As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 1 escrita por Larissa M


Capítulo 3
Capítulo 3 - Amigos...


Notas iniciais do capítulo

Oie, mais um capítulo aí, esse é menor...



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Ellen não conseguira falar com Daniel nem com nenhum dos outros antes de ir se deitar. No entanto havia feito amizade com uma garota, também da Sonserina, e agora dividia quarto com ela e mais três Sonserinas. Ela gostara do seu dormitório. Era aconchegante, a seu modo. Achava muito interessante o fato de estar debaixo do lago. Combinava com a casa da Sonserina.

Ela acordou cedo pela manhã, e foi a primeira de seu quarto a levantar. Estava ansiosa para ver se chegava ao Salão e encontrava Daniel ou qualquer um dos outros, então nem pensou em esperar sua amiga. Ela passou apressada pelas masmorras – o lugar ainda lhe dava arrepios – e subiu em direção ao Salão. Ao entrar nele, notou que não era a única que acordava cedo. Uma pequena quantidade de alunos já estava no Salão, e todo o café da manhã espalhado pelas mesas. O olhar dela varreu o local e achou, aliviada, Daniel, sentado na ponta da mesa da Grifinória. Ele encontrou o olhar dela antes que Ellen chegasse perto, e se levantou para cumprimentá-la.

– Olá. – ele disse – Como vai? Tudo bem... Com tudo?

– Oi. – Ellen viu que pareciam meio patéticos parados ali, no meio do Salão, então puxou ele em direção à saída.

– Aonde você vai...? – ele perguntou.

– Estou saindo do Salão, só isso. – quando já estavam parados, ela respondeu a pergunta – Eu estou bem. Muito azar nosso...

– Cada um parar em uma casa. – Daniel completou a frase.

– Sim. Fora isso, eu estou gostando daqui. – Ellen disse. Esquecendo os assuntos mais desagradáveis, Ellen começou um novo tópico de conversa – Seu dormitório é aonde? Ah, deixa, eu não conheço o castelo mesmo.

– É longe. Eu te levaria lá, se eu não tivesse me perdido duas vezes antes de achar o caminho para o Salão.

Ellen riu. Ele fez um gesto para ela o acompanhar, e os dois caminharam para os terrenos do lado de fora do castelo.

– Tem certeza que a gente não vai se perder aí fora também? Com seu senso de direção... – ela disse, rindo mais uma vez.

– Se seu dormitório fosse sete andares para cima no castelo...

– Sete? – ela se espantou – Uau, quantos devem ser ao todo? Eu posso ir à sua Sala Comunal? – Ellen atropelava uma pergunta com a outra, não conseguindo esconder sua curiosidade características de não bruxos.

– Eu não sei, só me atrevo a ir até meu dormitório, por enquanto. Mas eu acho que não, você não pode ir na minha Sala Comunal. – ele respondeu infeliz. – Se nós sentamos separados... Imagina se você entrasse numa sala cheia de gente da Grifinória?

– É verdade. – ela concordou, apenas um pouco triste.

Eles continuaram conversando e andando pelos terrenos do castelo, já se esquecendo do café da manhã. Afinal, não se perderam. Ficaram nos arredores do lago, e acharam o caminho para a entrada facilmente. Apenas quando chegaram de novo no Saguão foi que Ellen se lembrou:

– Como o Ryan deve estar? Você falou com ele?

– Não, eu não consegui falar com nenhum de vocês...

– Daniel! Ellen! – uma voz chamou.

Os dois se viraram para olhar, e viram que Alice se aproximava correndo, com Ryan logo atrás. Os dois só pararam quando chegaram perto de Daniel.

– Eu procurei por vocês no café da manhã e por toda escola! – Alice os disse, indignada.

– Não foi pelo castelo todo, mas nós nos perdemos algumas vezes... – Ryan disse, arfando por correr.

– Nós estávamos andando pelos terrenos do castelo. – Ellen explicou. – e por falar em café da manhã, ainda tá na mesa? Tô morrendo de fome.

Ellen ia andando em direção ao Salão, fazendo sinal para todos a seguirem quando Daniel a puxou pelo braço.

– Aonde você pensa que vai? Sentamos em mesas diferentes, Não dá pra conversar lá dentro. - Ellen olhou para Daniel como se ele tivesse dito alguma novidade.

– É mesmo, eu sou uma idiota. Vamos lá pra fora?

Os quatro começaram a andar. Assim quando teve chance, Alice falou:

– Eu não acredito, eu não acredito! Quatro casas, quatro pessoas, uma em cada uma! Como a gente pode ser tão azarado?!

– Não é? Ellen e eu estávamos nos perguntando isso...

– Mas nós não vamos deixar de ser amigos por isso, né? – Ellen perguntou, mais para os outros do que para Daniel. Ela sabia que o garoto ia continuar sendo seu amigo.

– Claro que não, certo? – Alice respondeu, olhando para todos para se certificar de que estava certa. Um a um, eles assentiram, sorrindo. Eles continuaram seu caminho pelos terrenos da escola, sendo guiados por Daniel.

– Eu não acredito também... Grifinória, eu? Até parece que sou bravo...

– Não me venha reclamar da sua casa. – Ryan disse, aparentando estar muito irritado. – Como é que eu vou ficar quando chegar pros meus pais e disser: “olha só, sou da Lufa-Lufa, agora podem rir de mim”. Ninguém vai entender, vão todos agir igual ao meu irmão... Eu odeio a Lufa-Lufa.

Ryan parou de andar, chutando o chão, como se fosse aliviar sua frustação. Guardava isso pra si mesmo desde que fora escolhido para Lufa-Lufa e se dera conta do que isso significava para ele. Não esperava que seus amigos viessem com uma solução, mas precisava dizer o que sentia.

– Ryan... – começou Daniel, meio incerto sobre o que iria falar. Nunca fora bom em lidar com as emoções dos outros, nem com as próprias. – Anime-se, vamos.

– Isso. – concordou Ellen. Ela, ao contrário de Daniel, lidava-se melhor com os outros. – Vamos, conta pra gente o que aconteceu com seu irmão, primeiro, se você quiser. Assim a gente vai entender melhor como você está se sentindo. Pode confiar, somos seus amigos.

Ryan suspirou. Não queria sair falando e tomando conta da situação. Agora que pensara uma segunda vez, sabia que não era o único ali que tinha algo a dizer, ou reclamar. Mas Ellen tinha colocado de um jeito que parecia que tudo o que importava naquele momento era os problemas dele. Isso o motivou a falar:

– Meu irmão é mais velho que eu, disso vocês sabem. E toda minha família é da Grifinória. Todos são muito orgulhosos da casa em que foram parar. – Ryan contara isso para eles no Expresso de Hogwarts, mas só estava repetindo para caso algum deles esquecesse. – Meus pais estavam esperando que eu fosse parar na Grifinória. Eles tinham certeza de que eu ia parar lá. Até já me mandaram uma carta, chegou essa manhã, perguntando como estavam as coisas por aqui. Eu não sei como responder, simplesmente não dá. – ele parou para respirar e continuou – E quanto ao meu irmão: ele foi me procurar hoje de manhã, leu a carta dos meus pais e tudo. Depois riu de mim, assim, na cara. Ele disse: “Só você mesmo para ir pra essa casa, Ryan.” Ele riu e completou “Boa sorte contando para papai e mamãe.”- Ryan parou de falar e olhou desolado para seus amigos, que ouviam com atenção. – Agora chega de falar sobre meus problemas, vocês não tem uma solução mesmo...

Daniel não sabia o que dizer. Alice também não. Ambos queriam consolar Ryan de alguma maneira, dizer que sabiam qual era a solução... Mas não possuíam uma resposta. Mais uma vez, foi Ellen quem conseguiu ajudar mais:

– Ryan, nós vamos achar uma solução. Estão pensando em uma agora mesmo...

– E qual é? – Daniel e Ryan perguntaram juntos.

– Bem, não é exatamente uma solução... Não vai te livrar do problema, mas você vai poder passar por ele. Eu posso ajudar.

Ryan suspirou mais uma vez. Ele deu de ombros, depois disse:

– Que opção eu tenho? Pode falar.

Antes que Ellen pudesse dizer alguma coisa, Dan levantou a mão, pedindo atenção.

– Eu só queria dizer que eu quero ajudar, independente do que seja. – ele sorriu para Ryan.

– Eu também. – Alice disse, e sorriu também. O apoio dos amigos fez com que Ryan melhorasse um pouco o seu humor. Parecia mais disposto a ouvir a proposta de Ellen.

– É bem simples: - ela começou – Você, com nossa ajuda, claro, vai escrever uma resposta para a carta dos seus pais, explicando tudo. Mas tudo mesmo. Não importa se vai parecer sentimental ou se você vai parecer fraco, eu acho melhor falar de uma vez. E também, enfrente seu irmão. Faça ele parecer um babaca, aí ele vai parar com isso. Acredite, eu tenho experiência.

Ryan parou para pensar. Conhecia bem seu irmão, sabia que era difícil fazer ele de bobo. Mais velho e mais experiente, isso era o que Ryan pensava. Mas Ellen sabia que se Ryan enfrentasse ele de vez, ia tudo melhorar. Tudo o que precisava era planejar tudo com antecedência, assim não iria precisar pensar em nada na hora.

– Não sei. – Ryan disse, após refletir. – Meus pais são muito rigorosos. Não vão se intimidar só por que eu disse o que achava. De todo o jeito vão desaprovar o que eu disser.

– Não se você disser que não se importa com que eles pensam. – Alice falou, conclusivamente. - Diga que está orgulhoso de estar na Lufa-Lufa, e que é melhor que estar na Grifinória. – Alice sorriu orgulhosa de sua ideia estar ajudando.

– Mas eu vou mentir...

Daniel riu. Não da situação, mas do amigo.

– É por isso – Daniel falou – que é melhor dizer as coisas por cartas. Ninguém te vê, então não sabem se você está mentindo ou não. A única emoção que veem é aquela que esta sendo transmitida pela carta.

Ryan parou para pensar e dessa vez sorriu de verdade. Ele começou a andar de volta para o castelo e puxou Daniel e Ellen junto consigo, com uma energia renovada.

– Vocês são demais, gente.

– Desculpe cortar sua alegria, mas não sabemos ainda o que fazer com seu irmão. – Alice falou, timidamente.

– Oh, é verdade. Uma coisa de cada vez, uma coisa de cada vez... Primeiro temos que escrever uma carta.

Chamando Alice com um aceno, Ryan começou a andar sem nem ver para onde ia.

– Ahn, Ryan... – Daniel começou – é para lá. – ele falou, apontando trás de si com o dedo.

Ryan pareceu confuso por um momento, mas se recuperou rapidamente.

– Eu sei, claro... – passou ligeiro por Daniel, sem esperar pelos outros – É tão fácil saber as direções nesse castelo... – disse, sarcástico.

Todos riram, afinal, ele não era o único que havia se perdido.



Ellen descia as escadas, apressada, para chegar a seu dormitório. Eles haviam passado quase a tarde toda escrevendo a carta, e empenhando-se ao máximo para ajudar Ryan. No fim, ficaram satisfeitos com o resultado, e Ryan iria mandar a carta pela manhã do dia seguinte, usando a coruja de Ellen.

Ellen andava distraída, ainda absorta em pensamentos, nem notou que não estava sozinha nas masmorras.

– O que você faz aqui a essa hora?

Ellen se sobressaltou. Um homem, um professor, viera por trás dela, sem deixar ser notado.

– Eu... Estou indo para meu dormitório. – Ellen parou para encará-lo. Era alto, mesmo para um adulto. Usava vestes púrpuras, e não parecia ser muito condolente com os alunos.

– Assumo que a senhorita seja da Sonserina, não?

– Claro. O que mais estaria fazendo nas masmorras? – Ellen olhou ao redor de si. Ainda não gostava dos arredores de sua Sala Comunal.

Senhor. – o professor disse, dando ênfase a palavra. – Use-a quando estiver falando comigo. Ou me chame de Prof. Hunnigan.

– Sim. Senhor. – Ellen não gostara nem um pouco de tê-lo conhecido.

– E seu dormitório e para lá. – o Prof. Apontou para trás de si. – espero que você esteja só perdida. Não gosto de alunos vagando pelo castelo.

O professor, sem dizer mais nada, se afastou, murmurando, com desgosto: Sonserinos...

Ellen quase se virou e mandou uma resposta da qual se arrependeria depois. Só não fez isso porque estava surpresa pela atitude do professor. Ele pode andar por aí, nas masmorras, aonde ninguém vai, a não ser Sonserinos e o próprio diretor da Sonserina. Ellen duvidava que fosse quem ela acabara de encontrar, devido ao modo com que sussurrara “Sonserinos”.

Com raiva, ela foi à direção que ele havia apontado, onde era mesmo o dormitório.



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Notas finais do capítulo

E então? Reviews?