As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 1 escrita por Larissa M


Capítulo 4
Capítulo 4 - ...E Inimigos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vcs! espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174771/chapter/4

Ryan seguia para o Corujal, apressado. Dessa vez não se perdera nem uma vez; tomara a precaução de perguntar aos amigos veteranos de Daniel onde ficava exatamente seu destino. Era uma longa caminhada a partir de sua Sala Comunal, e Ryan estava quase atrasado para sua primeira aula: Transfiguração.

Andava apressado, segurando firmemente em suas mãos a carta, endereçada a seus pais. De tão inseguro que estava, pensou em reler a carta, mas não foi necessário, havia praticamente decorado seu conteúdo:


Queridos Pai e Mãe,

Escrevo a vocês para dizer que, ao contrário do que esperavam, fui para a Lufa-Lufa. Espero que não fiquem desapontados com isso, afinal, é apenas outra casa de Hogwarts. O mais importante é que estou na escola, e vou bem.

Adorei todas as novidades e já fiz quatro amigos, de diferentes casas, mas isso não muda nada. Queria dizer que a Lufa-Lufa é tão digna de respeito quanto a Grifinória, e que espero que nessa casa também possa fazer de vocês orgulhosos. O meu irmão não entendeu, é logico, mas eu tenho mais com o que me preocupar. Sei que toda a família é Grifinória e, mesmo que não possa proporcionar orgulho em vocês, saibam que eu mesmo estou orgulhoso do que eu consegui...

A carta continuava, contando outros acontecimentos não relacionados a sua casa, que era a parte na qual Ryan menos queria que seus pais lessem,

Cansado de tanto subir as escadas, Ryan subiu o ultimo degrau, chegando ao seu destino.

Sua primeira impressão do Corujal não foi agradável. Tantas corujas ocupando um mesmo espaço não o torna o mais limpo possível, nem o mais calmo. Era verdade que a maioria das corujas descansavam sossegadas em seus cantos, mais o resto entrava e saia do recinto. Depois de observar bastante o local, Ryan notou que era o único ali, e logo se apressou a achar a coruja de Ellen, para despachar a carta.

A corujinha estava empoleirada num canto baixo, quieta no seu lugar. Ryan a chamou, e ela foi, alegre, em sua direção.

– Tenho um trabalho pra você, venha rápido... – ele disse.

Após tem atado a carta à perna da coruja, caminhou com ela em suas mãos até às grandes janelas do Corujal, que ficavam constantemente abertas. Hesitou um pouco, uma parte de sua mente ainda pensava em pegar a carta e amassá-la, sem mostrar as palavras ali escritas para seus pais. Porém ele sabia que o que Ellen havia dito era verdade: uma hora ele teria que dizer a verdade a seus pais, de qualquer modo. Tomado por esse pensamento, lançou a coruja no ar e deu as costas a ela, sem nem espera-la desaparecer no horizonte.


Andando pelo corredor, sozinho, Ryan quase não reparou que seu irmão vinha em sua direção:

– Olha só, o mais novo aluno da Lufa-Lufa!

Ryan tentou evita-lo desviando-se no corredor, mas Mattew Cooper foi mais rápido.

– Que falta de educação, nem me cumprimenta! – disse ele, ficando no caminho do irmão mais novo.

Ryan se irritou. Já estava atrasado e a última pessoa que queria encontrar era seu irmão, justamente por causa disso: o faria ficar mais irritado ainda.

– Se algum dia – Ryan respondeu, cheio de amargura – você me cumprimentasse apropriadamente, eu poderia retribuir a gentileza.

– O que houve Ryan? Porque você está tão irritado? – Mattew perguntou, no que Ryan bufou e respondeu:

– Não finja que você não sabe das coisas.

– E eu não sei mesmo. – Mattew falou, fingindo inocência sem nenhuma destreza – Porque você não me diz? – sem conseguir se segurar, Mattew deu um sorriso, que indicava que ele deixara o irmão sem palavras.

Ryan até tinha condições de responder, mas sabia que de um jeito ou de outro acabaria caindo num beco sem saída, onde seria obrigado a dizer que estava com vergonha da Lufa-Lufa e também que morria de vontade de estar na mesma casa que o irmão, ou sair sem dizer uma palavra. Dos dois jeitos, agradaria Mattew, e isso Ryan não ia admitir.

Antes até de ter pensado em alguma resposta que o possibilitaria sair rapidamente, ouviu, para seu alívio, a voz de Alice:

– Ryan! Oi, você está indo para sua aula?

– Estou. Vamos, eu vou com você.

Ryan empurrou o irmão de leve para fora do seu caminho, e seguiu andando pelo corredor, carregando Alice consigo, mais veloz do que antes. Mesmo assim, isso não o impediu de ouvir seu irmão falar em voz bem clara:

– Nem se despede, não é? – Mattew riu bem alto, para Ryan escutar.

De cabeça baixa, o irmão mais novo seguia pelo corredor, tentando controlar sua raiva. Alice não entendia o que estava acontecendo, então perguntou, esperando pelo pior:

– Ryan, quem era aquele?

– Meu irmão. Mattew Cooper. – Ryan pronunciou o nome com desgosto. – Você já sabe da história...

– O que você disse para ele? ...Ou ele disse para você?

Ryan desviou o rosto de Alice. Ele não queria que isso o aborrecesse ainda mais.

– Não quero falar sobre isso. – Ele queria esquecer seu irmão, por enquanto.

–Está bem, então. Quando você quiser falar, me avise. – Alice não queria forçar o amigo a dizer o que não queria. – Então, você está indo à algum lugar específico?

Ryan notou que andava rápido demais e que Alice se esforçava para acompanhar seu passo.

– Sim. Aula de Transfiguração. – ele explicou, mas não reduziu a velocidade.

– Ah, eu só tenho aula daqui a um tempo.

– Eu já estou atrasado, então eu vou seguir sozinho. – Ryan disse. – A gente se encontra depois.

Ryan saiu correndo pelo corredor, sem esperar resposta de Alice. Era meio rude, sim, mas ele só queria era ficar sozinho. Sozinho, sem ter quem faça perguntas, sem ter com quem conversar. Apenas sozinho com seus pensamentos.



– Me desculpe, professor, eu me perdi no caminho. – Ryan anunciou ao entrar na sua aula de Transfiguração.

Toda a classe se virou para ver quem havia chegado; o professor parou de falar, dando atenção a Ryan.

– Se perdeu? Parece que perdeu a educação também. Não sabe que se deve bater na porta antes de entrar?

Ryan não sabia se era uma pergunta retórica ou não, então decidiu murmurar:

– Sei, sim. Me desculpe, professor.

– Desculpas não vão mudar o fato de que você chegou atrasado na aula e não bateu na porta antes de entrar. – o professor disse rispidamente.

– Mas muda o fato de que eu estou arrependido pelo o que fiz. – Ryan respondeu sem pensar.

– O que você disse? – o professor perguntou, apesar de ter ouvido perfeitamente.

Toda classe olhava para Ryan, espantada com sua ousadia. Ryan, por sua vez, estava muito vermelho, e no momento em que disse aquelas palavras ele se arrependera. Estivera com muita raiva de seu irmão, e acabou jogando isso no professor.

– N-Nada. Me desculpe, senhor. – Ryan estava com a cabeça abaixada, e não ousava olhar para o professor.

– Diga ou faça mais uma coisa que eu não tolere e você não será mais bem-vindo nesta sala. – o professor deu um tempo para as palavras penetrarem então disse – Sente-se.

Ryan soltou o ar que prendia inconscientemente. Olhando ao redor, percebeu que a aula era dividida com Gifinórios. Daniel estava sentado no lado esquerdo da sala, e guardava um lugar para Ryan. Sem hesitar, Ryan foi diretamente para aquele lugar e sentou, em silêncio. Nenhum dos alunos falava, nem fazia um barulho. O professor retomou a aula como se nada tivesse acontecido.

– Como ia dizendo, sou o professor Hunnigan e, como vocês já devem saber, eu sou responsável pela aula de Transfiguração. Agora...

A atenção de Ryan se desviou para um pedaço de pergaminho que Daniel passava para ele, discretamente. Estava escrito:

Você fez certo quando enfrentou esse professor. Ellen encontrou com ele ontem, no corredor, e não foi nada agradável. Afinal, porque você se atrasou? Você parecia irritado quando chegou aqui.

Ryan olhou para o professor, e notou que esse estava completamente absorto no trabalho que fazia. Ele havia colocado algumas palavras no quadro, e Ryan fingiu que estava copiando enquanto na verdade escrevia uma resposta para Daniel.

Não gostei nem um pouco desse professor. Eu me atrasei porque fui no Corujal mandar a carta e também porque – Ryan hesitou, mas continuou escrevendo – eu encontrei com meu irmão. Depois conto os detalhes. Se o professor pegar essa folha...

Ryan passou o pergaminho de volta para Daniel, que leu e assentiu, concordando com o amigo, sem escrever uma mensagem de volta.

– Então, senhores, essas palavras logo a sua frente são as regras para minha aula. E, na minha opinião, deveriam ser aplicadas em todas as salas de aula.

Olhando diretamente para Ryan, o professor falou:

– Não é necessário copiar. Com o tempo vocês irão aprender.

Apontando sua varinha pra o quadro, o Prof. Hunnigan foi enumerando as regras.

– Não chegar atrasado para as aulas, – mais um olhar para Ryan – sob quaisquer circunstâncias. Serão descontados 10 pontos da casa para cada aluno que desobedecer a essa regra.

Ainda olhando para Ryan, o professor fingiu ter se lembrado de descontar os pontos dele.

– Como exemplo, temos...

– Ryan Cooper. – Ryan respondeu, esperando pelo pior.

– Sr. Cooper. Menos 10 pontos da Lufa-Lufa. Continuando...

Ryan estava boquiaberto. Ele olhou para Daniel, que estava tão surpreso quanto o amigo. Porém, Daniel falou:

– Professor. – sua mão se erguia no ar. – Professor.

Prof. Hunnigan se virou calmamente.

– Sim?

– Mas o senhor não deveria dar a Ryan ao menos uma chance... Ele não sabia das consequências e, afinal, hoje é o primeiro dia de aula.

O professor sorriu como se esperasse uma objeção como aquela.

– Ser o primeiro ou o ultimo dia de aula não torna aquele dia diferente de qualquer outro. Quanto às consequências... Creio que todos vocês saibam que não se deve chegar atrasado, correto? – ele esperou alguns alunos concordarem - Portanto, seus argumentos não têm fundamentos, senhor...?

– Potter. – Daniel respondeu.

– Sr. Potter. Por acaso o senhor é parente dos...

– Não. Não sou. – Daniel cortou o professor.

– Educação, Sr. Potter, educação.

O professor se voltou para o quadro e, com um gesto de varinha, sublinhou o segundo item.

– Os alunos devem respeitar o professor ou qualquer indivíduo que ocupe um cargo superior! Ou seja, tratar com o devido respeito. Duas infrações a essa regra, serão descontados pontos de acordo com a falta de respeito... – o professor continuou - Item número três: apenas falar quando solicitado. Nunca durante as avaliações. Nessa infração não será descontado nenhum ponto...

O professor continuou a dar sua aula, e, pouco a pouco, a maior parte dos alunos não simpatizavam com o Prof. Hunnigan, muito menos esperavam por sua próxima aula.

Daniel e Ryan, depois de dois tempos de aula, não suportavam mais estar no mesmo ambiente que o professor. Por isso, quando foram liberados, dispararam em direção a porta, sendo os primeiros a saírem.

– A pior primeira aula possível! – Ryan comentou, assim que saíram.

– Com certeza. – Daniel disse, olhando por cima do ombro para ver se tinha alguma chance de Hunnigan ter escutado. – Aquele filho de uma p...

– Daniel! – Ellen chamou, surpreendendo os garotos.

Ela vinha por trás deles, e repreendeu Daniel por quase usar um palavrão.

– Dan! Quem é que você estava xingando?

– Eu não ia xingar, ok? – ele tentou se defender.

– Então ia dizer o que? – Ellen perguntou.

– Eu... Eu não ia dizer nada, tá? Mas isso não é o que importa... Escuta só o que aquele Prof. Hunnigan fez com a gente...

Rapidamente, Daniel resumiu a aula de Transfiguração dele e de Ryan para Ellen, enquanto caminhavam juntos pelo castelo.

Quando terminou de ouvir, Ellen exclamou:

– Mas que filho da p..., digo, mãe!

Daniel cruzou os braços e disse:

– Agora você percebe porque eu estava xingando?

Ryan ria dos dois, enquanto Ellen corava.

– Me deixa dar uma olhada no meu horário; quero ver quando eu tenho aula com esse professor... – Ellen disse.

Enquanto ela remexia na mochila a procura do horário, os dois garotos fizeram o mesmo, procurando por sua próxima aula.

– Feitiços! – Ryan disse.

– Poções. – Daniel disse não muito animado.

– Achei! Eu tenho aula com ele na quinta-feira... Dois tempos seguidos também... Agora eu tenho Defesa Contra as Artes das Trevas.

Os três se olharam, sabendo o que viria a seguir.

– Então, a gente se separa aqui, não é? – Ryan perguntou, desanimado.

– Eu acho que sim – Daniel respondeu. Então, se lembrou – Ryan, você tem que me contar o que aconteceu com seu irmão!

Ryan, que já estava desanimado, ficou mais ainda.

– O que aconteceu? – perguntou Ellen, que não sabia de nada.

– Bem... – Ryan começou.

Os três foram andando juntos pelo corredor, mais uma vez, enquanto Ryan contava para eles sobre o irmão, e indagava novamente:

– ...O que eu vou fazer?

– Ryan, eu tenho certeza que nós vamos pensar em alguma coisa, mas agora não temos tempo para pensar, nem para ficarmos juntos.

– A gente pensa em alguma coisa e se encontra pro almoço, ok? – Daniel disse. – No Saguão de Entrada, em frente às ampulhetas das Casas.

– Ok. Até mais. – Ellen respondeu e saiu andando pelo corredor, acenando para os garotos.

– Tudo bem. – Ryan disse.

Ele se despediu de Daniel e continuou seguindo pelo corredor, enquanto Dan virava e voltava pelo caminho de onde vieram.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? :D