– Claro. –disse Damon se aproximando perigosamente de mim e ficando a centímetros do meu rosto. – Segredo. – falou sorrindo e se afastou.

– Ah, qual é? Porque não me conta? – perguntei ficando nervosa. Odeio não saber das coisas.

– Vou pensar no seu caso, mas agora que tal a gente conversar sobre aquilo e nem adianta tentar, só vou te contar se merecer saber. – disse ele olhando diretamente nos meus olhos e eu bufei irritada.

Ficamos conversando por um bom tempo. Contei a ele o básico sobre os meio-sangues, sobre monstros e os Deuses, tudo aquilo que não tinha nos livros porque ele já sabia algumas coisas sobre os meio-sangues, mas só pelos livros, e contei um pouquinho da minha vida.

Quando chegou a vez dele me contar sobre os vampiros e sobre a sua vida percebi que ele se abriu comigo, contando tudo, parecia até que ele queria desabafar com alguém há muito tempo.

Contou sobre seu romance com Katherine no passado e o Stefan entre eles, foi assim que ele disse. A morte deles e que foi ela que os transformou, que foi Stefan que fez ele provar sangue humano e com isso se tornou um vampiro.

Um Stefan estripador. Um Stefan vegetariano, se alimentando de sangue animal e mais um monte de coisas, resumidamente, que envolviam eles antes de voltarem para Mystic Falls.

E quando voltaram é que as coisas mudaram. Essa tal de Elena Gilbert é uma “cópia” de Katherine, descendente dela que é igual a ela. Elena começou a gostar de Stefan, Stefan gosta de Elena e Damon se mete entre eles e dai sai um triangulo amoroso que dura até o hoje.

Enfim. Damon achava que Katherine estava presa em uma tumba e queria liberta-la, mas na verdade ela não estava, porque ela tinha fugido antes de tudo acontecer.  Depois disso Katherine volta para Mystic Falls e começa mais uma grande confusão.

De repente um celular tocou e eu sabia que era o de Damon, pois era o mesmo toque de ontem à noite. Era uma mensagem, pelo que pude perceber ele não gostou nadinha do que leu.

– Mulheres apaixonadas são uma coisa. – disse ele se levantando. – Bom, tenho que fazer uma coisa se quiser me acompanhar posso terminar de contar a historia, ou deixamos isso para mais tarde.

– Tudo bem, eu te acompanho, não tenho mesmo o que fazer, acho que não fara nem um mal. – falei me levantando também.

– É perigoso. – disse Damon preocupado o que achei estranho.

– Posso me cuidar muito bem sozinha. – falei sorrindo e ele deu de ombros.

– Então, vamos fazer um passeio nas montanhas, quer trocar de roupa? – perguntou e eu neguei com a cabeça. Eu estava vestindo uma regata, shorts e tênis, estava calor aqui, uma roupa confortável para uma caminhada pelas montanhas.

Ele assentiu e pediu para eu espera-lo um pouco e sai da casa. Voltou segundos depois com uma mochila com provisões e pediu para mim segui-lo. Segui ele até seu carro e de lá fomos para as montanhas no Tennessee, pelo que ele havia me dito.

Continuando a historia. Ele contou sobre um tipo de selenita que libertaria a maldição que existe nos vampiros e nos lobisomens. Aqui também tem uma bruxa, Bonnie. Pois é, estou esperando a hora em que o Frankenstein vai aparecer e dizer que também é real.

Mais que na verdade não tem haver com a maldição dos vampiros ou lobisomens e sim com a de Klaus. Um vampiro original que também é um lobisomem, mas que ele precisava despertar esse lobisomem, porque ele foi amaldiçoado antes de descobrir isso, e se transformar em um hibrido que é invencível.

Ah ele também contou sobre o Alaric, professor de historia e nas horas vagas caçador de vampiros. Matt, o único normal do grupo de amigos. Caroline, uma vampira melhor amiga de Elena junto com a Bonnie. Tyler, o lobisomem do grupo. E sobre o conselho da cidade, que protegia a cidade de vampiros, e quem fazia parte dele.

Depois aconteceram mortes e mais mortes. Elena morreu, mas por causa de um feitiço voltou à vida. Damon foi mordido por um lobisomem e por isso morreria, pois não tinha cura, mas Stefan foi atrás de Klaus e descobriu que o sangue de um hibrido era a cura para Damon e por isso Stefan está com Klaus porque foi esse o acordo que Klaus fez para dar seu sangue.

Elena e Damon passaram o verão inteiro procurando por pistas de Stefan para o trazer de volta, mas depois de ontem duvido que Stefan queria voltar e Damon continue a procura-lo, mas Elena vai segundo Damon. Por fim, Klaus não sabe que Elena esta viva.

Ainda bem que eu entendo as coisas bem rápido se não iriamos ficar o dia inteiro aqui conversando sobre a vida dele e sobre o que esta acontecendo. Ele também não detalhou muito as coisas.

Ficamos em silencio o restante do caminho. Podia sentir que Damon olhava para mim diversas vezes e eu só pensava nesse Klaus. Então, deve ser ele que minha mãe havia falado que estava fazendo alguma coisa, mas ainda eu não sabia o que era e pelo jeito Damon também não.

Damon estacionou o carro em uma clareira e saiu dele seguindo um caminho, no qual eu segui também.  Ele carregava a mochila, não me importei ele é um vampiro afinal de contas, e caminhamos em silencio até certo ponto ouvimos barulho de correnteza.

– Siga em frente até o rio, vou estar lá. – disse Damon apontando para frente e depois sumiu em sua velocidade vampiresca.

– Valeu. – falei irônica seguindo o caminho que ele havia indicado.

Ouvi um grito e corri naquela direção e logo avistei duas pessoas olhando para o rio. Uma era o Damon e o outro eu não sabia quem era, mas pelo porte físico parecia ser um homem.

– Saia da agua, Elena. – ouvi Damon pedir quando o outro homem se afastou.

– Se eu sair você me fará ir para casa. – disse uma voz feminina e supus ser a da tal de Elena e parei a onde estava.

– Sim, porque não sou idiota como você. – Damon é tão sutil.

– Os dois estão agindo como idiotas agora. – disse o outro homem.

– Desistiu dele, Damon. – disse Elena.

– Não desisti, Elena. – disse Damon se movimentando indo mais para frente. – Eu sou realista. Agora saia da agua.

– Não. – disse ela. Essa Elena é teimosa.

– Qual o grande plano, Elena? – perguntou Damon andando mais para frente e eu também dei alguns passos para frente. Ele pulou dentro do rio se aproximando de uma garota que eu acho que seja Elena. – Vai entrar no acampamento dos lobisomens, assar marshmallow e esperar o Stefan passar por lá?

Que maravilha. Damon se esqueceu de comentar sobre essa parte do passeio nas montanhas e pelo que ele me contou sobre os lobisomens eles se transformam na lua cheia, que por uma sorte danada é hoje.

– Meu plano é encontra-lo e ajuda-lo. – disse Elena. – Nunca estivemos tão perto desde que ele partiu. Não irei para casa.

– Klaus acha que morreu quando a maldição foi quebrada. Quer dizer que está segura. Isto não é segura. – disse Damon se aproximando mais de Elena na agua.

Me aproximei mais um pouco e percebi que estava perto do outro homem e ele nem me viu. Vi a mochila que estava com Damon jogada no chão perto de uma arvore.

– Não irei antes de encontra-lo. – disse Elena e eu já vi que essa conversa já estava ficando chata. Ela vai ganhar dele mesmo.

– Hoje é lua cheia, Elena. – disse Damon.

– Então o encontraremos antes disso. – disse Elena como fim de conversa. – Damon, por favor.

O outro homem se aproximou mais da margem e Damon parecia estar ponderando sobre isso. Ele ia aceitar só estava fazendo charme.

– Está bem, está bem. Mas iremos antes que a lua esteja cheia e eu vire isca. – disse Damon se rendendo.

– Prometo. – disse Elena.

– A não ser que queria mais um beijo no leito de morte. – Damon não podia perder essa.

– Já disse que prometo. – disse Elena.

– Certo. – falou Damon saindo da agua e Elena logo o seguiu.

– Nossa, fez esse show atoa, Damon. – falei e tanto Elena quanto o outro cara olharam para mim assustados.

– Quem é você? – perguntou o cara.

– Falei que a primeira pergunta para uma pessoa desconhecia é quem é você e não o que é você. – disse Damon sorrindo para mim.

– Não enche, Damon. – falei rolando os olhos.

– Vocês se conhecem? – perguntou Elena olhando para mim estranhamente.

– Desde ontem. Um dia inesquecível, não é Annabeth? – disse Damon.

– Então vocês são amigos? – perguntou o homem olhando sugestivamente para mim e para Damon.

– Não diria isso. Só estamos trocando informações. – disse Damon com aquele sorriso que fez Elena fechar a cara.

– Damon, porque você não cala a boca. – falei rolando os olhos. – Annabeth Chase. Conheci ele ontem por um infortúnio do destino e fui com ele até o estúdio. Realmente o que aconteceu foi inesquecível.

– Você estava com ele quando o... – Elena não completou a frase fazendo Damon bufar.

– Sim, nada de mais. Então, você deve ser Elena não é? – perguntei para mudar de assunto e só para confirmar quem era ela.

– Sim. Elena Gilbert. – disse ela sorrindo de lado e estendeu a mão para mim no qual eu apertei amigavelmente.

– Eu sou Alaric Saltzman. – se apresentou o outro homem estendendo a mão para mim.

– O caçador de vampiros que é amigo de vampiros. – falei sorrindo apertando a mão dele e ele sorriu também dando de ombros soltando minha mão.

– Ótimo, todos se conheceram, vamos logo com isso. – disse Damon parecendo estar impaciente, ou chateado. Acredito na ultima opção já que perdeu a discussão para Elena.

Pegamos nossas coisas e dessa vez eu estava levando a mochila e seguimos Damon subindo a montanha. Conversamos um pouco sobre algumas coisas e uma delas era como se matava um vampiro, coisa que Damon não me contou. Enquanto Alaric me contava algumas coisas sobre isso, Damon e Elena iam à frente.

– Como está? – perguntou Damon a Elena depois de um tempo.

– Bem. – respondeu ela.

– Eu posso ajudar. – disse Damon. Nessa hora Alaric e eu paramos de conversar e ouvimos a conversa dos dois.

– Não, obrigada. – disse Elena.

– Só um... – disse Damon fazendo um som esquisito e movimentando os braços.

– Com a minha sorte, me deixaria cair. – disse Elena. Rolei os olhos

– Quantos anos têm? 12? – perguntou Alaric.

– Que tal pararmos de falar. Economizaremos energia. – falei.

– Ótima ideia. – disse Elena.

Caminhamos em silencio. Um silencio nem um pouco agradável. Quanto mais o tempo passava mais próximos estaríamos da lua cheia e da matilha de lobisomens e eu duvidava que Elena fosse embora até que encontra-se Stefan.

Damon deve amar muito ela para estar correndo esse risco e não dizer não para isso e levá-la, me que seja a força, daqui.

– Falta pouco mais de um quilometro. – disse Alaric em um certo tempo quando nos dois estávamos andando na frente.

– O sol está para se por. – disse Damon.

– Estou vendo, Damon. – disse Elena parecendo estar cansada dessa conversa com Damon.

– Só estou falando. – disse Damon me fazendo suspirar de desanimo.  Vão começar de novo.

– A lua demora a atingir seu ápice. Temos tempo. – disse Elena e um barulho chamou nossa atenção.

Alaric trocou olhares comigo e com Damon e segurou com mais força sua arma, que era um tipo de um arco besta modificado para disparar flechas com pontas de madeira que são mais leves, eu peguei minha faca de bronze celestial pronta para atacar ou me defender se fosse preciso. Caminhamos em silencio, mais devagar e mais atentos a qualquer barulho.

De repente Alaric apontou sua arma para frente e todos nos viramos naquela direção. Um homem andava desengonçadamente em nossa direção. O que me deixou em estado de alerta foi o fato de ele estar todo coberto de sangue. Sangue escorria de seus olhos que tinham uma cor estranha.

– Fique onde esta. – disse Alaric quando o homem parou na nossa frente. O homem olhou para Damon.

– Vampiro. – disse o homem e Damon deu de ombros.

Com velocidade vampiresca o homem atacou Damon que segurou ele antes que o mordesse e não sei bem o que aconteceu depois, mas Damon acabou sendo prensado contra uma arvore e o homem tentava desesperadamente morde-lo.

Alaric disparou uma flecha, mas não surtiu muito efeito. Eu estava pronta para avançar quando Elena tirou alguma coisa de sua mochila.

– Damon. – gritou ela jogando, o que eu identifiquei como um tipo de granada, para Damon que pegou e colocou em frente ao rosto do homem.

Quando explodiu liberou um tipo de nuvem e o cara gritou soltando Damon e caindo no chão. O rosto dele parecia que tinha sido queimado por acido.

Ele estava se recuperando, sua pela estava vermelha e aos poucos ia voltando ao normal. Damon deu um chute nele fazendo ele cair inconsciente.

– Deixe me adivinhar. – disse Aleric. – Hibrido.

– Melhor amarra-lo. – falei e os outros assentiram.

Tiramos algumas cordas das mochilas. Elena jogava verbena nas cordas, já que ele era um hibrido acharam que iria funcionar por ele ser parte vampiro agora e Alaric e eu começamos a amarrar o homem bem forte em uma arvore. Colocamos algumas correntes também que eles haviam trazido.

– Essas cordas não aguentaram por muito tempo. – disse Damon. – O que mais temos?

– Ric, ou Annabeth, aqui. Pega. – disse ela terminando de jogar verbena em uma corda.

Antes que Alaric, ou eu a pegássemos Damon estendeu a mão para trás e quando tocou na corda parecia que ela tinha acido e ele a soltou rapidamente gritando. Confesso que deu vontade de rir, mas me segurei.

– Eu disse Ric, ou Annabeth. – disse Elena.

Alaric pegou a corda da mão de Elena e passou uma ponta para mim e amarramos ela bem forte em torno do homem.

– Certo, essa é a ultima verbena. – disse Alaric. – Não temos o suficiente para segura-lo.

– Acho que não chegaremos à montanha antes da lua cheia. – falei e Alaric assentiu olhando para cima.

– Se o fizermos falar, não precisaremos. – disse Elena se aproximando do homem preso na arvore.

Ela tentou toca-lo, mas ele acordou soltando um suspiro esganiçado e começou a se mexer estranhamente e eu escutei uns barulhos esquisitos e eu tinha certeza que vinha dele. Seus dentes começaram a crescer.

– Ele está se transformando? – perguntou Damon incrédulo.

– Impossível. Ainda é dia. – disse Elena parecendo nervosa.

– Diga isso a ele. – falamos Alaric e eu juntos enquanto que Damon se postou na frente do homem o segurando.

– Não era para ter lobisomens aqui até a lua cheia. – disse Elena não acreditando na situação.

– Ric. – falei preocupada. Eu não estava gostando disso. Eu estava com péssimo pressentimento.

– Essas cordas não o segurarão. – disse Alaric também começando a ficar agitado.

O homem começa a querer avançar para cima de Damon que o segura com toda a sua força. Bastaria uma única mordida para Damon começar a contar seus poucos dias de vida, ou ir atrás de Klaus novamente.

Elena, ao meu lado, parecia estar tendo uma discussão interna difícil, pois estava inquieta e pensativa.

– Damon, precisamos sair daqui. – disse Elena agitada. – Temos que sair das montanhas agora.

– Damon, agora. – falamos Elena e eu juntas dando um leve empurram em Damon que segurou mais um pouco o homem e logo o soltou.

Assim que Damon o soltou nos quatro começamos a correr em direção de onde havíamos vindo ouvindo os gritos do homem atrás da gente.

O sol se pôs e corríamos a toda velocidade somente com a luz da lua iluminando o caminho. Elena acabou tropeçando e todos nos paramos. Quando virei para trás vi Elena caída no chão e um novo integrante indesejado no grupo.

– Não se mova. – falei calmamente.

O lobo estava frente a frente com Elena e a qualquer momento poderia ataca-la. Damon trocou olhares comigo e com Alaric e eu percebi que ele faria uma coisa estupida.

– Aqui, cachorrinho. – disse Damon chamando atenção do lobo, que eu já estava achando que era um lobisomem pela reação de todos.

Damon correu em velocidade de vampiro e sumiu das nossas vistas. O lobisomem felizmente, ou infelizmente dependendo do ponto de vista, o seguiu com a mesma velocidade.