amanda é linda e incrivelmente inteligente.

— É uma produção nossa, então, não me agradeça. — ele riu — E ela é maravilhosa. Agora eu vou pra casa, já está tarde. — anunciei, já me dirigindo às escadas.

— Fique. Pode dormir no quarto de Alice, se quiser.

— Não sei se seria uma boa ideia. Amanda tem grandes expectativas e me encontrar aqui, saber que dormi aqui pode embaralhar mais ainda a cabecinha dela.

— Ela vai saber onde você dormiu. Não haverá problemas.


Por mais que eu quisesse acreditar que o certo era ir embora, eu sabia que queria ficar e acabei aceitando. O constrangimento surgiu. O que fazer? Ir para o quarto? Para a sala? Edward notou e disse que ia tomar banho e que era pra eu ficar à vontade. Ele seguiu para seu quarto e eu fui para o de Alice, onde tomei um banho relaxante e pus o moletom que usei da oura vez. Pensei em ficar trancada ali, mas de nada adiantaria e fui para a sala.


As luzes da casa estavam acesas e comecei a apagá-las, como se eu estivesse em minha casa. Isso não era bom... Quando cheguei à sala, Edward vinha descendo o último degrau da escada e vi que ele escondeu um meio sorriso. Idiota.


— Não vai comer nada? — seu tom de voz era cínico e eu sabia o motivo... — Eu estou morrendo de fome. — ele seguiu para a cozinha e eu o segui quase que automaticamente.


Assim como eu já desconfiava, falta de tempo pra fazer a lista do supermercado foi apenas uma desculpa... Olhando de relance, nada faltava na geladeira.


Edward preparou dois sanduiches pra nós e colocou a caixinha de suco sobre a mesa, assim como os copos. E eu tive mais certeza ainda de que ele seria um ótimo pai, uma vez que me perguntou se Amanda não acordaria de madrugada e com fome. Fizemos nosso lanche em silêncio, salvo alguns momentos em que ele me perguntava algo sobre Amanda ou se eu sabia qual era a surpresa que ela ia dar a ele — e que eu realmente não sabia o que era.


— Eu... Eu acho que tenho que te dizer algumas coisas. — comecei a falar, quebrando o silêncio sem nem mesmo saber o porquê — Quando me contou sobre as barbaridades que Rosalie cometeu, fiquei meio sem chão e sem conseguir raciocinar direito... E depois... As coisas foram acontecendo e nem tive a oportunidade de falar. — antes que ele falasse algo, o interrompi com um gesto, pedindo que me deixasse terminar.


Respirei fundo algumas vezes, buscando tranquilidade e prossegui.


— Mesmo antes de saber de tudo, eu não o culpava por nada. Como eu disse, era um sonho seu e nem eu nem ninguém poderia te impedir de ir atrás dele. Então fiquei sabendo da verdade e não poderia mesmo te culpar por ter ido embora... Se fosse ao contrário eu faria o mesmo. Por mais de uma vez você me pediu perdão e o que quero dizer é que eu te perdoei no momento em que fiquei sabendo que estava grávida. Agora só falta você se perdoar e deixar o passado onde deve ficar.


Edward arrastou sua mão sobre a mesa e capturou a minha, apertando-se gentilmente. Seu toque era reconfortante e sorri, entrelaçando meus dedos aos dele.


— Vou tentar me perdoar, mas é bem difícil... Ainda mais quando se sabe que você foi o único responsável pelo sofrimento de alguém.

— Ao menos tente.


Ele assentiu e sorriu fraco.


Agora eu poderia dormir, senão em paz, ao menos com a consciência mais leve. Eu só ficaria em paz estando com Edward e isso ainda não era possível... Não com a sombra de Rosalie pra me atormentar, pra me ameaçar...


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só! Nos vemos no domingo!
Chegou até aqui? Deixe um review. Não cansa, não dói, é de graça e ainda por cima, me deixa feliz.
Quase 100 pessoas lendo a fic e isso de reviews? Sabe? Os fantasmas são a desgraça de qualquer pessoa que escreve... Mas as florzinhas que comentam... Ah! Elas são ótimas! Obrigada, meninas!
Beijosssssssssssssss!